Questões de Vestibular
Sobre urbanização brasileira em geografia
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Uma das características do crescimento do tecido urbano de São Paulo foi o espraiamento, o crescimento urbano desconcentrado, não denso e que deixa vazios urbanos dentro da mancha urbana. Como agravante ao rápido crescimento vivenciado nas últimas décadas do século XX, a cidade enfrenta problemas relacionados à pobreza e à desigualdade, que adquirem características específicas no contexto da grande metrópole.
Folha de S. Paulo, 25 de janeiro de 2018. (Adaptado)
Sobre o modelo de ocupação da cidade de São Paulo, analise as afirmações a seguir.
I O espraiamento faz com que as famílias moradoras das zonas geograficamente periféricas tendam a despender maior tempo em seus deslocamentos pendulares (casa–trabalho-casa) e a terem menos acesso à infraestrutura urbana. II O espraiamento agregou valor à região central, fazendo com que áreas historicamente consolidadas, mais bem dotadas de infraestrutura e equipamentos culturais, sejam mais utilizadas. III O espraiamento tem efeitos negativos relacionados especificamente ao meio ambiente: a área vizinha aos dois grandes reservatórios de água (represas Billings e Guarapiranga) vem sendo ocupada por loteamentos clandestinos e favelas.
Está correto o que se afirma em
Observe o gráfico abaixo.
A partir do gráfico, assinale a alternativa correta sobre a situação do déficit habitacional no Brasil.
MUITA GENTE SEM CASA, MUITA CASA SEM GENTE
A Constituição de 1988 e o Estatuto da Cidade de 2001 contemplam a função social da cidade. O problema é que, com a desindustrialização das metrópoles, a cidade deixou de ser o lugar de produção de bens e virou o próprio objeto da produção econômica. Em consequência dessa mudança, o número de imóveis vazios supera e muito o de famílias com problemas de moradia, como indicam os gráficos abaixo.
A contradição apresentada no texto e nos gráficos deve-se ao fato de que o espaço urbano possui, simultaneamente, os seguintes atributos:
Leia o texto a seguir.
[O] vasto contingente de assentamentos inseridos de forma ambígua na cidade é uma das mais poderosas engrenagens da máquina de exclusão territorial que bloqueia o acesso dos mais pobres às oportunidades econômicas e de desenvolvimento humano que as cidades oferecem.
Adaptado de ROLNIK, R. A construção de uma política fundiária e de planejamento urbano para o país -– avanços e desafios. Políticas sociais: acompanhamento e análise, Brasília: IPEA, 2006, p. 200.
Como base no texto e nos conhecimentos sobre a urbanização, considere as afirmativas a seguir.
I. O processo de urbanização no Brasil inicia-se a partir da criação das Regiões Metropolitanas em 1950, tendo em vista que as cidades passavam pela dinâmica de conurbação.
II. O princípio fundador do Estatuto da Cidade é o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana e visa criar mecanismos destinados à urbanização e à produção de habitação de interesse social para permitir a inclusão urbana da população que se encontra à margem do mercado legal de terras.
III. As condições de habitabilidade das ocupações irregulares, a que parte da população brasileira se submete para sobreviver, refletem a segregação urbana, que se constitui na manifestação da desigualdade socioeconômica e espacial que impera na sociedade brasileira.
IV. A disparidade socioespacial atrela-se à estrutura fundiária urbana brasileira que se sedimenta com a força exercida pela propriedade privada da terra, o que restringe o acesso à terra urbanizada.
Assinale a alternativa correta.
Analise o mapa.
Considerando a dinâmica urbana brasileira, as áreas vermelha e verde no mapa correspondem a
Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de Andrade, publicado originalmente em 1925.
O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote
(Pau-Brasil, 1990.)
Considerando o momento de sua produção, o poema
Analise a imagem sobre a condição urbana no Brasil:
Na charge, registra-se uma crítica ao seguinte problema social:
No ano de 2017, o IBGE lançou um estudo intitulado “Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos do Brasil: uma primeira aproximação”. Na introdução desse trabalho, lê-se: “As transformações que ocorreram no campo e nas cidades nos últimos 50 anos vêm a demandar, nos dias de hoje, abordagens multidimensionais na classificação territorial. O rural e o urbano, enquanto manifestações socioespaciais, se apresentam de forma bastante complexa e heterogênea, portanto, a identificação de padrões dessas manifestações se constitui um desafio principalmente ao se considerar a extensão do território brasileiro”. A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:
1. Essa discussão ganha relevância proporcionalmente ao aumento das atividades não agrícolas no meio rural e à intensificação da pluriatividade.
2. A aceleração do processo de urbanização no Brasil no início do século XXI e a intensificação do êxodo rural motivam a retomada da discussão sobre o tema.
3. A relevância do estudo justifica-se pela necessidade de se superar a determinação federal, que considera cidade as áreas urbanas de todas as sedes municipais.
4. Uma das formas de manifestação da complexidade do rural e do urbano na atualidade pode ser identificada a partir do crescente aumento das áreas de segunda residência, além da implantação de empreendimentos residenciais, como os condomínios fechados.
Assinale a alternativa correta.
Atente para o seguinte excerto: “O Brasil, por suas condições climáticas e grandes extensões de maciços montanhosos, está sujeito aos desastres associados aos movimentos de massa nas encostas”.
Fernandes, N. F. e Amaral, C. P. do. Movimentos de massa: uma abordagem geológico-geomorfológica. In. Geomorfologia e meio ambiente. Guerra, A. J. T. e Cunha, S. B.da. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 1996.
Considerando o texto acima sobre os movimentos de massa no Brasil, é correto concluir que a principal causa desses eventos, nas áreas urbanas ocupadas, está associada
Escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma sobre os novos fenômenos da urbanização brasileira.
( ) As atividades econômicas vinculadas às funções de decisão, financeirização, inovação tecnológica da produção e serviços de pós-venda abandonam as metrópoles e se aglomeram cada vez mais em cidades médias e pequenas.
( ) Ocorre uma industrialização do campo, com seus complexos e redes agroindustriais expulsando parte da população rural.
( ) No Brasil contemporâneo, mudanças no processo de industrialização acentuam as forças centrífugas de difusão da produção industrial, com destaque para a reestruturação produtiva das firmas, as políticas de incentivo fiscal e o deslocamento da fronteira agrícola e mineral pelo território.
( ) Conjuntos habitacionais, favelas e cortiços, de um lado, e condomínios exclusivos, murados e controlados, de outro, demarcam os extremos da diferenciação espacial da habitação nas cidades brasileiras.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
A cidade dos sonhos do arquiteto Le Corbusier teve enorme impacto em nossas cidades. Ele procurou fazer do planejamento para automóveis um elemento essencial do seu projeto. Traçou grandes artérias de mão única para trânsito expresso. Reduziu o número de ruas porque “os cruzamentos são inimigos do tráfego”. Manteve os pedestres fora das ruas e dentro dos parques. Essa visão deu enorme impulso aos defensores do zoneamento urbano e dos conceitos de superquadra. Não importava quão vulgar ou acanhado fosse o projeto, quão árido ou inútil o espaço, quão monótona fosse a vista, a imitação de Le Corbusier gritava: “Olhem o que eu fiz!”.
Adaptado de JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
O texto expressa a crítica de Jane Jacobs a um modelo urbanístico importante ao longo do século XX. A escritora defendia a mistura de usos no espaço urbano de forma a valorizá-lo e a fortalecer o convívio.
A cidade que apresenta o predomínio do padrão urbano criticado por Jane Jacobs é:
De acordo com a hierarquia urbana apresentada pelo IBGE, é correto afirmar que:
Evolução nas taxas (%) de urbanização nas grandes regiões geográficas brasileira.
IBGE, Censo demográfico 1940-2010. Até 1970 dados extraídos de: Estatísticas do século XX. Rio de Janeiro: IBGE, 2007 no Anuário Estatístico do Brasil, 1981, vol. 42, 1979.
De acordo com os dados apresentados, assinale a alternativa que NÃO se constitui como
fator que convalida a evolução da urbanização nas regiões brasileiras.
Analise o texto a seguir:
A rede urbana é formada pelo conjunto de cidades - de um mesmo país ou de países vizinhos - que se interligam umas às outras por meio de sistemas de transporte e de telecomunicação, através dos quais se dão os fluxos de pessoas, mercadorias, informações e capitais. Na tentativa de apreender as relações que se estabelecem entre as cidades no interior de uma rede, a noção de hierarquia urbana passou a ser utilizada. Surge, então, um esquema clássico de classificação dos centros urbanos como vila, cidade local, centro regional, metrópole regional e metrópole nacional.
MOREIRA, J.; SENE, E. Geografia Geral e do Brasil. Espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2016, p. 197. Adaptado.
No Brasil, com base no esquema mencionado, classifica-se como metrópole nacional:
A história da Maré começa nos anos 40. No final dessa década, já havia palafitas – barracos de madeira sobre a lama e a água. Surgem as comunidades da Baixa do Sapateiro, Parque Maré e Morro do Timbau – este em terra firme. A construção da avenida Brasil, concluída em 1946, foi determinante para a ocupação da área, que prosseguiu pela década de 50. Nos anos 60, um novo fluxo de ocupação teve início, quando moradores da Praia do Pinto, Morro da Formiga, Favela do Esqueleto e desabrigados das margens do rio Faria-Timbó foram transferidos para moradias “provisórias” construídas na Maré. O início dos anos 80, quando a Maré das palafitas era símbolo da miséria nacional, marca a primeira grande intervenção do governo federal: o Projeto Rio, que previa o aterramento e a transferência dos moradores das palafitas para construções pré-fabricadas. Em 1988, foi criada a 30ª Região Administrativa (R.A.), abarcando a área da Maré. A primeira R.A. da cidade a se instalar numa favela marcou seu reconhecimento como um bairro.
Adaptado de museudamare.org.br.
Composta hoje por 16 comunidades, a Maré é o maior complexo de favelas do Rio de Janeiro. Sua história, em parte, está relacionada com as transformações na cidade entre meados do século XX e o momento atual.
Analise a imagem de satélite.
Caracteriza um instrumento de gestão e de ordenamento territorial, legalmente definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza com o objetivo de garantir a integridade dos processos ecológicos nas áreas de ligação entre unidades de conservação. É uma estratégia fundamental para evitar os prejuízos ecológicos proporcionados pelo isolamento das áreas naturais protegidas em meio à malha urbana e rural.
(www.icmbio.gov.br. Adaptado.)
O detalhe da imagem e o excerto destacam a união de
As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; e tudo pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água, quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar.
(...) E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto, um canto onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes a disputá-los.
E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar.
Aluísio Azevedo, O cortiço.
Nas cidades brasileiras, particularmente no último quartel do século XIX, novas formas urbanas são constituídas, como os cortiços e as favelas. Sobre esse fenômeno, é correto afirmar:
A ocupação de terrenos de forma irregular pela população nos
centros urbanos é uma característica comum aos países
periféricos. Isso ocorre, entre outros fatores, devido à(ao)