Questões de Concurso Para if-sp

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Q1007240 Português

“Ler, escrever e refletir sobre a língua. Essas três tarefas – que no fundo são uma só: desenvolver o letramento – constituem toda a missão da escola no que diz respeito à educação em língua materna. Não há tempo a perder com outras práticas que já se comprovaram absolutamente irrelevantes e inúteis para se cumprir essa missão”

(BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2013).


De acordo com o excerto acima, há práticas pedagógicas que se mostraram ineficazes para a educação em língua materna, ou seja, que não levam a desenvolver a leitura, escrita e reflexão sobre a língua. Assinale a alternativa que apresenta atividades dessa natureza.

Alternativas
Q1007239 Português

No poemeto “I-Juca Pirama”, a crítica unânime tem admirado a ductibilidade dos ritmos que vão recortando os vários momentos da narração. Amplo e distendido nos cenários (...). Ondeante nos episódios em que se movem grupos humanos (...). Martelado nas tiradas de coragem, até o emprego do anepesto nas apóstrofes célebres da maldição.

(BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. 35. ed. São Paulo: Cultrix, 1994).


Trecho 1

Tu choraste em presença da morte?

Na presença de estranhos choraste?

Não descende o cobarde do forte;

Pois choraste, meu filho não és!

Possas tu, descendente maldito

De uma tribo de nobres guerreiros,

Implorando cruéis forasteiros,

Seres presa de via Aimorés.


Trecho 2

Não vil, não ignavo,

Mas forte, mas bravo,

Serei vosso escravo:

Aqui virei ter.

Guerreiros, não coro

Do pranto que choro:

Se a vida deploro,

Também sei morrer.

(...)

(DIAS, G. Gonçalves Dias: poesias e prosa completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008).

Alfredo Bosi, em sua leitura do poema indianista I-Juca Pirama, ressalta as qualidades rítmicas dos versos de Gonçalves Dias. Considerando os trechos extraídos do poema, podemos afirmar, com base nas observações de Bosi, que:

Alternativas
Q1007238 Português

Marcuschi assume que, de acordo com as diferentes posições existentes, pode-se ver a língua:

i) como forma ou estrutura – um sistema de regras que defende a autonomia do sistema diante das condições de produção;

ii) como instrumento – transmissor de informações, sistema de codificação;

iii) como atividade cognitiva – ato de criação e expressão do pensamento típica da espécie humana;

iv) como atividade sociointerativa situada – a perspectiva sociointeracionista relaciona os aspectos históricos e discursivos.

(adaptado de: MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Cortez, 2008).


Considerando as diferentes correntes apresentadas por Marcuschi, assinale aquela que representa a concepção de língua como atividade sociointerativa:

Alternativas
Q1007237 Português

Ainda sei da fala e sei da lavra

e sei das pedras nas palavras áspedras.

E sei que o leito da linguagem leixa

pedregulhos na letra.

É como o logro

da poeira na louça ou como o lixo

nos baldios do livro.

Ainda sei da língua e sei da linha

do luxo e suas luvas, amaciando

os calos e os dedais.

E sei da fala

E do ato de lavrá-la na falavra.

(TELES, Gilberto Mendonça. Poemas reunidos. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979).


Ao estudar a estilística morfológica, Martins (2000) defende que os aspectos morfológicos da língua são importantes para a linguagem expressiva. Segundo ela, a ideia de que vocábulos que não se incorporam na língua não têm interesse estilístico é bem discutível, já que, por um lado, não se pode antever o seu destino e, por outro lado, eles evidenciam as potencialidades dos processos de renovação do léxico e dos elementos formadores (lexemas e morfemas).


Entre os diversos processos estudados por Martins, essenciais aos recursos expressivos estilístico-lexicais, o poeta Gilberto Mendonça Teles serviu-se da

Alternativas
Q1007236 Português

“(Fabiano) - Sinhá Vitória desejava possuir uma cama igual a de seu Tomás da bolandeira. Doidice. Não dizia nada para não contrariá-la, mas sabia que era doidice. Cambembes podiam ter luxo? E estavam ali de passagem. Qualquer dia o patrão os botaria fora, e eles ganhariam o mundo, sem rumo, nem teriam meio de conduzir os cacarecos. Viviam de trouxa arrumada, dormiriam bem debaixo de um pau. Olhou a caatinga amarela, que o poente avermelhava. Se a seca chegasse, não ficaria planta verde. Arrepiou-se. Chegaria naturalmente. Sempre tinha sido assim, desde que ele se entendera. E antes de entender, antes de nascer, sucedera o mesmo – anos bons misturados com anos ruins. A desgraça estava em caminho, talvez andasse perto. Nem valia a pena trabalhar. Ele marchando para casa, trepando a ladeira, espalhando seixos com as alpercatas – ela se avizinhando a galope com vontade de matá-lo”. (RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 1980).


“(Sinhá Vitória) - Pensou de novo na cama de varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinham-se acostumado, mas seria mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro, como outras pessoas. Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido. Fabiano a princípio concordara com ela, mastigara cálculos, tudo errado. Tanto para o couro, tanto para a armação. Bem. Poderiam adquirir o móvel necessário economizando na roupa e no querosene. Sinhá Vitória respondera que isso era impossível, porque eles vestiam mal, as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao anoitecer. Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na casa”. (RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Record, 1980).


Leite (2001) apresenta a tipologia do narrador formulada por Norman Friedman (1967), que propôs um conjunto de categorias ao mesmo tempo mais sistemático e mais completo para responder às questões: Quem narra? De que posição ou ângulo em relação à história o narrador conta? Que canais de informação o narrador usa para comunicar a história? A que distância ele coloca o leitor da história?


Com base nesses autores, podemos associar o narrador dos excertos de Vida Secas à categoria

Alternativas
Respostas
401: C
402: A
403: B
404: A
405: D