Questões de Vestibular de Português - Figuras de Linguagem
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A hipervalorização de bens ditos “de marca” é uma característica das sociedades contemporâneas. Delas advém a distinção como forma de poder que fascina tanto ricos quanto pobres no cenário da dessubjetivação partilhada por todos, da loja de luxo ao came- lódromo das falsificações.
A questão da distinção guarda em seu fundo um aspecto mais tenebroso, concernente ao presente da condição subjetiva da vida dos usuários devorados pelas antipolíticas autodestrutivas do consumismo transformado em regra.
Zerada a intersubjetividade que se definia na interação afetiva e comunicativa entre pessoas, o que resta são as coisas - e as pessoas como coisas - que podem ser compradas. Diga-se de passagem que as pessoas não compram coisas, mas sinais que informam sobre um capital simbólico. Coisificação da consciência é o nome velho para o fenômeno em que a concretude das coisas é substituída pela abstração da insígnia.
A fascinação de tantas pessoas por roupas, carros e até eletrodomésticos ditos “de marca” em nossa época é a declaração auto-exposta da morte do sujeito. Espantalhos de uma ordem que previu o assassinato do desejo, do pensamento e da liberdade - conjunto do que aqui chamamos de subjetividade - são incapazes de compreender seu descarado simulacro.
A morte por assassinato da subjetividade é percebida na redução do indivíduo a uma espécie de morto-vivo em três tempos. 1 - A destituição do direito ao próprio desejo: a publicidade colonizou a capacidade de sentir e projetar a autobiografia de cada um que é apagada na encenação da “vida fashion”. 2 - A desaparição da possibilidade de pensar: a publicidade oferece os jargões e slogans a serem repetidos sob a ilusão de ideias próprias. 3 - O direito à ideia-prática da liberdade é extirpado: resta o simulacro da escolha entre uma marca e outra. A ação torna-se acomodação ao mesmo de sempre.
A escolha entre o nada e a coisa nenhuma é bem disfarçada no poder de ostentar que promete redimir do buraco subjetivo. Não tendo mais o que expressar, alguém simplesmente “ostenta” um relógio caro, um computador moderninho, um carrão oneroso. Ou um piercing, um músculo forte. Tudo e cada coisa é reduzida à marca, emblema do capital e seu poder na era do Espetáculo.
Disponível em: < http://revistacult.uol.com.br/home/2012/06/o-culto-as-marcas/>. Acesso em: 30 out. 2014.
Em tempos de Copa do Mundo, poucas coisas são tão irritantes como ver o atacante armando uma jogada fulminante na sua televisão enquanto o chato do vizinho já está se esgoelando com o gol.
O problema acontece em razão das diferentes formas de transmissão disponíveis hoje – antigamente todos torciam unidos pelo sinal analógico e o bombril na antena que supostamente o turbinava. As transmissões digitais, mais lentas, acabaram com a sincronia da gritaria.
Os atrasos acontecem porque o sinal digital passa por um processo de codificação, compressão e decodificação, fazendo com que leve mais tempo para chegar às casas.
No analógico, as imagens e o áudio dos jogos são entregues quase diretamente ao telespectador.
Entre os meios digitais, também há diferenças. Imagens em HD, por exemplo, são mais "pesadas", por
isso demoram mais para chegar.
Em 2012, um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas para Matemática e Ciências da Computação da Holanda afirmou que pode haver até cinco segundos de atraso entre os diferentes tipos de transmissão (...)
Em testes realizados pela Folha durante o jogo do Brasil desta segunda-feira (23), a transmissão pela
internet da Rede Globo estava cerca de 25 segundos atrasada em relação à TV a cabo.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/172660-po...
seu-vizinho-grita-gol-antes-de-voce.shtml. Acesso em 10.07.14
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
Inefável em
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2. Caracteriza apenas o poema Inefável.
3. Caracteriza os dois poemas.
4. Não caracteriza nenhum dos poemas.
( ) Soneto com versos livres.
( ) Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
( ) Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
( ) Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Subamos!
Subamos acima,
Subamos além, subamos!
Com a posse física dos braços
Inelutavelmente galgaremos
O grande mar de estrelas
Através de milênios de luz...
Na estrofe citada, infere-se que os predicados verbais, do ponto de vista figurativo, enfatizam uma
Consideradas no contexto em que ocorrem, constituem um caso de antítese as expressões empregadas para caracterizar as diferentes reações das pessoas em relação ao trabalho da funerária: “devendo detestá-la” (linha 10) e “não pode desadorá-la” (linha 11).
Esse emprego, portanto, configura uma figura de linguagem conhecida como:
Os versos que mais se aproximam dessas ideias são:
O par de vocábulos com emprego metafórico está indicado em:
Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac. Tal procedimento constitui o que se chama de:
Versos de Natal
Espelho, amigo verdadeiro,
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico, Penetrarias até ao fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta.
( ) A primeira frase do texto ( linha 01) é falsa, pois no Maracanã não há árvores, o que reduz a confiança do leitor no ponto de vista do autor.
( ) Em “dinheiro não dá em árvore, mas árvore dá dinheiro” ( linhas 10 e 11) o autor vale- se de um jogo de palavras.
( ) Seria correto usar vírgula seguida de “já que” em lugar do travessão da linha 22.
( ) A expressão “negócio da China” ( linhas 12 e 13) assume, no texto, duplo sentido.
( ) “A China, nação que mais polui e que mais consome matéria- prima, tem índice de desmatamento zero” ( linhas 36 a 38) constitui um paradoxo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
No texto 3, o autor
I. adota diferentes recursos de linguagem, como expressões metafóricas.
II. apresenta dados da realidade para sustentar seu ponto de vista.
III. utiliza interrogações de bom efeito retórico, mas não apresenta respostas para elas.
IV. dirige- se a um público leitor especializado em ecossistemas.
Estão corretas apenas as afirmativas
O exemplo em que ocorre claramente exploração da sonoridade das palavras é:
Nesse verso, a palavra onça está empregada em um sentido que se define como:
A profecia para os escritores, anunciada na primeira frase do texto de forma extremamente negativa, se opõe ao tom e à conclusão do texto. Considerando esse contraste, o texto de Bilac pode ser qualificado basicamente como:
Considerando o texto acima, de Gregório de Matos, julgue os itens de 58 a 66.