Questões de Vestibular de Português
Foram encontradas 11.212 questões
Disponível em: www.folhaojornal.com.br. Acesso em: 23 jul. 2014 (adaptado).
Ya yá Massemba
Que noite mais funda calunga
No porão de um navio negreiro
Que viagem mais longa candonga
Ouvindo o batuque das ondas
Compasso de um coração de pássaro
No fundo do cativeiro
É o semba do mundo calunga
Batendo samba em meu peito
Kabiecile Kawo Okê arô oke
Quem me pariu foi o ventre de um navio
Quem me ouviu foi o vento no vazio
Do ventre escuro de um porão
Vou baixar o seu terreiro
Epa raio, machado, trovão
Epa justiça de guerreiro
MENDES, R.; CAPINAM. Disponível em: http://multishow.globo.com.
Acesso em: 29 set. 2013 (fragmento).
Bálsamo ou veneno? Comida dos deuses ou maldição do diabo? Hábito natural ou desvio da sociedade moderna? Não há resposta certa ou fácil quando o assunto são as drogas. As pesquisas de opinião refletem essa ambiguidade. Quando abordam o tema, em geral mostram que estamos longe de um consenso. Mas as pesquisas revelam algo mais. Em meio aos números, nota-se que quase não há indecisos sobre o assunto. Ou seja, não importa de que lado as pessoas estejam, o fato é que todas elas têm opinião formada — e arraigada — sobre o uso de drogas.
VERGARA, R. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 2 out. 2013.
O convencional achará que um homem de cinquenta anos, pai e avô, capaz de tomar a última bala de uma criança de sete anos, é um monstro. Pois eu lhes direi que só um adulto de coração limpo, sem sentimento de culpa, é capaz de fazer uma tal monstruosidade.
CAMPOS, P. M. Homenzinho na ventania. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1970.
Poemas aos homens do nosso tempo
Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.
HILST, H. Poesia. São Paulo: Quíron, 1980 (fragmento).
Poesia: 1970
Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais pra mudar nada.
Já é um clássico.
LEMINSKI, P. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2002.
Chegança
Eu atraquei
num porto muito seguro,
céu azul, paz e ar puro,
botei as pernas pro ar. [...]
Mas de repente
me acordei com a surpresa:
uma esquadra portuguesa
veio na praia atracar.
Da grande nau,
um branco de barba escura
vestindo uma armadura
me apontou pra me pegar.
Assustado
dei um pulo da rede,
pressenti a fome, a sede,
eu pensei: “vão me acabar”!
Me levantei
de borduna já na mão.
ai, senti no coração:
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A. Disponível em: www.antonio-nobrega.
Acesso em: 15 jul. 2014 (fragmento).
Pedrinho trotava pela fita vermelha da estrada, sobe e desce morro, quebra à direita, à esquerda, pac, pac, pac... Ia pensando na volta. A figueira... Passavam-se ali coisas de arrepiar o cabelo. Pela meia-noite — diziam — o capeta juntava debaixo dela sua corte inteira para pinoteamento de um samba infernal. Os sacis marinhavam galhos por acima em cata de figuinhos, que disputavam aos morcegos. E os lobisomens, então? Vinham aos centos focinhar o esterco das corujas. Almas penadas, isso nem era bom falar! Quando o Quincas da Estiva contava casos da figueira, não havia chapéu que parasse na cabeça.
Mas de dia, nada; passarinhada miúda só, a debicar frutinhas. Foi o que o menino viu naquela tarde ao cruzar com a árvore. Mesmo assim passou rápido e encolhidinho — por via das dúvidas.
LOBATO, M. Cidades mortas. São Paulo:Brasiliense, 1981.
Cartaz da Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig) para campanha sobre o desperdício de energia.
Disponível em: www.uai.com.br.
Acesso em: 4 set. 2014 (adaptado).
Menina Thayara conta mitos indígenas em escolas públicas de Manaus
Curitibana e neta de índios guaranis, a menina vive atualmente em Manaus, onde se diverte narrando histórias em escolas públicas.
Mas as apresentações têm uma pitada especial. Honrando o sangue de seus ancestrais, Thayara mostra a magia das lendas e dos mitos indígenas para as crianças da Amazônia.
[...]
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 4 set. 2013 (adaptado).
O sedentarismo é um desafio para a saúde: seus custos financeiros são enormes. Globalmente, a inatividade física custa 54 bilhões de dólares por ano em assistência médica. O plano da Organização Mundial da Saúde busca aumentar a prática das atividades físicas em 15% no período entre 2018 e 2030. A estratégia visa tornar espaços públicos mais favoráveis à prática de exercícios para pessoas de diferentes idades e habilidades motoras. O objetivo é incentivar mais caminhadas, ciclismo, esportes, recreação ativa, dança e jogos.
Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 27 set. 2018 (adaptado).
Só cinco dos mais de 60 treinadores-chefes das seleções brasileiras de disciplinas olímpicas são mulheres, sendo que duas delas estão em modalidades obrigatoriamente femininas: ginástica rítmica e nado sincronizado. As demais estão no adestramento (hipismo), na ginástica de trampolim e judô. Em todos os esportes coletivos, os técnicos das seleções femininas do Brasil são homens, auxiliados também por homens. Mantendo as mulheres fora dos postos de comando nas equipes, os dirigentes homens garantem também que elas não obterão qualificação para galgar outros postos, o que faria com que elas passassem a disputar poder com eles.
Disponível em: www.nexojornal.com.br.
Acesso em: 18 nov. 2018 (adaptado)
Marta marcou a história ao vencer seu sexto prêmio de melhor jogadora do mundo. Nenhum outro conseguiu o que a camisa 10 fez. O recorde de conquistas do troféu vem do futebol feminino e do Brasil. No entanto, a modalidade no país não pode viver na expectativa de novas Martas. Quando criança, Marta queria jogar futebol, mas a família considerava isso “anormal”. A craque encarou outros preconceitos. É injusto que meninas precisem passar por cima da família, amigos e outras barreiras para jogarem futebol. Há meninas que vencem as barreiras, mas não nos esqueçamos da dificuldade de seguirem no esporte.
Disponível em: https://globoesporte.globo.com. Acesso em: 27 set. 2018 (adaptado).
RINS: (do latim renes) é a parte inferior da região lombar dos vertebrados. Mas não muito inferior... O célebre humorista brasileiro Aparício Torelli, o Barão de Itararé, prestava exame no curso de medicina, quando o professor lhe perguntou: “Quantos rins nós temos?” O aluno Aparício respondeu: “Quatro, professor”. Diante do olhar espantado do mestre e das gargalhadas dos colegas, emendou: “Quatro. Dois meus e dois seus”. O examinador, querendo ser engraçado também, pediu um feixe de capim... Mas Aparício foi mais rápido ainda: “E para mim um cafezinho”.
SILVA, D. De onde vêm as palavras: frases e curiosidades da língua portuguesa.
São Paulo: Mandarim, 1997.
Analisando-se a parte escrita e a imagem,
conclui-se que o objetivo principal do texto é
Repense seus hábitos de consumo
Nossos hábitos de consumo estão muito relacionados com a sociedade em que vivemos. Mas a atitude de cada um de nós é muito importante e faz toda a diferença para ajudar a reduzir a pressão do consumo sobre o planeta.
Sabemos que é impossível não consumir. Entretanto, podemos repensar nossos hábitos, modificá-los e adotar atitudes mais amigáveis e saudáveis, para nós e para o meio ambiente.
O primeiro passo é, antes de consumir um produto, se perguntar: eu preciso mesmo disso? E caso precise, de onde ele vem e como foi produzido? Quando paramos para pensar e não agimos por impulso, podemos fazer escolhas mais conscientes. Temos esse poder em nossas mãos.
MAGELA, G. In: WWF-BRASIL. Pegada ecológica:
nosso estilo de vida deixa marcas no planeta.
Brasília: WWF-Brasil, 2013 (adaptado).
Projeto horta
Bateu a fome bem no meio da madrugada e fiquei por alguns minutos naquela disputa mental entre a fome e a preguiça. Até que a fome me venceu e eu me levantei, totalmente sonada e faminta. Ainda calçando os chinelos me convenci de que não ligaria o fogão de forma alguma, resolveria o problema no máximo com uma salada ou algumas bolachas com requeijão.
Abri a geladeira e avistei uma cenoura e um tomate na gaveta transparente. Pronto! Salada de cenoura ralada com tomate picado, saudável e fácil. Mas, ao abrir a tal gaveta, também avistei uma cebola bem no fundo, esquecida. Tão esquecida que um broto pequeno surgia de uma superfície, ainda tímido. Fiquei fascinada com aquele broto, esqueci a cenoura, o tomate e, bem, até a fome.
FRENDER, C. Glamour, n. 35, fev. 2015.
Em sua inocência, os pequenos realmente acreditam que os bonecos voam, dirigem, lutam, derrotam os inimigos, são seus amiguinhos. São formados novos consumidores insaciáveis, que vão crescer consumidores insaciáveis. Certas propagandas induzem à crença de que a aquisição de bens de consumo contribui para melhor aceitação da criança no meio em que vive. O brinquedo deixou de ter valor pelo seu uso e passou a ser desejado como objeto de status.
FORINO, I. Publicidade infantil: como evitar o consumismo. Disponível em: http://puc-riodigital.com.puc-rio.br. Acesso em: 20 jul. 2015 (adaptado).
Diminutivos
Sempre pensei que ninguém batia o brasileiro no uso do diminutivo, essa nossa mania de reduzir tudo à mínima dimensão, seja um cafezinho, um cineminha ou uma vidinha. "Operação", por exemplo. É uma palavra assustadora. Pior do que "intervenção cirúrgica", porque promete uma intervenção muito mais radical nos intestinos. Já uma operaçãozinha é uma mera formalidade. Anestesia local e duas aspirinas depois. Uma coisa tão banal que quase dispensa a presença do paciente. No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida.
— Mais um feijãozinho?
— Um pouquinho.
— E uma farofinha?
— Ao lado do arrozinho?
— Isso.
O diminutivo é também uma forma de disfarçar o nosso entusiasmo pelas grandes porções. E tem um efeito psicológico inegável.
— E agora, um docinho.
E surge um tacho de ambrosia que é um porta-aviões.
VERISSIMO, L. F. Comédia da vida privada:101 crônicas escolhidas. Porto Alegre: LP&M, 1994 (adaptado).