Questões de Vestibular
Sobre república oligárquica - 1889 a 1930 em história
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MISÉRIA. MOVIMENTO GREVISTA ASSUME CADA VEZ MAIORES PROPORÇÕES.
Apresenta-se com aspecto cada vez mais alarmante o movimento que começou no Cotonifício Crespi e se propagou a outras fábricas em número avultado. Não há como negar a justiça do movimento grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida caríssima. Com elas coincide a época de ouro da indústria, que trabalha como nunca e tem lucros como jamais. Censuram-se as violências dos grevistas. Entretanto, no fundo, não se encontraria uma justificação para essa atitude? Pais de família que vivem sendo explorados pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se milionários à custa de seu suor e de sua miséria. Esses pais não podem ter a calma precisa para reclamar dentro de uma lei que não os protege, antes permite que o seu sangue seja sugado por vampiros insaciáveis.
O Combate, 12/07/1917.
Adaptado de memoria.bn.br.
De greve em greve
Ao longo da história republicana, vários movimentos sociais preferiram interpretação própria da modernização, como expansão de direitos. E agiram para converter ideia em fato. São Paulo viu isso em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A cidade parou. Aderiram categorias em cascata, demandantes de melhoras salariais e de condições de trabalho. Manifestantes daquele tempo se parecem mais com os de hoje do que se possa imaginar. A resposta das autoridades de então também segue a moda. Em 1917, um jovem sapateiro espanhol foi baleado no estômago. Em 2017, um estudante teve a cabeça golpeada com um cassetete. O enterro do sapateiro virou a maior manifestação de protesto que os paulistanos tinham visto até então. Já na greve geral de abril de 2017, 35 milhões de pessoas pararam, segundo os sindicatos.
Angela Alonso
Adaptado de Folha de São Paulo, 07/05/2017
As matérias jornalísticas referem-se a movimentos grevistas ocorridos no Brasil nos anos de 1917 e 2017, apresentando contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e trabalho em área urbana.
Tendo como base essas matérias, as principais semelhanças entre os dois contextos mencionados
se relacionam aos seguintes fatores:
Desde 1853, a disputa territorial entre o Paraná e Santa Catarina vinha se arrastando e, já no início do século XX – após a Proclamação da República e o princípio de autonomia dos estados da Federação – constituiu motivo de discussões acirradas entre as instâncias de poder desses estados brasileiros, contando, em diversos momentos, com as opiniões de representantes políticos de outras regiões do país. Diversos foram os pareceres emitidos pelo poder federal, ora dando ganho de causa a um, ora a outro. (DALFRÉ, Liz A. Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do Contestado. Coleção Teses do Museu Paranaense. v. 8. Curitiba: SAMP. 2014. p. 38-39.)
Sobre o movimento do Contestado, considere as seguintes afirmativas:
1. O movimento do Contestado se deu no leste paranaense, no qual vários missionários buscavam resgatar terras adquiridas por Santa Catarina no final do século XIX. 2. Entre as figuras mais emblemáticas do movimento está a de José Maria, um monge leigo que teve vários seguidores, dando feição messiânica ao combate. 3. Em 1912, o governo federal deu por finalizado o conflito, após a batalha de Irani, em que morreram vários sertanejos, entre eles, José Maria. 4. O movimento do Contestado compreende o conflito que ocorreu entre sertanejos catarinenses e paranaenses e as forças do governo federal e local.
Assinale a alternativa correta.
“A República, todavia, foi fruto muito mais da insatisfação gerada pela incapacidade do Estado Imperial de articular as velhas e novas demandas – de sua crise de legitimidade – do que da crença geral e efetiva nas vantagens do regime republicano”.
(BASILE, Marcello. O Império Brasileiro: Panorama Político. In: LINHARES, Maria Y. (org.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 1990. p. 294)
O trecho acima se refere à Proclamação da República,
ocorrida em 1889, no Brasil. Sobre este acontecimento
e os eventos que a antecedem e lhe são subsequentes,
assinale a alternativa INCORRETA.
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.
(TÁVOLA, Bernardim da, inédito)
Assinale a alternativa correta.
Atente ao seguinte excerto: “[...] Várias figuras importantes tiveram seus direitos políticos cassados. Muitas prisões, apreensões e queima de livros considerados subversivos foram feitos pelos órgãos repressivos. Reformas na máquina administrativa e mudanças nas leis trabalhistas foram promovidas logo no início do governo Castelo Branco: as greves foram praticamente proibidas e os salários arrochados, isto é, mantidos em níveis bastante baixos”.
Antônio Pedro e Lizânias de Souza Lima. História
sempre presente. v. 3. 1ª ed. São Paulo, FTD, 2010. p. 280.
O momento da História Republicana do Brasil a que o excerto acima se refere é
Atente ao enunciado a seguir: “Essas classes médias conservadoras eram, está claro, defensoras potenciais ou mesmo convertidas do fascismo, devido à maneira como se traçaram as linhas de combate político no entreguerras. A ameaça à sociedade liberal e todos os seus valores parecia vir exclusivamente da direita; a ameaça à ordem social, da esquerda. As pessoas da classe média escolhiam sua política de acordo com seus temores. Os conservadores tradicionais em geral simpatizavam com os demagogos do fascismo e dispunham-se a aliar-se a eles contra o inimigo maior. O fascismo italiano tinha uma cobertura de imprensa mais ou menos favorável na década de 1920, e mesmo na de 1930, exceto da que ia do liberalismo até a esquerda”.
Eric J. Hobsbawn. Era dos Extremos: O breve século XX. 2ª
Edição. São Paulo, Cia. das Letras, 1994. p. 126.
No que diz respeito aos regimes nazifascistas que se
desenvolveram na Europa nas décadas de 1920 e
1930, é INCORRETO afirmar que
Coluna 2 ( ) Paulistano, foi o terceiro presidente civil do Brasil; durante o seu governo, ocorreram as famosas reformas urbanas do Rio de Janeiro, e o país apresentou considerável crescimento econômico, com a exportação de bens primários. Enfrentou a Revolta da Vacina. ( ) Militar, derrotou o baiano Rui Barbosa durante a campanha eleitoral que o elegeu. Em seu governo, enfrentou diversas rebeliões internas, como a Revolta da Chibata, na qual marinheiros lutaram contra as más condições de trabalho, e a Guerra do Contestado, ocorrida em Santa Catarina. ( ) Foi responsável por promover a estratégia de sucessão presidencial conhecida como política “Café com Leite”, na qual os dois principais Estados da Federação, São Paulo (Café) e Minas Gerais (Leite), revezavam-se na Presidência da República. Procurou também sustentação no Congresso pela Política dos Governadores. ( ) Mineiro, teve um mandato conturbado, no qual ocorreram várias revoltas, como o Movimento Tenentista; por isso, governou o país em “estádio de sítio” por vários anos. No plano econômico, foi responsável por uma política que procurou nacionalizar os recursos naturais do país, controlando a exploração do subsolo. ( ) Durante o seu governo, adotou uma política de saneamento econômico no Brasil, combatendo a alta inflação e o déficit público. Para tanto, renegociou a dívida externa brasileira, num acordo chamado Funding Loan, cortou despesas, aumentou impostos e promoveu a valorização da moeda nacional. O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
“O ano de 1930 tem grande significado na vida de Prestes; é o momento em que, diante da pressão para que assumisse a liderança do movimento que ficaria conhecido como a “Revolução de 30”, ele rompe com seus antigos companheiros, os “tenentes”, e se posiciona publicamente a favor do programa do Partido Comunista.”
PRESTES, Anita Leocadia. Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro. São Paulo: Boitempo, 2015.
Presente em diferentes momentos da história do Brasil, Luiz Carlos Prestes tornou-se personagem importante
da República Velha até a Redemocratização. Primeiramente integrante do movimento tenentista,
durante os anos de exílio, após o fim da Coluna Prestes (1925-27), estuda e se aproxima do comunismo,
regressando clandestinamente ao país como líder da Intentona Comunista (1935). Uma tentativa
de revolução que faz parte de um contexto histórico em que podemos afirmar que
A Revolução de 1930 põe fim à hegemonia da burguesia do café, desenlace inscrito na própria forma de inserção do Brasil no sistema capitalista internacional. Sem ser um produto mecânico da dependência externa, o episódio revolucionário expressa a necessidade de reajustar a estrutura do país, cujo funcionamento, voltado essencialmente para um único gênero de exportação, se torna cada vez mais precário.
FAUSTO, B. A Revolução de 1930. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 112.
A respeito da Revolução de 1930, é correto afirmar que ela
A charge acima foi publicada na revista O Malho, em 1905, quando as reformas urbanas de Pereira Passos se encontravam
em estágio avançado.
A forte mobilização gerada em torno da figura de Antonio Conselheiro foi um dos elementos causadores da rebelião de Canudos, pois
A transição para a República, no Brasil, também foi marcada por ―batalhas de memórias‖ e pela criação e recriação de mitos políticos entre os grupos políticos que procuravam afirmar seu poder. Esta dimensão simbólica pode ser ainda exemplificada
Em 1934, um grupo de mulheres brasileiras, liderado por Bertha Lutz, elaborou um texto que ficou conhecido como Manifesto Feminista. Leia um trecho desse documento.
As mulheres, assim como os homens, nascem membros livres e independentes da espécie humana, dotados de faculdades equivalentes e igualmente chamados a exercer, sem peias, os seus direitos e deveres individuais, os sexos são interdependentes e devem, um ao outro, a sua cooperação. A supressão dos direitos de um acarretará, inevitavelmente, prejuízos para o outro, e, consequentemente, para a Nação. Em todos os países e tempos, as leis, preconceitos e costumes tendentes a restringir a mulher, a limitar a sua instrução, a entravar o desenvolvimento das suas aptidões naturais, a subordinar sua individualidade ao juízo de uma personalidade alheia, foram baseados em teorias falsas, produzindo, na vida moderna, intenso desequilíbrio social; a autonomia constitui o direito fundamental de todo indivíduo adulto; a recusa desse direito à mulher é uma injustiça social, legal e econômica que repercute desfavoravelmente na vida da coletividade, retardando o progresso geral...
Apud DUARTE, C. L. “Feminismo e literatura no Brasil.” Revista de Estudos Avançados, v. 17, n. 49, set/dez 2003. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300010#back19 acesso em 6/7/2016.
Tendo em vista a situação das mulheres no Brasil, na década de 1930, é correto
afirmar que o texto
A Guerra de Canudos, de 1896 a 1897, foi um dos principais conflitos que marcaram o início do período republicano no Brasil. Os prisioneiros retratados na foto são sobreviventes dessa guerra, sertanejos vítimas de exclusão social e política. Os fatores responsáveis por essa exclusão, naquele contexto, foram: