Leia o texto abaixo e responda à questão proposta.
O azul da Terra
“A Terra é azul”, constatou Yuri Gagarin, o primeiro e privilegiado astronauta que a avistou lá de cima. E é azul porque tem 1,5 bilhão de quilômetros cúbicos de água. Tomando apenas sua extensão de superfície, temos 70% mais água do que terra firme no planeta. O ciclo é perfeito e interminável: o Sol aquece o solo, os rios e os mares; então, o vapor sobe, agrega-se formando nuvens, daí cai em chuva, alimentando rios, lagos, represas e lençóis subterrâneos. É assim desde que o mundo é mundo, o que nos leva a pensar que água é um recurso natural abundante e inesgotável. Não é.
Há 150 anos a possibilidade de escassez era coisa de malucos. Só que, no século 20, a população mundial triplicou. Mais gente quer dizer mais fábricas, mais desperdício e, principalmente, mais irrigação nas lavouras. Resultado: o consumo de água nesse período acabou aumentando seis vezes! De acordo com o Banco Mundial, cerca de 80 países, hoje, enfrentam problemas de abastecimento. “Mais de um bilhão de pessoas não têm acesso a fontes de água de qualidade”, acrescenta Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, com exceção da região Norte e parte do Centro-Oeste, onde estão as terras alagadiças do Pantanal, a situação dos recursos hídricos começa a ficar preocupante. [...]
Para evitar a crise da água, serão necessárias doses de bom senso e muito dinheiro. Teremos de evitar o desperdício, interromper os processos poluidores e criar novas maneiras de captação, controle e distribuição. Em alguns países desenvolvidos, a água do esgoto é tratada e depois reaproveitada. [...]
No dia a dia, cada um de seu jeito, podemos ajudar de alguma forma. Estamos acostumados a escovar os dentes com a torneira aberta, passamos muito mais tempo do que o necessário no chuveiro e, em geral, não falamos nada quando o vizinho lava o carro e deixa a mangueira derramando na calçada. Um estudo recente da Agência Nacional de Águas revela que cada brasileiro usa, todo dia, pelo menos 200 litros do – temos de convir – precioso líquido. Será que precisamos mesmo de tanto?
CAPELAS JÚNIOR, Afonso (Revista Superinteressante, junho de 2001).
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