Questões de Concurso Comentadas para prefeitura de são fidélis - rj

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Q3061077 Português
O mau vidraceiro

          Existem naturezas puramente contemplativas e totalmente impróprias para a ação, que, no entanto, sob uma impulsão misteriosa e desconhecida, agem às vezes com uma rapidez de que elas próprias se julgariam incapazes.
          Como aquele que, temendo encontrar com o zelador uma notícia aflitiva, ronda covardemente durante uma hora frente à porta da casa sem ousar entrar, como aquele que guarda durante quinze dias uma carta sem abri-la, ou só ao fim de seis meses se conforma em efetuar um empreendimento necessário desde há um ano, elas se sentem às vezes bruscamente precipitadas para a ação por uma força irresistível, como a flecha de um arco. O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.
         Um dos meus amigos, o mais inofensivo sonhador que já existiu, ateou fogo uma vez numa floresta, para ver, dizia, se o fogo pegava com tal facilidade como se afirma comumente. Dez vezes consecutivas a experiência falhou; mas, na décima primeira, foi por demais bem-sucedida.
           Outro irá acender um charuto ao lado de um barril de pólvora, para ver, para saber, para tentar o destino, para se forçar a si mesmo a dar provas de energia, para se fazer de jogador, para conhecer os prazeres da ansiedade, por nada, por capricho, por desocupação.
          É uma espécie de energia que jorra do tédio e do devaneio; e aqueles nos quais ela se manifesta tão inopinadamente são, geralmente, como eu disse, os mais indolentes e sonhadores dos seres.
        Fui vítima, mais de uma vez, dessas crises e desses impulsos, que nos autorizam a crer que demônios maliciosos se insinuam dentro de nós e nos fazem cumprir, à revelia, suas mais absurdas vontades.
        Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!
         (Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).
          A primeira pessoa que avistei na rua foi um vidraceiro cujo grito penetrante, dissonante, me veio através da pesada e suja atmosfera parisiense. Me seria, aliás, impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de um ódio tão repentino quanto despótico.
        “Ei, ei” e eu lhe gritei que subisse. Entretanto eu refletia, não sem certa alegria, que o quarto encontrando-se no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, o homem deveria estar experimentando certa dificuldade em efetuar sua ascensão, e esbarrando em diversos lugares os ângulos de sua frágil mercadoria.
      Ele enfim apareceu: examinei com curiosidade todas as suas vidraças, e lhe disse: “Mas como? Você não tem vidros coloridos? Vidros cor-de-rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros de paraíso? Que atrevido é você! Ousa passear pelos bairros pobres e nem mesmo possui vidros que tornem a vida bela de se ver!” E o empurrei com vivacidade para a escada na qual tropeçou resmungando.
       Aproximei-me da sacada e agarrei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu no vão da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra na borda traseira de suas forquilhas; e derrubado pelo choque, ele acabou de destroçar sob suas costas toda a sua pobre fortuna inconstante, que produziu o ruído estrondoso de um palácio de cristal atingido por um raio.
         E, embriagado por minha loucura, gritei-lhe furiosamente: “A vida bela de se ver! A vida bela de se ver!”.
      Essas brincadeiras nervosas não são isentas de perigo, e pode-se às vezes pagar caro por elas. Mas o que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito da fruição?

(BAUDELAIRE, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Editora Biblioteca Azul. 1ª edição em 2010.)
Possuem papel adjetivo nos segmentos a seguir, os termos em destaque, EXCETO:
Alternativas
Q3061071 Português
O mau vidraceiro

          Existem naturezas puramente contemplativas e totalmente impróprias para a ação, que, no entanto, sob uma impulsão misteriosa e desconhecida, agem às vezes com uma rapidez de que elas próprias se julgariam incapazes.
          Como aquele que, temendo encontrar com o zelador uma notícia aflitiva, ronda covardemente durante uma hora frente à porta da casa sem ousar entrar, como aquele que guarda durante quinze dias uma carta sem abri-la, ou só ao fim de seis meses se conforma em efetuar um empreendimento necessário desde há um ano, elas se sentem às vezes bruscamente precipitadas para a ação por uma força irresistível, como a flecha de um arco. O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.
         Um dos meus amigos, o mais inofensivo sonhador que já existiu, ateou fogo uma vez numa floresta, para ver, dizia, se o fogo pegava com tal facilidade como se afirma comumente. Dez vezes consecutivas a experiência falhou; mas, na décima primeira, foi por demais bem-sucedida.
           Outro irá acender um charuto ao lado de um barril de pólvora, para ver, para saber, para tentar o destino, para se forçar a si mesmo a dar provas de energia, para se fazer de jogador, para conhecer os prazeres da ansiedade, por nada, por capricho, por desocupação.
          É uma espécie de energia que jorra do tédio e do devaneio; e aqueles nos quais ela se manifesta tão inopinadamente são, geralmente, como eu disse, os mais indolentes e sonhadores dos seres.
        Fui vítima, mais de uma vez, dessas crises e desses impulsos, que nos autorizam a crer que demônios maliciosos se insinuam dentro de nós e nos fazem cumprir, à revelia, suas mais absurdas vontades.
        Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!
         (Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).
          A primeira pessoa que avistei na rua foi um vidraceiro cujo grito penetrante, dissonante, me veio através da pesada e suja atmosfera parisiense. Me seria, aliás, impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de um ódio tão repentino quanto despótico.
        “Ei, ei” e eu lhe gritei que subisse. Entretanto eu refletia, não sem certa alegria, que o quarto encontrando-se no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, o homem deveria estar experimentando certa dificuldade em efetuar sua ascensão, e esbarrando em diversos lugares os ângulos de sua frágil mercadoria.
      Ele enfim apareceu: examinei com curiosidade todas as suas vidraças, e lhe disse: “Mas como? Você não tem vidros coloridos? Vidros cor-de-rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros de paraíso? Que atrevido é você! Ousa passear pelos bairros pobres e nem mesmo possui vidros que tornem a vida bela de se ver!” E o empurrei com vivacidade para a escada na qual tropeçou resmungando.
       Aproximei-me da sacada e agarrei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu no vão da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra na borda traseira de suas forquilhas; e derrubado pelo choque, ele acabou de destroçar sob suas costas toda a sua pobre fortuna inconstante, que produziu o ruído estrondoso de um palácio de cristal atingido por um raio.
         E, embriagado por minha loucura, gritei-lhe furiosamente: “A vida bela de se ver! A vida bela de se ver!”.
      Essas brincadeiras nervosas não são isentas de perigo, e pode-se às vezes pagar caro por elas. Mas o que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito da fruição?

(BAUDELAIRE, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Editora Biblioteca Azul. 1ª edição em 2010.)
Em todas as frases, transcritas do texto, as formas verbais estão flexionadas no mesmo tempo, EXCETO em: 
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1236926 Legislação dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro
O município de São Fidélis, conforme dispõe a Lei Orgânica, proporcionará aos servidores oportunidade de crescimento profissional através de:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1229099 Medicina
Os hormônios tireoidianos T3 e T4 têm dois importantes papéis: atuam no crescimento físico e neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia. Existe um micronutriente em que a sua única função é a síntese T3 e T4 e está representado na seguinte alternativa:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1226661 Português
Assinale a alternativa em que a palavra encontra-se acentuada INCORRETAMENTE:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1226659 Português
“Quarenta e oito horas de esforço tranqüilo, de caminhar filosófico”. Observe a palavra grifada anteriormente e assinale a alternativa que apresenta o seu antônimo:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1226657 Português
Em “Parou um instantinho, olhou zombeteira o caracol e disse:”, a palavra grifada anteriormente significa:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1226447 Português
“Parou um instantinho...”. A palavra grifada anteriormente se apresenta no diminutivo. Assinale a alternativa em que a palavra está no aumentativo:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1220897 Legislação de Trânsito
Assinale a afirmativa correta:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1220704 Legislação de Trânsito
Fazem parte da direção defensiva, EXCETO:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1211342 Sistemas Operacionais
O sistema operacional Windows possui regras de nomes para arquivos e pastas. Uma das regras é não aceitar alguns caracteres. Marque a alternativa abaixo em que todos os caracteres citados NÃO são aceitos por essa regra:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1210271 Legislação de Trânsito
Os freios são itens de segurança. Sobre a responsabilidade do condutor em relação aos freios, analise:
I. Supervisionar sua manutenção. II. Manter o freio de mão em bom estado de funcionamento. III. Desacelerar com antecedência, usando o motor como freio, auxiliando e poupando o sistema.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1210074 Pedagogia
O princípio da gestão democrática no ensino público está garantido pela Constituição Federal de 1988, pela LDB Lei nº9394/96 e em outros instrumentos legais. Sendo assim, a gestão democrática tornou-se um dos principais fundamentos do projeto pedagógico da escola. Partindo desse princípio, pode-se afirmar que todas as afirmativas abaixo estão corretas, EXCETO:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1204808 Saúde Pública
O Aedes aegypti trouxe de volta uma doença, que se tornou uma epidemia no Rio de Janeiro, chamada:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1204800 Atualidades
O atual Presidente do Brasil está no governo por que foi reeleito em que ano?
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1204794 Atualidades
No ano de 2008 acontecerão eleições diretas no Brasil, para que sejam ocupados os cargos de:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1194677 Biologia
A floresta tropical citada na questão anterior está localizada no Brasil, na região:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1194499 Conhecimentos Gerais
A maior floresta tropical do mundo fica no Brasil e recebe o nome de:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de São Fidélis - RJ
Q1185294 Medicina
A xeroftalmia é causada pela deficiência de:
Alternativas
Respostas
58: C
59: D
60: E
61: C
62: D
63: A
64: C
65: E
66: C
67: B
68: A
69: B
70: E
71: C
72: C
73: A
74: C
75: B
76: A