Questões de Vestibular Sobre literatura
Foram encontradas 1.470 questões
Capa do Catálogo da Semana de Arte Moderna feita por Di Cavalcanti https://www.preparaenem.com/historia-do-brasil/ ruptura-na-semana-arte-moderna-1922.htm Acesso em 29 abril 2022.
Em relação à Semana de Arte Moderna no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA.
jogos escolares desde as nove da manhã o time amarelo enfrenta o time vermelho. no teu tempo isso era educação física, podia ser também recreio. o telefone ainda não tocou, tudo na mesma, nenhum e-mail. a gritaria pela janela da cozinha informa a vitória do time amarelo. depois a casa se enche de silêncio. e você sente pena do time vermelho, mas é só mais tarde, depois do almoço, que se compadece também do amarelo.
FREITAS, Angélica. Canções de atormentar. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 59.
Sobre o poema em questão, assinale a alternativa INCORRETA:
I. A Semana reuniu representantes de diversas manifestações artísticas, tais como Guiomar Novaes e Heitor Villa-Lobos (música), Victor Brecheret (escultura), Di Cavalcanti e Anita Malfatti (pintura). II. Apesar de Mário de Andrade e Oswald de Andrade terem sido dois dos principais idealizadores da Semana, a conferência de abertura, intitulada “A emoção estética na arte moderna”, foi proferida pelo escritor Graça Aranha, autor de Canaã (1902). III. O poema “Os Sapos”, escrito por Manuel Bandeira especialmente para a Semana e declamado pelo próprio autor, recebeu vaias da plateia presente no Teatro Municipal de São Paulo, configurando um dos momentos mais marcantes do evento. IV. Uma das primeiras reações negativas a aparecer na imprensa escrita veio de Monteiro Lobato, em seu artigo “Paranoia ou mistificação?”, no qual o autor faz uma crítica contundente aos princípios estéticos apresentados durante a Semana.
Estão corretas apenas as afirmativas
1. Memórias de um sargento de milícias, Manuel Antônio de Almeida
2. Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
3. O crime do padre Amaro, Eça de Queirós
( ) “Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. [...] Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de ‘menino diabo’; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso.”
( ) “Tornou-se muito medroso. Dormia com lamparina, ao pé de uma ama velha. As criadas de resto feminizavam-no; achavam-no bonito, aninhavam-no no meio delas, beijocavam-no, faziam-lhe cócegas, e ele rolava por entre as saias, em contato com os corpos, com gritinhos de contentamento. Às vezes, quando a senhora marquesa saía, vestiam-no de mulher, entre grandes risadas; ele abandonava-se, meio nu, com os seus modos lânguidos, os olhos quebrados, uma roseta escarlate nas faces.”
( ) “Passemos por alto sobre os anos que decorreram desde o nascimento e batizado do nosso memorando, e vamos encontrá-lo já na idade de sete anos. Digamos unicamente que durante todo este tempo o menino não desmentiu aquilo que anunciara desde que nasceu: atormentava a vizinhança com um choro sempre em oitava alta; era colérico; tinha ojeriza particular à madrinha, a quem não podia encarar, e era estranhão até não poder mais.”
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
As poesias de Mario Quintana, não muito raro, trazem imagens que dialogam com a proposta surrealista, como se pode observar no seguinte conjunto de versos, extraído do livro de poemas Esconderijos do tempo:
Selva selvaggia
As palavras espiam como animais: umas, rajadas, sensuais, que nem panteras... outras, escuras, furtivas raposas... mas as mais belas palavras estão pousadas nas frondes mais altas, como pássaros... O poema está parado em meio da clareira.
O poema caiu na armadilha! debate-se e ora subdivide-se e entrechoca-se como esferas de vidro colorido ora é uma fórmula algébrica ora, como um sexo, palpita... Que importa que importa qual seja enfim o seu verdadeiro universo? Ele em breve será inteiramente devorado pelas palavras!
QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Selva selvaggia exemplifica uma das características da poética de Mário Quintana:
“O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade.” / ”Aprofundava-se magicamente e alargava-se, sem propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também.”
Os trechos podem exemplificar a afirmação de críticos consagrados sobre uma das surpreendentes marcas estilísticas de Clarice Lispector. Essa característica se traduz como
LENTZ — Até agora não vejo probabilidade da raça negra atingir a civilização dos brancos. Jamais a África ...
MILKAU — O tempo da África chegará. As raças civilizam-se pela fusão; é no encontro das raças adiantadas com as raças virgens, selvagens, que está o repouso conservador, o milagre do rejuvenescimento da civilização. O papel dos povos superiores é o instintivo impulso do desdobramento da cultura, transfundindo de corpo a corpo o produto dessa fusão que, passada a treva da gestação, leva mais longe o capital acumulado nas infinitas gerações. Foi assim que a Gália se tornou França e a Germânia, Alemanha.
LENTZ — Não acredito que da fusão com espécies radicalmente incapazes resulte uma raça sobre que se possa desenvolver a civilização. Será sempre uma cultura inferior, civilização de mulatos, eternos escravos em revoltas e quedas. Enquanto não se eliminar a raça que é o produto de tal fusão, a civilização será sempre um misterioso artifício, todos os minutos rotos pelo sensualismo, pela bestialidade e pelo servilismo inato do negro. O problema social para o progresso de uma região como o Brasil está na substituição de uma raça híbrida, como a dos mulatos, por europeus. A imigração não é simplesmente para o futuro da região do País um caso de simples estética, é antes de tudo uma questão complexa, que interessa o futuro humano.
ARANHA, G. (1868-1931). Canaã. 3 ed. São Paulo: Martins Claret, 2013.
O fragmento de Canaã em que há predomínio de traços característicos do movimento simbolista é
[...] Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. [...]
ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Ática, 2004.
Considerando esse excerto da obra e o contexto de toda a narrativa, assim como as características do Romantismo, analise as assertivas e assinale a alternativa correta.
I. Iracema é uma obra romântica, exercendo, portanto, a função de literatura crítica, denunciando a desumanidade e o apagamento cultural dos nativos implicados no processo de colonização.
II. A representação da natureza no contexto do Romantismo ocorre de maneira idealizada, ressaltando as belezas do Brasil, o que indica a presença de um nacionalismo ufanista na obra.
III. O protagonismo feminino verificado em Iracema visa à representação da mulher como figura emancipada, dona de seu destino, surgindo heroínas independentes do poder masculino.
IV. A linguagem é um aspecto fundamental no Romantismo, de modo que, embora o texto de Iracema seja em prosa, observam-se marcas líricas, com aguçado tom poético, na construção da narrativa.
V. Em Iracema, o colono surge como herói da narrativa, sendo o par romântico da nativa, reforçando o discurso de harmonia entre os colonos e os indígenas.
Com base no seguinte excerto de Vidas Secas, assinale a alternativa correta.
[...]
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
[...]
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 144ª ed. Rio de Janeiro: Record,
2020.
Considerando o fragmento de texto precedente e os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item a seguir.
Machado de Assis, além de romancista, escreveu peças
teatrais típicas do realismo teatral, cujos temas estão
centrados essencialmente na contestação do colonialismo.
A partir da leitura desse fragmento da crônica de Machado de Assis, publicada em 1876, julgue o item.
No texto, as referências à história romana denotam que a obra de Machado de Assis tem como uma de suas características a
rejeição dos conteúdos eurocêntricos.
Considerando o fragmento do poema de Cecília Meireles apresentado, que compõe a obra Romanceiro da Inconfidência, publicada em 1953, julgue o próximo item.
Os poemas do Romanceiro da Inconfidência contêm
elementos característicos da forma clássica pastoril, à
maneira do Arcadismo, o que fica evidente nas imagens
descritas nesse fragmento.