XXXIV
A uma alma sensível
Há aí, entre as cinco ou dez pessoas que me lêem, há aí uma alma sensível, que está decerto um tanto agastada
com o capítulo anterior, começa a tremer pela sorte de Eugênia, e talvez, lá no fundo de si mesma, me chame cínico. Eu
cínico, alma sensível? Pela coxa de Diana! Esta injúria merecia ser lavada com sangue, se o sangue lavasse alguma coisa
nesse mundo. Não, alma sensível, eu não sou cínico, eu fui homem […]
(ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas, São Paulo: Martin Claret, 2012. p. 75.)