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Q2892373 Português

TEXTO:

Protestos, desejos e compreensão de si

Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e

direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,

surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como

sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para

5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende

o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de

direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos

do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes

de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O

10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro

elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas

as utopias já tinham sido realizadas.

Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil

atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência

15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado

pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão

generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer

desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si

mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na

20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.

No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina

devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas

intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a

da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da

25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser

humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar

instrumentos, como a própria internet, a seu favor.

A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido

gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É

30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no

processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo

modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.

TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.

Considerando-se a estrutura do texto em estudo, é correto o que se analisa em

Alternativas
Q2892371 Português

TEXTO:

Protestos, desejos e compreensão de si

Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e

direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,

surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como

sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para

5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende

o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de

direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos

do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes

de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O

10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro

elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas

as utopias já tinham sido realizadas.

Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil

atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência

15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado

pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão

generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer

desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si

mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na

20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.

No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina

devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas

intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a

da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da

25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser

humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar

instrumentos, como a própria internet, a seu favor.

A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido

gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É

30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no

processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo

modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.

TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.

Segundo a articulista do texto, as manifestações revelam

Alternativas
Q2891804 Português

TEXTO:

Protestos, desejos e compreensão de si

Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e

direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,

surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como

sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para

5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende

o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de

direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos

do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes

de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O

10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro

elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas

as utopias já tinham sido realizadas.

Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil

atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência

15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado

pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão

generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer

desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si

mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na

20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.

No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina

devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas

intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a

da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da

25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser

humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar

instrumentos, como a própria internet, a seu favor.

A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido

gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É

30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no

processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo

modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.

TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.

A leitura do texto permite afirmar:

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890541 Direito Administrativo

No Brasil, o Sistema de Controle Judicial adotado pelo Estado para a correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público:

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890539 Direito Administrativo

A lei, como fonte primária do Direito Administrativo, abrange a(os):

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890537 Direito Administrativo

Na interpretação das normas, atos e contratos administrativos, a doutrina brasileira, capitaneada pelo consagrado Hely Lopes Meirelles, entende que NÃO se considera o(a):

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890535 Administração Financeira e Orçamentária

A dívida pública pode ser dividida em flutuante e fundada. A dívida flutuante compreende os seguintes itens:

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890532 Matemática Financeira

A Empresa Silva & Filhos obteve um empréstimo pelo qual, ao final de um ano, deverá pagar um montante de R$ 100.000,00, incluindo principal e juros compostos de 2,5% ao mês.

O valor atual desse empréstimo, em reais, é:

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890531 Matemática Financeira

Um capital de R$ 50.000,00 foi aplicado por um período de 6 meses, a uma taxa de juros (simples) de 2% ao mês. No dia do resgate, qual o montante de juros, em reais, obtido pelo investidor com esta aplicação?

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890523 Legislação Federal

Por ocasião da submissão do Código de Conduta da Alta Administração Federal à apreciação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o então ministro Pedro Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, justificou o referido diploma alegando na Exposição de Motivos que "(...) é natural que a expectativa da sociedade a respeito da conduta do administrador público se tenha tornado mais exigente. E está claro que mais importante do que investigar as causas da insatisfação social é reconhecer que ela existe e se trata de uma questão política intimamente associada ao processo de mudança cultural, econômica e administrativa que o País e o mundo atravessam".

Nesse sentido, NÃO se inclui entre as finalidades expressas no Código de Conduta da Alta Administração Federal:

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890522 Ética na Administração Pública

Foi submetido à apreciação da autoridade competente, pela Comissão de Ética Pública (CEP), ato do Diretor-Geral da Agência Reguladora que transferiu parte de seu patrimônio à sua esposa e não comunicou tal providência à CEP. Em pouco tempo a mídia tomou conhecimento de que se estava analisando uma transferência de caráter duvidoso, realizada por agente público, e prontamente foi verificar a informação. Solicitada, pela imprensa local, a informar e opinar acerca do ocorrido, a referida autoridade, de acordo com o Código de Conduta da Alta Administração Federal, deverá:

Alternativas
Ano: 2007 Banca: CESGRANRIO Órgão: TCE-RO Prova: CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Administrador |
Q2890519 Direito Administrativo

A Lei nº 8.987/95 estabelece as regras de concessão e permissão da prestação de serviços públicos. Essa lei também prevê as razões pelas quais a concessão deve ser extinta. Entre essas razões NÃO se inclui:

Alternativas
Q2890489 Atualidades

Imagem associada para resolução da questão

(Atualidades / Vestibular + ENEM: mundo urbano. São Paulo: Abril, 2010. p, 142.).


Com base nos gráficos e nos conhecimentos referentes à questão energética no Brasil, pode-se afirmar:

Alternativas
Q2890485 Atualidades

I.

Imagem associada para resolução da questão


II.

Imagem associada para resolução da questão

(Atualidades / Vestibular + ENEM: mundo urbano. São Paulo: Abril, 2010. p, 147-149.).


Após a análise dos gráficos e com base nos conhecimentos referentes ao mundo do trabalho, identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas.


( ) O crescimento do desemprego verificado em 2008, no gráfico I, decorre das demissões em massa ocorridas, principalmente, nas economias desenvolvidas.

( ) O aumento do trabalho informal está relacionado, como o nome já diz, à maior informatização dos setores produtivos da economia.

( ) O impacto da crise mundial, no Brasil, provocou aumento do desemprego a partir de dezembro de 2008, como pode ser observado no gráfico II.

( ) Os efeitos da revolução tecnológica no mundo do trabalho tem resultado em constante redução do desemprego estrutural.

( ) A queda do desemprego, no período de março a dezembro de 2008, no gráfico II, reflete o aumento dos postos de trabalho decorrentes dos investimentos em automação.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

Alternativas
Q2890459 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 06 a 15.


TEXTO:


Trabalhar e sofrer


“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam,

feito reza automatizada. Outra é “A quem Deus ama, Ele faz sofrer”, que fala de uma divindade cruel, fria,

que não mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar nos torna nobres, nem

sempre a dor nos torna mais justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte e da natureza,

5 ou para a curtição dos afetos, por exemplo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos

aperfeiçoam é uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente

cartazes pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu prefiro a velha dama esquecida

10 num canto feito uma mala furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o que está ao alcance

de qualquer um de nós: decência. Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como

cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores que nos tornariam

mais humanos, para que trabalhássemos com mais força e ímpeto e vivêssemos com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum sentido à vida pode, por outro lado, deformar e

15 destruir. O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos

sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela

competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de

20 crescimento. Na verdade, o que enobrece é a responsabilidade que os deveres, incluindo os do trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento

suportado com dignidade, quem sabe com resignação. Mas um ser humano decente é resultado de muito

mais que isso: de genética, da família, da sociedade em que está inserido, da sorte ou do azar, e das

escolhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil!).

LUFT, Lya. Trabalhar e sofrer. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2148, ano 43, n. 3, p. 24, 20 jan. 2010. Adaptado.

Quanto aos sinais de pontuação usados no texto, é correto afirmar:

Alternativas
Q2890457 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 06 a 15.


TEXTO:


Trabalhar e sofrer


“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam,

feito reza automatizada. Outra é “A quem Deus ama, Ele faz sofrer”, que fala de uma divindade cruel, fria,

que não mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar nos torna nobres, nem

sempre a dor nos torna mais justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte e da natureza,

5 ou para a curtição dos afetos, por exemplo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos

aperfeiçoam é uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente

cartazes pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu prefiro a velha dama esquecida

10 num canto feito uma mala furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o que está ao alcance

de qualquer um de nós: decência. Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como

cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores que nos tornariam

mais humanos, para que trabalhássemos com mais força e ímpeto e vivêssemos com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum sentido à vida pode, por outro lado, deformar e

15 destruir. O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos

sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela

competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de

20 crescimento. Na verdade, o que enobrece é a responsabilidade que os deveres, incluindo os do trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento

suportado com dignidade, quem sabe com resignação. Mas um ser humano decente é resultado de muito

mais que isso: de genética, da família, da sociedade em que está inserido, da sorte ou do azar, e das

escolhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil!).

LUFT, Lya. Trabalhar e sofrer. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2148, ano 43, n. 3, p. 24, 20 jan. 2010. Adaptado.

Sobre a sintaxe de concordância e a de regência, identifique as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F).


( ) A preposição “de” pode aparecer, dentre outras situações, por exigência de um verbo ou de um nome, conforme atestam os fragmentos “que fala de uma divindade cruel” (linha 2) e “A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos aperfeiçoam” (linhas 6 e 7).

( ) Os adjetivos “reavaliada” (linha 7) e “desmascarada” (linha 7) estão no feminino, singular, concordando com diferentes nomes.

( ) O verbo preferir, em “Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores” (linhas 11 e 12), possui a mesma regência que dar, em “O trabalho que dá valor ao ser humano” (linha 14).

( ) A forma verbal “tornariam” (linha 12) está no plural para concordar com o antecedente do relativo “que”, termo que o representa.

( ) As formas verbais “nasce” (linha 21) e “sabe” (linha 22) estão no singular, concordando com o mesmo sujeito.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

Alternativas
Q2890454 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 06 a 15.


TEXTO:


Trabalhar e sofrer


“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam,

feito reza automatizada. Outra é “A quem Deus ama, Ele faz sofrer”, que fala de uma divindade cruel, fria,

que não mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar nos torna nobres, nem

sempre a dor nos torna mais justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte e da natureza,

5 ou para a curtição dos afetos, por exemplo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos

aperfeiçoam é uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente

cartazes pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu prefiro a velha dama esquecida

10 num canto feito uma mala furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o que está ao alcance

de qualquer um de nós: decência. Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como

cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores que nos tornariam

mais humanos, para que trabalhássemos com mais força e ímpeto e vivêssemos com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum sentido à vida pode, por outro lado, deformar e

15 destruir. O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos

sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela

competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de

20 crescimento. Na verdade, o que enobrece é a responsabilidade que os deveres, incluindo os do trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento

suportado com dignidade, quem sabe com resignação. Mas um ser humano decente é resultado de muito

mais que isso: de genética, da família, da sociedade em que está inserido, da sorte ou do azar, e das

escolhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil!).

LUFT, Lya. Trabalhar e sofrer. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2148, ano 43, n. 3, p. 24, 20 jan. 2010. Adaptado.

O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.” (linhas de 15 a 17)


Na frase em destaque, entre as ideias que encadeiam a mensagem por ela veiculada, fica evidente uma relação de

Alternativas
Q2890452 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 06 a 15.


TEXTO:


Trabalhar e sofrer


“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam,

feito reza automatizada. Outra é “A quem Deus ama, Ele faz sofrer”, que fala de uma divindade cruel, fria,

que não mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar nos torna nobres, nem

sempre a dor nos torna mais justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte e da natureza,

5 ou para a curtição dos afetos, por exemplo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos

aperfeiçoam é uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente

cartazes pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu prefiro a velha dama esquecida

10 num canto feito uma mala furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o que está ao alcance

de qualquer um de nós: decência. Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como

cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores que nos tornariam

mais humanos, para que trabalhássemos com mais força e ímpeto e vivêssemos com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum sentido à vida pode, por outro lado, deformar e

15 destruir. O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos

sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela

competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de

20 crescimento. Na verdade, o que enobrece é a responsabilidade que os deveres, incluindo os do trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento

suportado com dignidade, quem sabe com resignação. Mas um ser humano decente é resultado de muito

mais que isso: de genética, da família, da sociedade em que está inserido, da sorte ou do azar, e das

escolhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil!).

LUFT, Lya. Trabalhar e sofrer. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2148, ano 43, n. 3, p. 24, 20 jan. 2010. Adaptado.

No texto, indica inclusão o termo transcrito em

Alternativas
Q2890450 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 06 a 15.


TEXTO:


Trabalhar e sofrer


“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam,

feito reza automatizada. Outra é “A quem Deus ama, Ele faz sofrer”, que fala de uma divindade cruel, fria,

que não mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar nos torna nobres, nem

sempre a dor nos torna mais justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte e da natureza,

5 ou para a curtição dos afetos, por exemplo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos

aperfeiçoam é uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente

cartazes pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu prefiro a velha dama esquecida

10 num canto feito uma mala furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o que está ao alcance

de qualquer um de nós: decência. Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como

cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores que nos tornariam

mais humanos, para que trabalhássemos com mais força e ímpeto e vivêssemos com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum sentido à vida pode, por outro lado, deformar e

15 destruir. O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos

sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela

competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de

20 crescimento. Na verdade, o que enobrece é a responsabilidade que os deveres, incluindo os do trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento

suportado com dignidade, quem sabe com resignação. Mas um ser humano decente é resultado de muito

mais que isso: de genética, da família, da sociedade em que está inserido, da sorte ou do azar, e das

escolhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil!).

LUFT, Lya. Trabalhar e sofrer. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2148, ano 43, n. 3, p. 24, 20 jan. 2010. Adaptado.

Está em desacordo com a ideia expressa no contexto o que se afirma sobre o termo transcrito em

Alternativas
Q2890449 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 06 a 15.


TEXTO:


Trabalhar e sofrer


“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam,

feito reza automatizada. Outra é “A quem Deus ama, Ele faz sofrer”, que fala de uma divindade cruel, fria,

que não mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar nos torna nobres, nem

sempre a dor nos torna mais justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte e da natureza,

5 ou para a curtição dos afetos, por exemplo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos

aperfeiçoam é uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente

cartazes pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu prefiro a velha dama esquecida

10 num canto feito uma mala furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o que está ao alcance

de qualquer um de nós: decência. Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação e da dor como

cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade possível dos amores e a dos valores que nos tornariam

mais humanos, para que trabalhássemos com mais força e ímpeto e vivêssemos com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum sentido à vida pode, por outro lado, deformar e

15 destruir. O desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos de nossos conceitos, e, por isso, nos

sentimos culpados se não estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da competência pela

competência, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de

20 crescimento. Na verdade, o que enobrece é a responsabilidade que os deveres, incluindo os do trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento

suportado com dignidade, quem sabe com resignação. Mas um ser humano decente é resultado de muito

mais que isso: de genética, da família, da sociedade em que está inserido, da sorte ou do azar, e das

escolhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil!).

LUFT, Lya. Trabalhar e sofrer. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2148, ano 43, n. 3, p. 24, 20 jan. 2010. Adaptado.

O fragmento transcrito que constitui um exemplo de linguagem metafórica é

Alternativas
Respostas
1101: D
1102: B
1103: E
1104: D
1105: C
1106: E
1107: A
1108: B
1109: C
1110: B
1111: A
1112: C
1113: A
1114: A
1115: E
1116: B
1117: A
1118: D
1119: E
1120: D