Questões de Vestibular de História e Geografia de Estados e Municípios - História e Geografia do Estado do Ceará
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[...] Ignorante do modo de viver, e a negociar-se n’estas águas, comecei a informar-me dos diversos cearenses que nas barracas ia encontrando, sobre o estado de riquezas em que se achavam? Então todos em uma só voz diziam-me: ah! meu pobre velho, em que desgraça veio você cair no seu último quartel de vida! Aqui o nome de riqueza e liberdade já está riscado das nossas imaginações; aqui nem sequer vive-se; morre-se em tormentos! Esses pérfidos patrões, que você por aí vê, são o refugo da sociedade humana, são os usurários mais desalmados do mundo; eles próprios vendidos não pagariam a centésima parte que devem no Pará, e, entretanto, vendem-nos aqui os objetos de primeira necessidade por 100 vezes mais do custo d’eles no Ceará; exemplo: lá na sua Meruoca custa uma terça da melhor farinha 50 réis, aqui, igual porção e podre, custa 5000 réis! E o mais tudo é n’este gosto. Agora enquanto você vai de viagem não nos acreditará, porém breve achará ser ainda mais do que dizemos; aqui, por mais que se trabalhe, e se economize, nunca se salda contas com o patrão, pelo contrário, a dívida cresce espantosamente e sempre! 2ª carta do “Caboclo Velho” ao redactor do Jornal Cearense, Hyutananhan, 28 de Junho de 1873 apud CARDOSO, Antônio A. I. Ecos de blasphemias e ranger de dentes: trajetórias de migrantes Ceará-Amazônia e o ofício dos paroaras. (1852-1877). Embornal, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 19-20, 2010. [Adaptado]
A partir das indicações sugeridas na fonte, é CORRETO afirmar sobre as relações de trabalho no Brasil
“Dentre todos os espaços organizados por José Lourenço, o de maior visibilidade perante “contemporâneos” e “remanescentes” é o Caldeirão. O Caldeirão foi uma “comunidade” camponesa, que existiu durante 10 anos, onde habitaram aproximadamente 1.700 pessoas. No início, era um pequeno grupo sob a liderança do Beato, em torno da devoção à Santa Cruz. Possuía um sistema de produção e distribuição de bens básicos (víveres, instrumentos, oportunidades de trabalho, moradia e “alimento para o espírito”) com características de autogestão: “tudo era de todos”, e, pressupõe-se, de acordo com entrevistas realizadas com “remanescentes”, que não havia distinção entre dirigentes e executantes do processo de produção”. (CORDEIRO, Domingos Sávio de Almeida. Um Beato líder: Narrativas memoráveis do Caldeirão. P. 43. Imprensa Universitária- UFC, Fortaleza, 2004).
O trecho acima aborda sobre um período da história do Cariri que deixou marcas profundas:
I) José Lourenço Gomes da Silva veio ao Juazeiro em busca do padre Cícero com o intuito de resolver seus problemas, com o passar do tempo estes se tornaram discípulo e mestre, respectivamente.
II) A comunidade do Caldeirão foi destruída por forças militares estaduais em setembro de 1936, sendo uma parte da população presa.
III) No Sítio Baixa Dantas o beato José Lourenço instaurou o culto ao “boi mansinho”, o que levou autoridades políticas e policiais da época à intervir e destruir a comunidade.
IV) O Caldeirão foi a mais importante
“comunidade” organizada e liderada pelo beato
José Lourenço.
Entre essas afirmativas estão incorretas: