Questões de Concurso
Para supervisor pedagógico
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Leia o texto a seguir para responder à questão.
Até breve
Há temperamentos urbanos por nascimento, mas há, igualmente, os temperamentos rurais. Uns só podem viver no asfalto, embalam-se com o escapamento das lambretas, escutam a voz dos anjos no rádio do vizinho e vão para a fila da carne como para festinha de aniversário. O rural, ao contrário, só consegue viver na cidade como escafandrista debaixo d’água: de vez em quando carece ir à tona, a fim de se livrar da pressão; doses ilimitadas de cidade são, para tal gente, perigo de morte certa, bolha de ar no sangue, pulmão achatado, colapso periférico. Que fazer se sou um desses — se aqui em casa somos rurais?
Eis por que esta semana me parto, em procura do retiro sertanejo de todos os anos. Alguns meses passaremos entre céu e terra, sem edifícios nem ruas, nem lotações, nem política, nem literatos, nem teatro, nem cinema; nenhum dos encantos da civilização a prejudicar o indispensável recolhimento pelo qual a alma chora e que o corpo não dispensa, sob pena de morrer ou enloucar e sair brizolando por aí, atirando pedra em quem não merece.
Dirá quem não gosta de mim que isso é folga, que lugar de cronista é no asfalto, e que só se podem comentar acontecimentos estando no meio deles. E eu responderei que folgados têm muitos, mas não sou desses, minha lei e minha fé é o esforço e o sofrimento; e lembrarei também a verdade elementar de que não há perspectiva sem distância, e se há uma coisa neste país de que carecemos tanto quanto de divisas fortes, é de perspectiva. Vivemos dentro demais dos acontecimentos, somos absorvidos por eles, sugestionados por eles, exacerbados por eles. Eles é que nos arrastam, não somos nós que os esmiuçamos. [...] Envolvida pela fofoca, o transitório, o gás néon, perde a gente aqui os olhos de ver as grandes coisas.
E tem mais: lembremo-nos de que hoje em dia já não há isolamento campestre que nos afaste do noticiário. Na selva mais perdida basta um pequeno transistor para nos transformar na testemunha auditiva da história. [...] Que vale a distância quando temos as asas do rádio? [...]
Vocês aqui, e nas outras cidades grandes, pensam que são os únicos seres vivos do mundo — ou pelo menos do só mundo que interessa. Talvez, talvez contudo, ainda sobre muito mundo por aí. Vocês são os dançarinos no palco e não enxergam a plateia no escuro, por causa dos holofotes que só botam luz no pessoal do balé. Porém, há mais gente do lado de lá do que do lado de cá. Deixem-me ir para lá um pouquinho, para ver se lhes mando o eco do que vocês cantam, para lhes dizer na verdade se vocês funcionam e estão vivos. Lá para onde eu vou tem milhões, sim, milhões mais de povo do que aqui. Vocês não sabem deles, mas eles sabem de vocês. A comparação da plateia é certa: lindo pode ser o espetáculo, mas sem plateia não tem razão de ser; só da plateia é que parte a ovação ou a pateada.
Meu Deus, estou falando tão bobo, cheia de imagens e de charadas, mas é isso — preciso mesmo sair de baixo da pressão, limpar o sangue. Sentiram o drama? O doutor bota aqui a lei do arroz, do açúcar ou da carne — deixem a gente ir ver como é que essa lei funciona lá no roçado onde o arroz nasce! [...] Enfim, enfim, as desculpas são muitas, mas a verdade é uma: está chovendo no Ceará que é uma beleza... Adeus, Guanabara, adeus!
QUEIROZ, R. de. Até breve. O cruzeiro. (Adaptado).
Disponível em:
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/19085/atebreve>.
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Até breve
Há temperamentos urbanos por nascimento, mas há, igualmente, os temperamentos rurais. Uns só podem viver no asfalto, embalam-se com o escapamento das lambretas, escutam a voz dos anjos no rádio do vizinho e vão para a fila da carne como para festinha de aniversário. O rural, ao contrário, só consegue viver na cidade como escafandrista debaixo d’água: de vez em quando carece ir à tona, a fim de se livrar da pressão; doses ilimitadas de cidade são, para tal gente, perigo de morte certa, bolha de ar no sangue, pulmão achatado, colapso periférico. Que fazer se sou um desses — se aqui em casa somos rurais?
Eis por que esta semana me parto, em procura do retiro sertanejo de todos os anos. Alguns meses passaremos entre céu e terra, sem edifícios nem ruas, nem lotações, nem política, nem literatos, nem teatro, nem cinema; nenhum dos encantos da civilização a prejudicar o indispensável recolhimento pelo qual a alma chora e que o corpo não dispensa, sob pena de morrer ou enloucar e sair brizolando por aí, atirando pedra em quem não merece.
Dirá quem não gosta de mim que isso é folga, que lugar de cronista é no asfalto, e que só se podem comentar acontecimentos estando no meio deles. E eu responderei que folgados têm muitos, mas não sou desses, minha lei e minha fé é o esforço e o sofrimento; e lembrarei também a verdade elementar de que não há perspectiva sem distância, e se há uma coisa neste país de que carecemos tanto quanto de divisas fortes, é de perspectiva. Vivemos dentro demais dos acontecimentos, somos absorvidos por eles, sugestionados por eles, exacerbados por eles. Eles é que nos arrastam, não somos nós que os esmiuçamos. [...] Envolvida pela fofoca, o transitório, o gás néon, perde a gente aqui os olhos de ver as grandes coisas.
E tem mais: lembremo-nos de que hoje em dia já não há isolamento campestre que nos afaste do noticiário. Na selva mais perdida basta um pequeno transistor para nos transformar na testemunha auditiva da história. [...] Que vale a distância quando temos as asas do rádio? [...]
Vocês aqui, e nas outras cidades grandes, pensam que são os únicos seres vivos do mundo — ou pelo menos do só mundo que interessa. Talvez, talvez contudo, ainda sobre muito mundo por aí. Vocês são os dançarinos no palco e não enxergam a plateia no escuro, por causa dos holofotes que só botam luz no pessoal do balé. Porém, há mais gente do lado de lá do que do lado de cá. Deixem-me ir para lá um pouquinho, para ver se lhes mando o eco do que vocês cantam, para lhes dizer na verdade se vocês funcionam e estão vivos. Lá para onde eu vou tem milhões, sim, milhões mais de povo do que aqui. Vocês não sabem deles, mas eles sabem de vocês. A comparação da plateia é certa: lindo pode ser o espetáculo, mas sem plateia não tem razão de ser; só da plateia é que parte a ovação ou a pateada.
Meu Deus, estou falando tão bobo, cheia de imagens e de charadas, mas é isso — preciso mesmo sair de baixo da pressão, limpar o sangue. Sentiram o drama? O doutor bota aqui a lei do arroz, do açúcar ou da carne — deixem a gente ir ver como é que essa lei funciona lá no roçado onde o arroz nasce! [...] Enfim, enfim, as desculpas são muitas, mas a verdade é uma: está chovendo no Ceará que é uma beleza... Adeus, Guanabara, adeus!
QUEIROZ, R. de. Até breve. O cruzeiro. (Adaptado).
Disponível em:
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/19085/atebreve>.
A ironia a que essa passagem se refere é o fato de a internet
I. A vulnerabilidade social, tem enfoque multifatorial, incluindo pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso a serviços públicos) e/ou fragilização de vínculos afetivos, relacionais e de pertencimento social, discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência, dentre outras. II. A vulnerabilidade social é resultado da confluência da exposição a riscos, da incapacidade de resposta e da inabilidade de adaptação, podendo ser definida como a exposição a contingências e tensões e as dificuldades em lidar com elas; ou seja, reúne um conjunto de situações multisetoriais que tornam as pessoas mais frágeis. III. As questões de gênero, enquanto possibilidade de se analisar os lugares e as práticas de mulheres e homens na sociedade, é fundamental para a compreensão das representações femininas e masculinas na dinâmica das famílias e no cuidado familiar de pessoas com deficiência e de pessoas idosas. IV. Uma pessoa em vulnerabilidade social é aquela que tem maior fragilidade perante outros grupos sociais. Tais fragilidades podem relacionar-se ao ciclo de vida, a exemplo de crianças, adolescentes e pessoas idosas; a deficiências; a condições sociais, culturais, econômicas, educacionais e de saúde diferentes de outras pessoas, que podem resultar em uma situação desigual ou gerar uma relação de sujeição. Nesse sentido, a vulnerabilidade está ligada a situações e contextos de desproteção jurídico-social, o que implica em risco e fragilidade. V. A velhice não é fenômeno homogêneo, estático, uma vez que cada pessoa vivencia esse ciclo de vida de uma forma, considerando sua trajetória particular e as condições econômicas, de saúde, educação e, ainda, gênero, etnia, contexto familiar e territorial a ela relacionados.
Assinale a alternativa CORRETA.
I. A gestão pedagógica do atendimento socioeducativo do adolescente se constitui no conjunto de ações socioeducativas que contribua na sua formação, de modo que venha a ser um cidadão autônomo e solidário, capaz de se relacionar melhor consigo mesmo, com os outros e com tudo que integra a sua circunstância e sem reincidir na prática de atos infracionais. II. Os parâmetros norteadores da ação e gestão pedagógicas para as entidades e/ou programas de atendimento que executam a internação provisória e as medidas socioeducativas devem propiciar ao adolescente o acesso a direitos e às oportunidades de superação de sua situação de exclusão, de ressignificação de valores, bem como o acesso à formação de valores para a participação na vida social, vez que as medidas socioeducativas possuem uma dimensão jurídico-sancionatória e uma dimensão substancial ético-pedagógica. III. A diretividade do processo socioeducativo pressupõe a autoridade competente, no qual técnicos e educadores são os responsáveis pelo direcionamento das ações, garantindo a participação dos adolescentes e estimulando o diálogo permanente. IV. As questões da diversidade cultural, da igualdade étnico-racial, de gênero, de orientação sexual deverão compor os fundamentos teórico-metodológicos do projeto pedagógico dos programas de atendimento socioeducativo. V. As diferentes áreas do conhecimento são importantes e complementares no atendimento integral dos adolescentes como a psicologia, a terapia ocupacional, o serviço social, a pedagogia, a antropologia, a sociologia, a filosofia e outras áreas afins que possam agregar conhecimento no campo do atendimento das medidas socioeducativas.
Assinale a alternativa CORRETA.
I. Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre brasileiros maiores de 35 anos, residentes no Município, no exercício dos direitos políticos. II. Compete ao Secretário Municipal expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos. III. Os Secretários, nomeados em comissão, farão declaração pública de bens no ato da posse e no término do exercício do cargo, e terão os mesmos impedimentos dos Vereadores e do Prefeito, enquanto nele permanecerem. IV. Os Secretários Municipais são subsidiariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem.
Assinale a alternativa CORRETA.
No que se refere à fundação de Porto Real, no final do século XVIII (atual Porto Nacional), seu mito fundador foi aceito, durante muito tempo, como relacionado:
Em 10 de maio de 1986, em razão da defesa que fazia dos camponeses pobres da Região do Bico do Papagaio, ocorreu:
I. Em: “Além disso, 70% não realizaram formação continuada” (4º parágrafo), a expressão destacada pode ser substituída por “Ademais” ou “Outrossim”, sem prejuízo de sentido. II. Em: “66% dos professores da rede apontam o número insuficiente de equipamentos” (9º parágrafo), o sujeito é simples. III. Em: “No caso da rede pública, há um problema ainda anterior à apropriação das novas tecnologias” (9º parágrafo), o emprego da crase é facultativo. IV. Em: “insuficiente” e “desconfiança”, há derivação sufixal.
Assinale a alternativa CORRETA.