Questões de Concurso
Para médico veterinário
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Um suíno de vida livre, de aproximadamente 5 anos, foi visualizado a campo com dificuldade respiratória, passados 24 horas foi achado em óbito. O médico veterinário ao proceder a avaliação necroscópica encontrou os seguintes achados: no pulmão a presença de massa de parasitas nos bronquíolos, que foram retirados para fins de identificação, juntamente com o conteúdo circundante, levados ao laboratório, onde à microscopia verificou-se que se tratavam de parasitas adultos e que as fêmeas depositavam grande quantidade de ovos. Após a abertura do intestino e visualização do conteúdo foram encontrados parasitas cilíndricos ligeiramente achatados, fixados, especialmente no jejuno. Após retirados também foram submetidos à visualização no laboratório, onde observou-se a presença de probóscide globular com seis fileiras transversais de ganchos. Os machos possuem entre 5 e 10 cm e as fêmeas entre 20 a 35 cm de comprimento. O exame de fezes revelou a presença de ovos de parede espessa e com um acânter em seu interior, que foi atribuído ao parasita localizado no intestino. Assinale a alternativa que apresenta os parasitas que foram encontrados no pulmão e no intestino, respectivamente.
De acordo com o Guia Brasileiro de Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica do MCTIC, a finalidade dos graus de invasividade é alertar os pesquisadores, as Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUA’s) e a todos os envolvidos com os cuidados dos animais sobre o risco de dor ou distresse a que os animais serão submetidos durante a execução dos protocolos. Os graus de invasividade orientam os pesquisadores, médicos veterinários, técnicos e membros das CEUA’s a darem atenção especial aos protocolos que poderão causar dor ou distresse aos animais. A classificação é contida na DIRETRIZ BRASILEIRA PARA O CUIDADO E A UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS EM ATIVIDADES DE ENSINO OU DE PESQUISA CIENTÍFICA DBCA e se baseia em uma aproximação preventiva, segundo o nível potencial de dor e distresse que os animais possam sentir. Considerando: experimentos que causam estresse, desconforto ou dor, de leve intensidade (ex.: procedimentos cirúrgicos menores, como biópsias, sob anestesia; períodos breves de contenção e imobilidade em animais conscientes; exposição a níveis não letais de compostos químicos, que não causem reações adversas graves). A descrição dada é classificada como grau de invasividade:
Um grupo de suínos, com aproximadamente 40 quilos, mostrou sinais de septicemia aguda, com febre alta, prostração, anorexia e andar cambaleante; lesões cutâneas, com contornos lembrando a um losango foram observadas. Os suínos que morreram foram necropsiados e os achados foram: hemorragias petequiais no epicárdio e no córtex dos rins, o baço estava congestionado e aumentado de volume; a microscopia da impressão do fígado mostrou bacilos finos, gram positivos. Em laboratório, as culturas dessa bactéria eram catalase negativos, coagulase positivos, imóveis, resistentes a altas concentrações de sais, crescendo em temperaturas que podem variar de 5o a 42oC. Assinale a alternativa que apresenta a bactéria que causa essa doença.
Os procedimentos de eutanásia realizados em animais incluídos em atividades de ensino ou de pesquisa científica deve garantir a perda da consciência de forma rápida, irreversível e desprovida de experiência emocional ou física desagradável, ou seja, o animal não deve apresentar dor, estresse, apreensão ou ansiedade. Independentemente do método de eleição, a inconsciência deve anteceder a parada cardiorrespiratória, seguida da perda da função cerebral. Os procedimentos de eutanásia devem ser supervisionados pelo Responsável Técnico pela instalação animal. Este deve ter o título de Médico Veterinário com registro ativo no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), da Unidade Federativa em que o estabelecimento esteja localizado, sob Anotação de Responsabilidade Técnica (ART); nesta linha, as recomendações do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal determinam um método de eutanásia inaceitável.
Assinale a alternativa que apresenta esse método.
Assinale a alternativa correta.
De acordo com a legislação vigente, é competência das Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUAs):
O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) completa em 2018 mais um ano de existência. Para celebrar a data, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) promove o 3º Simpósio Geral do CONCEA, em agosto de 2018, na cidade de São Paulo. O anúncio desse evento foi realizado pelo subsecretário de conselhos e subcomissões do MCTIC, que cita “O ministério tem o compromisso de promover a ética no uso de animais no ensino e na pesquisa, além de divulgar informações sobre abordagens alternativas.” A criação do CONCEA foi realizada pela “Lei Arouca” em homenagem ao médico sanitarista Sérgio Arouca.
(Adaptado de www.mctic.gov.br).
Esta lei que gerou a criação do CONCEA recebe a numeração e ano:
Considere a sequência numérica:
1, 3, 7, 13, 21, 31, 43, ...
A diferença entre o décimo e o nono termo dessa sequência é igual a:
Uma e-shop apresenta os seguintes anúncios.
_____________R$ 22,00 |
_____________R$ 20,00 |
______R$ 24,00 |
Considerando que os produtos iguais têm preços iguais nos diferentes anúncios. Assinale o preço de cada taça.
Marco e Maia partiram do mesmo ponto. Maia seguiu 3 metros na direção norte em seguida 5 metros na direção leste. Marco seguiu 1 metro na direção norte, 7 metros na direção oeste e, em seguida, 3 metros na direção sul. Após esses movimentos, a distância entre Marco e Maia é:
No setor que Paulo trabalha, há 10 mulheres e 5 homens. Serão formados grupos com 2 mulheres e 3 homens. Assinale a alternativa que indica em quantas das possibilidades Paulo fará parte do grupo.
Assinale o equivalente lógico da frase:
“Se chover, então eu não saio.”
Dadas as seguintes proposições:
I) Se Carlos canta, então ele é feliz.
II) Se Carlos não canta, então ele não é feliz.
III) Não é verdade que Carlos canta e não é feliz.
IV) Carlos é feliz ou não canta.
É correto afirmar que são logicamente equivalentes apenas as proposições:
A operação lógica descrita pela tabela verdade da função F, cujos operandos são p e q, é:
p________q________F |
V________V________V |
V________F________F |
F________V________F |
F________F________V |
Analise a afirmação:
“Nem todos os alunos gostam de Matemática e todos os professores sabem disso.”
Assinale a alternativa que apresenta a negação lógica da afirmação acima.
Assinale a alternativa que apresenta a pontuação adequada, mantendo a clareza do texto.
Consumo e consumismo: pela consciência em primeiro lugar
Desirée Ruas
Não há como fugir do consumo. Ele representa nossa sobrevivência e não é possível passar um único dia sem praticá-lo. Precisamos adquirir bens para suprir nossas necessidades de alimentação, vestuário, lazer, educação, abrigo.
Associada ao termo consumo sempre surge a ideia do consumismo e cuja diferenciação não é tão simples quanto parece. Muito mais do que pessoas que compram muito e adquirem bens que não precisam, o consumismo é um retrato do modelo atual de sociedade, do desperdício e dos valores que imperam. O consumismo refere-se a um modo de vida orientado por uma crescente busca pelo consumo de bens ou serviços e sua relação simbólica com prazer, sucesso, felicidade, que todos os seres humanos almejam, e frequentemente é observado nas mensagens comerciais dos meios de comunicação de massa.
Em meio às suas rotinas de consumo, as pessoas têm cada vez mais dificuldade em perceber o que é necessário e o que é supérfluo e avaliar o tamanho do seu consumo. E é natural que o que é essencial para uma pessoa seja dispensável para outra devido à complexidade e à diversidade do ser humano. Qual é, afinal, o consumo ideal para uma pessoa ou uma família? Podemos mensurar as necessidades do outro? E seus desejos? Mais do que focar nos consumidores, podemos ter a percepção do tamanho do consumismo observando o culto ao consumo que impera em todos os meios. O nosso sistema de produção e toda a engrenagem que alimenta o sistema capitalista são impulsionados pelo consumo excessivo. Basta verificarmos como produzimos bens para serem pouco usados e logo descartados, com enorme impacto ambiental, gasto de água, recursos, energia e trabalho humano, para sentirmos como nossos processos não são sustentáveis, por mais que tentem pintá-los de verde. Enquanto convivermos com o bombardeio publicitário incentivando o consumismo, com a obsolescência programada não apenas de produtos tecnológicos mas também de pessoas, suas roupas e demais objetos, e um modelo de produção linear, que produz grande volume de resíduos, estamos vivenciando o consumismo.
Indução ao consumo
Comerciais abusivos que falam direto para as crianças, promoções que nos ofertam brindes e descontos tipo leve 6 e pague 5, campanhas sedutoras e estratégias de venda com profundo conhecimento do comportamento humano. Armadilhas para um mundo consumista. Conseguir se desvencilhar deste grande emaranhado de recursos que induzem ao consumismo é hoje uma tarefa que exige um redescobrir do que é o ser humano, do nosso papel, e da nossa condição acima de “sujeitosmercadorias”, como coloca o escritor Zygmunt Bauman. Será que conseguimos? Um desafio que engloba uma tomada de consciência, uma nova comunicação midiática, mudança de valores, educação ambiental e para o consumo e, sobretudo, uma educação para a vida.
In.: http://conscienciaeconsumo.com.br/artigos/
consumo-e-consumismo-pela-consciencia-em-primei-
ro-lugar/ Acesso 20/03/2018.
Assinale a alternativa correta.
LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR QUE SERVIRÁ DE BASE PARA AS QUESTÕES DE 01 A 07.
MANUAL DA DEMISSÃO
Por Nelson Vasconcelos – 02/02/2018 4:30
RIO — Desemprego não é assunto que costuma ser encarado com bom humor. Dá para entender. Em geral, significa perdas, lamentos, incógnitas e, por isso mesmo, medo do futuro. No entanto, quando esse desastre cai no colo da escritora carioca Julia Wähmann, é impossível não rir. Tendo em mãos o seu ”Manual da demissão”, que será lançado na Travessa de Ipanema no próximo dia 7, a gente ri até de nervoso. Mas ri muito.
A narradora J. inicia sua história numa segunda-feira de terror corporativo, quando o patrão maluco começa a liquidar um quinto da equipe sob um lema universal: “É a crise, você sabe”. A longa manhã sacramenta o tormento de quem sai em busca de novos desafios e, também, de quem fica segurando a barra, sob a possibilidade permanente de estar na próxima lista de demissões. Se você já tiver vivido algo assim, vai se identificar com cada palavra do livro, e só não vai se acabar em tremedeiras porque o humor de Julia derruba qualquer tristeza.
MUITAS EMOÇÕES
Como sofrimento pouco é bobagem, J. é demitida dias depois de ser abandonada pelo namorado. Mas essa perda acaba em segundo plano — o que não quer dizer que desapareça de vez. Só cai um pouco em importância, tornando-se mais um fantasminha de J.
O que importa, agora, é vencer as várias etapas que surgem na vida da nova desempregada. J. as enumera sempre com muita graça. O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa atrás do FGTS, unir-se a novos parceiros de desventura, afogar-se no veneno do tempo ocioso, criar desculpinhas a respeito de projetos inexistentes, conceber ideias mirabolantes para garantir o sustento, a praia, a opção preferencial pelos chinelos, a depressão, o mergulho nos remedinhos-antidepressivos-que-nos-deixam-dementes, o êxodo dos amigos, a pós-depressão, a recuperação, os próximos capítulos... São muitas emoções.
Falando assim, “Manual da demissão” parece assustador, deprimente. Nada disso. A narradora mostra (ou reitera) que o humor é fundamental para que a gente encare situações adversas. Humor é inteligência, é reflexão, é salvação, jogo rápido, não é fuga.
No fim das contas, o livrinho se torna um guia de ajuda para quem passa por momentos difíceis. E até podemos pensar que a própria autora exorcizou ali seus fantasmas em relação à perda dos tão amados emprego e namorado. Tanto que, no meio de tantas frases bem sacadas, temos aí uma associação deveras interessante, que deveria estar clara na cabeça de todo mundo viciado em ter carteira assinada. É mais ou menos isso: você devota ao emprego um amor verdadeiro que não é recíproco, por mais que o RH diga algo diferente. Você se dedica à empresa, sofre por ela, vira as noites com ela, e acha que ficará nessa por toda a eternidade. Mas um dia o patrão fica maluco e a moça do RH vai chamar para uma conversinha... É a crise, você sabe.
Guardadas as proporções, acontece a mesma coisa na relação com namorados, amantes, peguetes. Pensar que uma paixão de ocasião será infinita é, no mínimo, inocência. E tem gente que nunca se recupera do pé na bunda — seja por parte do namorado, seja por parte do patrão maluco. Mas Julia Wähmann mostra que tudo isso passa. O problema é que, enquanto não passa, dói pra burro.
“Manual da demissão”, romance de Julia
Wähmann. Editora Record, 142 páginas.
Texto acessado em 13/03/2018 em https://
oglobo.globo.com/cultura/livros/livro-manual-da-
demissao-carinho-bem-humorado-em-quem-perde-
emprego-22356164
“Falando assim, ‘Manual da demissão’ parece assustador, deprimente. Nada disso. A narradora mostra (ou reitera) que o humor é fundamental para que a gente encare situações adversas. Humor é inteligência, é reflexão, é salvação, jogo rápido, não é fuga.” Ao reescrever o trecho, assinale a alternativa adequada quanto à norma padrão e sem alteração de sentido.
LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR QUE SERVIRÁ DE BASE PARA AS QUESTÕES DE 01 A 07.
MANUAL DA DEMISSÃO
Por Nelson Vasconcelos – 02/02/2018 4:30
RIO — Desemprego não é assunto que costuma ser encarado com bom humor. Dá para entender. Em geral, significa perdas, lamentos, incógnitas e, por isso mesmo, medo do futuro. No entanto, quando esse desastre cai no colo da escritora carioca Julia Wähmann, é impossível não rir. Tendo em mãos o seu ”Manual da demissão”, que será lançado na Travessa de Ipanema no próximo dia 7, a gente ri até de nervoso. Mas ri muito.
A narradora J. inicia sua história numa segunda-feira de terror corporativo, quando o patrão maluco começa a liquidar um quinto da equipe sob um lema universal: “É a crise, você sabe”. A longa manhã sacramenta o tormento de quem sai em busca de novos desafios e, também, de quem fica segurando a barra, sob a possibilidade permanente de estar na próxima lista de demissões. Se você já tiver vivido algo assim, vai se identificar com cada palavra do livro, e só não vai se acabar em tremedeiras porque o humor de Julia derruba qualquer tristeza.
MUITAS EMOÇÕES
Como sofrimento pouco é bobagem, J. é demitida dias depois de ser abandonada pelo namorado. Mas essa perda acaba em segundo plano — o que não quer dizer que desapareça de vez. Só cai um pouco em importância, tornando-se mais um fantasminha de J.
O que importa, agora, é vencer as várias etapas que surgem na vida da nova desempregada. J. as enumera sempre com muita graça. O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa atrás do FGTS, unir-se a novos parceiros de desventura, afogar-se no veneno do tempo ocioso, criar desculpinhas a respeito de projetos inexistentes, conceber ideias mirabolantes para garantir o sustento, a praia, a opção preferencial pelos chinelos, a depressão, o mergulho nos remedinhos-antidepressivos-que-nos-deixam-dementes, o êxodo dos amigos, a pós-depressão, a recuperação, os próximos capítulos... São muitas emoções.
Falando assim, “Manual da demissão” parece assustador, deprimente. Nada disso. A narradora mostra (ou reitera) que o humor é fundamental para que a gente encare situações adversas. Humor é inteligência, é reflexão, é salvação, jogo rápido, não é fuga.
No fim das contas, o livrinho se torna um guia de ajuda para quem passa por momentos difíceis. E até podemos pensar que a própria autora exorcizou ali seus fantasmas em relação à perda dos tão amados emprego e namorado. Tanto que, no meio de tantas frases bem sacadas, temos aí uma associação deveras interessante, que deveria estar clara na cabeça de todo mundo viciado em ter carteira assinada. É mais ou menos isso: você devota ao emprego um amor verdadeiro que não é recíproco, por mais que o RH diga algo diferente. Você se dedica à empresa, sofre por ela, vira as noites com ela, e acha que ficará nessa por toda a eternidade. Mas um dia o patrão fica maluco e a moça do RH vai chamar para uma conversinha... É a crise, você sabe.
Guardadas as proporções, acontece a mesma coisa na relação com namorados, amantes, peguetes. Pensar que uma paixão de ocasião será infinita é, no mínimo, inocência. E tem gente que nunca se recupera do pé na bunda — seja por parte do namorado, seja por parte do patrão maluco. Mas Julia Wähmann mostra que tudo isso passa. O problema é que, enquanto não passa, dói pra burro.
“Manual da demissão”, romance de Julia
Wähmann. Editora Record, 142 páginas.
Texto acessado em 13/03/2018 em https://
oglobo.globo.com/cultura/livros/livro-manual-da-
demissao-carinho-bem-humorado-em-quem-perde-
emprego-22356164
Na expressão retirada do texto “as enumera”, as se refere a:
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MANUAL DA DEMISSÃO
Por Nelson Vasconcelos – 02/02/2018 4:30
RIO — Desemprego não é assunto que costuma ser encarado com bom humor. Dá para entender. Em geral, significa perdas, lamentos, incógnitas e, por isso mesmo, medo do futuro. No entanto, quando esse desastre cai no colo da escritora carioca Julia Wähmann, é impossível não rir. Tendo em mãos o seu ”Manual da demissão”, que será lançado na Travessa de Ipanema no próximo dia 7, a gente ri até de nervoso. Mas ri muito.
A narradora J. inicia sua história numa segunda-feira de terror corporativo, quando o patrão maluco começa a liquidar um quinto da equipe sob um lema universal: “É a crise, você sabe”. A longa manhã sacramenta o tormento de quem sai em busca de novos desafios e, também, de quem fica segurando a barra, sob a possibilidade permanente de estar na próxima lista de demissões. Se você já tiver vivido algo assim, vai se identificar com cada palavra do livro, e só não vai se acabar em tremedeiras porque o humor de Julia derruba qualquer tristeza.
MUITAS EMOÇÕES
Como sofrimento pouco é bobagem, J. é demitida dias depois de ser abandonada pelo namorado. Mas essa perda acaba em segundo plano — o que não quer dizer que desapareça de vez. Só cai um pouco em importância, tornando-se mais um fantasminha de J.
O que importa, agora, é vencer as várias etapas que surgem na vida da nova desempregada. J. as enumera sempre com muita graça. O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa atrás do FGTS, unir-se a novos parceiros de desventura, afogar-se no veneno do tempo ocioso, criar desculpinhas a respeito de projetos inexistentes, conceber ideias mirabolantes para garantir o sustento, a praia, a opção preferencial pelos chinelos, a depressão, o mergulho nos remedinhos-antidepressivos-que-nos-deixam-dementes, o êxodo dos amigos, a pós-depressão, a recuperação, os próximos capítulos... São muitas emoções.
Falando assim, “Manual da demissão” parece assustador, deprimente. Nada disso. A narradora mostra (ou reitera) que o humor é fundamental para que a gente encare situações adversas. Humor é inteligência, é reflexão, é salvação, jogo rápido, não é fuga.
No fim das contas, o livrinho se torna um guia de ajuda para quem passa por momentos difíceis. E até podemos pensar que a própria autora exorcizou ali seus fantasmas em relação à perda dos tão amados emprego e namorado. Tanto que, no meio de tantas frases bem sacadas, temos aí uma associação deveras interessante, que deveria estar clara na cabeça de todo mundo viciado em ter carteira assinada. É mais ou menos isso: você devota ao emprego um amor verdadeiro que não é recíproco, por mais que o RH diga algo diferente. Você se dedica à empresa, sofre por ela, vira as noites com ela, e acha que ficará nessa por toda a eternidade. Mas um dia o patrão fica maluco e a moça do RH vai chamar para uma conversinha... É a crise, você sabe.
Guardadas as proporções, acontece a mesma coisa na relação com namorados, amantes, peguetes. Pensar que uma paixão de ocasião será infinita é, no mínimo, inocência. E tem gente que nunca se recupera do pé na bunda — seja por parte do namorado, seja por parte do patrão maluco. Mas Julia Wähmann mostra que tudo isso passa. O problema é que, enquanto não passa, dói pra burro.
“Manual da demissão”, romance de Julia
Wähmann. Editora Record, 142 páginas.
Texto acessado em 13/03/2018 em https://
oglobo.globo.com/cultura/livros/livro-manual-da-
demissao-carinho-bem-humorado-em-quem-perde-
emprego-22356164
“Se você já tiver vivido algo assim, vai se identificar com cada palavra do livro...” A ideia contida nesse trecho do texto é de:
LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR QUE SERVIRÁ DE BASE PARA AS QUESTÕES DE 01 A 07.
MANUAL DA DEMISSÃO
Por Nelson Vasconcelos – 02/02/2018 4:30
RIO — Desemprego não é assunto que costuma ser encarado com bom humor. Dá para entender. Em geral, significa perdas, lamentos, incógnitas e, por isso mesmo, medo do futuro. No entanto, quando esse desastre cai no colo da escritora carioca Julia Wähmann, é impossível não rir. Tendo em mãos o seu ”Manual da demissão”, que será lançado na Travessa de Ipanema no próximo dia 7, a gente ri até de nervoso. Mas ri muito.
A narradora J. inicia sua história numa segunda-feira de terror corporativo, quando o patrão maluco começa a liquidar um quinto da equipe sob um lema universal: “É a crise, você sabe”. A longa manhã sacramenta o tormento de quem sai em busca de novos desafios e, também, de quem fica segurando a barra, sob a possibilidade permanente de estar na próxima lista de demissões. Se você já tiver vivido algo assim, vai se identificar com cada palavra do livro, e só não vai se acabar em tremedeiras porque o humor de Julia derruba qualquer tristeza.
MUITAS EMOÇÕES
Como sofrimento pouco é bobagem, J. é demitida dias depois de ser abandonada pelo namorado. Mas essa perda acaba em segundo plano — o que não quer dizer que desapareça de vez. Só cai um pouco em importância, tornando-se mais um fantasminha de J.
O que importa, agora, é vencer as várias etapas que surgem na vida da nova desempregada. J. as enumera sempre com muita graça. O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa atrás do FGTS, unir-se a novos parceiros de desventura, afogar-se no veneno do tempo ocioso, criar desculpinhas a respeito de projetos inexistentes, conceber ideias mirabolantes para garantir o sustento, a praia, a opção preferencial pelos chinelos, a depressão, o mergulho nos remedinhos-antidepressivos-que-nos-deixam-dementes, o êxodo dos amigos, a pós-depressão, a recuperação, os próximos capítulos... São muitas emoções.
Falando assim, “Manual da demissão” parece assustador, deprimente. Nada disso. A narradora mostra (ou reitera) que o humor é fundamental para que a gente encare situações adversas. Humor é inteligência, é reflexão, é salvação, jogo rápido, não é fuga.
No fim das contas, o livrinho se torna um guia de ajuda para quem passa por momentos difíceis. E até podemos pensar que a própria autora exorcizou ali seus fantasmas em relação à perda dos tão amados emprego e namorado. Tanto que, no meio de tantas frases bem sacadas, temos aí uma associação deveras interessante, que deveria estar clara na cabeça de todo mundo viciado em ter carteira assinada. É mais ou menos isso: você devota ao emprego um amor verdadeiro que não é recíproco, por mais que o RH diga algo diferente. Você se dedica à empresa, sofre por ela, vira as noites com ela, e acha que ficará nessa por toda a eternidade. Mas um dia o patrão fica maluco e a moça do RH vai chamar para uma conversinha... É a crise, você sabe.
Guardadas as proporções, acontece a mesma coisa na relação com namorados, amantes, peguetes. Pensar que uma paixão de ocasião será infinita é, no mínimo, inocência. E tem gente que nunca se recupera do pé na bunda — seja por parte do namorado, seja por parte do patrão maluco. Mas Julia Wähmann mostra que tudo isso passa. O problema é que, enquanto não passa, dói pra burro.
“Manual da demissão”, romance de Julia
Wähmann. Editora Record, 142 páginas.
Texto acessado em 13/03/2018 em https://
oglobo.globo.com/cultura/livros/livro-manual-da-
demissao-carinho-bem-humorado-em-quem-perde-
emprego-22356164
“O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa...”. O autor utilizou o termo périplo, “s.m., navegação à volta de um mar, país ou continente; relação de uma viagem desse gênero”, porque: