Questões de Vestibular
Sobre figuras de linguagem em português
Foram encontradas 422 questões


Analise os comentários feitos a respeito do texto:
I A substantivação da conjunção “se” (...para se livrar de todos os “se” que o levavam...) serve como instrumento de personifcação, à medida que concretiza todos os pesadelos que assolam o personagem.
II Embora não haja nenhuma expressão que identifque a que se refere o termo “naquela viagem”, é possível inferir que essa viagem causou grandes danos emocionais no personagem.
III A repetição da conjunção “se” (...embora na véspera; se, se, se...) é um recurso que, no texto, enfatiza a angústia do personagem, pois são apresentadas diversas condições para uma possível resolução da sua dor.
IV As palavras desespero, enterrar, fracasso, assombrava, vítima e assassinato denotam o estado emocional da personagem que tem consciência da resolução dos seus problemas, o que é comprovado pela forma verbal seria.
São pertinentes os comentários

Assinale a alternativa que contém a relação adequada entre a figura de linguagem presente no texto e o enunciado.

Do ponto de vista estilístico, pode-se afirmar que o autor na construção das imagens na taverna, utilizou-se de uma linguagem carregada de:
I. É um termo que, isolado na frase, não tem função sintática.
II. Põe em evidência a ideia transmitida.
III. É um recurso da linguagem oral, aproveitado pela linguagem literária.
Está correto o que se afirma em
1. Aquela velha carta de A B C dava arrepios (linha 1).
2. máximas sisudas (linha 6)
3. odioso folheto (linha 40)
4. letras miúdas e safadas (linhas 62-63)
I. Todas as expressões foram desviadas de seu sentido primeiro, por isso não devem ser lidas só referencialmente.
II. Na expressão de número 4, há uma quebra de expectativa quando se coordena safadas a miúdas, adjetivos que pertencem a diferentes campos semânticos.
III. Na expressão 2, o adjetivo sisudas empresta ao substantivo máximas um atributo humano, o que constitui uma figura de linguagem chamada prosopopeia.
Está correto o que se diz em
[...]
Sendo talvez meu medo a revivescência de impressões atávicas? O espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos, aqueles povos com a idéia de que o reflexo de uma pessoa fosse a alma. Via de regra, sabe-o o senhor, é a superstição fecundo ponto de partida para a pesquisa. A alma do espelho – anote-a – esplêndida metáfora. Outros, aliás, identificavam a alma com a sombra do corpo; e não lhe terá escapado a polarização: luz – treva. Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a parede, quando morria alguém da casa? Se, além de os utilizarem nos manejos de magia, imitativa ou simpática, videntes serviam-se deles, como da bola de cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção e de velocidade? Alongo-me, porém. Contava-lhe... [...] ROSA, Guimarães. Primeiras estórias. 50ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 122.
[...]
Sendo talvez meu medo a revivescência de impressões atávicas? O espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos, aqueles povos com a idéia de que o reflexo de uma pessoa fosse a alma. Via de regra, sabe-o o senhor, é a superstição fecundo ponto de partida para a pesquisa. A alma do espelho – anote-a – esplêndida metáfora. Outros, aliás, identificavam a alma com a sombra do corpo; e não lhe terá escapado a polarização: luz – treva. Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a parede, quando morria alguém da casa? Se, além de os utilizarem nos manejos de magia, imitativa ou simpática, videntes serviam-se deles, como da bola de cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção e de velocidade? Alongo-me, porém. Contava-lhe... [...] ROSA, Guimarães. Primeiras estórias. 50ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 122.

Compostas em contextos históricos distintos, em 1939 (“Aquarela do Brasil”) e em 1978 (“Querelas do Brasil”), as músicas fazem uma interpretação diferenciada da realidade brasileira. Nesse sentido, a música “Querelas do Brasil” constitui uma paródia que

No contexto desse trecho, a palavra romântico, em relação a babão, constitui

Na música Metáfora,de Gilberto Gil, há, entre outras coisas, a definição de metáfora, uma figura de linguagem que também é encontrada na alternativa:
questões de números 09 e 10.

Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri.

Nessa indicação do autor, o gesto simples de qualquer cozinheira – separar o feijão bom das impurezas – é uma metáfora

Com base no texto acima, extraído da obra Os Anormais, de
Michel Foucault, julgue os itens de 31 a 36 e assinale a opção
correta no item 37.
[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.
(Jorge Amado. Capitães da areia.)