Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q3131274 Português

        O conto Miss Dollar, de Machado de Assis, traz o leitor para dentro do texto já na primeira linha: “Era conveniente ao romance que o leitor ficasse muito tempo sem saber quem era Miss Dollar” e “sem a apresentação de Miss Dollar, seria o autor obrigado a longas digressões, que encheriam o papel sem adiantar a ação. Não há hesitação possível: vou apresentar lhes Miss Dollar:”. Engana-se, no entanto, a boa-fé de quem acreditar nessas promessas: ao contrário do que apregoara, o narrador entrega-se à volúpia de imaginar diferentes e variados tipos de leitores, cujas previsões sobre a identidade da personagem-título ele antecipa e desmente, valendo-se da autoridade narratorial. Começa refutando a imagem de Miss Dollar como “uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue” creditada à imaginação de um “rapaz dado ao gênio melancólico”. Linhas abaixo, o texto inventa um outro leitor, atribuindo a este a imagem de uma Miss Dollar “robusta americana, vertendo o sangue pelas faces, formas arredondadas, olhos vivos e ardentes, mulher feita, refeita, perfeita”. No parágrafo subsequente, o mesmo imaginoso narrador investiga as expectativas de um outro tipo de leitor: daquele que, tendo já passado a segunda mocidade, tem à sua frente uma velhice sem recursos, para quem, então, a Miss Dollar do conto deve ser “boa inglesa de cinquenta anos, dotada com algumas mil libras esterlinas, e que, aportando ao Brasil em procura de assunto para escrever um romance, realizasse um romance verdadeiro, casando com o leitor aludido”. Vê-se que o narrador de Miss Dollar dispõe de galeria inesgotável de leitores-personagens que faz desfilar pelo texto: ao antecipar uma vez mais interpretações para a personagem-título, ele convoca uma outra imagem de leitor que, lisonjeiramente, qualifica de “Mais esperto que os outros” e cuja esperteza parece consistir na interpretação de Miss Dollar como “brasileira dos quatro costados”, vindo seu nome à conta de sua riqueza: “Miss Dollar quer dizer apenas que a rapariga é rica”. E só depois dessa célere multiplicação de leitores imaginários, incessantemente extraídos de sua algibeira, que, para alívio dos leitores de carne e osso, o narrador cumpre finalmente sua promessa, e desvela a identidade de Miss Dollar: “A Miss Dollar do romance não é a menina romântica, nem a mulher robusta, nem a velha literata, nem a brasileira rica (...) Miss Dollar é uma cadelinha galga”.


Marisa Lajolo. Do mundo da leitura para a leitura do mundo.

São Paulo: Ática 2011, p.56-57 (com adaptações).


Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente, que consiste em uma leitura literária do conto Miss Dollar, de Machado de Assis. 

Segundo o entendimento da autora do texto precedente, a galeria de leitores personagens do conto Miss Dollar sugere o caráter provinciano e pouco imaginativo do público leitor da época, incapaz de acompanhar a volúpia criativa do autor.
Alternativas
Q3131273 Português

        O conto Miss Dollar, de Machado de Assis, traz o leitor para dentro do texto já na primeira linha: “Era conveniente ao romance que o leitor ficasse muito tempo sem saber quem era Miss Dollar” e “sem a apresentação de Miss Dollar, seria o autor obrigado a longas digressões, que encheriam o papel sem adiantar a ação. Não há hesitação possível: vou apresentar lhes Miss Dollar:”. Engana-se, no entanto, a boa-fé de quem acreditar nessas promessas: ao contrário do que apregoara, o narrador entrega-se à volúpia de imaginar diferentes e variados tipos de leitores, cujas previsões sobre a identidade da personagem-título ele antecipa e desmente, valendo-se da autoridade narratorial. Começa refutando a imagem de Miss Dollar como “uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue” creditada à imaginação de um “rapaz dado ao gênio melancólico”. Linhas abaixo, o texto inventa um outro leitor, atribuindo a este a imagem de uma Miss Dollar “robusta americana, vertendo o sangue pelas faces, formas arredondadas, olhos vivos e ardentes, mulher feita, refeita, perfeita”. No parágrafo subsequente, o mesmo imaginoso narrador investiga as expectativas de um outro tipo de leitor: daquele que, tendo já passado a segunda mocidade, tem à sua frente uma velhice sem recursos, para quem, então, a Miss Dollar do conto deve ser “boa inglesa de cinquenta anos, dotada com algumas mil libras esterlinas, e que, aportando ao Brasil em procura de assunto para escrever um romance, realizasse um romance verdadeiro, casando com o leitor aludido”. Vê-se que o narrador de Miss Dollar dispõe de galeria inesgotável de leitores-personagens que faz desfilar pelo texto: ao antecipar uma vez mais interpretações para a personagem-título, ele convoca uma outra imagem de leitor que, lisonjeiramente, qualifica de “Mais esperto que os outros” e cuja esperteza parece consistir na interpretação de Miss Dollar como “brasileira dos quatro costados”, vindo seu nome à conta de sua riqueza: “Miss Dollar quer dizer apenas que a rapariga é rica”. E só depois dessa célere multiplicação de leitores imaginários, incessantemente extraídos de sua algibeira, que, para alívio dos leitores de carne e osso, o narrador cumpre finalmente sua promessa, e desvela a identidade de Miss Dollar: “A Miss Dollar do romance não é a menina romântica, nem a mulher robusta, nem a velha literata, nem a brasileira rica (...) Miss Dollar é uma cadelinha galga”.


Marisa Lajolo. Do mundo da leitura para a leitura do mundo.

São Paulo: Ática 2011, p.56-57 (com adaptações).


Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente, que consiste em uma leitura literária do conto Miss Dollar, de Machado de Assis. 

A partir da argumentação da autora do texto, é possível afirmar que Miss Dollar é um conto cuja matéria literária é a própria arte de construir uma narrativa na qual os leitores são também virtuais personagens.
Alternativas
Q3131272 Português

        O conto Miss Dollar, de Machado de Assis, traz o leitor para dentro do texto já na primeira linha: “Era conveniente ao romance que o leitor ficasse muito tempo sem saber quem era Miss Dollar” e “sem a apresentação de Miss Dollar, seria o autor obrigado a longas digressões, que encheriam o papel sem adiantar a ação. Não há hesitação possível: vou apresentar lhes Miss Dollar:”. Engana-se, no entanto, a boa-fé de quem acreditar nessas promessas: ao contrário do que apregoara, o narrador entrega-se à volúpia de imaginar diferentes e variados tipos de leitores, cujas previsões sobre a identidade da personagem-título ele antecipa e desmente, valendo-se da autoridade narratorial. Começa refutando a imagem de Miss Dollar como “uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue” creditada à imaginação de um “rapaz dado ao gênio melancólico”. Linhas abaixo, o texto inventa um outro leitor, atribuindo a este a imagem de uma Miss Dollar “robusta americana, vertendo o sangue pelas faces, formas arredondadas, olhos vivos e ardentes, mulher feita, refeita, perfeita”. No parágrafo subsequente, o mesmo imaginoso narrador investiga as expectativas de um outro tipo de leitor: daquele que, tendo já passado a segunda mocidade, tem à sua frente uma velhice sem recursos, para quem, então, a Miss Dollar do conto deve ser “boa inglesa de cinquenta anos, dotada com algumas mil libras esterlinas, e que, aportando ao Brasil em procura de assunto para escrever um romance, realizasse um romance verdadeiro, casando com o leitor aludido”. Vê-se que o narrador de Miss Dollar dispõe de galeria inesgotável de leitores-personagens que faz desfilar pelo texto: ao antecipar uma vez mais interpretações para a personagem-título, ele convoca uma outra imagem de leitor que, lisonjeiramente, qualifica de “Mais esperto que os outros” e cuja esperteza parece consistir na interpretação de Miss Dollar como “brasileira dos quatro costados”, vindo seu nome à conta de sua riqueza: “Miss Dollar quer dizer apenas que a rapariga é rica”. E só depois dessa célere multiplicação de leitores imaginários, incessantemente extraídos de sua algibeira, que, para alívio dos leitores de carne e osso, o narrador cumpre finalmente sua promessa, e desvela a identidade de Miss Dollar: “A Miss Dollar do romance não é a menina romântica, nem a mulher robusta, nem a velha literata, nem a brasileira rica (...) Miss Dollar é uma cadelinha galga”.


Marisa Lajolo. Do mundo da leitura para a leitura do mundo.

São Paulo: Ática 2011, p.56-57 (com adaptações).


Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente, que consiste em uma leitura literária do conto Miss Dollar, de Machado de Assis. 

Infere-se da leitura do texto que o leitor ‘Mais esperto que os outros’ é aquele capaz de adivinhar os propósitos do autor de um texto literário, baseando-se, sobretudo, nas informações oferecidas pelo narrador em 3.ª pessoa, onisciente e neutro.
Alternativas
Q3131271 Português

        O conto Miss Dollar, de Machado de Assis, traz o leitor para dentro do texto já na primeira linha: “Era conveniente ao romance que o leitor ficasse muito tempo sem saber quem era Miss Dollar” e “sem a apresentação de Miss Dollar, seria o autor obrigado a longas digressões, que encheriam o papel sem adiantar a ação. Não há hesitação possível: vou apresentar lhes Miss Dollar:”. Engana-se, no entanto, a boa-fé de quem acreditar nessas promessas: ao contrário do que apregoara, o narrador entrega-se à volúpia de imaginar diferentes e variados tipos de leitores, cujas previsões sobre a identidade da personagem-título ele antecipa e desmente, valendo-se da autoridade narratorial. Começa refutando a imagem de Miss Dollar como “uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue” creditada à imaginação de um “rapaz dado ao gênio melancólico”. Linhas abaixo, o texto inventa um outro leitor, atribuindo a este a imagem de uma Miss Dollar “robusta americana, vertendo o sangue pelas faces, formas arredondadas, olhos vivos e ardentes, mulher feita, refeita, perfeita”. No parágrafo subsequente, o mesmo imaginoso narrador investiga as expectativas de um outro tipo de leitor: daquele que, tendo já passado a segunda mocidade, tem à sua frente uma velhice sem recursos, para quem, então, a Miss Dollar do conto deve ser “boa inglesa de cinquenta anos, dotada com algumas mil libras esterlinas, e que, aportando ao Brasil em procura de assunto para escrever um romance, realizasse um romance verdadeiro, casando com o leitor aludido”. Vê-se que o narrador de Miss Dollar dispõe de galeria inesgotável de leitores-personagens que faz desfilar pelo texto: ao antecipar uma vez mais interpretações para a personagem-título, ele convoca uma outra imagem de leitor que, lisonjeiramente, qualifica de “Mais esperto que os outros” e cuja esperteza parece consistir na interpretação de Miss Dollar como “brasileira dos quatro costados”, vindo seu nome à conta de sua riqueza: “Miss Dollar quer dizer apenas que a rapariga é rica”. E só depois dessa célere multiplicação de leitores imaginários, incessantemente extraídos de sua algibeira, que, para alívio dos leitores de carne e osso, o narrador cumpre finalmente sua promessa, e desvela a identidade de Miss Dollar: “A Miss Dollar do romance não é a menina romântica, nem a mulher robusta, nem a velha literata, nem a brasileira rica (...) Miss Dollar é uma cadelinha galga”.


Marisa Lajolo. Do mundo da leitura para a leitura do mundo.

São Paulo: Ática 2011, p.56-57 (com adaptações).


Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente, que consiste em uma leitura literária do conto Miss Dollar, de Machado de Assis. 

A organização retórica do conto de Machado de Assis baseia-se em uma “célere multiplicação de leitores imaginários”, cujas definições de Miss Dollar são frustradas ante a revelação final do narrador, a qual resulta em efeito cômico de surpresa para o leitor real.
Alternativas
Q3131270 Português
Graciliano Ramos: 

Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca: 

de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara. 

(...) 

Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,
 Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 

que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. 

(...) 

Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:

e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua. 

(...) 

Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 

que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 

João Cabral de Melo Neto. Obra completa: volume único.
Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 311-312.

        “Senti-me bastante perturbada com a necessidade de passar para o papel aquilo que algumas pessoas que ‘habitavam’ a minha cabeça estavam querendo dizer-me. Então perguntei ao Paim (o marido) se aquilo daria mesmo um conto, ou quem sabe um romance. Ele apenas aconselhou-me a dar corpo ao texto, mesmo que não fosse um romance.” Alina passou a escrever à noite enquanto o marido dormia, pois não queria que lesse absolutamente nada. Cinco meses depois de tê-lo concluído, tratou de ir à confeitaria Colombo, em Copacabana; em uma dessas oportunidades, deparou-se com Graciliano Ramos, a quem confiou o manuscrito de Estrada da liberdade; porém, sua única exigência era que ele dissesse se o que produziu era mesmo um romance. Acertaram um reencontro para 15 dias mais tarde. Qual foi sua surpresa ao ouvi-lo dizer: “Alina, é um romance, sim, e dos bons, porém falta-lhe aprimorar a técnica.” Segundo a romancista, naquele momento nasceu uma grande amizade entre ambos, capaz de despertar ciúmes não apenas no mundo literário, mas em alguns familiares e amigos. Iniciaram-se as aulas de técnicas literárias na casa de Graciliano, de modo que ele se tornou responsável pela correção e leitura dos seus dois romances seguintes. Sua amizade, com aquele a quem chamou carinhosamente de “Mestre Graça”, rompeu-se nove anos mais tarde, por ocasião de sua morte. 

Ana Maria Leal Cardoso. Alina Paim: uma romancista esquecida nos labirintos do tempo. In: Aletria, maio-ago 2010, n. 2, v. 20, p.126-127 (com adaptações). 

        Poucas vezes terá visto o romance brasileiro uma estreia tão segura de si quanto a de Francisco J. C. Dantas. O precedente, ilustre, que logo acode a lembrança é obviamente o de Graciliano Ramos com Caetés (1933). Tal como o ex-prefeito de Palmeira dos Índios que se apresentou escritor já feito aos olhos de seus primeiros leitores, este sergipano professor de Letras que, além de ter cumprido a penitência de duas teses universitárias, só publicara até agora contos e ensaios esparsos, é dono de uma linguagem vigorosa, pessoal, rara de encontrar-se num romance de estreia. Coivara da memória é outrossim, como Caetés, um romance meio fora de moda. Melhor dizendo: providencialmente fora de moda. 

José Paulo Paes. No rescaldo do fogo morto: sobre a “Coivara da Memória”
de Francisco Dantas. In: Transleituras. São Paulo, Ática, 1995, p.46. 




Em seu texto, José Paulo Paes afirma que Coivara da memória é um romance “meio fora de moda”, o que evidencia seu propósito crítico de informar implicitamente o valor relativo dessa obra de Francisco Dantas.
Alternativas
Q3131267 Português
Graciliano Ramos: 

Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca: 

de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara. 

(...) 

Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,
 Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 

que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. 

(...) 

Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:

e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua. 

(...) 

Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 

que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 

João Cabral de Melo Neto. Obra completa: volume único.
Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 311-312.

        “Senti-me bastante perturbada com a necessidade de passar para o papel aquilo que algumas pessoas que ‘habitavam’ a minha cabeça estavam querendo dizer-me. Então perguntei ao Paim (o marido) se aquilo daria mesmo um conto, ou quem sabe um romance. Ele apenas aconselhou-me a dar corpo ao texto, mesmo que não fosse um romance.” Alina passou a escrever à noite enquanto o marido dormia, pois não queria que lesse absolutamente nada. Cinco meses depois de tê-lo concluído, tratou de ir à confeitaria Colombo, em Copacabana; em uma dessas oportunidades, deparou-se com Graciliano Ramos, a quem confiou o manuscrito de Estrada da liberdade; porém, sua única exigência era que ele dissesse se o que produziu era mesmo um romance. Acertaram um reencontro para 15 dias mais tarde. Qual foi sua surpresa ao ouvi-lo dizer: “Alina, é um romance, sim, e dos bons, porém falta-lhe aprimorar a técnica.” Segundo a romancista, naquele momento nasceu uma grande amizade entre ambos, capaz de despertar ciúmes não apenas no mundo literário, mas em alguns familiares e amigos. Iniciaram-se as aulas de técnicas literárias na casa de Graciliano, de modo que ele se tornou responsável pela correção e leitura dos seus dois romances seguintes. Sua amizade, com aquele a quem chamou carinhosamente de “Mestre Graça”, rompeu-se nove anos mais tarde, por ocasião de sua morte. 

Ana Maria Leal Cardoso. Alina Paim: uma romancista esquecida nos labirintos do tempo. In: Aletria, maio-ago 2010, n. 2, v. 20, p.126-127 (com adaptações). 

        Poucas vezes terá visto o romance brasileiro uma estreia tão segura de si quanto a de Francisco J. C. Dantas. O precedente, ilustre, que logo acode a lembrança é obviamente o de Graciliano Ramos com Caetés (1933). Tal como o ex-prefeito de Palmeira dos Índios que se apresentou escritor já feito aos olhos de seus primeiros leitores, este sergipano professor de Letras que, além de ter cumprido a penitência de duas teses universitárias, só publicara até agora contos e ensaios esparsos, é dono de uma linguagem vigorosa, pessoal, rara de encontrar-se num romance de estreia. Coivara da memória é outrossim, como Caetés, um romance meio fora de moda. Melhor dizendo: providencialmente fora de moda. 

José Paulo Paes. No rescaldo do fogo morto: sobre a “Coivara da Memória”
de Francisco Dantas. In: Transleituras. São Paulo, Ática, 1995, p.46. 




A semelhança entre Caetés, romance de estreia de Graciliano Ramos, e Coivara da memória, primeiro romance de Francisco Dantas, mencionados no texto de José Paulo Paes, reside fundamentalmente no fato de que ambos os romancistas publicaram suas longas narrativas apenas em sua maturidade etária e literária.
Alternativas
Q3131266 Português
Graciliano Ramos: 

Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca: 

de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara. 

(...) 

Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,
 Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 

que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. 

(...) 

Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:

e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua. 

(...) 

Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 

que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 

João Cabral de Melo Neto. Obra completa: volume único.
Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 311-312.

        “Senti-me bastante perturbada com a necessidade de passar para o papel aquilo que algumas pessoas que ‘habitavam’ a minha cabeça estavam querendo dizer-me. Então perguntei ao Paim (o marido) se aquilo daria mesmo um conto, ou quem sabe um romance. Ele apenas aconselhou-me a dar corpo ao texto, mesmo que não fosse um romance.” Alina passou a escrever à noite enquanto o marido dormia, pois não queria que lesse absolutamente nada. Cinco meses depois de tê-lo concluído, tratou de ir à confeitaria Colombo, em Copacabana; em uma dessas oportunidades, deparou-se com Graciliano Ramos, a quem confiou o manuscrito de Estrada da liberdade; porém, sua única exigência era que ele dissesse se o que produziu era mesmo um romance. Acertaram um reencontro para 15 dias mais tarde. Qual foi sua surpresa ao ouvi-lo dizer: “Alina, é um romance, sim, e dos bons, porém falta-lhe aprimorar a técnica.” Segundo a romancista, naquele momento nasceu uma grande amizade entre ambos, capaz de despertar ciúmes não apenas no mundo literário, mas em alguns familiares e amigos. Iniciaram-se as aulas de técnicas literárias na casa de Graciliano, de modo que ele se tornou responsável pela correção e leitura dos seus dois romances seguintes. Sua amizade, com aquele a quem chamou carinhosamente de “Mestre Graça”, rompeu-se nove anos mais tarde, por ocasião de sua morte. 

Ana Maria Leal Cardoso. Alina Paim: uma romancista esquecida nos labirintos do tempo. In: Aletria, maio-ago 2010, n. 2, v. 20, p.126-127 (com adaptações). 

        Poucas vezes terá visto o romance brasileiro uma estreia tão segura de si quanto a de Francisco J. C. Dantas. O precedente, ilustre, que logo acode a lembrança é obviamente o de Graciliano Ramos com Caetés (1933). Tal como o ex-prefeito de Palmeira dos Índios que se apresentou escritor já feito aos olhos de seus primeiros leitores, este sergipano professor de Letras que, além de ter cumprido a penitência de duas teses universitárias, só publicara até agora contos e ensaios esparsos, é dono de uma linguagem vigorosa, pessoal, rara de encontrar-se num romance de estreia. Coivara da memória é outrossim, como Caetés, um romance meio fora de moda. Melhor dizendo: providencialmente fora de moda. 

José Paulo Paes. No rescaldo do fogo morto: sobre a “Coivara da Memória”
de Francisco Dantas. In: Transleituras. São Paulo, Ática, 1995, p.46. 




No fragmento de texto de Ana Maria Leal Cardoso, a narrativa do diálogo entre os romancistas Alina Paim e Graciliano Ramos permite a inferência de que, para ambos, no texto literário, a forma estética antecede em importância a mensagem.
Alternativas
Q3131265 Português
Graciliano Ramos: 

Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca: 

de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara. 

(...) 

Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,
 Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 

que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. 

(...) 

Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:

e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua. 

(...) 

Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 

que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 

João Cabral de Melo Neto. Obra completa: volume único.
Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 311-312.

        “Senti-me bastante perturbada com a necessidade de passar para o papel aquilo que algumas pessoas que ‘habitavam’ a minha cabeça estavam querendo dizer-me. Então perguntei ao Paim (o marido) se aquilo daria mesmo um conto, ou quem sabe um romance. Ele apenas aconselhou-me a dar corpo ao texto, mesmo que não fosse um romance.” Alina passou a escrever à noite enquanto o marido dormia, pois não queria que lesse absolutamente nada. Cinco meses depois de tê-lo concluído, tratou de ir à confeitaria Colombo, em Copacabana; em uma dessas oportunidades, deparou-se com Graciliano Ramos, a quem confiou o manuscrito de Estrada da liberdade; porém, sua única exigência era que ele dissesse se o que produziu era mesmo um romance. Acertaram um reencontro para 15 dias mais tarde. Qual foi sua surpresa ao ouvi-lo dizer: “Alina, é um romance, sim, e dos bons, porém falta-lhe aprimorar a técnica.” Segundo a romancista, naquele momento nasceu uma grande amizade entre ambos, capaz de despertar ciúmes não apenas no mundo literário, mas em alguns familiares e amigos. Iniciaram-se as aulas de técnicas literárias na casa de Graciliano, de modo que ele se tornou responsável pela correção e leitura dos seus dois romances seguintes. Sua amizade, com aquele a quem chamou carinhosamente de “Mestre Graça”, rompeu-se nove anos mais tarde, por ocasião de sua morte. 

Ana Maria Leal Cardoso. Alina Paim: uma romancista esquecida nos labirintos do tempo. In: Aletria, maio-ago 2010, n. 2, v. 20, p.126-127 (com adaptações). 

        Poucas vezes terá visto o romance brasileiro uma estreia tão segura de si quanto a de Francisco J. C. Dantas. O precedente, ilustre, que logo acode a lembrança é obviamente o de Graciliano Ramos com Caetés (1933). Tal como o ex-prefeito de Palmeira dos Índios que se apresentou escritor já feito aos olhos de seus primeiros leitores, este sergipano professor de Letras que, além de ter cumprido a penitência de duas teses universitárias, só publicara até agora contos e ensaios esparsos, é dono de uma linguagem vigorosa, pessoal, rara de encontrar-se num romance de estreia. Coivara da memória é outrossim, como Caetés, um romance meio fora de moda. Melhor dizendo: providencialmente fora de moda. 

José Paulo Paes. No rescaldo do fogo morto: sobre a “Coivara da Memória”
de Francisco Dantas. In: Transleituras. São Paulo, Ática, 1995, p.46. 




O texto poético apresentado, além da referência explícita a Graciliano Ramos, reflete, em versos, a essência dos romances desse escritor, notadamente Vidas secas.
Alternativas
Q3131264 Português
Graciliano Ramos: 

Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca: 

de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara. 

(...) 

Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,
 Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 

que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. 

(...) 

Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:

e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua. 

(...) 

Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 

que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 

João Cabral de Melo Neto. Obra completa: volume único.
Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 311-312.

        “Senti-me bastante perturbada com a necessidade de passar para o papel aquilo que algumas pessoas que ‘habitavam’ a minha cabeça estavam querendo dizer-me. Então perguntei ao Paim (o marido) se aquilo daria mesmo um conto, ou quem sabe um romance. Ele apenas aconselhou-me a dar corpo ao texto, mesmo que não fosse um romance.” Alina passou a escrever à noite enquanto o marido dormia, pois não queria que lesse absolutamente nada. Cinco meses depois de tê-lo concluído, tratou de ir à confeitaria Colombo, em Copacabana; em uma dessas oportunidades, deparou-se com Graciliano Ramos, a quem confiou o manuscrito de Estrada da liberdade; porém, sua única exigência era que ele dissesse se o que produziu era mesmo um romance. Acertaram um reencontro para 15 dias mais tarde. Qual foi sua surpresa ao ouvi-lo dizer: “Alina, é um romance, sim, e dos bons, porém falta-lhe aprimorar a técnica.” Segundo a romancista, naquele momento nasceu uma grande amizade entre ambos, capaz de despertar ciúmes não apenas no mundo literário, mas em alguns familiares e amigos. Iniciaram-se as aulas de técnicas literárias na casa de Graciliano, de modo que ele se tornou responsável pela correção e leitura dos seus dois romances seguintes. Sua amizade, com aquele a quem chamou carinhosamente de “Mestre Graça”, rompeu-se nove anos mais tarde, por ocasião de sua morte. 

Ana Maria Leal Cardoso. Alina Paim: uma romancista esquecida nos labirintos do tempo. In: Aletria, maio-ago 2010, n. 2, v. 20, p.126-127 (com adaptações). 

        Poucas vezes terá visto o romance brasileiro uma estreia tão segura de si quanto a de Francisco J. C. Dantas. O precedente, ilustre, que logo acode a lembrança é obviamente o de Graciliano Ramos com Caetés (1933). Tal como o ex-prefeito de Palmeira dos Índios que se apresentou escritor já feito aos olhos de seus primeiros leitores, este sergipano professor de Letras que, além de ter cumprido a penitência de duas teses universitárias, só publicara até agora contos e ensaios esparsos, é dono de uma linguagem vigorosa, pessoal, rara de encontrar-se num romance de estreia. Coivara da memória é outrossim, como Caetés, um romance meio fora de moda. Melhor dizendo: providencialmente fora de moda. 

José Paulo Paes. No rescaldo do fogo morto: sobre a “Coivara da Memória”
de Francisco Dantas. In: Transleituras. São Paulo, Ática, 1995, p.46. 




Da leitura do texto de Ana Maria Leal Cardoso conclui-se que a relação de Alina Paim com Graciliano Ramos desenvolveu-se em uma clara sequência espaço-temporal: da solidão da escritora em sua casa à amizade e ao trabalho conjunto com o ‘Mestre Graça’.
Alternativas
Q3131263 Português
Ao verme que primeiro roeu
as frias carnes do meu cadáver
dedico com saudosa lembrança
estas Memórias Póstumas. 

CAPÍTULO I
ÓBITO DO AUTOR

        Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 6 e 11.




Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro. Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro. — É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. — Prendam-na! É escrava minha! A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas. 

Aluísio Azevedo. O cortiço. Brasília: Edições Câmara, 2019, p. 233 (com adaptações).

A partir da leitura dos trechos dos romances de Machado de Assis e Aluísio Azevedo, julgue o item a seguir.


No fragmento do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, prevalecem as relações de contraste — “autor defunto” e “defunto autor” — e a digressão do narrador; no fragmento de O cortiço, predomina uma sequência narrativa coesa de determinada situação ficcional com começo, meio e fim. 

Alternativas
Q3130697 Português

Analise a charge e responda à questão seguinte:


A charge retrata o impacto do mundo modernona saúde mental. Com base no conteúdo visual etextual, qual é a principal crítica transmitida pelacharge?
Alternativas
Q3130692 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


No texto, o psicólogo Jonathan Haidt sugere medidas para reduzir os impactos negativos das redes sociais na saúde mental dos jovens. Considerando as informações apresentadas, qual é o principal argumento que pode ser inferido em relação ao desafio de implementar essas medidas na realidade atual?
Alternativas
Q3130691 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


Ao analisar o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar que o questionamento introduz:
Alternativas
Q3130690 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


O relato do psiquiatra Flávio Kapczinski evidencia bem a diferença entre linguagem falada e escrita. Nesse sentido, é correto afirmar que, dentre as características da linguagem falada, NÃO está presente na fala do psiquiatra:
Alternativas
Q3130689 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


O texto apresenta diversas estratégias argumentativas para sustentar suas ideias, ou seja, ferramentas discursivas que auxiliam no reforço da tese sobre determinado tema. A partir dessa concepção, assinale a alternativa que NÃO apresenta uma estratégia argumentativa presente no texto,
Alternativas
Q3130687 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


Assinale a alternativa que apresenta um exemplo claro de generalização com base no texto.
Alternativas
Q3130686 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


Os operadores argumentativos são elementos específicos da linguagem que têm a função de introduzir diferentes tipos de argumentos, os quais, entre outras finalidades, indicam certas inferências. Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta um operador argumentativo introduz um esclarecimento. 
Alternativas
Q3130685 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


O texto jornalístico é caracterizado por sua objetividade e clareza, apresentando informações de forma direta e acessível ao público. Nesse viés, é INCORRETO afirmar que o texto:
Alternativas
Q3130684 Português

Leia o texto e responda à questão seguinte:


Acerca do texto compreende-se que:
Alternativas
Q3129867 Português
Tu, místico

Tu, místico, vês uma significação em todas as coisas.
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma coisa oculta em cada coisa que vês.
O que vês, vê-lo sempre para veres outra coisa.

Para mim, graças a ter olhos só para ver,
Eu vejo ausência de significação em todas as coisas;
Vejo-o e amo-me, porque ser uma coisa é não
significar nada.
Ser uma coisa é não ser suscetível de interpretação.


(“Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto
Caeiro. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946.) 

A respeito das ideias do poema, analise as assertivas que seguem:


I. O eu lírico acredita que ser uma coisa implica que ela não tem nenhum valor.

II. O eu lírico defende que a busca por significados profundos é a melhor maneira de se relacionar com a realidade.


Das assertivas, pode-se afirmar que:  

Alternativas
Respostas
2621: E
2622: C
2623: E
2624: C
2625: E
2626: E
2627: C
2628: C
2629: C
2630: C
2631: B
2632: B
2633: D
2634: D
2635: B
2636: A
2637: D
2638: B
2639: C
2640: D