Questões de Concurso
Para prefeitura de miguel pereira - rj
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Quanto ao Programa de Saúde da Família (PSF), é correto afirmar que:
Uma das primeiras ações ao se implantar uma equipe de saúde da família em uma determinada comunidade é a realização do cadastramento. Com relação aos objetivos do cadastramento da população das áreas adscritas à Estratégia de Saúde da Família, assinale a alternativa incorreta.
O Programa de Saúde da Família foi recentemente afirmado como estratégia, por Portaria do Ministério da Saúde. Esta estratégia de saúde tem como objetivo principal:
O princípio doutrinário do SUS (Sistema Único de Saúde), que acabou diretamente com o privilégio no direito de acesso aos serviços públicos de saúde, antes restrito quase exclusivamente aos trabalhadores do mercado formal, é a:
Os repasses de recursos (inciso IV do artigo 2º - Lei nº 8.142) destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços. Para receberem os mesmos, os municípios, os estados e o distrito federal deverão contar, dentre outros, com:
Identifique as afirmativas que estão correta e marque a alternativa que as indicam.
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I - A Lei 8.142 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros.
II - A Norma Operacional Básica de 1996 (NOB-96) estabelece a habilitação dos municípios como: incipiente e/ou parcial e/ou semiplena.
III - O Programa de Saúde da Família (PSF), uma das estratégias da Atenção Básica, busca compreender o contexto do processo saúde-doença, identificando as causas e estabelecendo vínculos com a comunidade.
IV - O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação sobre os Nascidos Vivos (SINASC) foram implantados a partir de janeiro de 2006.
Em relação aos recursos humanos em saúde, não se pode afirmar que:
O SUS tem como princípio a participação da comunidade. Sobre a participação popular no SUS, é incorreto afirmar que:
O Programa de Saúde da Família e Comunidade (PSF) determina que sejam:
Texto 2:
-
A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem-feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. (...) É como se ver alguém sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo por meio do sorriso.
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HERCULANO-HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. Folha de S. Paulo, São Paulo,p.5, 17 ago.2006. Equilíbrio (Fragmento adaptado)
O plural de "corre-corre” (texto 1) e "bem estar" (texto 2) está correto na alternativa:
Texto 2:
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A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem-feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. (...) É como se ver alguém sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo por meio do sorriso.
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HERCULANO-HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. Folha de S. Paulo, São Paulo,p.5, 17 ago.2006. Equilíbrio (Fragmento adaptado)
A locução grifada no trecho abaixo expressa idéia de:
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"Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante."
Texto 2:
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A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem-feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. (...) É como se ver alguém sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo por meio do sorriso.
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HERCULANO-HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. Folha de S. Paulo, São Paulo,p.5, 17 ago.2006. Equilíbrio (Fragmento adaptado)
Assinale a opção em que as modificações na frase abaixo obedecem às normas da língua culta.
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"Faça algo bem-feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro..."
Texto 2:
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A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem-feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. (...) É como se ver alguém sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo por meio do sorriso.
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HERCULANO-HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. Folha de S. Paulo, São Paulo,p.5, 17 ago.2006. Equilíbrio (Fragmento adaptado)
“... as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bemestar." Indique a opção em que estão presentes os antecedentes dos pronomes relativos do trecho acima.
Texto 1:
-
Gente boa
-
Li outro dia um artigo sobre monges budistas, freiras de clausura e essa gente toda que medita com freqüência. Estudos provaram que eles têm mais desenvolvida a parte do cérebro que percebe o aspecto luminoso das coisas. Enxergam mínimas virtudes, têm mais compaixão e sabem amar com desprendimento.
Há sete anos passei um mês em Myanmar, a antiga Birmânia, e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu. Havia harmonia e benevolência na expressão das pessoas. Eu acordava predisposta para o bem, não porque seja de fato boa, mas porque era o que se esperava de mim. Ninguém na rua imaginava que eu pudesse dar um golpezinho, enganar ou pensar algo crítico enquanto sorria gentilmente. A delicadeza ali está por toda parte e aponta para o que há de mais puro na gente, contagiando com qualidades sublimes. Enquanto estive com aquela gente, umas belezas emboloradas foram brotando feito susto de dentro dos meus egoísmos. Por lá não há, ou não havia na época, o hábito da televisão a qualquer hora, nem sequer existia TV por satélite, e a cultura mantinha-se, assim, preservada dos costumes ocidentais. Não vi uma pessoa vestindo calça jeans, nem eu mesma, que rapidamente aprendi a amarrar panos na cintura para fazer saia igual às das moças de lá – se amarrar diferente vira saia de homem. A única infiltração de hábito ocidental que se percebe é um pouco de cinema e, mesmo assim, os filmes são quase sempre indianos.
Quem chega ali vindo de um mundo em que tudo se consegue por força fica perplexo diante dos meninos e meninas que escolhem passar, às vezes três anos de sua adolescência burilando o espírito em monastérios budistas, no preparo para a vida adulta. Saem sabendo tudo de abnegação, generosidade, da importância do silêncio, do não julgamento... Sabem pouco ou nada de sexo, drogas e rock'n'roll. E conseguem viver sem isso, rindo! Não pretendo fazer o relato sentimentalóide da pureza de um povo simples e isolado do mundo, mas é que a virtude precisa mesmo de exercício para manter-se espontânea, e aquele povo, sei lá por quê, parece achar essa prática importante. (...)
Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje – quando eu era mais simples. A vida foi se sofisticando, me deixando esperta e mais apta para o jogo social. Tive ganhos com isso mas perdi algo de genuíno que me diferenciava. Fui perdendo, no correcorre do "fiz, faço, aconteço,” o que me aproximava de uma experiência particular e única – e melhor, eu acho.
Felizmente, nada é irreversível e não preciso morar em Myanmar para resgatar minhas virtudes distantes. Posso fazer isso do meu apartamento em Copacabana - nada é mais poderoso que a firmeza de uma intenção.
Mas aí... cadê a firmeza?
-
PROENÇA, Maitê. Entre ossos e a escrita. Rio de Janeiro, 2004. p.99-100. (Fragmento)
A oração grifada em "Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje" exerce a mesma função sintática que o termo destacado na seguinte opção:
Texto 1:
-
Gente boa
-
Li outro dia um artigo sobre monges budistas, freiras de clausura e essa gente toda que medita com freqüência. Estudos provaram que eles têm mais desenvolvida a parte do cérebro que percebe o aspecto luminoso das coisas. Enxergam mínimas virtudes, têm mais compaixão e sabem amar com desprendimento.
Há sete anos passei um mês em Myanmar, a antiga Birmânia, e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu. Havia harmonia e benevolência na expressão das pessoas. Eu acordava predisposta para o bem, não porque seja de fato boa, mas porque era o que se esperava de mim. Ninguém na rua imaginava que eu pudesse dar um golpezinho, enganar ou pensar algo crítico enquanto sorria gentilmente. A delicadeza ali está por toda parte e aponta para o que há de mais puro na gente, contagiando com qualidades sublimes. Enquanto estive com aquela gente, umas belezas emboloradas foram brotando feito susto de dentro dos meus egoísmos. Por lá não há, ou não havia na época, o hábito da televisão a qualquer hora, nem sequer existia TV por satélite, e a cultura mantinha-se, assim, preservada dos costumes ocidentais. Não vi uma pessoa vestindo calça jeans, nem eu mesma, que rapidamente aprendi a amarrar panos na cintura para fazer saia igual às das moças de lá – se amarrar diferente vira saia de homem. A única infiltração de hábito ocidental que se percebe é um pouco de cinema e, mesmo assim, os filmes são quase sempre indianos.
Quem chega ali vindo de um mundo em que tudo se consegue por força fica perplexo diante dos meninos e meninas que escolhem passar, às vezes três anos de sua adolescência burilando o espírito em monastérios budistas, no preparo para a vida adulta. Saem sabendo tudo de abnegação, generosidade, da importância do silêncio, do não julgamento... Sabem pouco ou nada de sexo, drogas e rock'n'roll. E conseguem viver sem isso, rindo! Não pretendo fazer o relato sentimentalóide da pureza de um povo simples e isolado do mundo, mas é que a virtude precisa mesmo de exercício para manter-se espontânea, e aquele povo, sei lá por quê, parece achar essa prática importante. (...)
Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje – quando eu era mais simples. A vida foi se sofisticando, me deixando esperta e mais apta para o jogo social. Tive ganhos com isso mas perdi algo de genuíno que me diferenciava. Fui perdendo, no correcorre do "fiz, faço, aconteço,” o que me aproximava de uma experiência particular e única – e melhor, eu acho.
Felizmente, nada é irreversível e não preciso morar em Myanmar para resgatar minhas virtudes distantes. Posso fazer isso do meu apartamento em Copacabana - nada é mais poderoso que a firmeza de uma intenção.
Mas aí... cadê a firmeza?
-
PROENÇA, Maitê. Entre ossos e a escrita. Rio de Janeiro, 2004. p.99-100. (Fragmento)
Em "... e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu." A construção segue a norma culta, no que diz respeito à regência verbal. O mesmo não acontece em:
Texto 1:
-
Gente boa
-
Li outro dia um artigo sobre monges budistas, freiras de clausura e essa gente toda que medita com freqüência. Estudos provaram que eles têm mais desenvolvida a parte do cérebro que percebe o aspecto luminoso das coisas. Enxergam mínimas virtudes, têm mais compaixão e sabem amar com desprendimento.
Há sete anos passei um mês em Myanmar, a antiga Birmânia, e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu. Havia harmonia e benevolência na expressão das pessoas. Eu acordava predisposta para o bem, não porque seja de fato boa, mas porque era o que se esperava de mim. Ninguém na rua imaginava que eu pudesse dar um golpezinho, enganar ou pensar algo crítico enquanto sorria gentilmente. A delicadeza ali está por toda parte e aponta para o que há de mais puro na gente, contagiando com qualidades sublimes. Enquanto estive com aquela gente, umas belezas emboloradas foram brotando feito susto de dentro dos meus egoísmos. Por lá não há, ou não havia na época, o hábito da televisão a qualquer hora, nem sequer existia TV por satélite, e a cultura mantinha-se, assim, preservada dos costumes ocidentais. Não vi uma pessoa vestindo calça jeans, nem eu mesma, que rapidamente aprendi a amarrar panos na cintura para fazer saia igual às das moças de lá – se amarrar diferente vira saia de homem. A única infiltração de hábito ocidental que se percebe é um pouco de cinema e, mesmo assim, os filmes são quase sempre indianos.
Quem chega ali vindo de um mundo em que tudo se consegue por força fica perplexo diante dos meninos e meninas que escolhem passar, às vezes três anos de sua adolescência burilando o espírito em monastérios budistas, no preparo para a vida adulta. Saem sabendo tudo de abnegação, generosidade, da importância do silêncio, do não julgamento... Sabem pouco ou nada de sexo, drogas e rock'n'roll. E conseguem viver sem isso, rindo! Não pretendo fazer o relato sentimentalóide da pureza de um povo simples e isolado do mundo, mas é que a virtude precisa mesmo de exercício para manter-se espontânea, e aquele povo, sei lá por quê, parece achar essa prática importante. (...)
Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje – quando eu era mais simples. A vida foi se sofisticando, me deixando esperta e mais apta para o jogo social. Tive ganhos com isso mas perdi algo de genuíno que me diferenciava. Fui perdendo, no correcorre do "fiz, faço, aconteço,” o que me aproximava de uma experiência particular e única – e melhor, eu acho.
Felizmente, nada é irreversível e não preciso morar em Myanmar para resgatar minhas virtudes distantes. Posso fazer isso do meu apartamento em Copacabana - nada é mais poderoso que a firmeza de uma intenção.
Mas aí... cadê a firmeza?
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PROENÇA, Maitê. Entre ossos e a escrita. Rio de Janeiro, 2004. p.99-100. (Fragmento)
A autora conclui que só a ação continuada da generosidade, da aceitação do outro faz com que as pessoas realmente aprendam a viver em harmonia.
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Assinale o trecho em que se verifica esta idéia.
Texto 1:
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Gente boa
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Li outro dia um artigo sobre monges budistas, freiras de clausura e essa gente toda que medita com freqüência. Estudos provaram que eles têm mais desenvolvida a parte do cérebro que percebe o aspecto luminoso das coisas. Enxergam mínimas virtudes, têm mais compaixão e sabem amar com desprendimento.
Há sete anos passei um mês em Myanmar, a antiga Birmânia, e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu. Havia harmonia e benevolência na expressão das pessoas. Eu acordava predisposta para o bem, não porque seja de fato boa, mas porque era o que se esperava de mim. Ninguém na rua imaginava que eu pudesse dar um golpezinho, enganar ou pensar algo crítico enquanto sorria gentilmente. A delicadeza ali está por toda parte e aponta para o que há de mais puro na gente, contagiando com qualidades sublimes. Enquanto estive com aquela gente, umas belezas emboloradas foram brotando feito susto de dentro dos meus egoísmos. Por lá não há, ou não havia na época, o hábito da televisão a qualquer hora, nem sequer existia TV por satélite, e a cultura mantinha-se, assim, preservada dos costumes ocidentais. Não vi uma pessoa vestindo calça jeans, nem eu mesma, que rapidamente aprendi a amarrar panos na cintura para fazer saia igual às das moças de lá – se amarrar diferente vira saia de homem. A única infiltração de hábito ocidental que se percebe é um pouco de cinema e, mesmo assim, os filmes são quase sempre indianos.
Quem chega ali vindo de um mundo em que tudo se consegue por força fica perplexo diante dos meninos e meninas que escolhem passar, às vezes três anos de sua adolescência burilando o espírito em monastérios budistas, no preparo para a vida adulta. Saem sabendo tudo de abnegação, generosidade, da importância do silêncio, do não julgamento... Sabem pouco ou nada de sexo, drogas e rock'n'roll. E conseguem viver sem isso, rindo! Não pretendo fazer o relato sentimentalóide da pureza de um povo simples e isolado do mundo, mas é que a virtude precisa mesmo de exercício para manter-se espontânea, e aquele povo, sei lá por quê, parece achar essa prática importante. (...)
Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje – quando eu era mais simples. A vida foi se sofisticando, me deixando esperta e mais apta para o jogo social. Tive ganhos com isso mas perdi algo de genuíno que me diferenciava. Fui perdendo, no correcorre do "fiz, faço, aconteço,” o que me aproximava de uma experiência particular e única – e melhor, eu acho.
Felizmente, nada é irreversível e não preciso morar em Myanmar para resgatar minhas virtudes distantes. Posso fazer isso do meu apartamento em Copacabana - nada é mais poderoso que a firmeza de uma intenção.
Mas aí... cadê a firmeza?
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PROENÇA, Maitê. Entre ossos e a escrita. Rio de Janeiro, 2004. p.99-100. (Fragmento)
No texto, a autora alterna elementos típicos da oralidade com estruturas perfeitamente adequadas do ponto de vista do português escrito. Esse jogo contribui para dar ao texto um tom mais descontraído, e aproximar o leitor.
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Assinale a opção em que se verifica marca de oralidade.
Texto 1:
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Gente boa
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Li outro dia um artigo sobre monges budistas, freiras de clausura e essa gente toda que medita com freqüência. Estudos provaram que eles têm mais desenvolvida a parte do cérebro que percebe o aspecto luminoso das coisas. Enxergam mínimas virtudes, têm mais compaixão e sabem amar com desprendimento.
Há sete anos passei um mês em Myanmar, a antiga Birmânia, e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu. Havia harmonia e benevolência na expressão das pessoas. Eu acordava predisposta para o bem, não porque seja de fato boa, mas porque era o que se esperava de mim. Ninguém na rua imaginava que eu pudesse dar um golpezinho, enganar ou pensar algo crítico enquanto sorria gentilmente. A delicadeza ali está por toda parte e aponta para o que há de mais puro na gente, contagiando com qualidades sublimes. Enquanto estive com aquela gente, umas belezas emboloradas foram brotando feito susto de dentro dos meus egoísmos. Por lá não há, ou não havia na época, o hábito da televisão a qualquer hora, nem sequer existia TV por satélite, e a cultura mantinha-se, assim, preservada dos costumes ocidentais. Não vi uma pessoa vestindo calça jeans, nem eu mesma, que rapidamente aprendi a amarrar panos na cintura para fazer saia igual às das moças de lá – se amarrar diferente vira saia de homem. A única infiltração de hábito ocidental que se percebe é um pouco de cinema e, mesmo assim, os filmes são quase sempre indianos.
Quem chega ali vindo de um mundo em que tudo se consegue por força fica perplexo diante dos meninos e meninas que escolhem passar, às vezes três anos de sua adolescência burilando o espírito em monastérios budistas, no preparo para a vida adulta. Saem sabendo tudo de abnegação, generosidade, da importância do silêncio, do não julgamento... Sabem pouco ou nada de sexo, drogas e rock'n'roll. E conseguem viver sem isso, rindo! Não pretendo fazer o relato sentimentalóide da pureza de um povo simples e isolado do mundo, mas é que a virtude precisa mesmo de exercício para manter-se espontânea, e aquele povo, sei lá por quê, parece achar essa prática importante. (...)
Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje – quando eu era mais simples. A vida foi se sofisticando, me deixando esperta e mais apta para o jogo social. Tive ganhos com isso mas perdi algo de genuíno que me diferenciava. Fui perdendo, no correcorre do "fiz, faço, aconteço,” o que me aproximava de uma experiência particular e única – e melhor, eu acho.
Felizmente, nada é irreversível e não preciso morar em Myanmar para resgatar minhas virtudes distantes. Posso fazer isso do meu apartamento em Copacabana - nada é mais poderoso que a firmeza de uma intenção.
Mas aí... cadê a firmeza?
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PROENÇA, Maitê. Entre ossos e a escrita. Rio de Janeiro, 2004. p.99-100. (Fragmento)
Em "E conseguem viver sem isso, rindo!", o ponto de exclamação ao final da frase é indício de subjetividade e denota:
Texto 1:
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Gente boa
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Li outro dia um artigo sobre monges budistas, freiras de clausura e essa gente toda que medita com freqüência. Estudos provaram que eles têm mais desenvolvida a parte do cérebro que percebe o aspecto luminoso das coisas. Enxergam mínimas virtudes, têm mais compaixão e sabem amar com desprendimento.
Há sete anos passei um mês em Myanmar, a antiga Birmânia, e lembro-me de sentir nitidamente que aquela gente era melhor do que eu. Havia harmonia e benevolência na expressão das pessoas. Eu acordava predisposta para o bem, não porque seja de fato boa, mas porque era o que se esperava de mim. Ninguém na rua imaginava que eu pudesse dar um golpezinho, enganar ou pensar algo crítico enquanto sorria gentilmente. A delicadeza ali está por toda parte e aponta para o que há de mais puro na gente, contagiando com qualidades sublimes. Enquanto estive com aquela gente, umas belezas emboloradas foram brotando feito susto de dentro dos meus egoísmos. Por lá não há, ou não havia na época, o hábito da televisão a qualquer hora, nem sequer existia TV por satélite, e a cultura mantinha-se, assim, preservada dos costumes ocidentais. Não vi uma pessoa vestindo calça jeans, nem eu mesma, que rapidamente aprendi a amarrar panos na cintura para fazer saia igual às das moças de lá – se amarrar diferente vira saia de homem. A única infiltração de hábito ocidental que se percebe é um pouco de cinema e, mesmo assim, os filmes são quase sempre indianos.
Quem chega ali vindo de um mundo em que tudo se consegue por força fica perplexo diante dos meninos e meninas que escolhem passar, às vezes três anos de sua adolescência burilando o espírito em monastérios budistas, no preparo para a vida adulta. Saem sabendo tudo de abnegação, generosidade, da importância do silêncio, do não julgamento... Sabem pouco ou nada de sexo, drogas e rock'n'roll. E conseguem viver sem isso, rindo! Não pretendo fazer o relato sentimentalóide da pureza de um povo simples e isolado do mundo, mas é que a virtude precisa mesmo de exercício para manter-se espontânea, e aquele povo, sei lá por quê, parece achar essa prática importante. (...)
Tenho consciência de que um dia fui melhor do que hoje – quando eu era mais simples. A vida foi se sofisticando, me deixando esperta e mais apta para o jogo social. Tive ganhos com isso mas perdi algo de genuíno que me diferenciava. Fui perdendo, no correcorre do "fiz, faço, aconteço,” o que me aproximava de uma experiência particular e única – e melhor, eu acho.
Felizmente, nada é irreversível e não preciso morar em Myanmar para resgatar minhas virtudes distantes. Posso fazer isso do meu apartamento em Copacabana - nada é mais poderoso que a firmeza de uma intenção.
Mas aí... cadê a firmeza?
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PROENÇA, Maitê. Entre ossos e a escrita. Rio de Janeiro, 2004. p.99-100. (Fragmento)
Segundo as conclusões da autora, a experiência em Myanmar não a transformou em outra pessoa, mas fez com que emergissem seus sentimentos positivos.
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Assinale a opção em que se evidencia esta idéia.