Questões de Concurso
Para atendente social
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NÓS, OS LINCHADORES
Paulo Roberto Pires
Jornalista e professor de Comunicação da UFRJ
De Curitiba às mais longínquas periferias, grassa entre nós a ideia de que a vingança é mais rápida e eficiente do que a Justiça — e, por isso, deve substituí-la para salvar a pátria, o patrimônio ou a honra. Porteira aberta para a barbárie, esse princípio muitas vezes prevalece por meio de ardis perfeitamente legais, mas é mais frequente que se faça valer com paus e pedras. Tradição subterrânea do país abençoado por Deus e bonito por natureza, a cultura do linchamento é examinada em incômodos detalhes em A primeira pedra, documentário de Vladimir Seixas disponível no Futura Play.
O assunto é complexo e desconcertante. O ódio que aflora num linchamento certamente tem origem nos abismos sociais que se aprofundam sob a perversa orientação demofóbica que há muito define os que mandam. É fato que, quanto mais desassistido, mais vulnerável o cidadão está à ideia de fazer justiça com as próprias mãos — e, é claro, também de sofrê-la. Mas o horror não se explica apenas por conjunturas históricas e sociais: é no fator humano que está o busílis. Quando se instala a lei de talião, do olho por olho, a distância da palavra ao ato é menor do que se pode imaginar, como demonstram sobreviventes, parentes de vítimas, intelectuais e anônimos “cidadãos de bem” ouvidos no documentário.
“Se eu fosse atingida por uma violência, assassinassem um filho meu, eu ia ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos”, diz uma mulher, em off, num depoimento que abre o filme. “Eu sou uma cidadã de bem. Eu sou inclusive da área da saúde, então eu deveria zelar sempre pela vida. Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo.” Tem-se aí a medida da profundidade do buraco: cidadãos partem para o crime acreditando-se perfeitamente conformes à lei e à ordem.
José de Souza Martins, sociólogo da USP que há 30 anos estuda o tema e é consultor de A primeira pedra, calcula que cerca de 1 milhão de brasileiros tenham se envolvido em algum linchamento — hoje se acredita que uma pessoa por dia seja emboscada dessa forma. Trata-se de um ritual que vai além da explosão vingativa: não basta exterminar, é preciso supliciar a vítima. E, tão importante quanto sua imolação, é expor esse sofrimento de modo ritual, como se fundamentasse o exemplo.
Cleidenilson Pereira não tinha antecedentes criminais quando, aos 29 anos, tentou assaltar um botequim na periferia de São Luís, no Maranhão. Pego pela vizinhança, foi despido, amarrado a um poste e espancado até a morte. Mais sorte teve André Luiz Ribeiro. Confundido com o assaltante de um outro bar, este em São Paulo, foi preso por pai e filho, donos do estabelecimento, e apanhou até ser salvo por bombeiros — que resolveram dar crédito a seus apelos de inocência quando provou, numa inusitada aula sobre Revolução Francesa, que ganhava a vida como professor de história.
A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento. Foi uma notícia falsa, a princípio postada no Facebook, que sentenciou Fabiane Maria de Jesus, que tinha 33 anos. Confundida com uma sequestradora de crianças, a dona de casa foi massacrada num bairro pobre do balneário paulista do Guarujá. De um grupo de WhatsApp veio o veredicto sobre Luiz Aurélio de Paula e sua mulher, também acusados de sequestrar menores. A mensagem trazia o áudio do pai de uma criança supostamente abordada e a foto do casal. Encurralados por centenas de pessoas em Araruama, no litoral fluminense, foram salvos por guardas civis. O carro deles foi incendiado.
O caldo em que fervem notícias falsas, afrontas aos direitos humanos e incitação à violência alimenta as turbas de linchadores que clamam por justiça.
E, não por acaso, nutre as propostas de governo do inominável candidato à Presidência. A primeira pedra faz ver melhor o presente e projeta uma distopia tenebrosa, que deve ser combatida sem relativismos. “Cidadãos de bem”, um número significativo deles, parecem dispostos a referendar como política de Estado o que nesse documentário essencial é mostrado como o que de fato é: um crime bárbaro e sem atenuantes.
Adaptação: https://epoca.globo.com/pauloroberto-pires/nos-os-linchadores-22855210,
acesso em 12 de jul. de 2018.
A paixão pelo futebol não é algo exclusivo para homens, muito menos no Brasil, onde o esporte é uma febre nacional. Ana Carla Portela, que faz locuções de partidas para vídeos veiculados online, diz entender mais de futebol que muitos homens. Para ela, a ideia preconceituosa de que mulher que gosta de futebol é "Maria chuteira" está menos presente na sociedade.
A palmeirense Manuela Biz e a corintiana Luciana Hruby dividem apartamento há mais de sete meses e se orgulham, não só do conhecimento que têm sobre o esporte, como também de nunca ter brigado por causa dos times.
(Folhaonline, acesso em 21 mar. 2010.)
Assinale a alternativa que melhor resume esse texto.
A paixão pelo futebol não é algo exclusivo para homens, muito menos no Brasil, onde o esporte é uma febre nacional. Ana Carla Portela, que faz locuções de partidas para vídeos veiculados online, diz entender mais de futebol que muitos homens. Para ela, a ideia preconceituosa de que mulher que gosta de futebol é "Maria chuteira" está menos presente na sociedade.
A palmeirense Manuela Biz e a corintiana Luciana Hruby dividem apartamento há mais de sete meses e se orgulham, não só do conhecimento que têm sobre o esporte, como também de nunca ter brigado por causa dos times.
(Folhaonline, acesso em 21 mar. 2010.)Assinale a alternativa que melhor resume esse texto.
Observe o uso do há no último parágrafo do texto e considere as seguintes ocorrências.
1. Há muito eles não ouviam falar do seu time. 2. O Joel assinará o contrato com o time daqui há 3 meses. 3. Há quem diga que não consegue entender o resultado daqueles jogos. 4. Há dez quilômetros daqui encontraremos um restaurante.
Em que ocorrência(s) acima a palavra grifada foi usada corretamente?
1. O servidor tem direito a ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual.
2. É garantida a inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do mandato, exceto se a pedido do servidor.
3. Pode ser descontado em folha, sem ônus para a entidade sindical municipal a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembleia geral da categoria de acordo com a legislação vigente e mediante autorização expressa do servidor.
4. Como servidor concursado no município, sua associação sindical é compulsória, segundo lei municipal específica.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
A obrigatoriedade de inclusão da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica trata-se de decisão política, com fortes repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. Com esta medida, reconhece-se que, além de garantir vagas para os negros nos bancos escolares, é preciso valorizar devidamente a história e cultura de seu povo, buscando reparar danos, que se repetem há cinco séculos, à sua identidade e a seus direitos.
A partir desse texto, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à população negra, ao contrário, diz respeito a todos os brasileiros.
( ) A inclusão dessa disciplina na Educação Básica significa tão somente o acrescentamento de novos conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e africana aos demais conteúdos já existentes nesse nível de ensino, bastando para isso que sejam ajustados os planos de ensino das escolas.
( ) Os projetos pedagógicos das escolas deverão articular, além dos conteúdos, também vivências, relações comunitárias e a participação de estudiosos e representantes do Movimento Negro.
( ) A introdução da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica é obrigatória como oferta para o sistema educacional e para a escola, e optativa para os educandos, cabendo aos pais ou responsáveis autorizarem seus filhos ou dependentes a efetuar matrícula nessa disciplina.
( ) Todo professor que se interesse pelo assunto estará qualificado para ministrar essa disciplina.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Prometeus, a revolução da mídia Para estimular a reflexão acerca das modificações socioculturais provocadas pela Internet, vale dar uma olhada no vídeo Prometeus, a revolução da mídia (5'13"). Trata-se de um pequeno filme que, mesclando ficção científica com dados reais, levanta hipóteses surreais, porém plausíveis, acerca da fusão entre o real e o virtual. O vídeo também traz à tona outras questões já efetivamente existentes sobre a Internet. Um exemplo é o surgimento do "prossumidor" – produtor e consumidor de informações - como agente modificador das relações de comunicação de massa. [...] (Filosofia, Ciência e Vida, ano IV, n° 44.)
A partir da afirmação de que o vídeo "levanta hipóteses surreais, porém plausíveis", é correto inferir:
( ) O projeto impede o registro de candidaturas de políticos com condenação por crimes graves após decisão colegiada da Justiça (mais de um juiz).
( ) Segundo o projeto, o candidato que for denunciado por algum crime durante o mandato e renunciar para evitar a cassação terá os direitos políticos preservados.
( ) A lei da Ficha Limpa entrará em vigor em 2012, para as eleições municipais.
( ) O projeto Ficha Limpa representa um avanço para a redução do número de políticos desonestos que ocupam cargos eletivos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Em relação aos ideais propostos por IAMAMOTO sobre a realidade a ser encontrada pelo Assistente Social, analisar a sentença abaixo:
É no contexto da globalização mundial sobre a hegemonia do grande capital financeiro, da aliança entre o capital bancário e o capital industrial, que se testemunha a revolução técnico-científica, que instaura novos padrões de produzir e gerir o trabalho, reduzindo, ao mesmo tempo, a demanda de trabalho, ampliando a população sobrante e fazendo crescer a exclusão social, econômica, política e cultural (1ª parte). A acumulação de capital pode ser parceira da igualdade social, já que a exaltação do mercado e do consumo se conecta ao processo de distribuição de renda, capital e poder (2ª parte). O Assistente Social tem como desafio tornar-se um profissional não só executivo das ações já existentes, mas propositivo de propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos (3ª parte).
A sentença está:
A respeito das Forças e Mediações, em conformidade com FALEIROS, as sinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE:
A construção e desconstrução de mediações no processo de fragilização e fortalecimento do poder implica um _____________ para captar as relações e elaborar estratégias que constituem o campo de um a profissão de intervenção social na constante relação da teoria/prática.
De acordo com a exposição de YAZBEK sobre as ações do Estado para o enfrentamento à pobreza, assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE:
Historicamente, a assistência tem sido uma das estratégias acionadas pelo Estado para enfrentar a __________ , e não se dissocia, portanto, das relações que caracterizam a sociedade de classes. Tradicionalmente, as ações públicas de enfrentamento da pobreza na sociedade brasileira têm sido acompanhadas por algumas distorções, que lhe conferem um perfil limitado e ambíguo.
São múltiplas as relações sociais que fazem com que o indivíduo exista socialmente. A família existe enquanto relação, pois não é qual quer homem/mulher/criança que constitui uma família. Sobre relações sociais, analisar os itens abaixo:
I. No capitalismo, os grandes proprietários dispõem do patrimônio da mobilização e da organização política.
II. São nas relações sociais que passamos a existir e nas quais nos identificamos.
III. As relações sociais são mediadas por determinações concretas e reais.
IV. No modo capitalista de produção, a relação de trabalho/salário, estável ou precária, determina a sobrevivência de grande parte das pessoas.
Estão CORRETOS: