Questões de Concurso Para professor - séries iniciais

Foram encontradas 1.344 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2369222 Português
O homem que espalhou o deserto


          Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome, filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia a dia, constante, de manhã à noite.

        Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.

       A mãe, muito contente, apesar de o filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.

        Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar.

        Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.

         Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.

         Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos atacava, limpava, deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em vias de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.

          E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.

       E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão.


(BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem que espalhou o deserto. In: Cadeiras proibidas. 2.ed. Rio de Janeiro, Codecri, 1979. p. 78-80.)
Tendo em vista as ideias enfatizadas ao longo do texto, assinale a afirmativa inadequada.
Alternativas
Q2369221 Português
O homem que espalhou o deserto


          Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome, filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia a dia, constante, de manhã à noite.

        Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.

       A mãe, muito contente, apesar de o filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.

        Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar.

        Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.

         Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.

         Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos atacava, limpava, deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em vias de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.

          E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.

       E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão.


(BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem que espalhou o deserto. In: Cadeiras proibidas. 2.ed. Rio de Janeiro, Codecri, 1979. p. 78-80.)
Escrito por Ignácio de Loyola Brandão, o conto “O homem que espalhou o deserto” narra a história de um garoto que, não estimulado a ser uma criança pela mãe, criou um deserto dentro de si. Isso acabou se tornando seu passatempo e depois seu ofício: destruir todas as plantas que encontrasse. É possível depreender que o tom, ou seja, a perspectiva preponderante no texto é:
Alternativas
Q2306325 Noções de Informática
O que é uma “assinatura digital” em e-mails
Alternativas
Q2306324 Noções de Informática
Assinale a alternativa que apresenta as principais ameaças à segurança de uma conta de e-mail e como os usuários podem se proteger contra essas ameaças. 
Alternativas
Q2306323 Noções de Informática
O que é zero-day exploit (vulnerabilidade de dia zero)? 
Alternativas
Q2306321 Noções de Informática
Assinale a alternativa que apresenta desvantagens potenciais da computação em nuvem para uma empresa. 
Alternativas
Q2306320 Noções de Informática
Para que é importante fazer backup de dados na nuvem? 
Alternativas
Q2306317 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 04 



Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura das falas que compõem o texto. 

I - O termo “se”, na fala do médico, no primeiro quadro, insere nela uma ideia hipotética.

II - O advérbio “aqui” foi usado pelo médico com significado diferente do que foi entendido por Hagar.

III - A flexão no futuro do presente do indicativo do verbo “ficará” foi motivada pelo uso da expressão “se não mudar [...]”.

IV - No primeiro quadro, na fala do médico, as vírgulas intercalam uma oração subordinada adverbial condicional.

V - A forma verbal “vamos mudar”, na fala de Hagar, no segundo quadro, poderia ser substituída, com igual correção pela forma “mudaremos”, sem que haja alteração de sentido.

Estão CORRETAS as afirmativas 

Alternativas
Q2306316 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 04 



Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista as ideias que se inferem do texto 04.

I - O médico diz a Hagar que, para que ele viva mais, deverá mudar os seus hábitos de vida.

II - Hagar entende que o trecho “[...] não ficará por aqui por muito mais tempo!” significa que ele brevemente se mudará do lugar em que ele mora.

III - O médico usa a linguagem conotativa para falar com Hagar que ele poderá morrer, se não mudar seus hábitos de vida.

IV - Hagar toma literalmente a fala do médico, sendo assim, não compreende de fato o que ele lhe quis dizer.

V - O médico lança mão do eufemismo para dizer a Hagar sobre a possibilidade de ele morrer, caso não mude os hábitos de vida.

Estão CORRETAS as afirmativas  

Alternativas
Q2306315 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 03



O termo “inclusive” insere no texto uma ideia de  
Alternativas
Q2306314 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 03



Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista o uso dos verbos “compartilhe” e alivie” na composição do texto 03. 

I - Foram usados indicando aconselhamentos.

II - Encontram-se no modo imperativo afirmativo.

III - Formam duas orações com sujeito inexistente.   

IV - Tem como sujeito o pronome “você”, em elipse.

V - Apresentam-se no tempo presente do indicativo. 

Estão CORRETAS as afirmativas  

Alternativas
Q2306313 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 03



Assinale a alternativa que se contrapõe a uma das ideias veiculadas no texto 03. 
Alternativas
Q2306312 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 02 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 02 


Sobre os recursos de expressão usados na construção do texto, é CORRETO afirmar que:  

I - A linguagem não verbal permite reconhecer o papel exercido por cada personagem.

II - A linguagem verbal permite identificar a participação dialógica dos três personagens.

III - A ambiguidade é usada como recurso semântico que constrói o humor presente na tira.

IV - A linguagem coloquial é predominante nas falas presentes nos três quadros que compõem o texto.

V - A linguagem conotativa se faz presente em todas as falas dos quadros que compõem a tira. 

Estão CORRETAS as afirmativas  

Alternativas
Q2306310 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 01 


Disponível em: https://vidasimples.co/vida-emocional/primavera. Acesso em: 28 set. 2023. Adaptado. 

Considerando o trecho “Porém, incentivou o ‘exercício fino’ de se auscultar os primeiros sinais da estação mais artística de todas. Irrecusável, não?” (linhas 3-4), analise as afirmativas a seguir.

I - O termo “porém” insere, no primeiro período, uma ideia de adversidade.

II - O termo “fino”, na expressão “exercício fino”, assume o sentido de aguçado.

III - A frase “Irrecusável, não?” comprova o uso da função fática da linguagem.

IV - O termo “auscultar” foi usado com o significado de “escutar atentamente”.

V - O adjetivo em “estação mais artística de todas” foi elevado ao máximo grau.   

Estão CORRETAS as afirmativas 

Alternativas
Q2306308 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 01 


Disponível em: https://vidasimples.co/vida-emocional/primavera. Acesso em: 28 set. 2023. Adaptado. 

De acordo com Rubem Braga, “a primavera não nos chega apoteótica” porque 
Alternativas
Q2306304 Pedagogia
De acordo com o pensamento do educador Paulo Freire, a interdisciplinaridade é uma abordagem que promove a integração de diferentes disciplinas e áreas de conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. Considerando esse assunto, avalie as afirmativas a seguir em verdadeiras (V) ou falsas (F).
(   ) A interdisciplinaridade enfatiza a fragmentação do conhecimento, dificultando a compreensão dos alunos.
(   ) A interdisciplinaridade pode tornar o aprendizado mais significativo, enriquecendo a abordagem pedagógica.
(   ) A interdisciplinaridade é uma abordagem que valoriza a separação rígida entre as disciplinas, impedindo a colaboração entre professores.
(   ) A interdisciplinaridade não tem relevância no contexto educacional, pois as disciplinas devem ser ensinadas de forma isolada.
(   ) A interdisciplinaridade pode contribuir para uma educação mais contextualizada e voltada para a resolução de problemas do mundo real. 
Assinale a alternativa CORRETA, considerando as afirmativas de cima para baixo. 
Alternativas
Q2306302 Pedagogia

Analise as seguintes afirmativas considerando a dinâmica entre professor, aluno e conhecimento.

I - O professor, na relação professor/aluno/conhecimento, é o único detentor do conhecimento, enquanto os alunos são receptores passivos.

II - A relação professor/aluno/conhecimento envolve uma construção colaborativa do conhecimento, em que o professor atua como facilitador.

III - A relação professor/aluno/conhecimento é dinâmica e sofre influência do contexto social e cultural.

IV - O conhecimento, na relação professor/aluno/conhecimento, é um corpo de informações suscetível à evolução e à transformação. 

Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s) 

Alternativas
Q2306301 Pedagogia

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) estabelecem princípios norteadores que orientam as ações pedagógicas das escolas. Analise as afirmativas a seguir, que tratam desse assunto.

I - Os PCN estabelecem uma série curricular nacional que todas as escolas devem seguir, desconsiderando as especificidades regionais.

II - Os PCN destacam os direitos e os deveres dos cidadãos, o exercício da criticidade e o respeito à ordem democrática como princípios norteadores.

III - Os PCN enfatizam princípios éticos de autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum. 

Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s) 

Alternativas
Q2306299 Pedagogia
De acordo com Libâneo (1990), as tendências pedagógicas são abordagens teóricas que exercem influência sobre a prática educacional. Seguindo a teoria desse autor, qual das seguintes alternativas melhor caracteriza a tendência pedagógica progressista? 
Alternativas
Q2127372 Legislação dos Municípios do Estado de Santa Catarina
 A Lei Orgânica de São José do Cedro/SC determina que, extinto o cargo ou declarado sua desnecessidade, o servidor estável que o ocupa ficará: 
Alternativas
Respostas
421: B
422: A
423: C
424: A
425: D
426: A
427: E
428: A
429: E
430: C
431: D
432: B
433: C
434: E
435: D
436: C
437: B
438: D
439: E
440: B