Questões de Vestibular
Sobre coesão e coerência em português
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Tendo como base o texto acima, de Machado de Assis, e as questões por ele suscitadas, julgue os itens de 68 a 77 .
Considerando o texto e a imagem acima, julgue os itens a seguir.
O emprego do pronome “essa” (l.4) no início do período indica que, de acordo com o autor do texto, a constante sobreposição da seriedade e da diversão resulta em “seriedade leve e jocosa”.
Considerando o processo coesivo e o contexto da narrativa, verifica-se que, no trecho “partir para cima dele” (l.7), a referência do pronome é a expressão “O cavalo” (l.6), precisão coesiva que é ratificada pelo emprego da palavra “animais” no trecho “E o lobisomem bebia sangue também dos animais” (l.12).
Sem prejudicar o ritmo da narrativa e a precisão e clareza do fato descrito, José Lins do Rêgo poderia ter optado pela colocação da expressão adverbial “na mata” (l.3) após o substantivo “encontro” (l.2), desde que não a isolasse por vírgulas.
O que diferencia o segundo verso do primeiro é a supressão do verbo “parecer” e a substituição da palavra “reflexão” por “salivação”, alterações que implicam mudança da simples meditação acerca da semelhança do trabalho poético a qualquer ato de pensamento para uma percepção agudamente metafórica.
Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado
Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as ideias
o sonho
o passado
o mais que futuro
Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.
(Carlos Drummond de Andrade. Discurso de primavera e algumas sombras, 1977.)
Instrução: Leia o texto para responder às questões.
O silêncio é a matéria significante por excelência, um
continuum significante. O real da comunicação é o silêncio.
E como o nosso objeto de reflexão é o discurso, chegamos a
uma outra afirmação que sucede a essa: o silêncio é o real do
discurso.
O homem está “condenado” a significar. Com ou sem palavras,
diante do mundo, há uma injunção à “interpretação”:
tudo tem de fazer sentido (qualquer que ele seja). O homem
está irremediavelmente constituído pela sua relação com o
simbólico.
Numa certa perspectiva, a dominante nos estudos dos signos,
se produz uma sobreposição entre linguagem (verbal e
não-verbal) e significação.
Disso decorreu um recobrimento dessas duas noções, resultando
uma redução pela qual qualquer matéria significante
fala, isto é, é remetida à linguagem (sobretudo verbal) para
que lhe seja atribuído sentido.
Nessa mesma direção, coloca-se o “império do verbal”
em nossas formas sociais: traduz-se o silêncio em palavras.
Vê-se assim o silêncio como linguagem e perde-se sua especificidade,
enquanto matéria significante distinta da linguagem.
(Eni Orlandi. As formas do silêncio, 1997.)
II. “à toa” (linha 03) evidencia o preconceito da autora em relação às bandas cover.
III. “todo o” (linha 11) é uma expressão de ênfase, e sua eliminação prejudicaria a coerência do texto.
IV. Substituindo-se “Na” (linha 27) por “Com a”, a frase permaneceria correta e coerente.
Estão corretas apenas as afirmativas
1. “nós” (linha 15) e “outro” (linha 27) apresentam sentido genérico no texto.
2. O pronome “Ele” poderia ser usado em lugar de “O aluno” (linha 33) sem prejuízo para o sentido e a correção do texto, porque esses termos são iguais em gênero e número.
3. “Tudo” (linha 38) reforça o sentido de “isso”, na mesma linha.
4. No primeiro parágrafo, predomina a primeira pessoa do discurso; nos demais, a terceira pessoa.
Estão corretas apenas as afrmativas
“Isto que parece um simples inventário, eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar que não escrevo.”
I. Em cômodos diversos, a palavra diversos modifica um substantivo, indicando que há na casa mais de um aposento.
II. Em cômodos versos, a palavra cômodos tem a função de qualificar o substantivo versos, permitindo a leitura de que os versos são agradáveis.
III. A expressão arquitetura poética, que se encontra na capa, remete às possíveis leituras: cômodos diversos, incômodos diversos, cômodos versos e incômodos versos.
Assinale a alternativa CORRETA.
LEIA com atenção cada trecho e assinale, a seguir, a alternativa que indica CORRETAMENTE essas duas referências.
I “Ô cabra leso danado! Só pensa em fta de série. Esse daí, se o cinematógrafo deixasse de existir, ele morria.”: um dos personagens, o praça Jaborandi, costuma ir ao cinema para assistir flmes seriados, gênero que a partir dos anos 60 deixou de ser exibido no cinema, migrando, depois, para a TV.
II “Eu digo cela com cê-cedilha.”: o personagem afrma como se grafava a palavra cela conforme ortografa vigente na primeira metade do século XX.
III “Um dia, a gente ouviu dizer que o Zepelim ia passar por lá. Foi um alvoroço! (...) Eu tinha uns oito anos. Quando vi, foi aquela beleza atravessando o céu. Me esqueci de tudo e saí andando atrás daquela claridade. (...) E assim tem sido a minha vida, sempre me perdendo atrás do que é bonito.”: Leléu, o personagem central, tem no máximo 30 anos e se lembra de quando, ainda criança, viu o Zepelim, transporte que se extinguiu antes de 1940.
IV “Não aceito esse pensar. Compaixão de bicho, por quê? Pra que é que são os bichos? Pra gente derrubar com tiros, pegar com armadilhas, sangrar, montar neles, botar carga, sela...O homem é o dono das coisas, Doutor... Ter compaixão de bicho é vício.” : essa fala de Leléu, o protagonista, mostra que os maus tratos dispensados aos animais, atitude hoje considerada politicamente incorreta, era prática normal e aceitável até a metade do século passado.
V “Pois pode acreditar. Sou vegetariano e tenho muito orgulho disto.”: como afrma o advogado, Dr. Noêmio, um dos antagonistas, até 1960, entre as pessoas instruídas, era moda não comer carne.
Sobre o fragmento em evidência, é verdadeiro o que se afirma na alternativa