Questões de Vestibular Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Ano: 2011 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2011 - IF-GO - Vestibular |
Q1273437 Português

Texto 5


O Sertanejo Falando 


                     1.

A fala a nível do sertanejo engana:

as palavras dele vêm, como rebuçadas

(palavras confeito, pílula), na glace

de uma entonação lisa, de adocicada.

Enquanto que sob ela, dura e endurece

o caroço de pedra, a amêndoa pétrea,

dessa árvore pedrenta (o sertanejo)

incapaz de não se expressar em pedra. 

                      2

Daí porque o sertanejo fala pouco:

as palavras de pedra ulceram a boca

e no idioma pedra se fala doloroso;

o natural desse idioma fala à força.

Daí também porque ele fala devagar:

tem de pegar as palavras com cuidado,

confeitá-la na língua, rebuçá-las;

pois toma tempo todo esse trabalho.

NETO, João Cabral de Melo. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2008.


Sobre o poema, assinale a alternativa que apresenta a afirmativa incorreta:  

Alternativas
Ano: 2011 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2011 - IF-GO - Vestibular |
Q1273435 Português

Leia os textos a seguir para responder a questão. (Para facilitar a leitura, as legendas estão reproduzidas logo abaixo do texto 3.) 

Texto 3 

Revista Trip. Editora Trip. Ano 24, nº 198, abril de 2011,p. 92.

Legendas:

① “Tudo tem limites, também a tolerância,pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: ‘não te é permitido fazer o que fazes’.
    Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa,insensibilidade ética ou comodismo. (...)
    Onde estão então os limites da tolerância?No sofrimento, nos direitos humanos e nos direitos da natureza. Lá onde as pessoas são desumanizadas, ali termina a tolerância.Ninguém tem o direito de impor sofrimento injusto ao outro.”
Leonardo Boff


② “Meio Ambiente não é religião, não é dogma, não é reserva de mercado. Não concordaremos mais com o autoritarismo ambiental.”

Kátia Abreu, senadora (DEM/GO), apelidada de Miss Desmatamento, em resposta ao código florestal defendido pelo Ibama.


③ Esta é uma árvore ocupada em 1996 na região de Berkshire, Inglaterra. Parte de um dos maiores protestos da história europeia. Para construir a estrada de Newbury, as empreiteiras devastariam mais de 120 acres de árvores de grande porte. Por três meses, 7 mil pessoas bloquearam estradas, acamparam na mata e causaram um prejuízo estimado em 24 milhões de libras. Oitocentas pessoas foram presas, o exército mobilizado e a estrada, enfim, construída.

Texto 4  

   Todos nós desejamos viver em um mundo melhor, mais pacífico, mais fraterno e ecológico. O problema é que as pessoas sempre esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum ouvir pessoas dizendo que têm boa vontade para ajudar, mas, como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então não podem contribuir como gostariam para um mutirão de limpeza da rua, por exemplo, ou para o plantio de árvores. Pessoas assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz nada ou que a culpa é do “sistema”, dos governantes ou empresas, mas sem perguntar se estão fazendo a parte que lhes cabe.

   Por outro lado, é importante não ficar esperando a perfeição individual - pois isso é inatingível. O fato de adquirirmos consciência ambiental não nos faz perfeitos. O importante é que tenhamos o compromisso de ser melhores todo dia, procurando sempre nos superar.

BERNA, Vilmar. A mudança começa em nós. In:Páginas Abertas, A. 27, nº11, 2001, p.44 (Adaptado). 

Considere as afirmações a seguir: I. O título, no texto 3, chama a atenção do leitor não só pelo emprego de letras grandes, em forma de manchete, mas também pela alusão a um topônimo. II. A utilização de pontos de vista antagônicos na elaboração da mensagem, no texto 3, finda por enfraquecer a estratégia de convencimento do autor. III. No texto 4, o autor reconhece um desejo comum aos indivíduos e critica o comportamento coletivo em relação à tomada de posição para realizá-lo. IV. O texto 4 oscila entre o depoimento de caráter autobiográfico e o testemunho crítico da realidade.
Estão corretas:
Alternativas
Ano: 2011 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2011 - IF-GO - Vestibular |
Q1273434 Português

Leia os textos a seguir para responder a questão. (Para facilitar a leitura, as legendas estão reproduzidas logo abaixo do texto 3.) 

Texto 3 

Revista Trip. Editora Trip. Ano 24, nº 198, abril de 2011,p. 92.

Legendas:

① “Tudo tem limites, também a tolerância,pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: ‘não te é permitido fazer o que fazes’.
    Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa,insensibilidade ética ou comodismo. (...)
    Onde estão então os limites da tolerância?No sofrimento, nos direitos humanos e nos direitos da natureza. Lá onde as pessoas são desumanizadas, ali termina a tolerância.Ninguém tem o direito de impor sofrimento injusto ao outro.”
Leonardo Boff


② “Meio Ambiente não é religião, não é dogma, não é reserva de mercado. Não concordaremos mais com o autoritarismo ambiental.”

Kátia Abreu, senadora (DEM/GO), apelidada de Miss Desmatamento, em resposta ao código florestal defendido pelo Ibama.


③ Esta é uma árvore ocupada em 1996 na região de Berkshire, Inglaterra. Parte de um dos maiores protestos da história europeia. Para construir a estrada de Newbury, as empreiteiras devastariam mais de 120 acres de árvores de grande porte. Por três meses, 7 mil pessoas bloquearam estradas, acamparam na mata e causaram um prejuízo estimado em 24 milhões de libras. Oitocentas pessoas foram presas, o exército mobilizado e a estrada, enfim, construída.

Texto 4  

   Todos nós desejamos viver em um mundo melhor, mais pacífico, mais fraterno e ecológico. O problema é que as pessoas sempre esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum ouvir pessoas dizendo que têm boa vontade para ajudar, mas, como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então não podem contribuir como gostariam para um mutirão de limpeza da rua, por exemplo, ou para o plantio de árvores. Pessoas assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz nada ou que a culpa é do “sistema”, dos governantes ou empresas, mas sem perguntar se estão fazendo a parte que lhes cabe.

   Por outro lado, é importante não ficar esperando a perfeição individual - pois isso é inatingível. O fato de adquirirmos consciência ambiental não nos faz perfeitos. O importante é que tenhamos o compromisso de ser melhores todo dia, procurando sempre nos superar.

BERNA, Vilmar. A mudança começa em nós. In:Páginas Abertas, A. 27, nº11, 2001, p.44 (Adaptado). 

A respeito dos textos 3 e 4, julgue os itens a seguir:
I. Os textos têm em comum a ideia de que um mundo melhor se faz coletivamente, como resultado da responsabilidade e da participação de todos. II. No texto 3, a expressão “extremo ambiente” estabelece um diálogo com a imagem apresentada. Por isso, é necessária a interação entre a linguagem verbal e a nãoverbal para as ideias se completarem. III. A declaração sobre o código florestal defendido pelo IBAMA, no texto 3, antagoniza-se com a problematização sobre os limites da tolerância diante da devastação da natureza. IV. A utilização de expressões e verbos na 3ª pessoa, no texto 4, evidencia que o autor deixa de lado sua subjetividade na discussão do tema.
Estão corretas:
Alternativas
Ano: 2011 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2011 - IF-GO - Vestibular |
Q1273433 Português

Leia os textos a seguir e responda a questão. 


Texto 1 

Charge do cartunista Clayton: Padilha e o saco de plástico do Capitão Nascimento.

    O melhor comentário sobre o Urso de Ouro conquistado por “Tropa de Elite”, no Festival de Berlim, não veio de um crítico de cinema, nem de um repórter especializado. Veio de um chargista cearense: Clayton. O artista gráfico, cujo nome completo é Clayton Rebouças Mota, tem 47 anos e é o principal chargista do jornal “O Povo” (...).
    Enquanto o país comemorava o triunfo de “Tropa de Elite”, Clayton arrasava com charge das mais inventivas e inteligentes. Nela, vê-se o diretor José Padilha segurando, orgulhoso, o seu Urso de Ouro. Só que o troféu, objeto de cobiça dos maiores cineastas do mundo, acaba vítima do principal instrumento de tortura do Capitão Nascimento e de seus seguidores (no Bope): o saco plástico.
CAETANO, Maria do Rosário.Disponível em: http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listag em.asp?id_pagina=113&func=1&id=672 Acesso em: 06 de maio de 2011.  

Texto 2 

Ibase – O que pretendia com as cenas de tortura que o filme mostrou?
José Padilha – A tortura é tão hedionda e bárbara que a sua simples exposição já constitui uma crítica. Quando optamos por mostrar a tortura, mostrar que uma pessoa normal, com juízo médio do senso comum, como o personagem Nascimento, é capaz de embarcar na tortura, tentamos fazer as pessoas pensarem exatamente sobre isso (...). O Brasil é um país que institucionalizou a tortura, o Estado brasileiro sancionou a tortura e isso é um fato.
Ibase – Há comentários de que jovens se identificaram com policiais do Bope, como heróis. Como vê essa identificação?
José Padilha – Quem é o capitão Nascimento? O Capitão Nascimento é apresentado, desde o início, como alguém que investiu na sua carreira, que tortura e mata. E o que está acontecendo com ele no filme? Está percebendo que isso não é possível. E como percebe isso? Pelo fato de não conseguir conciliar sua família com o que faz. Ele é um personagem angustiado, com síndrome de pânico, que está o tempo inteiro querendo sair da Tropa de Elite, esse é o dilema dele. O Nascimento não é um policial que deu certo, pelo contrário, é um policial que deu errado. E isso é muito claro no filme. Então, se identificar com o Nascimento não é se identificar com o Bope: o Nascimento quer sair do Bope.
Flávia Mattar (2008). Entrevista: José Padilha.
(Adaptado). Disponível em: http://www.ibase.org.br/modules.php?name=Conteudo&pi d=2017.
Acesso em: 06 de maio de 2011. 

A entrevista do Ibase com o diretor José Padilha permite depreender que:
Alternativas
Ano: 2011 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2011 - IF-GO - Vestibular |
Q1273432 Português

Leia os textos a seguir e responda a questão. 


Texto 1 

Charge do cartunista Clayton: Padilha e o saco de plástico do Capitão Nascimento.

    O melhor comentário sobre o Urso de Ouro conquistado por “Tropa de Elite”, no Festival de Berlim, não veio de um crítico de cinema, nem de um repórter especializado. Veio de um chargista cearense: Clayton. O artista gráfico, cujo nome completo é Clayton Rebouças Mota, tem 47 anos e é o principal chargista do jornal “O Povo” (...).
    Enquanto o país comemorava o triunfo de “Tropa de Elite”, Clayton arrasava com charge das mais inventivas e inteligentes. Nela, vê-se o diretor José Padilha segurando, orgulhoso, o seu Urso de Ouro. Só que o troféu, objeto de cobiça dos maiores cineastas do mundo, acaba vítima do principal instrumento de tortura do Capitão Nascimento e de seus seguidores (no Bope): o saco plástico.
CAETANO, Maria do Rosário.Disponível em: http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listag em.asp?id_pagina=113&func=1&id=672 Acesso em: 06 de maio de 2011.  

Texto 2 

Ibase – O que pretendia com as cenas de tortura que o filme mostrou?
José Padilha – A tortura é tão hedionda e bárbara que a sua simples exposição já constitui uma crítica. Quando optamos por mostrar a tortura, mostrar que uma pessoa normal, com juízo médio do senso comum, como o personagem Nascimento, é capaz de embarcar na tortura, tentamos fazer as pessoas pensarem exatamente sobre isso (...). O Brasil é um país que institucionalizou a tortura, o Estado brasileiro sancionou a tortura e isso é um fato.
Ibase – Há comentários de que jovens se identificaram com policiais do Bope, como heróis. Como vê essa identificação?
José Padilha – Quem é o capitão Nascimento? O Capitão Nascimento é apresentado, desde o início, como alguém que investiu na sua carreira, que tortura e mata. E o que está acontecendo com ele no filme? Está percebendo que isso não é possível. E como percebe isso? Pelo fato de não conseguir conciliar sua família com o que faz. Ele é um personagem angustiado, com síndrome de pânico, que está o tempo inteiro querendo sair da Tropa de Elite, esse é o dilema dele. O Nascimento não é um policial que deu certo, pelo contrário, é um policial que deu errado. E isso é muito claro no filme. Então, se identificar com o Nascimento não é se identificar com o Bope: o Nascimento quer sair do Bope.
Flávia Mattar (2008). Entrevista: José Padilha.
(Adaptado). Disponível em: http://www.ibase.org.br/modules.php?name=Conteudo&pi d=2017.
Acesso em: 06 de maio de 2011. 

Ao apresentar informações sobre a premiação do filme Tropa de Elite, no Festival de Berlim, o texto 1:

Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273375 Português
TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube

Escolher bem uma gravata;

Pernambucano a quem repugna

A faca do pernambucano;

Poeta ruim que na arte da prosa

Envelheceu na infância da arte,

E até mesmo escrevendo crônicas

Ficou cronista de província; 

Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1983)

TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998) 

Considere as afirmativas a seguir.

I. No poema Auto-retrato, como em boa parte de sua obra, Manuel Bandeira apresenta uma visão bem humorada dos sofrimentos e descontentamentos do ser humano diante de suas limitações.

II. Clarice Lispector escreveu contos e romances que discutem a relevância do contexto social para os personagens de suas narrativas, com uma perspectiva politicamente engajada.

III. Escritores brasileiros do século XX, Clarice Lispector e Manuel Bandeira se aproximam pela tendência negativista, apresentando sempre o homem por seus hábitos e características mais condenáveis.

IV. Manuel Bandeira é considerado um autor da primeira geração modernista, enquanto Clarice Lispector filia-se à terceira geração de autores do modernismo brasileiro.  


Estão corretas: 

Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273373 Português
A expressão “É o chapéu”, na propaganda, tem o mesmo efeito de sentido que a expressão sublinhada em:
Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273372 Português

Imagem associada para resolução da questão

O texto 3 é criação de uma agência publicitária alemã para a chapelaria Hut Weber. Para divulgar o produto, a propaganda vale-se de:

Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273371 Português

Polivalência: do mito... para a realidade

    A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.

    Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo?

    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI.

    Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.

    Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.

(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado) 

Com relação ao sentido e às estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273370 Português

Polivalência: do mito... para a realidade

    A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.

    Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo?

    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI.

    Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.

    Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.

(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado) 

No texto, o autor afirma que a imagem do novo trabalhador:
Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273369 Português

Polivalência: do mito... para a realidade

    A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.

    Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo?

    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI.

    Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.

    Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.

(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado) 

O tema básico do texto, em torno do qual o autor organiza seus argumentos, pode ser expresso pelas seguintes proposições, exceto uma. Assinale-a.
Alternativas
Ano: 2012 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2012 - IF-GO - Vestibular - Prova 1 |
Q1273368 Português

Imagem associada para resolução da questão

Tendo em vista os significados implícitos na tira, assinale a afirmação incorreta.


Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273175 Português
Assinale a única afirmação FALSA sobre a escritora Rachel de Queiroz.
Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273174 Português
O texto suscita uma idéia que pode ser resumida no seguinte provérbio:
Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273173 Português
Assinale a alternativa que justifica, textualmente, o emprego da expressão ''Outro sujeito'' (na linha 85), sem que haja, antes, uma expressão que lhe faça contraponto, como um sujeito, por exemplo.
Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273172 Português
Considere o que se diz sobre a partícula ''lá'', no seguinte enunciado: ''Depois, quando a coisa virou, é que o livro começou a pegar por lá.'' (linhas 109-110) I - Tem a função de apontar para um elemento textual, substituindo-o anaforicamente. II - Indica que a escritora não escreveu o texto em estudo (o texto 2) no Ceará. III - Informa que a escritora não morava no Ceará quando da publicação de O Quinze.
É correto o que se afirma
Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273169 Português

Sobre o emprego do vocábulo ''assim'' nas linhas 19 e 34, considere as seguintes afirmações:

I - Os dois funcionam como elementos de coesão entre parágrafos.

II - O da linha 19 aponta para o que foi dito anteriormente.

III - O da linha 34 tem valor de conclusão.

Está correto o que se afirma

Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273168 Português
Considere as proposições abaixo sobre o uso do elemento ''pois'' na linha 19. I - Mesmo sem desempenhar função definida pela gramática, produz efeito de sentido, se considerado no plano textual-discursivo. II - Tem como uma de suas funções convocar o leitor para seguir o raciocínio que se inicia no primeiro parágrafo e continua no segundo. III - Introduz no segundo parágrafo uma relação de conclusão para o que foi informado no parágrafo anterior.
Está correto o que se afirma
Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273167 Português
Marque a opção em que o elemento aquele remete para a memória do leitor, além de apontar para informações que vêm posteriormente no texto.
Alternativas
Ano: 2010 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2010 - UECE - Vestibular - Primeira Fase - Inglês |
Q1273165 Português
Assinale a alternativa correta em relação à expressão ―as tais‖, em ―as tais bonecas folclóricas russas‖ (linhas 1-2).
Alternativas
Respostas
3981: B
3982: D
3983: B
3984: C
3985: E
3986: C
3987: A
3988: B
3989: E
3990: E
3991: D
3992: B
3993: D
3994: C
3995: B
3996: B
3997: B
3998: A
3999: A
4000: B