Questões de Concurso
Para técnico em segurança do trabalho
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INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo para responder às questões 38 e 39.
Ruppenthal (2013) afirma que, em Engenharia de Segurança, denomina-se Causa do Acidente ao fato “de caráter humano ou material, relacionado com o evento catastrófico ou acidente, pela materialização de um perigo, resultando em danos. É aquilo que provocou o acidente, sendo responsável por sua ocorrência, permitindo que o risco se transformasse em dano. Antes do acidente existe o risco. Após o acidente existe a causa”.
(RUPPENTHAL, J. E. Gerenciamento de riscos. Santa Maria: UFSM, Colégio Técnico
Industrial de Santa Maria, Rede e-Tec Brasil, 2003.)
O dano decorrente do acidente constitui
INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo para responder às questões 38 e 39.
Ruppenthal (2013) afirma que, em Engenharia de Segurança, denomina-se Causa do Acidente ao fato “de caráter humano ou material, relacionado com o evento catastrófico ou acidente, pela materialização de um perigo, resultando em danos. É aquilo que provocou o acidente, sendo responsável por sua ocorrência, permitindo que o risco se transformasse em dano. Antes do acidente existe o risco. Após o acidente existe a causa”.
(RUPPENTHAL, J. E. Gerenciamento de riscos. Santa Maria: UFSM, Colégio Técnico
Industrial de Santa Maria, Rede e-Tec Brasil, 2003.)
Sobre as causas dos acidentes, é correto afirmar:
A NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário estabelece as diretrizes de avaliação do nível mínimo da capacidade física necessária para admissão e permanência em serviço a bordo, que deve ser utilizada em trabalhadores aquaviários que operam embarcações classificadas para navegação em mar aberto e apoio marítimo. A coluna da esquerda apresenta as tarefas em situações normais a bordo e a capacidade física necessária para sua realização. A coluna da direita apresenta diretriz para medir a capacidade física correspondente do trabalhador. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
Tarefa a bordo e Capacidade física relacionada |
Um examinador médico deve estar convencido de que o candidato |
1 -Tarefa: vestir prontamente colete salva-vidas ou roupa de exposição. Capacidade física relacionada: mover-se com agilidade. |
( ) atende aos padrões de capacidade auditiva especificados pela autoridade competente. |
2 -Tarefa: utilizar ferramentas manuais. Capacidade física relacionada: destreza e força manual e digital. |
( ) não tem qualquer debilitação ou doença que possa impedir seus movimentos e suas atividades físicas normais. |
3 - Tarefa: executar procedimentos de reação à emergência. Capacidade física relacionada: ouvir um som com um nível especificado de dB, numa frequência especificada. |
( ) é capaz de girar os punhos para girar manivelas. |
4 - Tarefa: reagir a alarmes, avisos e instruções visuais. Capacidade física relacionada: distinguir um objeto ou uma forma a certa distância. |
( ) atende aos padrões de acuidade visual especificados pela autoridade competente. |
Marque a sequência correta.
A respeito da Classificação de Riscos e suas consequências, numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1 -Risco Ergonômico |
( ) Intoxicação devido à presença de gases tóxicos. |
2 -Risco Químico |
( ) Lesões musculoesqueléticas devido a posturas forçadas e incorretas. |
3 -Risco de Acidente |
( ) Fraturas devido a quedas por presença de líquidos no solo (água, óleos, lubrificantes). |
4 -Risco Físico |
( ) Lesões oculares devido à emissão de radiações ultravioletas, consequência dos processos de soldadura por arco elétrico. |
Marque a sequência correta.
Com o objetivo de alertar um indivíduo para uma situação de perigo, o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação propõe a utilização de “frases de precaução”, apresentadas na coluna da direita, que se relacionam às classes de produtos químicos, apresentadas na coluna da esquerda. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1 - Corrosivo |
( ) Evite contato com pele e olhos. |
2 - Substâncias oxidantes |
( ) Mantenha longe do calor. |
3 - Líquidos inflamáveis, Sólidos e Gases |
( ) Evite choque ou impacto. |
4 - Explosivos |
( ) Não armazene perto de material combustível. |
Marque a sequência correta.
De acordo com a Portaria nº 3.275, de 21 de setembro de 1989, NÃO é atribuição do profissional Técnico de Segurança do Trabalho:
Sobre as Doenças Ocupacionais e Doenças do Trabalho, analise as afirmativas.
I - Doença Ocupacional é a entidade mórbida desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.
II - Doença do Trabalho é aquela derivada das condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
II - Doença Ocupacional é aquela que não produz incapacidade laborativa.
IV - Doença Ocupacional ou do Trabalho é a doença endêmica adquirida por habitante de região em que ela se desenvolva.
Estão corretas as afirmativas
Considere a figura abaixo que apresenta um Mapa de Risco de um local de trabalho.
A partir das informações apresentadas no mapa, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Na bancada de trabalho 01, existem riscos biológico e químico em grau médio.
( ) Nas bancadas de trabalho 01 e 02, estão indicados risco físico e de acidente em grau baixo e risco biológico em grau alto.
( ) Na bancada de trabalho 01, os riscos estão representados de forma equivocada, visto que deveriam ter sidos representados separadamente com seus respectivos graus.
( ) A bancada de trabalho 01 apresenta risco químico em grau médio e a bancada de trabalho 02 apresenta risco ergonômico em grau pequeno.
Assinale a sequência correta.
Por questões ergonômicas, os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar critérios estabelecidos na NR 17. Acerca desses critérios, analise as afirmativas.
I - A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olhoteclado e olho-documento sejam duas vezes a distância olho-tela.
II - O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas.
III - As condições de mobilidade devem ser suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos e para proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador.
IV - Os equipamentos devem ser posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
Estão corretas as afirmativas
Sobre os sintomas e primeiros socorros às vítimas de calor, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) No caso de insolação, recomenda-se baixar a temperatura corporal, lenta e gradativamente.
( ) No caso de exaustão pelo calor, recomenda-se remover o acidentado para um local fresco e ventilado, longe da fonte de calor.
( ) As vítimas de cãibras apresentam contrações musculares involuntárias, fortes e muito dolorosas; ocorrem nos músculos do abdômen e nas extremidades.
( ) Os efeitos da síncope por calor são eridemas e dor na pele que se iniciam logo após a exposição, devendo a vítima ser tratada com compressas frias na região afetada ou aplicação de creme hidratante.
Assinale a sequência correta.
NÃO é considerada atividade perigosa de acordo com a NR 16:
A coluna da esquerda apresenta o método de extinção do incêndio e a da direita, o respectivo mecanismo de extinção. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1 - Extinção química |
( ) Consiste no arrefecimento do combustível, por meio da diminuição da sua temperatura. |
2 - Isolamento |
( ) Consiste na redução/retirada da concentração do comburente tornando a mistura pobre em oxigênio. |
3 - Abafamento |
( ) Consiste na separação entre o combustível e a fonte de energia (calor) ou entre aquele e o ambiente incendiado. |
4 - Resfriamento |
( ) Consiste em aplicar agentes extintores que reagem com radicais livres que alimentam a combustão, provocando a quebra da reação química. |
Marque a sequência correta.
A máscara de solda é um Equipamento de Proteção Individual (EPI) para proteção dos olhos e face. NÃO é função desse EPI proteger contra
NÃO é atribuição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA):
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 07 a 09.
Ande como alguém feliz para ser feliz, afirma estudo
1 Uma pesquisa publicada em uma revista internacional sobre Comportamento e Psiquiatria
afirma que para se sentir feliz, basta caminhar como uma pessoa alegre. Durante o experimento, uma
série de pessoas foi testada para saber se estufar o peito e balançar os braços realmente traz mais
felicidade do que passos pesados e olhares cabisbaixos.
5 No estudo, o grupo teve de caminhar durante 15 minutos em uma esteira enquanto alguns
fatores eram analisados. Os participantes foram acompanhados por câmeras com sensores de
movimento. Na frente da esteira, uma tela mostrava as ações de um medidor – que pendia à
esquerda quando caminhavam “deprimidos” e à direita quando “felizes”.
À medida que os minutos iam passando, a equipe de pesquisadores pedia para que as pessoas
10 tentassem jogar o medidor para a esquerda ou para a direita. Só que antes de começarem o teste
físico, os convidados tiveram que ler uma lista de palavras positivas e negativas.
Depois da caminhada, os participantes tiveram que escrever as palavras que lembravam. O
resultado mostrou que quem caminhava de maneira mais triste (seguindo a lógica de outro estudo)
conseguiu lembrar mais palavras tristes; e aqueles que andaram felizes se lembraram de mais
15 palavras positivas.
Para os pesquisadores, essa lógica está alinhada a de outros trabalhos publicados sobre o
tema. Segundo tais pesquisas, andar como um líder pode aumentar as chances de se tornar um; e
segurar uma caneta com os lábios pode aumentar a vontade de sorrir. Então não custa nada andar
mais “animado” por aí. Vai que contagia.
(Adaptado a partir de htttp://revistagalileu.globo.com/. Acesso em abril de 2017.)
A regra de concordância presente no trecho uma série de pessoas foi testada é a mesma em
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 07 a 09.
Ande como alguém feliz para ser feliz, afirma estudo
1 Uma pesquisa publicada em uma revista internacional sobre Comportamento e Psiquiatria
afirma que para se sentir feliz, basta caminhar como uma pessoa alegre. Durante o experimento, uma
série de pessoas foi testada para saber se estufar o peito e balançar os braços realmente traz mais
felicidade do que passos pesados e olhares cabisbaixos.
5 No estudo, o grupo teve de caminhar durante 15 minutos em uma esteira enquanto alguns
fatores eram analisados. Os participantes foram acompanhados por câmeras com sensores de
movimento. Na frente da esteira, uma tela mostrava as ações de um medidor – que pendia à
esquerda quando caminhavam “deprimidos” e à direita quando “felizes”.
À medida que os minutos iam passando, a equipe de pesquisadores pedia para que as pessoas
10 tentassem jogar o medidor para a esquerda ou para a direita. Só que antes de começarem o teste
físico, os convidados tiveram que ler uma lista de palavras positivas e negativas.
Depois da caminhada, os participantes tiveram que escrever as palavras que lembravam. O
resultado mostrou que quem caminhava de maneira mais triste (seguindo a lógica de outro estudo)
conseguiu lembrar mais palavras tristes; e aqueles que andaram felizes se lembraram de mais
15 palavras positivas.
Para os pesquisadores, essa lógica está alinhada a de outros trabalhos publicados sobre o
tema. Segundo tais pesquisas, andar como um líder pode aumentar as chances de se tornar um; e
segurar uma caneta com os lábios pode aumentar a vontade de sorrir. Então não custa nada andar
mais “animado” por aí. Vai que contagia.
(Adaptado a partir de htttp://revistagalileu.globo.com/. Acesso em abril de 2017.)
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 01 a 05.
A bolha
1 Ninguém mais conversa no metrô. Ninguém mais paquera. Ninguém mais olha o vazio, o mapa
das linhas, os anúncios, as luzes passando em sentido contrário, a própria imagem refletida nas janelas,
quem entra, quem sai, quem veste o que, quem está bem, quem está feliz, quem chora, quem dorme,
quem está por um fio, quem se dirige a uma manifestação de protesto, ou de apoio, quem defende o
5 que, gosta de qual banda, quem parte para um encontro secreto, ou acaba de ser beijada, por alguém
que sempre quis, e que nunca tomou a iniciativa, quem acaba de se apaixonar, ou descobre que o amor
acabou, quem espera gêmeos, está exultante e nem consegue mais dormir, quem acaba de conseguir
um emprego, quem não desce em nenhuma estação, e quer apenas um ar-condicionado no talo no
verão impiedoso, ou fugir da chuva, ou dar um tempo, viver sem sentir a vida, percorrer túneis
10 subterrâneos de uma grande metrópole, em que, apesar da multidão, se sente sozinho.
Ninguém troca ideias, opiniões divergentes, ninguém debate, é convencido de algo, muda de
opinião. A bolha que nos cerca nos protege. É como um escudo contra o que nos agride. A cidade nos
agride. O ódio nos agride. Todos nela nos agridem. Suas vozes incomodam.
Preferimos a música preferida da lista previamente selecionada que sai dos meus fones de
15 ouvido conectados por um cabo ao meu universo pessoal, em que sou Deus, em que decido o que ler e
ouvir, o que ver e curtir, o que assistir e ignorar, graças à opção “bloqueio”, à opção “excluir”, à opção
“apagar perfil”, “colocar em modo avião”, “não receber notificações”.
Há uns anos, não pegava celular no metrô. Os passageiros conversavam, paqueravam, miravam o
vazio, redescobriam estações no mapa das linhas, checavam os cabelos na imagem refletida, quem
20 entrava, saía, vestia o que, (…) quem estava bem, feliz, chorava, dormia, quem, pelo perfume, banho
tomado, roupa bonita, estava a caminho de um encontro secreto, fora beijada, por alguém
surpreendente, inexplicável, paixão que nasceu do fundo da alma, quem descobriu que não ama mais,
descobriu que estava grávida e não consegue mais dormir, tensa, quem acabou de perder um emprego,
a estação, o sentido de viver, porque se sente sozinho, apesar da multidão nas estações.
25 Trocavam-se ideias, opiniões, debatia-se, mudavam as convicções de alguém, apresentavam
outros pontos de vista, experiências e erros da história que se repetem. A bolha é nosso mundo agora. E
o que tem de tão urgente nos celulares, que não era na década anterior? O que é inadiável? A bolha em
si, e nela que se quer estar: protegido e isolado. O mundo é muito louco, tem muito louco por aí. E boa
parte, quando chega à sua estação, continua nela, caminha olhando ou falando para seu universo
30 pessoal. Haverá um dia em que as pessoas voltarão a interagir? O mundo corre perigo. (…)
Marcelo Rubens Paiva
(Adaptado a partir de: http://cultura.estadao.com.br/. Acesso em abril de 2017.)
Há uns anos, não pegava celular no metrô, o sentido do verbo pegar, nesse contexto, é o mesmo em
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 01 a 05.
A bolha
1 Ninguém mais conversa no metrô. Ninguém mais paquera. Ninguém mais olha o vazio, o mapa
das linhas, os anúncios, as luzes passando em sentido contrário, a própria imagem refletida nas janelas,
quem entra, quem sai, quem veste o que, quem está bem, quem está feliz, quem chora, quem dorme,
quem está por um fio, quem se dirige a uma manifestação de protesto, ou de apoio, quem defende o
5 que, gosta de qual banda, quem parte para um encontro secreto, ou acaba de ser beijada, por alguém
que sempre quis, e que nunca tomou a iniciativa, quem acaba de se apaixonar, ou descobre que o amor
acabou, quem espera gêmeos, está exultante e nem consegue mais dormir, quem acaba de conseguir
um emprego, quem não desce em nenhuma estação, e quer apenas um ar-condicionado no talo no
verão impiedoso, ou fugir da chuva, ou dar um tempo, viver sem sentir a vida, percorrer túneis
10 subterrâneos de uma grande metrópole, em que, apesar da multidão, se sente sozinho.
Ninguém troca ideias, opiniões divergentes, ninguém debate, é convencido de algo, muda de
opinião. A bolha que nos cerca nos protege. É como um escudo contra o que nos agride. A cidade nos
agride. O ódio nos agride. Todos nela nos agridem. Suas vozes incomodam.
Preferimos a música preferida da lista previamente selecionada que sai dos meus fones de
15 ouvido conectados por um cabo ao meu universo pessoal, em que sou Deus, em que decido o que ler e
ouvir, o que ver e curtir, o que assistir e ignorar, graças à opção “bloqueio”, à opção “excluir”, à opção
“apagar perfil”, “colocar em modo avião”, “não receber notificações”.
Há uns anos, não pegava celular no metrô. Os passageiros conversavam, paqueravam, miravam o
vazio, redescobriam estações no mapa das linhas, checavam os cabelos na imagem refletida, quem
20 entrava, saía, vestia o que, (…) quem estava bem, feliz, chorava, dormia, quem, pelo perfume, banho
tomado, roupa bonita, estava a caminho de um encontro secreto, fora beijada, por alguém
surpreendente, inexplicável, paixão que nasceu do fundo da alma, quem descobriu que não ama mais,
descobriu que estava grávida e não consegue mais dormir, tensa, quem acabou de perder um emprego,
a estação, o sentido de viver, porque se sente sozinho, apesar da multidão nas estações.
25 Trocavam-se ideias, opiniões, debatia-se, mudavam as convicções de alguém, apresentavam
outros pontos de vista, experiências e erros da história que se repetem. A bolha é nosso mundo agora. E
o que tem de tão urgente nos celulares, que não era na década anterior? O que é inadiável? A bolha em
si, e nela que se quer estar: protegido e isolado. O mundo é muito louco, tem muito louco por aí. E boa
parte, quando chega à sua estação, continua nela, caminha olhando ou falando para seu universo
30 pessoal. Haverá um dia em que as pessoas voltarão a interagir? O mundo corre perigo. (…)
Marcelo Rubens Paiva
(Adaptado a partir de: http://cultura.estadao.com.br/. Acesso em abril de 2017.)
As expressões grifadas em Ninguém mais olha o vazio (linha 1) e quem está por um fio (linha 4) trazem, respectivamente, implícito sentido de
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 01 a 05.
A bolha
1 Ninguém mais conversa no metrô. Ninguém mais paquera. Ninguém mais olha o vazio, o mapa
das linhas, os anúncios, as luzes passando em sentido contrário, a própria imagem refletida nas janelas,
quem entra, quem sai, quem veste o que, quem está bem, quem está feliz, quem chora, quem dorme,
quem está por um fio, quem se dirige a uma manifestação de protesto, ou de apoio, quem defende o
5 que, gosta de qual banda, quem parte para um encontro secreto, ou acaba de ser beijada, por alguém
que sempre quis, e que nunca tomou a iniciativa, quem acaba de se apaixonar, ou descobre que o amor
acabou, quem espera gêmeos, está exultante e nem consegue mais dormir, quem acaba de conseguir
um emprego, quem não desce em nenhuma estação, e quer apenas um ar-condicionado no talo no
verão impiedoso, ou fugir da chuva, ou dar um tempo, viver sem sentir a vida, percorrer túneis
10 subterrâneos de uma grande metrópole, em que, apesar da multidão, se sente sozinho.
Ninguém troca ideias, opiniões divergentes, ninguém debate, é convencido de algo, muda de
opinião. A bolha que nos cerca nos protege. É como um escudo contra o que nos agride. A cidade nos
agride. O ódio nos agride. Todos nela nos agridem. Suas vozes incomodam.
Preferimos a música preferida da lista previamente selecionada que sai dos meus fones de
15 ouvido conectados por um cabo ao meu universo pessoal, em que sou Deus, em que decido o que ler e
ouvir, o que ver e curtir, o que assistir e ignorar, graças à opção “bloqueio”, à opção “excluir”, à opção
“apagar perfil”, “colocar em modo avião”, “não receber notificações”.
Há uns anos, não pegava celular no metrô. Os passageiros conversavam, paqueravam, miravam o
vazio, redescobriam estações no mapa das linhas, checavam os cabelos na imagem refletida, quem
20 entrava, saía, vestia o que, (…) quem estava bem, feliz, chorava, dormia, quem, pelo perfume, banho
tomado, roupa bonita, estava a caminho de um encontro secreto, fora beijada, por alguém
surpreendente, inexplicável, paixão que nasceu do fundo da alma, quem descobriu que não ama mais,
descobriu que estava grávida e não consegue mais dormir, tensa, quem acabou de perder um emprego,
a estação, o sentido de viver, porque se sente sozinho, apesar da multidão nas estações.
25 Trocavam-se ideias, opiniões, debatia-se, mudavam as convicções de alguém, apresentavam
outros pontos de vista, experiências e erros da história que se repetem. A bolha é nosso mundo agora. E
o que tem de tão urgente nos celulares, que não era na década anterior? O que é inadiável? A bolha em
si, e nela que se quer estar: protegido e isolado. O mundo é muito louco, tem muito louco por aí. E boa
parte, quando chega à sua estação, continua nela, caminha olhando ou falando para seu universo
30 pessoal. Haverá um dia em que as pessoas voltarão a interagir? O mundo corre perigo. (…)
Marcelo Rubens Paiva
(Adaptado a partir de: http://cultura.estadao.com.br/. Acesso em abril de 2017.)
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 01 a 05.
A bolha
1 Ninguém mais conversa no metrô. Ninguém mais paquera. Ninguém mais olha o vazio, o mapa
das linhas, os anúncios, as luzes passando em sentido contrário, a própria imagem refletida nas janelas,
quem entra, quem sai, quem veste o que, quem está bem, quem está feliz, quem chora, quem dorme,
quem está por um fio, quem se dirige a uma manifestação de protesto, ou de apoio, quem defende o
5 que, gosta de qual banda, quem parte para um encontro secreto, ou acaba de ser beijada, por alguém
que sempre quis, e que nunca tomou a iniciativa, quem acaba de se apaixonar, ou descobre que o amor
acabou, quem espera gêmeos, está exultante e nem consegue mais dormir, quem acaba de conseguir
um emprego, quem não desce em nenhuma estação, e quer apenas um ar-condicionado no talo no
verão impiedoso, ou fugir da chuva, ou dar um tempo, viver sem sentir a vida, percorrer túneis
10 subterrâneos de uma grande metrópole, em que, apesar da multidão, se sente sozinho.
Ninguém troca ideias, opiniões divergentes, ninguém debate, é convencido de algo, muda de
opinião. A bolha que nos cerca nos protege. É como um escudo contra o que nos agride. A cidade nos
agride. O ódio nos agride. Todos nela nos agridem. Suas vozes incomodam.
Preferimos a música preferida da lista previamente selecionada que sai dos meus fones de
15 ouvido conectados por um cabo ao meu universo pessoal, em que sou Deus, em que decido o que ler e
ouvir, o que ver e curtir, o que assistir e ignorar, graças à opção “bloqueio”, à opção “excluir”, à opção
“apagar perfil”, “colocar em modo avião”, “não receber notificações”.
Há uns anos, não pegava celular no metrô. Os passageiros conversavam, paqueravam, miravam o
vazio, redescobriam estações no mapa das linhas, checavam os cabelos na imagem refletida, quem
20 entrava, saía, vestia o que, (…) quem estava bem, feliz, chorava, dormia, quem, pelo perfume, banho
tomado, roupa bonita, estava a caminho de um encontro secreto, fora beijada, por alguém
surpreendente, inexplicável, paixão que nasceu do fundo da alma, quem descobriu que não ama mais,
descobriu que estava grávida e não consegue mais dormir, tensa, quem acabou de perder um emprego,
a estação, o sentido de viver, porque se sente sozinho, apesar da multidão nas estações.
25 Trocavam-se ideias, opiniões, debatia-se, mudavam as convicções de alguém, apresentavam
outros pontos de vista, experiências e erros da história que se repetem. A bolha é nosso mundo agora. E
o que tem de tão urgente nos celulares, que não era na década anterior? O que é inadiável? A bolha em
si, e nela que se quer estar: protegido e isolado. O mundo é muito louco, tem muito louco por aí. E boa
parte, quando chega à sua estação, continua nela, caminha olhando ou falando para seu universo
30 pessoal. Haverá um dia em que as pessoas voltarão a interagir? O mundo corre perigo. (…)
Marcelo Rubens Paiva
(Adaptado a partir de: http://cultura.estadao.com.br/. Acesso em abril de 2017.)
A partir do título e no decorrer do texto, a palavra bolha aparece diversas vezes. Nesse contexto, bolha é entendida como