Questões de Concurso Nível fundamental

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Q3061097 Direito Administrativo
Analise as afirmativas a seguir.

I. Leis que versem criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou empregos públicos na Administração Direta e Autárquica ou aumento de sua remuneração.
II. Leis que disponham sobre servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria.
III. Leis que aduzem sobre matéria tributária e orçamentária, e a que autorize a abertura de créditos ou conceda auxílios e subvenções.
IV. Leis que dizem respeito à criação, estruturação e atribuição das Secretarias ou Departamentos equivalentes e órgãos da Administração Pública.

Considerando as disposições da Lei Orgânica do Município em relação à criação de leis, são de iniciativa exclusiva do Prefeito o que se afirma em
Alternativas
Q3061096 Legislação dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro
Considerando a Lei Orgânica do Município a respeito do funcionamento da Câmara, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Às comissões permanentes, em razão da matéria de sua competência, caberá discutir e votar Projeto de Lei que dispensar, na forma do Regimento Interno, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de 1/10 dos Membros da Casa.
( ) As comissões especiais, criadas por deliberação do plenário, serão destinadas exclusivamente à representação da Câmara em Congresso, solenidades ou outros atos públicos, desde que possuam cunho político.
( ) Por deliberação da maioria de seus membros, a Câmara poderá convocar qualquer dos assessores diretos do Prefeito, para prestar informações acerca de assuntos previamente estabelecidos.
( ) Compete ao Presidente da Câmara elaborar e encaminhar ao Prefeito até o último dia útil de julho a proposta orçamentária da Câmara a ser incluída na proposta do Município e fazer, mediante ato, a discriminação analítica das dotações respectivas, bem como alterá-las quando necessário. Se a proposta não for encaminhada no prazo previsto será tomado como base o orçamento vigente para a Câmara.

A sequência está correta em
Alternativas
Q3061095 Noções de Informática
Ao utilizar um computador público, determinado usuário precisa acessar a internet utilizando o Google ChormeVersão 120.0.6099.217 (versão oficial) 64 bits(Configuração padrão – Idioma Português Brasil). Preocupado com sua privacidade, o usuário ativou um recurso noqual sua navegação não deixaria histórico, cookies permanentes, dados de formulário, senhas salvas e cache. Qual modo de navegação foi ativado pelo usuário?
Alternativas
Q3061094 Noções de Informática
O MS-DOS foi um sistema operacional de linha de comando desenvolvido pela Microsoft. Os usuários interagiam com o sistema digitando comandos de texto para realizar diversas tarefas. Sobre os comandos do MS-DOS, a função do comando MKDIR se refere a:
Alternativas
Q3061093 Noções de Informática
O principal software de planilha eletrônicas é o Microsoft Excel, que faz parte do conjunto de aplicativos do Microsoft Office. O Excel é amplamente utilizado em ambientes profissionais e pessoais para criar, visualizar e manipular dados em formato de planilha. No Microsoft Excel 2019 (Configuração padrão – Idioma português Brasil), certo usuário desenvolveu uma planilha para mostrar o valor total de um produto de acordo com o desconto aplicado:

Imagem associada para resolução da questão

Qual fórmula foi utilizada para exibir o valor total na célula E3?
Alternativas
Q3061092 Noções de Informática
“É uma combinação de teclas que, no Windows 10 (Configuração padrão – Idioma português Brasil), é utilizada para fechar a janela ativa ou o programa em foco. Quando pressionadas simultaneamente enquanto uma janela está aberta e em foco, o sistema operacional envia o comando para fechar a janela ou o aplicativo. “O trecho anterior faz referência a qual combinação de teclas no Windows 10?
Alternativas
Q3061091 Noções de Informática
“No contexto histórico da evolução dos computadores, os monitores antigos referem-se, principalmente, a monitores ______ (tubo de raios catódicos) que foram amplamente utilizados antes da popularização dos monitores _______ (cristal líquido).” Considerando o exposto, assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
Alternativas
Q3061090 Matemática
O valor de um imóvel vem sendo desvalorizado a partir de um determinado ano. No primeiro ano da sequência, o imóvel desvalorizou 8% e no segundo desvalorizou 10%. A desvalorização do imóvel no biênio foi de:
Alternativas
Q3061089 Matemática
Um arquiteto deve propor um projeto de reforma para uma residência; dentro das mudanças solicitadas pelo cliente está a ampliação na área da piscina. Sabendo-se que a área da piscina é retangular, com dimensões 5 m por 10 m (L x C), se a área da piscina for aumentada de modo que suas dimensões dobrem, a nova área da piscina, em m2 , será:
Alternativas
Q3061087 Matemática
O estoque de kits de curativos em um posto de saúde familiar é suficiente para os seus 16 atendimentos durante 62 dias. Depois de 12 dias, passam a fazer mais 4 atendimentos por dia. Passados mais 15 dias, 10 atendimentos são suspensos. Quantos dias a mais durará o estoque de kits de curativos neste posto de saúde familiar?
Alternativas
Q3061086 Matemática
Os azulejos foram introduzidos em Portugal pelos mouros no século XV. Inicialmente, eram usados para revestir paredes e pisos em palácios e residências nobres, mas logo se espalharam para igrejas e outros edifícios públicos. Considere que a diagonal de um azulejo português quadrado tem medida igual a 15√2 cm. A área desse azulejo português, em cm2 , é igual a
Alternativas
Q3061085 Matemática
Certa ONG tem um projeto de proteção de onças pintadas; o monitoramento é feito por meio de microchips que são implantados nos animais. Através deste dispositivo é possível acompanhar o desenvolvimento desses animais. Considere três onças pintadas que estão sendo monitoradas; elas foram batizadas com os nomes de Nalla, Luara e Malu. Considerando que, na última análise de peso, a soma do peso das três onças pintadas (Nalla, Luara e Malu) foi igual a 168,2 kg e, sabendo-se que o Luara é 10% mais pesada que Nalla e que Malu é 8,5 kg mais leve que Nalla, o peso de Nalla é:
Alternativas
Q3061084 Matemática
O imposto de renda sobre rendimentos de trabalho para pessoa física tem como base diferentes alíquotas para cálculo. Considere para este problema, que a alíquota de cálculo do imposto é de 15%; a parcela a deduzir do cálculo do imposto é de R$ 370,40; e, que um contribuinte teve em certo mês o valor de R$ 79,60 de imposto retido na fonte. A equação do primeiro grau cuja incógnita Y representa o valor do rendimento do trabalho do contribuinte que foi tributado naquele mês é 79,60 = 0,15y – 370,40. Assim, o salário do contribuinte no referido mês foi:
Alternativas
Q3061083 Raciocínio Lógico
Em determinado grupo virtual de amigos da escola, João lança o seguinte problema: analisando a sequência (1, 5, 13, 29, 61, 125, ...) verifica-se que, do segundo termo em diante, cada número é obtido a partir do anterior, de acordo com uma certa regra. Nessas condições, o sétimo elemento dessa sequência será:
Alternativas
Q3061082 Raciocínio Lógico
Uma empresa de tecnologia está organizando uma competição interna de programação. Dos 15 participantes, 9 são desenvolvedores de software (time A) e 6 são engenheiros de hardware (time B). Durante a competição, dois participantes serão selecionados aleatoriamente para cumprirem um desafio. A probabilidade de que os dois participantes selecionados sejam do mesmo time é, aproximadamente, igual a:
Alternativas
Q3061081 Raciocínio Lógico
Um professor de matemática apresentou o seguinte problema para seus alunos durante uma gincana de matemática: considere três conjuntos quaisquer H, M e P. Sabe-se que os conjuntos M e P são subconjuntos de um conjunto H; porém, H também é subconjunto de M e contém os elementos de P. Dessa forma, pode-se afirmar que:
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Q3061080 Português
O mau vidraceiro

          Existem naturezas puramente contemplativas e totalmente impróprias para a ação, que, no entanto, sob uma impulsão misteriosa e desconhecida, agem às vezes com uma rapidez de que elas próprias se julgariam incapazes.
          Como aquele que, temendo encontrar com o zelador uma notícia aflitiva, ronda covardemente durante uma hora frente à porta da casa sem ousar entrar, como aquele que guarda durante quinze dias uma carta sem abri-la, ou só ao fim de seis meses se conforma em efetuar um empreendimento necessário desde há um ano, elas se sentem às vezes bruscamente precipitadas para a ação por uma força irresistível, como a flecha de um arco. O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.
         Um dos meus amigos, o mais inofensivo sonhador que já existiu, ateou fogo uma vez numa floresta, para ver, dizia, se o fogo pegava com tal facilidade como se afirma comumente. Dez vezes consecutivas a experiência falhou; mas, na décima primeira, foi por demais bem-sucedida.
           Outro irá acender um charuto ao lado de um barril de pólvora, para ver, para saber, para tentar o destino, para se forçar a si mesmo a dar provas de energia, para se fazer de jogador, para conhecer os prazeres da ansiedade, por nada, por capricho, por desocupação.
          É uma espécie de energia que jorra do tédio e do devaneio; e aqueles nos quais ela se manifesta tão inopinadamente são, geralmente, como eu disse, os mais indolentes e sonhadores dos seres.
        Fui vítima, mais de uma vez, dessas crises e desses impulsos, que nos autorizam a crer que demônios maliciosos se insinuam dentro de nós e nos fazem cumprir, à revelia, suas mais absurdas vontades.
        Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!
         (Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).
          A primeira pessoa que avistei na rua foi um vidraceiro cujo grito penetrante, dissonante, me veio através da pesada e suja atmosfera parisiense. Me seria, aliás, impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de um ódio tão repentino quanto despótico.
        “Ei, ei” e eu lhe gritei que subisse. Entretanto eu refletia, não sem certa alegria, que o quarto encontrando-se no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, o homem deveria estar experimentando certa dificuldade em efetuar sua ascensão, e esbarrando em diversos lugares os ângulos de sua frágil mercadoria.
      Ele enfim apareceu: examinei com curiosidade todas as suas vidraças, e lhe disse: “Mas como? Você não tem vidros coloridos? Vidros cor-de-rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros de paraíso? Que atrevido é você! Ousa passear pelos bairros pobres e nem mesmo possui vidros que tornem a vida bela de se ver!” E o empurrei com vivacidade para a escada na qual tropeçou resmungando.
       Aproximei-me da sacada e agarrei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu no vão da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra na borda traseira de suas forquilhas; e derrubado pelo choque, ele acabou de destroçar sob suas costas toda a sua pobre fortuna inconstante, que produziu o ruído estrondoso de um palácio de cristal atingido por um raio.
         E, embriagado por minha loucura, gritei-lhe furiosamente: “A vida bela de se ver! A vida bela de se ver!”.
      Essas brincadeiras nervosas não são isentas de perigo, e pode-se às vezes pagar caro por elas. Mas o que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito da fruição?

(BAUDELAIRE, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Editora Biblioteca Azul. 1ª edição em 2010.)
“Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!” (7º§) É possível deduzir que o comentário do autor destacado anteriormente reflete uma:
Alternativas
Q3061079 Português
O mau vidraceiro

          Existem naturezas puramente contemplativas e totalmente impróprias para a ação, que, no entanto, sob uma impulsão misteriosa e desconhecida, agem às vezes com uma rapidez de que elas próprias se julgariam incapazes.
          Como aquele que, temendo encontrar com o zelador uma notícia aflitiva, ronda covardemente durante uma hora frente à porta da casa sem ousar entrar, como aquele que guarda durante quinze dias uma carta sem abri-la, ou só ao fim de seis meses se conforma em efetuar um empreendimento necessário desde há um ano, elas se sentem às vezes bruscamente precipitadas para a ação por uma força irresistível, como a flecha de um arco. O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.
         Um dos meus amigos, o mais inofensivo sonhador que já existiu, ateou fogo uma vez numa floresta, para ver, dizia, se o fogo pegava com tal facilidade como se afirma comumente. Dez vezes consecutivas a experiência falhou; mas, na décima primeira, foi por demais bem-sucedida.
           Outro irá acender um charuto ao lado de um barril de pólvora, para ver, para saber, para tentar o destino, para se forçar a si mesmo a dar provas de energia, para se fazer de jogador, para conhecer os prazeres da ansiedade, por nada, por capricho, por desocupação.
          É uma espécie de energia que jorra do tédio e do devaneio; e aqueles nos quais ela se manifesta tão inopinadamente são, geralmente, como eu disse, os mais indolentes e sonhadores dos seres.
        Fui vítima, mais de uma vez, dessas crises e desses impulsos, que nos autorizam a crer que demônios maliciosos se insinuam dentro de nós e nos fazem cumprir, à revelia, suas mais absurdas vontades.
        Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!
         (Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).
          A primeira pessoa que avistei na rua foi um vidraceiro cujo grito penetrante, dissonante, me veio através da pesada e suja atmosfera parisiense. Me seria, aliás, impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de um ódio tão repentino quanto despótico.
        “Ei, ei” e eu lhe gritei que subisse. Entretanto eu refletia, não sem certa alegria, que o quarto encontrando-se no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, o homem deveria estar experimentando certa dificuldade em efetuar sua ascensão, e esbarrando em diversos lugares os ângulos de sua frágil mercadoria.
      Ele enfim apareceu: examinei com curiosidade todas as suas vidraças, e lhe disse: “Mas como? Você não tem vidros coloridos? Vidros cor-de-rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros de paraíso? Que atrevido é você! Ousa passear pelos bairros pobres e nem mesmo possui vidros que tornem a vida bela de se ver!” E o empurrei com vivacidade para a escada na qual tropeçou resmungando.
       Aproximei-me da sacada e agarrei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu no vão da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra na borda traseira de suas forquilhas; e derrubado pelo choque, ele acabou de destroçar sob suas costas toda a sua pobre fortuna inconstante, que produziu o ruído estrondoso de um palácio de cristal atingido por um raio.
         E, embriagado por minha loucura, gritei-lhe furiosamente: “A vida bela de se ver! A vida bela de se ver!”.
      Essas brincadeiras nervosas não são isentas de perigo, e pode-se às vezes pagar caro por elas. Mas o que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito da fruição?

(BAUDELAIRE, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Editora Biblioteca Azul. 1ª edição em 2010.)
“O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.” (2º§) Depreende-se que o fragmento manifesta, ou seja, externa um tom de:
Alternativas
Q3061078 Português
O mau vidraceiro

          Existem naturezas puramente contemplativas e totalmente impróprias para a ação, que, no entanto, sob uma impulsão misteriosa e desconhecida, agem às vezes com uma rapidez de que elas próprias se julgariam incapazes.
          Como aquele que, temendo encontrar com o zelador uma notícia aflitiva, ronda covardemente durante uma hora frente à porta da casa sem ousar entrar, como aquele que guarda durante quinze dias uma carta sem abri-la, ou só ao fim de seis meses se conforma em efetuar um empreendimento necessário desde há um ano, elas se sentem às vezes bruscamente precipitadas para a ação por uma força irresistível, como a flecha de um arco. O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.
         Um dos meus amigos, o mais inofensivo sonhador que já existiu, ateou fogo uma vez numa floresta, para ver, dizia, se o fogo pegava com tal facilidade como se afirma comumente. Dez vezes consecutivas a experiência falhou; mas, na décima primeira, foi por demais bem-sucedida.
           Outro irá acender um charuto ao lado de um barril de pólvora, para ver, para saber, para tentar o destino, para se forçar a si mesmo a dar provas de energia, para se fazer de jogador, para conhecer os prazeres da ansiedade, por nada, por capricho, por desocupação.
          É uma espécie de energia que jorra do tédio e do devaneio; e aqueles nos quais ela se manifesta tão inopinadamente são, geralmente, como eu disse, os mais indolentes e sonhadores dos seres.
        Fui vítima, mais de uma vez, dessas crises e desses impulsos, que nos autorizam a crer que demônios maliciosos se insinuam dentro de nós e nos fazem cumprir, à revelia, suas mais absurdas vontades.
        Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!
         (Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).
          A primeira pessoa que avistei na rua foi um vidraceiro cujo grito penetrante, dissonante, me veio através da pesada e suja atmosfera parisiense. Me seria, aliás, impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de um ódio tão repentino quanto despótico.
        “Ei, ei” e eu lhe gritei que subisse. Entretanto eu refletia, não sem certa alegria, que o quarto encontrando-se no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, o homem deveria estar experimentando certa dificuldade em efetuar sua ascensão, e esbarrando em diversos lugares os ângulos de sua frágil mercadoria.
      Ele enfim apareceu: examinei com curiosidade todas as suas vidraças, e lhe disse: “Mas como? Você não tem vidros coloridos? Vidros cor-de-rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros de paraíso? Que atrevido é você! Ousa passear pelos bairros pobres e nem mesmo possui vidros que tornem a vida bela de se ver!” E o empurrei com vivacidade para a escada na qual tropeçou resmungando.
       Aproximei-me da sacada e agarrei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu no vão da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra na borda traseira de suas forquilhas; e derrubado pelo choque, ele acabou de destroçar sob suas costas toda a sua pobre fortuna inconstante, que produziu o ruído estrondoso de um palácio de cristal atingido por um raio.
         E, embriagado por minha loucura, gritei-lhe furiosamente: “A vida bela de se ver! A vida bela de se ver!”.
      Essas brincadeiras nervosas não são isentas de perigo, e pode-se às vezes pagar caro por elas. Mas o que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito da fruição?

(BAUDELAIRE, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Editora Biblioteca Azul. 1ª edição em 2010.)
“(Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).” (8º§) É possível inferir que o parágrafo completo entre parênteses assinala que:
Alternativas
Q3061077 Português
O mau vidraceiro

          Existem naturezas puramente contemplativas e totalmente impróprias para a ação, que, no entanto, sob uma impulsão misteriosa e desconhecida, agem às vezes com uma rapidez de que elas próprias se julgariam incapazes.
          Como aquele que, temendo encontrar com o zelador uma notícia aflitiva, ronda covardemente durante uma hora frente à porta da casa sem ousar entrar, como aquele que guarda durante quinze dias uma carta sem abri-la, ou só ao fim de seis meses se conforma em efetuar um empreendimento necessário desde há um ano, elas se sentem às vezes bruscamente precipitadas para a ação por uma força irresistível, como a flecha de um arco. O moralista e o médico, que afirmam saber de tudo, não podem explicar de onde vem tão de súbito uma tão louca energia nessas almas preguiçosas e voluptuosas, e como é que elas, incapazes de cumprir as coisas mais simples e mais necessárias, encontram em dado momento uma coragem de luxo para executar os atos mais absurdos e até, muitas vezes, os mais perigosos.
         Um dos meus amigos, o mais inofensivo sonhador que já existiu, ateou fogo uma vez numa floresta, para ver, dizia, se o fogo pegava com tal facilidade como se afirma comumente. Dez vezes consecutivas a experiência falhou; mas, na décima primeira, foi por demais bem-sucedida.
           Outro irá acender um charuto ao lado de um barril de pólvora, para ver, para saber, para tentar o destino, para se forçar a si mesmo a dar provas de energia, para se fazer de jogador, para conhecer os prazeres da ansiedade, por nada, por capricho, por desocupação.
          É uma espécie de energia que jorra do tédio e do devaneio; e aqueles nos quais ela se manifesta tão inopinadamente são, geralmente, como eu disse, os mais indolentes e sonhadores dos seres.
        Fui vítima, mais de uma vez, dessas crises e desses impulsos, que nos autorizam a crer que demônios maliciosos se insinuam dentro de nós e nos fazem cumprir, à revelia, suas mais absurdas vontades.
        Certa manhã, eu me levantara aborrecido, triste, cansado de ociosidade e levado, me parecia, a fazer algo, grande, uma ação de brilho; e abri a janela, infelizmente!
         (Queiram observar, por favor, que o espírito de mistificação, que em certas pessoas não é resultado de um trabalho ou de uma combinação, mas de uma inspiração fortuita, tem parte, muito, mesmo que apenas pelo ardor do desejo, neste humor, histérico segundo os médicos, satânico segundo aqueles que pensam um pouco melhor do que os médicos, que nos empurra sem resistência para uma série de ações perigosas ou inconvenientes).
          A primeira pessoa que avistei na rua foi um vidraceiro cujo grito penetrante, dissonante, me veio através da pesada e suja atmosfera parisiense. Me seria, aliás, impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de um ódio tão repentino quanto despótico.
        “Ei, ei” e eu lhe gritei que subisse. Entretanto eu refletia, não sem certa alegria, que o quarto encontrando-se no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, o homem deveria estar experimentando certa dificuldade em efetuar sua ascensão, e esbarrando em diversos lugares os ângulos de sua frágil mercadoria.
      Ele enfim apareceu: examinei com curiosidade todas as suas vidraças, e lhe disse: “Mas como? Você não tem vidros coloridos? Vidros cor-de-rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros de paraíso? Que atrevido é você! Ousa passear pelos bairros pobres e nem mesmo possui vidros que tornem a vida bela de se ver!” E o empurrei com vivacidade para a escada na qual tropeçou resmungando.
       Aproximei-me da sacada e agarrei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu no vão da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra na borda traseira de suas forquilhas; e derrubado pelo choque, ele acabou de destroçar sob suas costas toda a sua pobre fortuna inconstante, que produziu o ruído estrondoso de um palácio de cristal atingido por um raio.
         E, embriagado por minha loucura, gritei-lhe furiosamente: “A vida bela de se ver! A vida bela de se ver!”.
      Essas brincadeiras nervosas não são isentas de perigo, e pode-se às vezes pagar caro por elas. Mas o que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito da fruição?

(BAUDELAIRE, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Editora Biblioteca Azul. 1ª edição em 2010.)
Possuem papel adjetivo nos segmentos a seguir, os termos em destaque, EXCETO:
Alternativas
Respostas
5081: A
5082: A
5083: B
5084: C
5085: D
5086: D
5087: B
5088: C
5089: C
5090: C
5091: C
5092: B
5093: A
5094: C
5095: D
5096: D
5097: C
5098: C
5099: B
5100: C