Questões de Vestibular Sobre português
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Considere a tirinha de Laerte.
Na tirinha, pode-se observar uma sequência de imagens, de
um homem sobre uma corda-bamba, e uma sequência de
frases. A interação entre imagens e frases
Leia o texto de Oswaldo Porchat Pereira para responder às questão.
A experiência do cotidiano nos brinda sempre com anomalias, incongruências, contradições. E, quando tentamos
explicá-las, explicações à primeira vista razoáveis acabam
por revelar-se insatisfatórias após exame mais acurado. A natureza das coisas e dos eventos não nos parece facilmente
inteligível. As opiniões e os pontos de vista dos homens são
dificilmente conciliáveis ou, mesmo, uns com os outros inconsistentes. Consensos porventura emergentes se mostram
provisórios e precários. Quem sente a necessidade de pensar com um espírito mais crítico e tenta melhor compreender,
essa diversidade toda o desnorteia.
Talvez a maioria dos homens conviva bem com esse espetáculo da anomalia mundana. Uns poucos não o conseguem e essa experiência muito os perturba. Alguns destes se
fazem filósofos e buscam na filosofia o fim dessa perturbação
e a tranquilidade de espírito. Uma tranquilidade de espírito
que esperam obter, por exemplo, graças à posse da verdade.
A filosofia lhes promete explicar o mundo, dar conta da experiência cotidiana, dissipar as contradições, afastar as névoas
da incompreensão. Revelando o ser, que o aparecer oculta;
ou, se isso não for possível, desvendando os mistérios do
conhecimento e deste delineando a natureza e os precisos
limites; ou, pelo menos, esclarecendo a natureza e a função
de nossa humana linguagem, na qual dizemos o mundo e
formulamos os problemas da filosofia. A filosofia distingue e
propõe-se ensinar-nos a distinguir entre verdade e falsidade, conhecimento e crença, ser e aparência, sujeito e objeto,
representação e representado, além de muitas outras distinções.
Mas a filosofia não nos dá o que nos prometera e buscáramos nela. Muito pelo contrário, o que ela nos descobre
é uma extraordinária diversidade de posições e pontos de
vista, totalmente incompatíveis uns com os outros e nunca
conciliáveis. A discordância que divide o comum dos homens,
nós a encontramos de novo nas filosofias, mas potencializada agora como ao infinito, de mil modos sofisticada num discurso arguto. Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de
acordo, nem mesmo sobre o objeto, a natureza ou o método
do próprio empreendimento de filosofar.
(Rumo ao ceticismo, 2006. Adaptado.)
“Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de acordo”
A expressão destacada na frase tem a mesma função sintática do termo destacado em:
Leia o texto de Oswaldo Porchat Pereira para responder às questão.
A experiência do cotidiano nos brinda sempre com anomalias, incongruências, contradições. E, quando tentamos
explicá-las, explicações à primeira vista razoáveis acabam
por revelar-se insatisfatórias após exame mais acurado. A natureza das coisas e dos eventos não nos parece facilmente
inteligível. As opiniões e os pontos de vista dos homens são
dificilmente conciliáveis ou, mesmo, uns com os outros inconsistentes. Consensos porventura emergentes se mostram
provisórios e precários. Quem sente a necessidade de pensar com um espírito mais crítico e tenta melhor compreender,
essa diversidade toda o desnorteia.
Talvez a maioria dos homens conviva bem com esse espetáculo da anomalia mundana. Uns poucos não o conseguem e essa experiência muito os perturba. Alguns destes se
fazem filósofos e buscam na filosofia o fim dessa perturbação
e a tranquilidade de espírito. Uma tranquilidade de espírito
que esperam obter, por exemplo, graças à posse da verdade.
A filosofia lhes promete explicar o mundo, dar conta da experiência cotidiana, dissipar as contradições, afastar as névoas
da incompreensão. Revelando o ser, que o aparecer oculta;
ou, se isso não for possível, desvendando os mistérios do
conhecimento e deste delineando a natureza e os precisos
limites; ou, pelo menos, esclarecendo a natureza e a função
de nossa humana linguagem, na qual dizemos o mundo e
formulamos os problemas da filosofia. A filosofia distingue e
propõe-se ensinar-nos a distinguir entre verdade e falsidade, conhecimento e crença, ser e aparência, sujeito e objeto,
representação e representado, além de muitas outras distinções.
Mas a filosofia não nos dá o que nos prometera e buscáramos nela. Muito pelo contrário, o que ela nos descobre
é uma extraordinária diversidade de posições e pontos de
vista, totalmente incompatíveis uns com os outros e nunca
conciliáveis. A discordância que divide o comum dos homens,
nós a encontramos de novo nas filosofias, mas potencializada agora como ao infinito, de mil modos sofisticada num discurso arguto. Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de
acordo, nem mesmo sobre o objeto, a natureza ou o método
do próprio empreendimento de filosofar.
(Rumo ao ceticismo, 2006. Adaptado.)
Leia o texto de Oswaldo Porchat Pereira para responder às questão.
A experiência do cotidiano nos brinda sempre com anomalias, incongruências, contradições. E, quando tentamos
explicá-las, explicações à primeira vista razoáveis acabam
por revelar-se insatisfatórias após exame mais acurado. A natureza das coisas e dos eventos não nos parece facilmente
inteligível. As opiniões e os pontos de vista dos homens são
dificilmente conciliáveis ou, mesmo, uns com os outros inconsistentes. Consensos porventura emergentes se mostram
provisórios e precários. Quem sente a necessidade de pensar com um espírito mais crítico e tenta melhor compreender,
essa diversidade toda o desnorteia.
Talvez a maioria dos homens conviva bem com esse espetáculo da anomalia mundana. Uns poucos não o conseguem e essa experiência muito os perturba. Alguns destes se
fazem filósofos e buscam na filosofia o fim dessa perturbação
e a tranquilidade de espírito. Uma tranquilidade de espírito
que esperam obter, por exemplo, graças à posse da verdade.
A filosofia lhes promete explicar o mundo, dar conta da experiência cotidiana, dissipar as contradições, afastar as névoas
da incompreensão. Revelando o ser, que o aparecer oculta;
ou, se isso não for possível, desvendando os mistérios do
conhecimento e deste delineando a natureza e os precisos
limites; ou, pelo menos, esclarecendo a natureza e a função
de nossa humana linguagem, na qual dizemos o mundo e
formulamos os problemas da filosofia. A filosofia distingue e
propõe-se ensinar-nos a distinguir entre verdade e falsidade, conhecimento e crença, ser e aparência, sujeito e objeto,
representação e representado, além de muitas outras distinções.
Mas a filosofia não nos dá o que nos prometera e buscáramos nela. Muito pelo contrário, o que ela nos descobre
é uma extraordinária diversidade de posições e pontos de
vista, totalmente incompatíveis uns com os outros e nunca
conciliáveis. A discordância que divide o comum dos homens,
nós a encontramos de novo nas filosofias, mas potencializada agora como ao infinito, de mil modos sofisticada num discurso arguto. Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de
acordo, nem mesmo sobre o objeto, a natureza ou o método
do próprio empreendimento de filosofar.
(Rumo ao ceticismo, 2006. Adaptado.)
Leia o texto de Machado de Assis para responder à questão
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou- -se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
– Continue, disse eu acordando.
− Já acabei, murmurou ele.
− São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,
mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte
entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-
-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus
hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal
pegou. Nem por isso me zanguei.
[...]
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no
sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de
homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para
atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não
tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu
poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E
com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a
obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores;
alguns nem tanto.
(Dom Casmurro, 2008.)
Nessa frase, são associados dois substantivos semanticamente díspares: “vista” e “chapéu”. A quebra de paralelismo semântico provoca um curioso efeito de estilo.
Entre as frases, retiradas de outro romance de Machado de Assis, a que produz efeito de estilo semelhante é:
Leia o texto de Machado de Assis para responder à questão
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou- -se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
– Continue, disse eu acordando.
− Já acabei, murmurou ele.
− São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,
mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte
entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-
-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus
hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal
pegou. Nem por isso me zanguei.
[...]
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no
sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de
homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para
atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não
tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu
poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E
com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a
obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores;
alguns nem tanto.
(Dom Casmurro, 2008.)
Com essa frase, o narrador expressa uma dúvida. Nas alternativas, a frase gramaticalmente correta, que mantém em linhas gerais o significado original, é:
Leia o texto de Machado de Assis para responder à questão
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou- -se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
– Continue, disse eu acordando.
− Já acabei, murmurou ele.
− São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,
mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte
entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-
-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus
hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal
pegou. Nem por isso me zanguei.
[...]
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no
sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de
homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para
atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não
tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu
poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E
com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a
obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores;
alguns nem tanto.
(Dom Casmurro, 2008.)
Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão
Autopsicografia
(Obra poética, 1984.)
Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão
Autopsicografia
(Obra poética, 1984.)
Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão
Autopsicografia
(Obra poética, 1984.)
LAVADO, Joaquín Salvador (QUINO). Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 75.
Na tira apresentada, o autor explora alguns recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido.
No primeiro balão, o autor utiliza uma figura de sintaxe, a fim de atribuir maior expressividade ao significado da fala de Filipe,
personagem que dialoga com Mafalda, que é denominada de
Se acaso você não possa me carregar pela mão, menina branca de neve, me leve no coração.
Se no coração não possa por acaso me levar, moça de sonho e de neve, me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa por tanta coisa que leve já viva em seu pensamento, menina branca de neve, me leve no esquecimento. GULLAR, Ferreira. Cantiga para não morrer. Disponível em: <http://www.revistabula.com/12068-os-10-melhores-poemas-de-ferreira-gullar/>. . Acesso em: abr. 2018.
A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre elementos.
Esse recurso estilístico utilizado pelo eu lírico está presente no verso transcrito em
Os avanços científico-tecnológicos na Medicina são responsáveis pelo florescimento de três grandes utopias humanas, que são a utopia da eternidade (pelo aumento da longevidade), a utopia da beleza (pelas mudanças de padrões cosméticos) e a utopia do prazer (pelo aparecimento de novas drogas que suprimem a dor e promovem o prazer físico e psíquico). A nova obsessão humana é a utopia da saúde e do corpo perfeitos.
Os avanços científico-tecnológicos na Medicina são responsáveis pelo florescimento de três grandes utopias humanas, que são a utopia da eternidade (pelo aumento da longevidade), a utopia da beleza (pelas mudanças de padrões cosméticos) e a utopia do prazer (pelo aparecimento de novas drogas que suprimem a dor e promovem o prazer físico e psíquico). A nova obsessão humana é a utopia da saúde e do corpo perfeitos.
JUNIÃO. Charge. Disponível em: <http://blogdamartabellini.blogspot.com.br> . Acesso em: abr. 2018.
Assumindo um posicionamento crítico-irônico diante da possibilidade de reincidência de epidemias, o chargista chama a atenção para
A ética que tem como valor o humano. Não o individual, o uno, mas o coletivo. O humano que não pode ser desgraçado por interesses comerciais, mesquinhez de costumes ou sentimentos preconceituosos. O humano que se defronta com problemas de cada tempo e aceita superá-los. Sem vícios.
O FIM do tempo único. Disponível em: <https://www.revistaforum.com.br/>. Acesso em: abr. 2018. Editorial.
Segundo o editorial da Revista Fórum, o tempo
A importância da educação em ética médica na formação do profissional de Medicina, no Brasil, é reconhecida há muito tempo. As transformações tecnológicas, sociais, legais, econômicas e morais ocorridas de forma acelerada, nas últimas décadas, incentivaram o surgimento de uma comunidade global mais integrada e esclarecida, com impacto no exercício das profissões de saúde. Na Medicina, novas questões éticas são constantemente incorporadas à reflexão, levando a uma contínua necessidade de renovação e atualização de seu ensino. O surgimento da bioética, em 1971, despertou a atenção para a necessidade de uma abordagem transdisciplinar e holística sobre os aspectos éticos em saúde, ampliando o escopo das disciplinas de deontologia e ética médica para a consideração de outras questões que extrapolam simples aplicações práticas de conceitos éticos no campo profissional, além de abrir pontes para a reflexão sobre o futuro da humanidade.
A importância da educação em ética médica na formação do profissional de Medicina, no Brasil, é reconhecida há muito tempo. As transformações tecnológicas, sociais, legais, econômicas e morais ocorridas de forma acelerada, nas últimas décadas, incentivaram o surgimento de uma comunidade global mais integrada e esclarecida, com impacto no exercício das profissões de saúde. Na Medicina, novas questões éticas são constantemente incorporadas à reflexão, levando a uma contínua necessidade de renovação e atualização de seu ensino. O surgimento da bioética, em 1971, despertou a atenção para a necessidade de uma abordagem transdisciplinar e holística sobre os aspectos éticos em saúde, ampliando o escopo das disciplinas de deontologia e ética médica para a consideração de outras questões que extrapolam simples aplicações práticas de conceitos éticos no campo profissional, além de abrir pontes para a reflexão sobre o futuro da humanidade.