Questões de Concurso Para técnico em patologia clínica

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Q2277479 Português
A falta que ela me faz


     Como bom patrão, resolvi, num momento de insensatez, dar um mês de férias à empregada. No princípio achei até bom ficar completamente sozinho dentro de casa o dia inteiro. Podia andar para lá e para cá sem encontrar ninguém varrendo o chão ou espanando os móveis, sair do banheiro apenas de chinelos, trocar de roupa com a porta aberta, falar sozinho sem passar por maluco.
   Na cozinha, enquanto houvesse xícara limpa e não faltassem os ingredientes necessários, preparava eu mesmo o meu café. Aprendi a apanhar o pão que o padeiro deixava na área – tendo o cuidado de me vestir antes, não fosse a porta se fechar comigo do lado de fora, como na história do homem nu. Esticar a roupa da cama não era tarefa assim tão complicada: além do mais, não precisava também ficar uma perfeição, já que à noite voltaria a desarrumá-la. Fazia as refeições na rua, às vezes filava o jantar de algum amigo e, assim, ia me aguentando, enquanto a empregada não voltasse.
      Aos poucos, porém, passei a desejar ardentemente essa volta. O apartamento, ao fim de alguns dias, ganhava um aspecto lúgubre de navio abandonado. A geladeira começou a fazer gelo por todos os lados – só não tinha água gelada, pois não me lembrara de encher as garrafas. E agora, ao tentar fazê-lo, verificava que não havia mais água dentro da talha. Não podia abrir a torneira do filtro, já que não estaria em casa na hora de fechá-la, e com isso acabaria inundando a cozinha. A um canto do quarto um monte de roupas crescia assustadoramente. A roupa suja lava-se em casa – bem, mas como? Não sabia sequer o nome da lavanderia onde, pela mão da empregada, tinham ido parar meus ternos, provavelmente para sempre.
      E como batiam na porta! O movimento dela lá na cozinha, eu descobria agora, era muito maior do que o meu cá na frente: vendedores de muamba, passadores de rifa, cobradores de prestação, outras empregadas perguntando por ela. Um dia surgiu um indivíduo trazendo uma fotografia dela que, segundo me informou, merecera um “tratamento artístico”: fora colorida à mão e colocada num desses medalhões de latão que se veem no cemitério.
      – Falta pagar a última prestação – disse o homem.
      Paguei o que faltava, que remédio? Sem ao menos ficar sabendo o quanto o pobre já havia pago. E por pouco não entronizei o retrato na cabeceira de minha cama, como lembrança daquela sem a qual eu simplesmente não sabia viver.
     Verdadeiro agravo para a minha solidão era a fina camada de poeira que cobria tudo: não podia mais nem retirar um livro da estante sem dar logo dois espirros. Os jornais continuavam chegando e já havia jornal velho para todo lado, sem que eu soubesse como pôr a funcionar o mecanismo que os fazia desaparecer. Descobri também, para meu espanto, que o apartamento não tinha lata de lixo, a toda hora eu tinha de ir lá fora, na área, para jogar na caixa coletora um pedacinho de papel ou esvaziar um cinzeiro.
     Havia outros problemas difíceis de enfrentar. Um dos piores era o do pão: todas as manhãs, enquanto eu dormia, o padeiro deixava à porta um pão quilométrico, do qual eu comia apenas uma pontinha – e na cozinha já se juntava uma quantidade de pão que daria para alimentar um exército, não sabia como fazer parar. Nem só de pão vive o homem.
      Eu poderia enfrentar tudo, mas estar ensaboado debaixo do chuveiro e ouvir lá na sala o telefonema esperado, sem que houvesse ninguém para atender, era demais para a minha aflição.
     Até que um dia, como uma projeção do estado de sinistro abandono em que me via atirado, comecei a sentir no ar um vago mau cheiro. Intrigado, olhei as solas dos sapatos, para ver se havia pisado em alguma coisa lá na rua. Depois saí farejando o ar aqui e ali como um perdigueiro, e acabei sendo conduzido à cozinha, onde ultimamente já não ousava entrar.
    No que abri a porta, o mau cheiro me atingiu como uma bofetada. Vinha do fogão, certamente. Aproximei-me, protegendo o nariz com uma das mãos, enquanto me curvava e com a outra abria o forno.
    – Oh não! – recuei horrorizado.
   Na panela, a carne assada, que a empregada gentilmente deixara preparada para mim antes de partir, se decompunha num asqueroso caldo putrefato, onde pequenas formas brancas se agitavam.
     Mudei-me no mesmo dia para um hotel. 


(SABINO, Fernando. As Melhores Crônicas de Fernando Sabino. Rio de Janeiro, Record, 1986.)
O fragmento de texto que NÃO apresenta nenhum tipo de intensificação é: 
Alternativas
Q2266042 Técnicas em Laboratório
O exame de urina é extremamente útil no auxílio ao diagnóstico de doenças renais, do trato urinário e extrarrenais, como diabete e acidose metabólica.
Em relação ao exame de urina, analise as afirmativas a seguir.

I. É recomendado para exames de urina de rotina que, após a coleta da primeira urina da manhã, o paciente entregue a amostra em até 2 horas ou congele a urina para entrega em até 24 horas.
II. Na análise de sedimento urinário, a cápsula de Cryptococcus pode ser evidenciada pelo uso de tinta da China (nanquim).
III. Os métodos de detecção enzimática de glicose, como a glicose oxidase, devem ser evitados por sua baixa especificidade.

Está correto o que se afirma em 
Alternativas
Q2266041 Técnicas em Laboratório

Em relação aos tipos e à destinação correta dos resíduos de serviços de saúde, analise as afirmativas a seguir.


I. São exemplos de resíduos de serviços de saúde do grupo A1, culturas de microorganismos e sobras de amostras contendo sangue. Estas devem ser descartadas após tratamento prévio de inativação de microorganismos, compatível com nível III.


II. Resíduos de serviço de saúde do grupo E, como agulhas utilizadas em coletas de sangue, escalpes, lâminas e lamínulas, devem ser descartados em recipiente próprio para pérfurocortantes e descartados diretamente sem a necessidade de tratamento prévio.


III. A separação do conjunto seringa/agulha é permitida com auxílio de dispositivos próprios de segurança, sendo proibida a desconexão e o reencape manual de agulhas.


Está correto o que se afirma em

Alternativas
Q2266040 Técnicas em Laboratório
A técnica de imunohistoquímica é uma ferramenta útil para o diagnóstico de tumores e de doenças infecciosas. Esta técnica, se baseia na reação dos anticorpos com antígenos específicos.
Em relação à imunohistoquímica, analise as afirmativas a seguir.

I. Caso o tecido tenha sido fixado por fixadores aldeídicos, após a hidratação das lâminas, é necessário que se realize a etapa de recuperação antigênica, que promove a ruptura das ligações Cross-link formadas pelo fixador.
II. Para manter o pH adequado, durante a reação, os tecidos devem ser lavados com solução tampão de pH neutro, como o tampão PBS.
III. O DAB (3,3 – Diaminobenzidina) é um revelador da técnica de imunohistoquímica, uma vez que forma um precipitado castanho, após doar elétrons para reação entre a peroxidase e o peróxido de hidrogênio.

Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2266039 Técnicas em Laboratório
O processamento histológico pode ser dividido em três etapas, a desidratação, a clarificação e a impregnação.
Em relação ao processamento histológico, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Respostas
201: C
202: B
203: D
204: E
205: A