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Q3066898 Legislação de Trânsito
Parar o veículo afastado da guia da calçada (meiofio) de cinquenta centímetros a um metro, é uma infração de gravidade:
Alternativas
Q3066897 Literatura

O texto adiante servirá de base para as próxima questão.



“Contrariamente ao teatro e à poesia, a crônica inscrevia-se no cosmos machadiano como expressão legítima do seu temperamento literário. Mais próxima da tendência para a narrativa, a crônica tornar-se-ia atividade relevante na trajetória do escritor, não só pelo aspecto quantitativo como pelo qualitativo. Se a imagem de Machado de Assis não ficaria prejudicada caso excluíssemos o teatro e a poesia, acabaria deformada se deixássemos de considerar-lhe a produção no território da crônica. Enquanto o teatro e a poesia constituíram “pecados” da juventude, a crônica se alinhará entre os frutos permanentes de sua atividade; já em 1859 começam a aparecer crônicas suas em O Espelho, e até fins de 1900 as redigirá. O fato é tanto mais digno de nota quanto mais sabemos que a partir dessa data pouco publicará em revista. Quando se afastar da crônica, deixará praticamente o mais, como se, fazendo o balanço da vida, apenas tivesse forças para recolher os dispersos e completar as obras em andamento. Talvez mais do que as outras expressões estéticas, a crônica manteve-se constante e relevante na carreira de Machado, a ponto de sugerir um cronista que produziu, ao mesmo tempo, romances, contos, peças de teatro, poemas e textos críticos.

    Quantitativamente, a crônica predomina na obra de Machado, haja vista o que publicou em vida, na forma de livro, e o que foi reunido postumamente em volume. No tocante à sua importância, basta sublinhar que, sem a crônica, o mais da obra machadiana conserva fechados alguns segredos: Machado era tão medularmente cronista que seus contos e romances são narrativas de cronista, que extrai do dia a dia a matéria da ficção. O tipo do parasita, por exemplo, presente já em Ressurreição, brota-lhe numa crônica de 18 de setembro de 1859. A crônica servia-lhe de posto de observação ao que ia dentro e fora do País; e de exercício permanente da escrita, permitindo-lhe apurar o estilo, atingir a decantada limpidez, que não vinha apenas do compulsar com “mão diuturna” os clássicos da Língua. Por outro lado, crônicas há tão bem armadas, ricas de fantasia e senso crítico, que pensamos estar perante verdadeiros contos; logravam a definição e a maturidade que depois se tornariam modelares: mestre da crônica, Machado soprou-lhe grandeza, tornando-a prática relevante, literariamente válida, graças a ter-lhe emprestado a gravidade que punha nos contos e romances. De onde a permanência de algumas crônicas, resistindo ao desgaste natural nesse gênero de atividade entre jornalística e literária. É que não raro Machado toma os acontecimentos como pretexto para erigir uma história ou tecer considerações que, mercê do filosofismo, tendem ao universal subjacente no efêmero cotidiano. Ao mesmo tempo, fixa o momento que passa, transformando cada crônica num testemunho interessado do tempo. Crônicas dum ficcionista de lei, poderíamos dizer, e nisso se resumiriam a força que ainda guardam.


MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Cultrix, São Paulo: 2001. (p. 84-85)

Dadas as assertivas:

I. A produção cronística de Machado de Assis é bem menos relevante do que a sua produção poética e teatral. II. Em quantidade, a produção de crônicas de Machado de Assis predomina no conjunto de sua obra. III. O desgaste natural da crônica, gênero híbrido que transita pela literatura e pelo jornalismo, se atenua na fixação e permanência dadas por Machado de Assis.

Está(Estão) correta(s) a(s) seguinte(s) assertiva(s):
Alternativas
Q3066896 Literatura

O texto adiante servirá de base para as próxima questão.



“Contrariamente ao teatro e à poesia, a crônica inscrevia-se no cosmos machadiano como expressão legítima do seu temperamento literário. Mais próxima da tendência para a narrativa, a crônica tornar-se-ia atividade relevante na trajetória do escritor, não só pelo aspecto quantitativo como pelo qualitativo. Se a imagem de Machado de Assis não ficaria prejudicada caso excluíssemos o teatro e a poesia, acabaria deformada se deixássemos de considerar-lhe a produção no território da crônica. Enquanto o teatro e a poesia constituíram “pecados” da juventude, a crônica se alinhará entre os frutos permanentes de sua atividade; já em 1859 começam a aparecer crônicas suas em O Espelho, e até fins de 1900 as redigirá. O fato é tanto mais digno de nota quanto mais sabemos que a partir dessa data pouco publicará em revista. Quando se afastar da crônica, deixará praticamente o mais, como se, fazendo o balanço da vida, apenas tivesse forças para recolher os dispersos e completar as obras em andamento. Talvez mais do que as outras expressões estéticas, a crônica manteve-se constante e relevante na carreira de Machado, a ponto de sugerir um cronista que produziu, ao mesmo tempo, romances, contos, peças de teatro, poemas e textos críticos.

    Quantitativamente, a crônica predomina na obra de Machado, haja vista o que publicou em vida, na forma de livro, e o que foi reunido postumamente em volume. No tocante à sua importância, basta sublinhar que, sem a crônica, o mais da obra machadiana conserva fechados alguns segredos: Machado era tão medularmente cronista que seus contos e romances são narrativas de cronista, que extrai do dia a dia a matéria da ficção. O tipo do parasita, por exemplo, presente já em Ressurreição, brota-lhe numa crônica de 18 de setembro de 1859. A crônica servia-lhe de posto de observação ao que ia dentro e fora do País; e de exercício permanente da escrita, permitindo-lhe apurar o estilo, atingir a decantada limpidez, que não vinha apenas do compulsar com “mão diuturna” os clássicos da Língua. Por outro lado, crônicas há tão bem armadas, ricas de fantasia e senso crítico, que pensamos estar perante verdadeiros contos; logravam a definição e a maturidade que depois se tornariam modelares: mestre da crônica, Machado soprou-lhe grandeza, tornando-a prática relevante, literariamente válida, graças a ter-lhe emprestado a gravidade que punha nos contos e romances. De onde a permanência de algumas crônicas, resistindo ao desgaste natural nesse gênero de atividade entre jornalística e literária. É que não raro Machado toma os acontecimentos como pretexto para erigir uma história ou tecer considerações que, mercê do filosofismo, tendem ao universal subjacente no efêmero cotidiano. Ao mesmo tempo, fixa o momento que passa, transformando cada crônica num testemunho interessado do tempo. Crônicas dum ficcionista de lei, poderíamos dizer, e nisso se resumiriam a força que ainda guardam.


MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Cultrix, São Paulo: 2001. (p. 84-85)

Assinale a opção INCORRETA, de acordo com o texto:
Alternativas
Q3066895 Literatura

O texto adiante servirá de base para as próxima questão. 



O Cortiço é o romance em que Aluísio revela, de modo superior e inconfundível, dotes de pintor de agrupamentos humanos. Diante de nós, como o título indica, abre-se um estupendo microcosmos, a “cloaca social”, de que fala Vítor Hugo em Nossa Senhora de Paris e dela irrompe uma fauna asquerosa e vil, de répteis desvairados. Especialista em retratar almas malogradas, Aluísio passa em revista um bando de criaturas desesperançadas, atiradas à vida como enxurro, sem norte e sem futuro. Esmagadas pela fatalidade do meio e pelas taras hereditárias, entregues a uma luta fratricida pela sobrevivência, onde não há vencedores nem vencidos, vão-se rebaixando até a derradeira miséria física e moral.

    E como se descesse na escala social seguindo a ordem da trilogia, o romancista pesquisa os confins do mundo suburbano, dos “humilhados e ofendidos”: em O mulato, era a burguesia maranhense a classe focalizada; em Casa de Pensão, a classe média inferior, vizinha do proletariado; e agora é o universo fechado de uma habitação coletiva, paredes meias com o prostíbulo e o hospital, povoada, em promiscuidade viciosa, de seres marginalizados pela cor, a falta de dinheiro ou a desgraça. Ou porque identificados desde a origem, ou por cederem ao ambiente, afogam-se na ignomínia a que os reduziu a marginalidade.

    Contrastam com esse pano de fundo miserável dois representantes da classe burguesa, o vendeiro João Romão e o Miranda, “negociante português [tanto quanto o outro], estabelecido na rua do Hospício com uma loja de fazendas por atacado.” O contraponto das duas camadas sociais conduz o romance, numa interação dialética; os conflitos dos moradores do cortiço estão condicionados, na maior parte, ao fato de serem explorados pelo homem que possui dinheiro e, portanto, as casas de aluguel: João Romão. Defrontamse, assim, duas classes, movidas pelo ódio e pela ganância: é o homo lúpus hominis, em que o Deus dinheiro mais uma vez fornece a tábua de referência. Atrofiada a consciência moral pelo aviltamento (no caso dos moradores), e pela cupidez doentia de João Romão:

Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam a um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que, no entanto, gostava imenso; vendiam-se todos e contentava-se com o resto das comidas dos trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular, de reduzir tudo a moeda.

o entredevoramento antropofágico torna-se lei. Devoração social. Exploração dos infelizes e humildes. Grito surdo e subterrâneo. Aluísio não toma partido (ao menos ostensivamente); descreve, analisa com a frieza do cirurgião que extirpa tumores malignos. À semelhança dos romancistas naturalistas em geral, parece encolher os ombros ante a evidência de que João Romão abusa impunemente dos moradores do cortiço. Determinismo. Mas um determinismo que não ousa declarar-se politicamente: a tese defendida por Aluísio move-se em território estético, ou científico, embora implique uma visão engajada do problema social. Sua patente predileção pelos humildes, talvez influência de Zola, não o arrastou a supor, idealisticamente, soluções utópicas para o impasse social. Detém-se na análise dos dramas coletivos, centrados na exploração do homem pelo homem, mas não aventura uma fórmula de resolvê-los, aliás como pedia o decálogo naturalista, de base positiva, científica e socialista.”


MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Cultrix, São Paulo: 2001. (p. 38-40)

Marque a opção CORRETA, de acordo com o texto:
Alternativas
Q3066894 Literatura

O texto adiante servirá de base para as próxima questão. 



O Cortiço é o romance em que Aluísio revela, de modo superior e inconfundível, dotes de pintor de agrupamentos humanos. Diante de nós, como o título indica, abre-se um estupendo microcosmos, a “cloaca social”, de que fala Vítor Hugo em Nossa Senhora de Paris e dela irrompe uma fauna asquerosa e vil, de répteis desvairados. Especialista em retratar almas malogradas, Aluísio passa em revista um bando de criaturas desesperançadas, atiradas à vida como enxurro, sem norte e sem futuro. Esmagadas pela fatalidade do meio e pelas taras hereditárias, entregues a uma luta fratricida pela sobrevivência, onde não há vencedores nem vencidos, vão-se rebaixando até a derradeira miséria física e moral.

    E como se descesse na escala social seguindo a ordem da trilogia, o romancista pesquisa os confins do mundo suburbano, dos “humilhados e ofendidos”: em O mulato, era a burguesia maranhense a classe focalizada; em Casa de Pensão, a classe média inferior, vizinha do proletariado; e agora é o universo fechado de uma habitação coletiva, paredes meias com o prostíbulo e o hospital, povoada, em promiscuidade viciosa, de seres marginalizados pela cor, a falta de dinheiro ou a desgraça. Ou porque identificados desde a origem, ou por cederem ao ambiente, afogam-se na ignomínia a que os reduziu a marginalidade.

    Contrastam com esse pano de fundo miserável dois representantes da classe burguesa, o vendeiro João Romão e o Miranda, “negociante português [tanto quanto o outro], estabelecido na rua do Hospício com uma loja de fazendas por atacado.” O contraponto das duas camadas sociais conduz o romance, numa interação dialética; os conflitos dos moradores do cortiço estão condicionados, na maior parte, ao fato de serem explorados pelo homem que possui dinheiro e, portanto, as casas de aluguel: João Romão. Defrontamse, assim, duas classes, movidas pelo ódio e pela ganância: é o homo lúpus hominis, em que o Deus dinheiro mais uma vez fornece a tábua de referência. Atrofiada a consciência moral pelo aviltamento (no caso dos moradores), e pela cupidez doentia de João Romão:

Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam a um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que, no entanto, gostava imenso; vendiam-se todos e contentava-se com o resto das comidas dos trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular, de reduzir tudo a moeda.

o entredevoramento antropofágico torna-se lei. Devoração social. Exploração dos infelizes e humildes. Grito surdo e subterrâneo. Aluísio não toma partido (ao menos ostensivamente); descreve, analisa com a frieza do cirurgião que extirpa tumores malignos. À semelhança dos romancistas naturalistas em geral, parece encolher os ombros ante a evidência de que João Romão abusa impunemente dos moradores do cortiço. Determinismo. Mas um determinismo que não ousa declarar-se politicamente: a tese defendida por Aluísio move-se em território estético, ou científico, embora implique uma visão engajada do problema social. Sua patente predileção pelos humildes, talvez influência de Zola, não o arrastou a supor, idealisticamente, soluções utópicas para o impasse social. Detém-se na análise dos dramas coletivos, centrados na exploração do homem pelo homem, mas não aventura uma fórmula de resolvê-los, aliás como pedia o decálogo naturalista, de base positiva, científica e socialista.”


MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Cultrix, São Paulo: 2001. (p. 38-40)

O texto alude a algumas características das obras de Aluísio Azevedo, em especial O Cortiço e O mulato e Casa de Pensão, abordando traços inerentes ao Naturalismo. O personagem João Romão tem um papel central no enredo da fabulação romanesca de O Cortiço, e o seu perfil se enquadra nos postulados estéticos e ideológicos propostos pelo Naturalismo.
As alternativas a seguir pretendem trazer alguns pontos dessa proposta estética e ideológica, que se traduziram nas ações do personagem João Romão no romance supramencionado. No entanto uma das alternativas contém um ponto que NÃO CONDIZ com o Naturalismo. Identifique-a:
Alternativas
Q3066893 Português
O texto adiante também é de autoria do escritor Cristovão Tezza. Leia-o e, em seguida, responda:

BLOGUEIRO DE PAPEL
(Cristovão Tezza)


    Antigamente a desgraça das crianças na escola eram os gibis. Coisa pesada, só péssimos exemplos: o Tio Patinhas, aquela figura mesquinha, de um egoísmo atroz, interesseiro e aproveitador, explorador de parentes; o histérico Pato Donald, um eterno fracassado a infernizar os sobrinhos; Mickey, um sujeitinho chato, namorado da também chatíssima Minnie; Pateta, um bobalhão sem graça. O estranho é que não havia propriamente “família” – os tios e tias misteriosos, todos sem pai nem mãe. Walt Disney, esse complexo mundo freudiano, sob um certo ângulo, ou esse paladino do imperialismo capitalista, sob outro, foi a minha iniciação nas letras.
    O tempo passou, os marginais de Disney substituíram-se pelos integrados Cebolinha e seus amigos, todos vivendo pacificamente vidas normais, engraçadas e tranquilas em casas com quintal – e o vilão da escola passou a ser a televisão. Foram duas décadas, a partir dos anos 1970, agora sim, ágrafas. Com a conivência disfarçada de pais e mães (um alívio!), as crianças passavam horas diante da telinha. Estudar, que é bom, nada – é o que diziam. Acompanhei essa viagem desde a TV Paraná, canal 6, com transmissões ao vivo (não havia videoteipe) no estúdio da José Loureiro. Eu colecionava a revista TV Programas, assistia ao seriado Bat Masterson e aguardava ansioso a chegada de Chico Anysio, todas as quartas. Depois vieram a TV em cores, as redes nacionais, o barateamento do mundo eletrônico, e a famigerada telinha passou a ser o próprio agente civilizador do país – boa parte do Brasil via uma torneira pela primeira vez no cenário de uma novela das oito.
    E agora, com a internet, a palavra escrita voltou inesperada ao palco de uma forma onipresente. Não há uma página na internet sem uma palavra escrita; não há um só dia em que não se escreva muito no monitor, e não se leia outro tanto. Os velhos diários dos adolescentes de antanho voltaram em forma de blogues – a intimidade trancada na gaveta de ontem agora se escancara para o mundo. E, com ela, a maldição: ora já se viu – em vez de estudar, dá-lhe Orkut!
    Tio Patinhas era melhor? Não sei dizer, mas acho que há vilões muito mais graves que a internet. E sou suspeito, também fascinado pela novidade. É verdade que nunca me converti aos blogues, que sugam tempo e precisam ser alimentados todo dia, como gatos e cachorros. Mas cá estou eu, enfim, blogueiro a manivela, inaugurando minha vida de cronista.
[01/04/2008]
TEZZA, Cristovão. Um operário em férias, organização e apresentação Christian Schwartz; ilustrações Benett. – Rio de Janeiro: Record, 2013.
Releia e responda: “Quem escreve cartas é sempre um “narrador”, alguém a distância, e não uma pessoa ao vivo.” A colocação do sinal de aspas, na palavra destacada, pode incidir sobre a significação dessa palavra ou remeter a algum sentido implícito na construção em que ela está inserida. As afirmações adiante se reportam ao destaque deste sinal na palavra, porém APENAS UMA DELAS está CORRETA. Assinale-a:
Alternativas
Q3066888 Português
O texto adiante também é de autoria do escritor Cristovão Tezza. Leia-o e, em seguida, responda:

BLOGUEIRO DE PAPEL
(Cristovão Tezza)


    Antigamente a desgraça das crianças na escola eram os gibis. Coisa pesada, só péssimos exemplos: o Tio Patinhas, aquela figura mesquinha, de um egoísmo atroz, interesseiro e aproveitador, explorador de parentes; o histérico Pato Donald, um eterno fracassado a infernizar os sobrinhos; Mickey, um sujeitinho chato, namorado da também chatíssima Minnie; Pateta, um bobalhão sem graça. O estranho é que não havia propriamente “família” – os tios e tias misteriosos, todos sem pai nem mãe. Walt Disney, esse complexo mundo freudiano, sob um certo ângulo, ou esse paladino do imperialismo capitalista, sob outro, foi a minha iniciação nas letras.
    O tempo passou, os marginais de Disney substituíram-se pelos integrados Cebolinha e seus amigos, todos vivendo pacificamente vidas normais, engraçadas e tranquilas em casas com quintal – e o vilão da escola passou a ser a televisão. Foram duas décadas, a partir dos anos 1970, agora sim, ágrafas. Com a conivência disfarçada de pais e mães (um alívio!), as crianças passavam horas diante da telinha. Estudar, que é bom, nada – é o que diziam. Acompanhei essa viagem desde a TV Paraná, canal 6, com transmissões ao vivo (não havia videoteipe) no estúdio da José Loureiro. Eu colecionava a revista TV Programas, assistia ao seriado Bat Masterson e aguardava ansioso a chegada de Chico Anysio, todas as quartas. Depois vieram a TV em cores, as redes nacionais, o barateamento do mundo eletrônico, e a famigerada telinha passou a ser o próprio agente civilizador do país – boa parte do Brasil via uma torneira pela primeira vez no cenário de uma novela das oito.
    E agora, com a internet, a palavra escrita voltou inesperada ao palco de uma forma onipresente. Não há uma página na internet sem uma palavra escrita; não há um só dia em que não se escreva muito no monitor, e não se leia outro tanto. Os velhos diários dos adolescentes de antanho voltaram em forma de blogues – a intimidade trancada na gaveta de ontem agora se escancara para o mundo. E, com ela, a maldição: ora já se viu – em vez de estudar, dá-lhe Orkut!
    Tio Patinhas era melhor? Não sei dizer, mas acho que há vilões muito mais graves que a internet. E sou suspeito, também fascinado pela novidade. É verdade que nunca me converti aos blogues, que sugam tempo e precisam ser alimentados todo dia, como gatos e cachorros. Mas cá estou eu, enfim, blogueiro a manivela, inaugurando minha vida de cronista.
[01/04/2008]
TEZZA, Cristovão. Um operário em férias, organização e apresentação Christian Schwartz; ilustrações Benett. – Rio de Janeiro: Record, 2013.
Releia e responda: “O estranho é que não havia propriamente “família” – os tios e tias misteriosos, todos sem pai nem mãe.” De acordo com as regras atinentes ao processo de formação de palavras, qual é o processo em que se enquadra a palavra grifada?
Alternativas
Q3066877 Geografia
A camada de ozônio é uma região da estratosfera que desempenha um papel crucial na proteção da vida na Terra, filtrando a radiação ultravioleta (UV) do sol. Sua degradação tem gerado preocupações ambientais e de saúde, levando a esforços globais para sua proteção e recuperação. Qual das alternativas abaixo descreve corretamente a importância da camada de ozônio?
Alternativas
Q3066876 Geografia
Em relação ao Neoliberalismo, é correto afirmar:
Alternativas
Q3066875 Geografia
A produção de soja no Brasil tem crescido exponencialmente nas últimas décadas, tornando o país um dos principais produtores e exportadores dessa commodity no mundo. Esse crescimento está relacionado a vários fatores, como a demanda interna e externa, inovações tecnológicas e práticas agrícolas, além das implicações socioeconômicas e ambientais.
Assinale (V) para verdadeiro ou (F) para falso as seguintes afirmações sobre a produção de soja no Brasil:

( ) O Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, competindo diretamente com os Estados Unidos pela liderança no mercado global.
( ) A expansão da produção de soja no Brasil não está relacionada a questões ambientais, já que o cultivo é realizado exclusivamente em áreas já desmatadas.
( ) O cultivo de soja no Brasil é responsável por impactos sociais e econômicos, incluindo a geração de empregos e a alteração do uso da terra, frequentemente afetando ecossistemas nativos
Alternativas
Q3066874 Geografia
Sobre o Pampa, localizado principalmente no sul do Brasil, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q3066873 Geografia
A respeito das relações de produção, circulação, distribuição e consumo no comércio global, assinale a correta:
Alternativas
Q3066872 Geografia
A globalização é um processo dinâmico e complexo que afeta diferentes dimensões da vida social, política e econômica no mundo. No entanto, esse fenômeno não ocorre de maneira uniforme, resultando em impactos variados entre os países e regiões. Sobre o tema, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q3066870 Geografia
A regionalização do território brasileiro é uma forma de organizar e entender as diferenças culturais, econômicas, climáticas e sociais entre as diversas áreas do país. Esse processo leva em consideração características naturais, como relevo, clima e vegetação, bem como aspectos humanos, como desenvolvimento econômico, densidade demográfica e distribuição de atividades produtivas. Ao longo da história, o Brasil foi dividido de diversas maneiras para facilitar a administração e o entendimento das particularidades de cada região.

Considerando os critérios e objetivos da regionalização do território brasileiro, escolha a alternativa que apresenta corretamente um dos aspectos que caracterizam essa divisão: 
Alternativas
Q3066869 Geografia
Ao longo dos séculos, o processo de industrialização transformou profundamente a economia, a sociedade e o modo de vida das populações em várias partes do mundo, alterando, inclusive, as estruturas políticas e culturais dos países. A industrialização mundial pode ser dividida em fases, cada uma marcada por inovações tecnológicas, mudanças no padrão produtivo e expansão de mercados. No Brasil, embora o processo tenha ocorrido de maneira mais tardia em relação a países europeus, ele também passou por fases distintas, que refletem tanto o contexto mundial quanto características locais.

Diante disso, identifique a alternativa que corresponde corretamente ao contexto e às características da fase inicial da industrialização brasileira:
Alternativas
Q3066868 Geografia
Marque a alternativa que melhor descreve a situação das taxas de fecundidade das mulheres brasileiras nos últimos anos:
Alternativas
Q3066866 Geografia
Em relação as hidrelétricas do Brasil, julgue V para verdadeiro ou F para Falso:

( ) A energia hidrelétrica é a principal fonte de ele tricidade no Brasil, representando cerca de 60% da matriz energética do país. As vastas bacias hidrográficas, como a do Amazonas e a do Paraná, proporcionam um potencial significativo para a geração de energia. Esse modelo é amplamente utilizado devido ao seu custo relativamente baixo e ao baixo impacto ambiental em comparação com fontes fósseis.
( ) A construção de grandes hidrelétricas pode gerar significativos impactos socioambientais, como a desapropriação de comunidades, a alteração de ecossistemas locais e a mudança no fluxo dos rios.
( ) Embora a geração de energia hidrelétrica seja considerada uma fonte limpa em comparação com combustíveis fósseis, as hidrelétricas podem contribuir para a emissão de gases de efeito estufa, especialmente devido à decomposição da matéria orgânica nos reservatórios. No entanto, essa emissão é geralmente muito menor do que a proveniente da queima de carvão ou petróleo.

Assinale a alternativa com a sequência correta:
Alternativas
Q3066864 Geografia
Sobre o processo de Divisão Internacional do Trabalho (DIT), qual alternativa abaixo apresenta o conceito correto:
Alternativas
Q3066862 Geografia
Leia texto abaixo:

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou por unanimidade a aquisição da Chocolates Garoto pela Nestlé Brasil. O aval do tribunal foi realizado por meio de ACC (Acordo em Controle de Concentrações), o qual prevê medidas para preservar a concorrência no mercado brasileiro de chocolates. Com a decisão, encerra-se o processo de compra da marca que tramitava há quase 20 anos. A Nestlé adquiriu a Chocolates Garoto em fevereiro de 2002. No entanto, a operação foi vetada pelo Cade em 2004. À época, a justificativa foi de que a Nestlé iria representar mais de 58% do mercado nacional (...) (fonte: 14 de junho de 2023, https://www.poder360.com.br/economia/cade-aprovavenda-da-garoto-para-nestle-depois-de-20-anos/, acessado em setembro de 2024)

Este tipo de prática monopolista é conhecido como:
Alternativas
Q3066861 Geografia
Postos de Gasolina em uma cidade se organizam para tabelarem o preço do combustível, deixando com pouca ou nenhuma diferença de preços, criando assim, uma falsa concorrência. Este tipo de prática é conhecido como:
Alternativas
Respostas
16361: B
16362: E
16363: C
16364: D
16365: A
16366: B
16367: B
16368: B
16369: B
16370: E
16371: B
16372: E
16373: C
16374: D
16375: C
16376: B
16377: A
16378: A
16379: D
16380: C