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Q639678 Noções de Informática

Considerando o Navegador Google Chrome, versão 48 em português, as imagens a seguir indicam que o navegador está em qual modo de navegação?

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Q639677 Noções de Informática
Analise as alternativas a seguir e assinale a que apresenta um Software Livre.
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Q639676 Noções de Informática

Considerando o MS-EXCEL 2007, versão português, e a imagem da seguinte tabela, para a célula A1 assumir o “tom de cinza” ilustrado, foi utilizada a tecla

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Q639675 Noções de Informática

No Sistema Operacional Windows 7, ao pressionar a tecla Imagem associada para resolução da questão (Winkey),

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Q639674 Noções de Informática
Considerando o MS-WORD 2007, versão português, para agilizar o acesso às funcionalidades, existem combinações de teclas pré-definidas, como “Ctrl + C” para copiar e “Ctrl + V” para colar. Essa “combinação de teclas” é conhecida como
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Q639673 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Qual dos vocábulos a seguir, presentes no texto, é acentuado por tratar-se de um proparoxítono cuja a vogal tônica é semiaberta?
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Q639672 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Na palavra “charme”, presente no texto, há um Dígrafo. Em qual das palavras a seguir encontramos o mesmo recurso?
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Q639671 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Na frase “Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos”, a expressão destacada indica
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Q639670 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

No excerto “Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade”, acerca dos termos destacados é correto afirmar, respectivamente, que
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Q639669 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Considerando o período “as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas”, em qual das sentenças a seguir identifica-se sublinhado um termo que apresenta a mesma função do termo destacado?
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Q639668 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

No período “o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade”, a oração sublinhada estabelece com a anterior uma relação de
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Q639667 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Na oração “Ela já foi imensamente popular no passado”, a qual dos seguintes termos presentes no texto se refere o pronome em destaque?
Alternativas
Q639666 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Em relação ao trecho “Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental”, sobre a palavra destacada é correto afirmar que
Alternativas
Q639665 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

No trecho “Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade”, a palavra destacada poderia ser substituída, sem que houvesse prejuízo para a compreensão da ideia expressa, por
Alternativas
Q639664 Português

                                  A felicidade é deprimente

                                                                                                 Contardo Calligaris

      É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

      Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

      Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.

      Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

      Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

      Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

      De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

      Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

      Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

      Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

      Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

      Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

      Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.

      A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

      Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

      Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Em relação ao texto “A felicidade é deprimente”, é correto afirmar que
Alternativas
Q1177765 Direito Constitucional
Sobre a nacionalidade brasileira, é correto afirmar que
Alternativas
Q1177730 Legislação de Trânsito
Quais são os tipos de trabalhadores que podem, de acordo com o CTB, assumir o cargo de Agente da Autoridade de Trânsito?
Alternativas
Q1177723 Legislação de Trânsito
Quais são os pré-requisitos para um candidato a primeira habilitação?
Alternativas
Q1177721 História e Geografia de Estados e Municípios
A Prefeita de Valença, Jucélia Nascimento, e seu vice, Joailton de Jesus, foram eleitos em 2012 através da coligação “Um Novo Nome, um Novo Tempo”, reunindo os partidos PPS, PTN, PPL, PHS, PSD, PSDC e PRP. A quais partidos são filiados, respectivamente, a prefeita e o vice prefeito?
Alternativas
Q1177684 Direito Tributário
Acerca das limitações ao poder de tributar, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Respostas
161: D
162: C
163: A
164: E
165: A
166: A
167: C
168: B
169: E
170: B
171: D
172: C
173: A
174: D
175: B
176: C
177: D
178: B
179: A
180: A