Questões de Vestibular de Literatura - Modernismo

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Q1399814 Literatura
Leia a seguir o fragmento do poema Mundo Pequeno, de Manoel de Barros, para responder a QUESTÃO.

Mundo Pequeno
Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas. Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor, esse gosto esquisito. Eu pensava que fosse um sujeito escaleno. – Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável, o Padre me disse. Ele fez um limpamento em meus receios. O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença, pode muito que você carregue para o resto da vida um certo gosto por nadas... E se riu. Você não é de bugre? – ele continuou. Que sim, eu respondi. Veja que bugre só pega por desvios, não anda em estradas – Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas e os ariticuns maduros. Há que apenas saber errar bem o seu idioma. Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de agramática.

Fonte: BARROS, Manoel de. O livro das Ignorãças. In: Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010, p. 319-320.


O excerto do poema traz o descobrimento, inquietação e questionamento do menino Manoel pela “doença das frases”.
É CORRETO afirmar que esta doença pode ser lida como um desvio:
Alternativas
Q1399735 Literatura
Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .

Horácio não gostava de ser contestado, mas compreendeu não era bom tema de conversa. Voltou à literatura, aconselhando os outros a lerem Drummond de Andrade, na sua opinião o melhor poeta de língua portuguesa de sempre. Qual Camões, qual Pessoa, Drummond é que era, tudo estava nele, até a situação de Angola se podia inferir na sua poesia. Por isso vos digo, os portugueses passam a vida a querer-nos impingir a sua poesia, temos de a estudar na escola, e escondem-nos os brasileiros, nossos irmãos, poetas e prosadores sublimes, relatando os nossos problemas e numa linguagem bem mais próxima da que falamos nas cidades. Quem não leu Drummond é um analfabeto. Os outros iam comendo, trocando de vez em quando olhares cúmplices. Até que Malongo e Vítor terminaram a refeição. Malongo despediu-se, levantando-se, um analfabeto vos saúda. Vítor e Furtado riram, Horácio fingiu que não ouviu. Agarrou no braço de Furtado e continuou a cultivá-lo com versos de Drummond e os seus próprios, dedicados ao grande brasileiro.
Fonte: PEPETELA. A geração da utopia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2000, p. 30-31 (fragmento).


No fragmento do romance do escritor angolano Pepetela, Horácio aconselha seus amigos Malongo, Vítor e Furtado a lerem o poeta Drummond de Andrade.
Analise as afirmativas a seguir.

I. A poesia de Drummond é melhor que a de Camões e de Pessoa.
II. Há uma aproximação entre a literatura de Drummond e a realidade angolana.
III. Nas escolas portuguesas se estuda a poesia de Drummond.
IV. A poesia de Drummond está sendo usada para alfabetizar nas escolas angolanas.
V. As obras dos literatos brasileiros possuem uma linguagem próxima a dos angolanos nas cidades.


Assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESP Prova: VUNESP - 2019 - UNIFESP - Vestibular |
Q1399566 Literatura

Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira.


O sapo-tanoeiro

[...]

Diz: — “Meu cancioneiro

É bem martelado.


Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.


O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.


Vai por cinquenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A formas a forma.


Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia

Mas há artes poéticas...”


(Estrela da vida inteira, 1993.)



No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos
Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUVEST Órgão: FUVEST Prova: FUVEST - 2016 - FUVEST - Vestibular - Primeira Fase |
Q1397874 Literatura

 Considere as imagens e o texto, para responder à questão.



 II / São Francisco de Assis     


 Senhor, não mereço isto.           

  Não creio em vós para vos amar.

Trouxestesme a São Francisco  

e me fazeis vosso escravo.        

 

 Não entrarei, senhor, no templo,  

seu frontispício me basta.            

Vossas flores e querubins           

são matéria de muito amar.         


Dai-me, senhor, a só beleza         

destes ornatos. E não a alma.      

Pressente-se dor de homem,        

 paralela à das cinco chagas.          


 Mas entro e, senhor, me perco        

na rósea nave triunfal.                    

Por que tanto baixar o céu?            

 por que esta nova cilada?                


Senhor, os púlpitos mudos              

entretanto me sorriem.                   

Mais que vossa igreja, esta            

sabe a voz de me embalar.             


Perdão, senhor, por não amar-vos.

Carlos Drummond de Andrad

*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma. São Paulo: Cosac Naify, 2012

Um aspecto do poema em que se manifesta a persistência de um valor afirmado também no Modernismo da década de 1920 é o
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Ano: 2019 Banca: Cepros Órgão: CESMAC Prova: Cepros - 2019 - CESMAC - Prova de Medicina-2020.1- 1° DIA |
Q1391671 Literatura
Segundo Afrânio Coutinho, o fragmento “Notas de Teoria literária”:
“A ficção distingue-se de história e da biografia, por estas serem narrativas de fatos reais. A ficção é produto da imaginação criadora, embora, como toda arte, suas raízes mergulhem na experiência humana. Mas o que a distingue das outras formas de narrativa é que ela é uma transfiguração ou transmutação da realidade, feita pelo espírito do artista, este imprevisível e inesgotável laboratório. A ficção não pretende fornecer um simples retrato da realidade, mas antes criar uma imagem da realidade, uma reinterpretação, uma revisão. É o espetáculo da vida através do olhar interpretativo do artista, a interpretação artística da realidade”.
(Afrânio Coutinho. Notas de Teoria Literária).
O fragmento apresentado acima confirma a concepção de que a narrativa de ficção, embora tenha origem na experiência real, seja uma transfiguração da realidade, a exemplo das seguintes criações do Romance brasileiro:
1) Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, que dá voz a um defunto, que narra, logo no primeiro capítulo, os pormenores de sua morte. 2) Graciliano Ramos, em Vidas Secas, que pretendendo manter indícios do Simbolismo, afastou-se dos princípios literários românticos. 3) Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, que optou por transfigurar não apenas traços da realidade, mas entrou pela área linguística e a reinterpretou também. 4) Clarice Lispector, em A hora da Estrela, que, fiel à ficção, questiona sua própria habilidade para compor uma narração no gênero ‘romance’.
Estão corretas
Alternativas
Respostas
86: B
87: C
88: D
89: D
90: E