Questões de Vestibular Sobre modernismo em literatura

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Ano: 2016 Banca: IF-MT Órgão: IF-MT Prova: IF-MT - 2016 - IF-MT - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1269093 Literatura

A QUESTÃO REFERE-SE AO TEXTO I.

Manifestou na literatura das últimas três décadas do século XIX e caracterizou-se pela tentativa de alcançar a objetividade da linguagem, opondo-se ao sentimentalismo dos românticos. O traço principal desse movimento era a busca de modelos teóricos científicos que ajudassem a descrever e explicar o comportamento dos personagens e o funcionamento da sociedade, especialmente de seus aspectos mais grotescos e doentios.
O texto refere-se ao movimento literário denominado:
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Q1268567 Literatura
PADRÃO
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão signala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é portuguez.
E a cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar. (PESSOA, 2005, p. 79).


 Sobre esse poema de Fernando Pessoa, é correto afirmar:
“O mar sem fim é portuguez” é um verso com teor místico e característica nacionalista.
Alternativas
Q1268566 Literatura
PADRÃO
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão signala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é portuguez.
E a cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar. (PESSOA, 2005, p. 79).


 Sobre esse poema de Fernando Pessoa, é correto afirmar:
O poema é ilustrativo do sentimento de derrota em relação à expansão marítima de Portugal no século XV.
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Ano: 2010 Banca: FUVEST Órgão: FUVEST
Q1268027 Literatura
Por caminhos diferentes, tanto Pedro Bala (de Capitães de areia, de Jorge Amado) quanto o operário (do conhecido poema “O operário em construção”, de Vinícius de Moraes) passam por processos de “aquisição de uma consciência política” (expressão do próprio Vinícius). O contexto dessas obras indica também que essa conscientização leva ambos à
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Ano: 2017 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2017 - IF-PE - Vestibular - Técnico Superior |
Q1267498 Literatura

TEXTO 4

NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

 tinha uma pedra                                   

no meio do caminho tinha uma pedra.


           Nunca me esquecerei desse acontecimento

    na vida de minhas retinas tão fatigadas.

               Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra                                  

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do caminho. Disponível em: http://www.algumapoesia.com.br/drummond/ drummond04.htm. Acesso: 12 out. 2017.


TEXTO 5

POEMA DE SETE FACES


Quando nasci, um anjo torto           

  desses que vivem na sombra          

      disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens          

que correm atrás de mulheres.      

A tarde talvez fosse azul,               

  não houvesse tantos desejos.          


O bonde passa cheio de pernas:   

pernas brancas pretas amarelas. 

                       Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu

 coração.                                         

Porém meus olhos                        

não perguntam nada.                   


 O homem atrás do bigode             

é sério, simples e forte.               

Quase não conversa.                  

    Tem poucos, raros amigos              

            o homem atrás dos óculos e do bigode. 


Meu Deus, por que me                

abandonaste                               

 se sabias que eu não era Deus   

     se sabias que eu era fraco.             


Mundo mundo vasto mundo,       

 se eu me chamasse Raimundo    

seria uma rima, não seria uma    

solução.                                      

Mundo mundo vasto mundo,      

mais vasto é meu coração.        


 Eu não devia te dizer                 

 mas essa lua                             

 mas esse conhaque                  

botam a gente comovido como

o diabo.                                    

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poema de sete faces. Disponível em: http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/poema-das-sete-faces-carlos-drummond-de-andrade/. Acesso: 12 out. 2017

Os TEXTOS 4 e 5 apresentam poemas de Carlos Drummond de Andrade, importante poeta do Modernismo brasileiro. Acerca deste significativo movimento da literatura brasileira, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa CORRETA.


I. Drummond integrou a 2ª Geração Modernista Brasileira, a qual, ao contrário da 1ª Geração, mostrava consolidação e amadurecimento na literatura do Brasil.

II. Juntamente com Oswald de Andrade e Mário de Andrade, Drummond de Andrade fez parte da 1ª Geração Modernista, e os TEXTOS 4 e 5 demonstram a insatisfação e a rebeldia frente ao comportamento das pessoas no Brasil daquela época.

III.Drummond fez parte da 3ª Geração Modernista, a “Geração de 45”, e, por se tratar de um período menos conturbado em relação ao vivenciado pelas Gerações anteriores, a produção literária tinha espaço para suscitar reflexões acerca do comportamento da sociedade.

IV. Os poemas que constituem os TEXTOS 4 e 5 abordam temáticas cotidianas e fazem uso da linguagem coloquial, características recorrentes nas produções literárias dessa fase do Modernismo brasileiro.

V. O uso de versos livres e brancos nos poemas dos TEXTOS 4 e 5 corresponde à tendência das produções literárias do Modernismo brasileiro nesta fase: com evidente desprendimento de formatos clássicos e limitadores para se fazer poesia.


Estão CORRETAS, apenas, as proposições

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Ano: 2017 Banca: UNEB Órgão: UNEB Prova: UNEB - 2017 - UNEB - Vestibular - Caderno 1 |
Q1267157 Literatura

TEXTO:


AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro Dágua. São

Paulo, Companhia das Letras, 2008. p. 91-92.

Marque com V ou com F, conforme sejam, respectivamente, verdadeiras ou falsas as afirmativas sobre o autor do texto e sobre a obra de onde foi retirado.
( ) Nessa obra, o autor se afasta da abordagem crítica de questões sociais de seus romances anteriores para se concentrar na criação de tipos humanos especiais e na ênfase na cor local e costumes típicos – o que granjeou grande sucesso popular para sua obra. ( ) Essa obra integra um momento da produção literária do autor em que o seu foco se desloca da crítica social para crítica de costumes, voltando-se para a criação de personagens que promovem uma ruptura com os valores pequeno-burgueses da classe média. ( ) O conjunto das obras do autor se concentra num foco único, que privilegia a denúncia da exploração sofrida pelas classes marginalizadas, com a criação de personagens que são heróis e cujo comportamento revolucionário se volta para a superação das injustiças sociais. ( ) Mesmo que o autor seja situado na segunda fase do modernismo – de 1930 a 1945, quando os romances se dedicam a registrar criticamente a realidade brasileira – essa obra foi publicada pela primeira vez na década de 50, quando o autor se volta para um percurso literário diferenciado. ( ) Considerado um clássico da literatura brasileira, essa obra se situa num momento literário denominado regionalismo nordestino, do qual fazem parte autores como Rachel de Queiroz, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, que produzem uma literatura engajada na luta contra a miséria social provocada pela seca e pelo coronelismo.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
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Ano: 2017 Banca: UNEB Órgão: UNEB Prova: UNEB - 2017 - UNEB - Vestibular - Caderno 1 |
Q1267156 Literatura

TEXTO:


AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro Dágua. São

Paulo, Companhia das Letras, 2008. p. 91-92.

Sobre o personagem central da obra de onde foi extraído o trecho acima, é correto afirmar:
I. Quincas Berro Dágua e Joaquim Soares da Cunha correspondem a traços contrastantes de um mesmo indivíduo, sendo Quincas uma transmutação de Joaquim, que rompe com as configurações de sua vida social de teor burguês.
II. Quincas e Joaquim, apesar de comportamentos antitéticos, são amigos e têm em comum o nome e o desejo de promover uma ruptura com tudo que represente a opressão: o funcionalismo público e o conservadorismo de suas respectivas famílias.
III. O personagem central sintetiza uma oposição entre um ícone da ordem burguesa – o funcionário público exemplar Joaquim Soares da Cunha, esposo, pai e cidadão de bem – e a marginalidade – representada pelo boêmio e malandro Quincas Berro Dágua.
IV. Para Joaquim, Quincas é o seu alter ego, um ser imaginário que representa seu desejo reprimido e não consumado de romper com as amarras de um emprego monótono de funcionário público e os vínculos sufocantes de uma família conservadora.
V. Apesar do título, na obra, há três mortes do personagem: a morte moral, promovida pela família para ocultar a ruptura de Joaquim com a ordem estabelecida, a morte real, ocorrida na pocilga em que ele morava como boêmio, e a morte onírica ou fantástica, narrada pelos amigos, ocorrida nos mares da Bahia.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
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Ano: 2016 Banca: FUVEST Órgão: FUVEST
Q1266921 Literatura
Um aspecto do poema em que se manifesta a persistência de um valor afirmado também no Modernismo da década de 1920 é
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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266537 Literatura
Leia o trecho a seguir.
Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos. (JESUS, C. M. Quarto de Despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 1997.).
Sobre o fragmento destacado, considere as afirmativas a seguir. I. Nesta descrição de São Paulo, é perceptível a visão crítica da narradora a respeito dos políticos e da desigualdade social. II. A aproximação entre a favela e o quintal caracteriza o modo como a narradora se vê na sociedade. III. Nota-se, neste fragmento, o desejo da narradora em se tornar escritora. IV. Percebe-se a preocupação da narradora em apresentar uma descrição objetiva das mudanças pelas quais passou o espaço urbano.
Assinale a alternativa correta. 
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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266536 Literatura

A obra Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus é escrita na forma de diário, que se inicia em 15 de julho de 1955 e termina em 1º de janeiro de 1960.

Sobre essa forma, assinale a alternativa correta.

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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266535 Literatura

Leia o poema a seguir.

não vai dar tempo

de viver outra vida

posso perder o trem

pegar a viagem errada

ficar parada

não muda nada

também

pode nunca chegar

a passagem de volta

e meia vamos dar

(RUIZ S., Alice. Dois em um. São Paulo: Iluminuras, 2018. p. 171.)


Com base no poema, considere as afirmativas a seguir.

I. O sujeito lírico defende uma concepção de amor avessa a aventuras e ímpetos.

II. O sujeito lírico deposita ênfase na ideia de aceleração, segundo a qual, é preciso fazer tudo funcionar satisfatoriamente no presente.

III. O terceiro e o quarto versos apontam imagens que remetem a riscos e insucessos.

IV. O sujeito lírico no feminino assume a condição de uma mulher que rejeita a passividade.


Assinale a alternativa correta.

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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266531 Literatura
Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Os laços de família”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo. O rosto usado e ainda bem esperto parecia esforçar-se por dar aos outros alguma impressão da qual o chapéu faria parte. A campainha da Estação tocou de súbito, houve um movimento geral de ansiedade, várias pessoas correram pensando que o trem já partia: mamãe! disse a mulher. Catarina! disse a velha. Ambas se olhavam espantadas, a mala na cabeça de um carregador interrompeu-lhes a visão e um rapaz correndo segurou de passagem o braço de Catarina, deslocando-lhe a gola do vestido. Quando puderam ver-se de novo, Catarina estava sob a iminência de lhe perguntar se não esquecera de nada...
– ... Não esqueci de nada? perguntou a mãe.
Também a Catarina parecia que haviam esquecido de alguma coisa, e ambas se olhavam atônitas – porque se realmente haviam esquecido, agora era tarde demais. Uma mulher arrastava uma criança, a criança chorava, novamente a campainha da Estação soou... Mamãe, disse a mulher. Que coisa tinham esquecido de dizer uma a outra, e agora era tarde demais. Parecia-lhe que deveriam um dia ter dito assim: sou tua mãe, Catarina. E ela deveria ter respondido: e eu sou tua filha.
– Não vá pegar corrente de ar! Gritou Catarina.
– Ora menina, sou lá criança, disse a mãe sem deixar porém de se preocupar com a própria aparência.
(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 112-113.)

Quanto à relação entre o conto “Os laços de família” e os demais contos do livro, assinale a alternativa correta.

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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266530 Literatura
Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Os laços de família”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo. O rosto usado e ainda bem esperto parecia esforçar-se por dar aos outros alguma impressão da qual o chapéu faria parte. A campainha da Estação tocou de súbito, houve um movimento geral de ansiedade, várias pessoas correram pensando que o trem já partia: mamãe! disse a mulher. Catarina! disse a velha. Ambas se olhavam espantadas, a mala na cabeça de um carregador interrompeu-lhes a visão e um rapaz correndo segurou de passagem o braço de Catarina, deslocando-lhe a gola do vestido. Quando puderam ver-se de novo, Catarina estava sob a iminência de lhe perguntar se não esquecera de nada...
– ... Não esqueci de nada? perguntou a mãe.
Também a Catarina parecia que haviam esquecido de alguma coisa, e ambas se olhavam atônitas – porque se realmente haviam esquecido, agora era tarde demais. Uma mulher arrastava uma criança, a criança chorava, novamente a campainha da Estação soou... Mamãe, disse a mulher. Que coisa tinham esquecido de dizer uma a outra, e agora era tarde demais. Parecia-lhe que deveriam um dia ter dito assim: sou tua mãe, Catarina. E ela deveria ter respondido: e eu sou tua filha.
– Não vá pegar corrente de ar! Gritou Catarina.
– Ora menina, sou lá criança, disse a mãe sem deixar porém de se preocupar com a própria aparência.
(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 112-113.)
Sobre a frase “Sua mãe lhe doía, era isso.”, na primeira linha do trecho, assinale a alternativa correta.
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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266529 Literatura

Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Preciosidade”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, ela não estava sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade, no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens. Dois rapazes vindo. Olhou ao redor como se pudesse ter errado de rua ou de cidade. Mas errara os minutos: saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou.

O primeiro impulso, diante de seu erro, foi o de refazer para trás os passos dados e entrar em casa até que eles passassem: “Eles vão olhar para mim, eu sei, não há mais ninguém para eles olharem e eles vão me olhar muito!” Mas como voltar e fugir, se nascera para a dificuldade. Se toda a sua lenta preparação tinha o destino ignorado a que ela, por culto, tinha que aderir. Como recuar, e depois nunca esquecer a vergonha de ter esperado em miséria atrás de uma porta?

(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 101-102.)

Com base no trecho do conto, assinale a alternativa correta.
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Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266528 Literatura

Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Preciosidade”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, ela não estava sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade, no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens. Dois rapazes vindo. Olhou ao redor como se pudesse ter errado de rua ou de cidade. Mas errara os minutos: saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou.

O primeiro impulso, diante de seu erro, foi o de refazer para trás os passos dados e entrar em casa até que eles passassem: “Eles vão olhar para mim, eu sei, não há mais ninguém para eles olharem e eles vão me olhar muito!” Mas como voltar e fugir, se nascera para a dificuldade. Se toda a sua lenta preparação tinha o destino ignorado a que ela, por culto, tinha que aderir. Como recuar, e depois nunca esquecer a vergonha de ter esperado em miséria atrás de uma porta?

(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 101-102.)

Com base no trecho, assinale a alternativa correta.
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Ano: 2010 Banca: COPEPS Órgão: UEMG Prova: COPEPS - 2010 - UEMG - Vestibular - Prova 01 |
Q1265918 Literatura

LEIA com atenção os dois textos abaixo e faça o que se pede.


TEXTO I

Pronominais       

 Dê-me um cigarro     

Diz a gramática       

         Do professor e do aluno   

E do mulato sabido 

                       Mas o bom negro e o bom branco 

Da nação brasileira

  Dizem todos os dias

me dá um cigarro. 

       Deixa disso, camarada


TEXTO II

Vício na fala

Para dizerem milho

  Dizem mio                

   Para dizerem melhor

dizem mió              

  Para pior pió           

    Para telha dizem teia

        e vão fazendo telhados.

ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo. Nova Cultural, 1988.  

O Modernismo de 1922 foi um movimento de ruptura com os cânones da literatura nacional. Um dos protagonistas da Semana de Arte Moderna e do Modernismo, Oswald de Andrade, professa uma poesia irreverente, paródica e radical.

Nos dois textos acima, Oswald de Andrade, por meio do discurso poético e metalinguístico,

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Ano: 2010 Banca: COPEPS Órgão: UEMG Prova: COPEPS - 2010 - UEMG - Vestibular - Prova 01 |
Q1265914 Literatura

Leia os poemas abaixo e faça o que se pede.



Texto I

Fazendeiros de cana

Minha terra tem palmeiras?                              

 Não. Minha terra tem engenhocas de rapadura

E cachaça e açúcar marrom,                           

Tiquinho, para o gasto.                                    

Tem cana caiana e cana crioula,                     

 cana-pitu,                                                          

 Cana rajada e cana-do-governo, e muitas       

outras                                                              

Canas de garapa e bagaço para os porcos    

  Em assembleia grunhidora diante da              

    Moenda movida gravemente pela junta de bois

 De sólida tristeza e resignação.                     

    As fazendas misturam dor e consolo em caldo

verde garrafa.                                              

E sessenta mil réis em imposto fazendeiro.

Carlos Drummond de Andrade


Texto II

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,              

 Onde canta o Sabiá;                        

As aves, que aqui gorjeiam,           

Não gorjeiam como lá.                    

Nosso céu tem mais estrelas,         


Nossas várzeas têm mais flores,   

Nossos bosques têm mais vida,    

Nossa vida mais amores.              

Em cismar, sozinho, à noite,         

Mais prazer eu encontro lá;           

Minha terra tem palmeiras,            

Onde canta o Sabiá.                      


Minha terra tem primores,             

Que tais não encontro eu cá;        

  Em cismar –sozinho, à noite–         

 Mais prazer eu encontro lá;           

 Minha terra tem palmeiras,            

Onde canta o Sabiá.                     


Não permita Deus que eu morra,  

Sem que eu volte para lá;             

 Sem que disfrute os primores        

 Que não encontro por cá;              

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.                    

De Primeiros cantos (1847)

Gonçalves Dias

No texto I, Drummond retoma o original romântico de Gonçalves Dias (Texto II), como fizeram vários outros poetas modernos. Neste texto, o poeta itabirano
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: INSPER Prova: VUNESP - 2016 - INSPER - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1265556 Literatura
Leia o poema de Manuel Bandeira para responder à questão.

Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
– Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
(...)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa, 1993. Adaptado)
Manuel Bandeira é poeta representativo do Modernismo brasileiro. As características desse movimento literário presentes no poema são:
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Ano: 2017 Banca: COMVEST UFAM Órgão: UFAM Prova: COMVEST UFAM - 2017 - UFAM - Vestibular |
Q1265332 Literatura
Texto

    Quando eu ainda não sabia nadar, meu pai me levava para ali, segurava-me um braço e atirava-me num lugar fundo. Puxava-me para cima e deixava-me respirar um instante. Em seguida repetia a tortura. Com o correr do tempo aprendi natação com os bichos e livrei-me disso.Mais tarde, na escola de mestre Antônio Justino, li a história de um pintor e de um cachorro que morria afogado. Pois para mim era no poço da Pedra que se dava o desastre. Sempre imaginei o pintor com a cara de Camilo Pereira da Silva, e o cachorro parecia-se comigo.
    Se eu pudesse fazer o mesmo com Marina, afogá-la devagar, trazendo-a para a superfície quando ela estivesse perdendo o fôlego, prolongar o suplício um dia inteiro...
   Debaixo da chuva, a mangueira do quintal está toda branca. O papagaio na cozinha bate as asas, sacudindo os salpicos que vêm da biqueira. Afago o pelo macio do meu gato mourisco, que dorme enroscado numa cadeira. As ideias ruins desaparecem. Marina desaparece.
   Ponho-me a vagabundear em pensamento pela vila distante, entro na igreja, escuto os sermões e os desaforos que padre Inácio pregava aos matutos: – “Arreda, povo, raça de cachorro com porco.” Sento-me no paredão do açude, ouço a cantilena dos sapos. Vejo a figura sinistra de seu Evaristo enforcado e os homens que iam para a cadeia amarrados de cordas. Lembro-me de um fato, de outro fato anterior ou posterior ao primeiro, mas os dois vêm juntos. E os tipos que evoco não têm relevo. Tudo empastado, confuso. Em seguida os dois acontecimentos se distanciam e entre eles nascem outros acontecimentos que vão crescendo até me darem sofrível noção de realidade. As feições das pessoas ganham nitidez. De toda aquela vida havia no meu espírito vagos indícios. Saíram do entorpecimento recordações que a imaginação completou.
   A escola era triste. Mas, durante as lições, em pé, de braços cruzados, escutando as emboanças de mestre Antônio Justino, eu via, no outro lado da rua, uma casa que tinha sempre a porta escancarada mostrando a sala, o corredor e o quintal cheio de roseiras. Moravam ali três mulheres velhas que pareciam formigas.
Relacione os trechos retirados do livro Angústia, de Graciliano Ramos, às afirmações a seguir.
1. “Era como se a gente houvesse deixado a Terra. De repente surgiam vozes estranhas. Que eram? Ainda hoje não sei. Vozes que iam crescendo, monótonas, e me causavam medo”. 2. “Ia cheio de satisfação maluca. Não tirava a mão do bolso, apalpava as caixinhas, sentia através do papel de seda a macieza do veludo. Na alvura do braço roliço a fita do relógio faria uma cinta negra; a pedrinha branca faiscaria no dedo miúdo”. 3. “E Julião Tavares parado. Minutos antes andava na maciota, o cigarro aceso, o pensamento na cama da mocinha sardenta. Agora ali junto da cerca, estirado. Inconveniente ficar ao lado dele. Inconveniente”. 4. “Não haveria desatino: as duas mulheres eram fatalistas e queixavam-se da sorte. Malucas. Revoltava-me o recurso infantil de se xingarem, arrancarem os cabelos. Era evidente que Julião Tavares devia morrer. Não procurei investigar as razões desta necessidade. Ela se impunha, entravame na cabeça como um prego. Um prego me atravessava os miolos.” 5. “– D. Aurora, tenha paciência. Veja se me arranja um quarto mais barato. Os tempos andam safados, d. Aurora [...] Tudo pela hora da morte, seu Luís. – É verdade, tudo pela hora da morte, d. Adélia. – A senhora já reparou nos preços dos remédios? A farmácia tem uma goela!”
( ) O Brasil sentia os reflexos econômicos da queda da bolsa de Nova York, em 1929, e da revolução de 1930. ( ) Luís da Silva é um homem atormentado e sua narrativa revela confusão. ( ) Após o homicídio, a memória de Luís da Silva é fragmentada, passado e presente se confundem. ( ) Empolgado com o noivado, Luís da Silva se vê desejando entregar à Marina o presente que tanto lhe custara. ( ) Luís da Silva alimenta ódio por Julião Tavares. A gravidez e o abandono de Marina são a mola propulsora para o assassinato.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração em sequência CORRETA, de cima para baixo.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: COMVEST UFAM Órgão: UFAM Prova: COMVEST UFAM - 2017 - UFAM - Vestibular |
Q1265331 Literatura
Texto

    Quando eu ainda não sabia nadar, meu pai me levava para ali, segurava-me um braço e atirava-me num lugar fundo. Puxava-me para cima e deixava-me respirar um instante. Em seguida repetia a tortura. Com o correr do tempo aprendi natação com os bichos e livrei-me disso.Mais tarde, na escola de mestre Antônio Justino, li a história de um pintor e de um cachorro que morria afogado. Pois para mim era no poço da Pedra que se dava o desastre. Sempre imaginei o pintor com a cara de Camilo Pereira da Silva, e o cachorro parecia-se comigo.
    Se eu pudesse fazer o mesmo com Marina, afogá-la devagar, trazendo-a para a superfície quando ela estivesse perdendo o fôlego, prolongar o suplício um dia inteiro...
   Debaixo da chuva, a mangueira do quintal está toda branca. O papagaio na cozinha bate as asas, sacudindo os salpicos que vêm da biqueira. Afago o pelo macio do meu gato mourisco, que dorme enroscado numa cadeira. As ideias ruins desaparecem. Marina desaparece.
   Ponho-me a vagabundear em pensamento pela vila distante, entro na igreja, escuto os sermões e os desaforos que padre Inácio pregava aos matutos: – “Arreda, povo, raça de cachorro com porco.” Sento-me no paredão do açude, ouço a cantilena dos sapos. Vejo a figura sinistra de seu Evaristo enforcado e os homens que iam para a cadeia amarrados de cordas. Lembro-me de um fato, de outro fato anterior ou posterior ao primeiro, mas os dois vêm juntos. E os tipos que evoco não têm relevo. Tudo empastado, confuso. Em seguida os dois acontecimentos se distanciam e entre eles nascem outros acontecimentos que vão crescendo até me darem sofrível noção de realidade. As feições das pessoas ganham nitidez. De toda aquela vida havia no meu espírito vagos indícios. Saíram do entorpecimento recordações que a imaginação completou.
   A escola era triste. Mas, durante as lições, em pé, de braços cruzados, escutando as emboanças de mestre Antônio Justino, eu via, no outro lado da rua, uma casa que tinha sempre a porta escancarada mostrando a sala, o corredor e o quintal cheio de roseiras. Moravam ali três mulheres velhas que pareciam formigas.
A partir da leitura do texto anterior, retirado do livro Angústia, de Graciliano Ramos, pode-se afirmar:

I. O primeiro parágrafo traz o transtorno emocional do narrador em sua relação com o pai. A brincadeira no poço não o ensinara a nadar, antes, era uma tortura. O narrador explica que aprendeu a nadar com os bichos. II. O narrador é um homem atormentado, de ideias agressivas, até mesmo homicidas, como se vê no segundo parágrafo, o que se justifica pelo tratamento recebido na infância. III. Ao observar e acarinhar seus bichos de estimação “as ideias ruins desaparecem. Marina desaparece”. Esse trecho comprova que Marina é a causa primeira de tudo o que atormenta Luís da Silva. IV. Apesar da relação difícil com o pai, as memórias da infância do narrador são afáveis: a vida farta na fazenda, os belos sermões do padre Inácio e as lições inesquecíveis do mestre Antônio Justino. V. A metáfora produzida com animais demonstra a inferioridade com que Luís percebe a si e aos outros. 
Alternativas
Respostas
361: B
362: C
363: E
364: D
365: D
366: C
367: D
368: D
369: A
370: A
371: E
372: C
373: D
374: C
375: B
376: A
377: C
378: B
379: D
380: A