Questões de Vestibular
Comentadas sobre coesão e coerência em português
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No conto, o pronome lhe recupera, muitas vezes, o referente “Dario” para evitar repetições do nome da personagem principal. Atente às seguintes afirmações sobre o uso deste pronome no texto:
I. A ocorrência do lhe no enunciado “Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta” (linhas 15-16), tem a mesma função sintática e textual do uso do lhe em “Quando lhe retiraram os sapatos”. (linha 17)
II. Em “Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca” (linhas 17-19), pode-se acrescentar o lhe ao segundo período (“surgiram-lhe no canto da boca”) que terá função sintática e textual semelhante à do emprego deste pronome utilizado em “Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta”. (linhas 15-16)
III. No enunciado “Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las” (linhas 42-44), o pronome lhe não está relacionado sintaticamente ao verbo “cobrir”, mas ao substantivo “rosto”, indicando a ideia de posse.
IV. O pronome lhe utilizado nos enunciados “Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis” (linhas 50-51) e “Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça” (linhas 73-74) só pôde ser usado, nestes casos, porque se retoma um referente do gênero masculino no singular.
Está correto o que se afirma em
Está 100% estabelecido que esses genes não têm nenhuma influência sobre qualquer traço comportamental ou intelectual. (ℓ. 37-38)
Para introduzir a frase acima, mantendo a coerência com a que a precede, pode ser utilizada a seguinte expressão:
“Começou a contemplar aquela menina como se fosse uma santa; e, quando ela se levantou para retirar-se com sua mãe, seguiu-a insensivelmente até a casa que lhe descrevi porque esta moça era a mesma de que lhe falei, e sua mãe D. Maria.”
O termo “menina” é retomado no trecho por vários outros. O único que estabelece o processo de coesão lexical é
“De que maneira sorrateira o Destino o arrastara até ali, sem que ele pudesse pressentir o seu extravagante propósito, tão aparentemente sem relação com o resto da sua vida?” (linhas 5-8)
O pronome possessivo em “seu extravagante propósito” tem função coesiva e retoma o propósito

Disponível em: <http://www.survivalbrasil.org/povos/indios-brasileiros>. Acesso em: 28 abr. 2017.
Com base na leitura do texto e nas expressões em destaque, assinale a alternativa INCORRETA.
A referenciação textual pode ser definida como a retomada de termos e ideias que garantem a coesão e a progressão de sentido do texto por meio de elementos linguísticos. Um exemplo desse procedimento, ao longo da crônica de Lima Barreto, se dá com o uso do termo “cartomantes”, que é retomado por alguns referentes textuais, estabelecendo diferentes sentidos com estes referentes. Atente ao que se diz a seguir a respeito disso:
I. Ao substituir “cartomantes” pelo termo “pitonisas” (linha 05), o autor pretende mostrar que o trabalho da cartomancia tem uma longa tradição histórica.
II. Ao afirmar, no terceiro parágrafo, que não tem “nenhuma ojeriza pelas adivinhas” (linhas 06-07), o autor recupera cartomantes pelo termo adivinhas, justificando que a prática de adivinhar o futuro cumpre sua função útil e necessária no cotidiano das pessoas, que é a função de iludir.
III. Ao se referir às “cartomantes” pela expressão “dessa gente que lida com o destino” (linhas 11-12), o autor se apresenta numa relação afetuosa de muita proximidade com as cartomantes.
IV. Ao empregar o referente “duas sacerdotisas do invisível” (linhas 21-22) para fazer alusão às “duas senhoras” (cartomantes) (linha 17), o autor procura salientar, ironicamente, a dimensão religiosa do ofício profético da cartomancia.
Está correto o que se afirma em
Texto 1
Pessoas habitadas
MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva, 324-325.
Leia o trecho extraído do livro A dança do universo do físico brasileiro Marcelo Gleiser para responder à questão.
Durante o século VI a.C., o comércio entre os vários Estados gregos cresceu em importância, e a riqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condições de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-Estado situada na parte sul da Jônia, hoje a costa mediterrânea da Turquia. Foi em Mileto que a primeira escola de filosofia pré-socrática floresceu. Sua origem marca o início da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da ciência moderna. De acordo com Aristóteles, Tales de Mileto foi o fundador da filosofia ocidental.
A reputação de Tales era legendária. Usando seu conhecimento astronômico e meteorológico (provavelmente herdado dos babilônios), ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedência. Sendo um homem prático, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da região e, quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna.
Supostamente, Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os lídios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difícil, Tales respondeu: “Conhecer a si próprio”. Quando lhe perguntaram o que era fácil, respondeu: “Dar conselhos”. Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prático. Um dia, perdido em especulações abstratas, Tales caiu dentro de um poço. Esse acidente aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poço, a qual comentou, de modo sarcástico, que Tales estava tão preocupado com os céus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus pés.
(A dança do universo, 2006. Adaptado.)
“Sua origem marca o início da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da ciência moderna.” (1° parágrafo)
O pronome em destaque refere-se a
Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonâmbula, de Mia Couto, extraído do Sexto caderno de Kindzu, subintitulado O regresso a Matimati.
Lembrei meu pai, sua palavra sempre azeda: agora, somos um povo de mendigos, nem temos onde cair vivos. Era como se ainda escutasse:
- Mas você, meu filho, não se meta a mudar os destinos.
Afinal, eu contrariava suas mandanças. Fossem os naparamas, fosse o filho de Farida: eu não estava a deixar o tempo quieto. Talvez, quem sabe, cumprisse o que sempre fora: sonhador de lembranças, inventor de verdades. Um sonâmbulo passeando entre o fogo. Um sonâmbulo como a terra em que nascera. Ou como aquelas fogueiras por entre as quais eu abria caminho no areal.
(Mia Couto, Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia de Bolso, 2015, p. 104.)
Na passagem citada, a personagem Kindzu recorda os
ensinamentos de seu pai diante do estado desolador em
que se encontrava sua terra, assolada pela guerra, e
reflete sobre a coerência de suas ações em relação a tais
ensinamentos. Levando em consideração o contexto da
narrativa do romance de Mia Couto, é correto afirmar que:
A EDUCAÇÃO PELA SEDA
Vestidos muito justos são vulgares. Revelar formas é vulgar. Toda revelação é de uma vulgaridade abominável.
Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar.
Rosa Amanda Strausz
Mínimo múltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
Os conceitos a vestiram como uma segunda pele,
O vocábulo a é comumente utilizado para substituir termos já enunciados. No texto, entretanto, ele tem um uso incomum, já que permite subentender um termo não enunciado.
Esse uso indica um recurso assim denominado:
Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas indústrias e atividades (l. 16-18)
O vocábulo tão, associado ao conectivo que, estabelece uma relação coesiva de:

A análise do cartum permite afirmar:
As construções linguísticas usadas pelo garoto apontam para o fato de que a norma popular não consegue produzir um pensamento coerente, por isso a professora não entendeu o que o garoto disse.

É possível verificar uma série de comparações ao longo da canção. Assinale a alternativa em que a comparação efetuada sugere uma crítica. Mantenha coerência com as informações apresentadas no texto.