Questões de Vestibular
Sobre sintaxe em português
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TEXTO 3
A tirinha em tela foi publicada às vésperas do dia internacional da mulher deste ano de 2019. A referência à data está expressa na placa que a menina carrega: “8M” (8 de março).
Nos enunciados “A LUTA”, “HÁ LUTA” e “À LUTA”, observam-se três
TEXTO 1
NOS ANOS 1940, MULHERES FORAM PRESAS POR JOGAR FUTEBOL NAS RUAS DE BELO HORIZONTE
Renan Damasceno /Estado de Minas
Página original do Diário da Tarde (Foto: Arquivo EM)
Em 1940, mulher jogando futebol em Belo Horizonte era caso de polícia. “Mulheres jogavam futebol à noite, no fim da linha de Lourdes”, chamava a atenção o Diário da Tarde de 20/4/1940. “O guarda prendeu as jogadoras e o seu treinador. Uma conseguiu escapar e trancar-se em casa”. O caso parece pitoresco, não fosse trágico, e revela um pouco sobre o preconceito dos primeiros registros de mulheres jogando futebol na capital mineira encontrados nos arquivos dos Diários Associados.
Disponível em: https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/interior/ 2019/03/22/noticia_interior,574010/nos-anos-1940-mulheres-foram-presas-por-jogar-futebol-nas-ruas-de-bel.
shtml?fbclid=IwAR3S-N0oyIuAcC-U6vICoxuxSKonZYQ9p1 iMmDNHIqQvgPWDGB-Kb2_a__E?utm_
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A questão refere ao seguinte fragmento de texto:
Em termos muito simples, podemos dizer que o amor é um horizonte de compreensão que tem em vista a real dimensão do outro, que não o inventa em uma projeção, que permanece aberto ao seu mistério. Se o amor é aberto ao outro, o ódio é fechado a ele. Tendemos a não querer ver o ódio que nos fecha porque ele nos diminui. “Não querer ver” é uma armadilha, pois todos somos afetados pelo ódio e contribuímos com a nossa parte para a sua persistência (TIBURI, Marcia. Odiar, verbo intransitivo. Revista Cult, n. 20, ano 18, p. 59, set. 2015. Fragmento).
A alternativa correta com relação à estrutura sintática e de significação dos enunciados é:
Leia atentamente a crônica de Carlos Drummond de Andrade a seguir.
A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. O sorvete e outras histórias. 2 ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 40).
A respeito dos elementos de articulação textual, responsáveis pela construção de sentidos, especificamente sobre a referência de pessoa, é correto afirmar que:
Considere o texto de Rodrigo Duarte para responder à questão.
Um dos aspectos mais óbvios de nossa realidade – amplamente difundido em todo o mundo contemporâneo – é a divisão do tempo de cada um numa parte dedicada ao trabalho e noutra dedicada ao lazer. Mas essa realidade atual, por mais evidente que seja para nós, não deveria nos levar à crença enganosa de que terá sido sempre assim: a divisão entre tempo de trabalho e tempo livre – inexistente na Idade Média e no período que a sucedeu imediatamente – se consolidou apenas com o amadurecimento do modo de produção capitalista, isto é, após a chamada Revolução Industrial, que eliminou o trabalho produtivo realizado nas próprias casas dos trabalhadores (quase sempre com o auxílio de suas famílias), limitando as atividades à grande indústria: um estabelecimento exclusivamente dedicado à produção por meio de maquinário pesado, concentrando massas de operários em turnos de trabalhos previamente estabelecidos.
Na Idade Média, por um lado, a aristocracia, mesmo não tendo necessidade de se dedicar a qualquer trabalho produtivo, reservava para si atividades que, não obstante seu caráter socialmente obrigatório, eram também consideradas prazerosas. Os bailes e jantares, as festas e os concertos, as caçadas e a frequência às óperas eram parte integrante da vida cortesã e nobre.
Por outro lado, o horizonte vital das classes servis – e possivelmente também da burguesia em sua fase inicial – era dado pelo trabalho de sol a sol, com pouquíssimo tempo que extrapolasse a produção material. Esse exíguo período antes do sono preparador para a próxima jornada de trabalho, embora não deva ser entendido como tempo de lazer no sentido moderno do termo, provavelmente constituía o momento coletivo de se cantar e narrar, tempo que servia, ao mesmo tempo, como pretexto e elemento aglutinador para a comida e a bebida em comum.
(Indústria cultural: uma introdução, 2010.)
No contexto em que se encontra, a locução sublinhada indica uma
Tendo em vista as relações de sentido estabelecidas entre as orações que compõem esse período, a conjunção sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido, por
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que são peculiares a determinado usuário podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal) ou (informal) em que se encontra. (...)
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; viajantes que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados. (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
(Sílvia F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p.5-17. Adaptado)
A indiferença com a violência nas favelas do Rio de Janeiro
O silêncio de autoridades e instituições revela o fatalismo de uma política de segurança pública falida
Marcelo Baumann Burgo
A rotina de tiroteios em diversas favelas do Rio de Janeiro tem por cenário um labirinto de casas recheadas de seres humanos, acuados e humilhados. O quadro ultrapassa as raias do absurdo, e nem os escritores do realismo mágico seriam capazes de imaginá-lo.
O que mais surpreende, contudo, é o silêncio condescendente das autoridades e instituições cujo papel deveria ser o de, antes de qualquer outra coisa, zelar pelas garantias mínimas do direito à vida e integridade física dos cidadãos.
Mas ao que tudo indica, para os moradores das favelas cariocas, nem mesmo esse aspecto elementar do pacto hobbesiano tem sido preservado, o que sugere que, para eles, a lei é a da barbárie. Na favela da Rocinha, por exemplo, desde setembro de 2017, a cada três dias pelo menos uma pessoa – incluindo policiais - morreu nesses confrontos.
O primeiro e mais ensurdecedor silêncio é o do governador e das autoridades da segurança pública estaduais e federais. No máximo, se manifestam quando algum policial é morto no “campo de batalha”, para lamentar sua perda e reafirmar o “espírito de combate da tropa”.
Diante desse silêncio deliberado, ficam no ar várias perguntas: como explicar o sentido de uma política de segurança que tem como efeito real a tortura diária da população das favelas, que se vê obrigada a conviver com um fogo cruzado intenso e aleatório? Quem realmente responde por ela, e pelas mortes e sofrimento que ela provoca? Onde se pretende chegar com isso? Quais as suas razões “técnicas”, se é que não é uma ofensa às vítimas formular essa pergunta? SILÊNCIO...
Sob esse primeiro vácuo de respostas, há um segundo nível de silêncio, o das instituições que deveriam questionar as autoridades estaduais e federais. Cadê os poderes legislativos, que não criam um grupo suprapartidário de parlamentares para interpelar o governo? Neste caso, não vale alegar que estamos aguardando as próximas eleições para “fazer o debate”, pois o sofrimento é hoje, e a morte espreita diariamente a vida dessa população.
E o Ministério Público, que não organiza uma força-tarefa para, tempestivamente, proteger a ordem jurídica escandalosamente violada, com a agressão de todo tipo aos direitos fundamentais dos cidadãos? SILÊNCIO...
Sob essa segunda e espessa camada de silêncios, subsiste uma terceira igualmente decisiva, a da grande imprensa. Não que ela não faça a crônica diária dos tiroteios, mas em geral as faz descrevendo os fatos com aparente neutralidade, como se eles simplesmente fizessem parte da rotina, não dando sinais, portanto, de que reflete sobre o que significa informar, em uma mesma matéria, que três ou quatro pessoas morreram ou se feriram, e que a operação teve como saldo a apreensão de “um fuzil”, “dez trouxinhas de maconha”, e “alguns papelotes de cocaína”...
Cadê os editoriais cobrando respostas das autoridades? Cadê o trabalho que, em outras áreas da vida pública, por exemplo na questão da corrupção, a grande imprensa faz com tanto zelo para mobilizar a opinião pública? No caso da rotina de tiroteios nas favelas o que parece resultar do trabalho da grande imprensa é o oposto da mobilização, ou seja, um efeito de resignação diante da violência ordinária.
Restaria, ainda, a sociedade civil organizada. Cadê a OAB, CNBB, ABI, as universidades, associações de bairro, e tantas outras que se irmanaram na luta contra a ditadura? Para ser justo com elas, até esboçaram alguma reação, mas sem força para fazer diferença. Com isso, tudo se passa como se esse bangue-bangue diário e estúpido dissesse respeito apenas aos moradores das favelas. Será que devemos esperar que somente eles se mobilizem?
Como se vê, para além de quaisquer outras razões de ordem econômica e social, o que se passa com a (in)segurança nos territórios populares do Rio de Janeiro deve ser creditado, antes de mais nada, aos silêncios e omissões de diferentes autoridades e instituições. Tal postura não deixa de revelar o quadro de fatalismo e perplexidade a que chegamos e não por acaso! Pois não há mesmo muito a se fazer com o modelo atual de segurança pública.
Em face de uma trama social que se torna cada vez mais complexa, a verdade é que não há como insistir com respostas casuísticas, provisórias e crescentemente brutais, que sintomaticamente já não podem prescindir do apoio recorrente das Forças Armadas.
Mas se é assim, que ao menos se reconheça, com honestidade, a necessidade de enfrentarmos um amplo debate sobre a reforma estrutural das instituições de segurança pública, a começar pelas polícias civil e militar. A cada dia, sua incompatibilidade com o projeto de democracia se mostra mais explícita.
O sofrimento de quem convive diariamente sob a tortura da loteria dos tiroteios nos territórios populares não terá como ser reparado, mas ainda não é tarde demais para mobilizarmos energia para esse debate.
No caso do Rio de Janeiro, o mínimo aceitável seria exigir que as autoridades, de um lado, contribuíssem para precipitar esta discussão e, de outro, interrompessem imediatamente a escalada do descalabro que elas vêm chancelando, movidas sabe-se lá por que tipo de cálculo.
Adaptado a partir de: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-indiferenca-com-a-violencia-nasfavelas-do-rio-de-janeiro /. Acesso em 10 de maio de 2018.
Considere o poema de Chacal para responder à questão.
Beijo beijos
qual o sentido da palavra beijo?
ato de tocar com os lábios em alguém
ou alguma coisa, fazendo leve sucção; ósculo?
ou aquele que o cauã reymond deu na mariana
ximenes na novela?
ou aquele que você deu no daniel que só você sentiu?
que é diferente do que eu dei na dolores que nunca
vou esquecer.
já a gabi, sempre que sai de casa, dá em sua mãe
um beijo automático
parecido com os dois beijos de cumprimento que eu
dou numa garota
se estiver no rio, um em são paulo ou três em minas
gerais.
diferente ainda do beijo de despedida apaixonado que
você deu no julinho
quando ele foi para a austrália
diferente do derradeiro beijo no leito de morte que o
luís deu na laís, sua avó
ou do beijo da traição de judas ou do beijo que a
princesa deu no sapo.
diante de tantos sentidos diferentes da palavra beijo,
a melhor forma de saber o que significa é ir direto ao
assunto:
língua pra que te quero!
(Murundum, 2012.)

Leia as afirmações abaixo e marque “V” para verdadeiro e “F” para falso, entre os parênteses. Depois, assinale a alternativa correspondente.
( ) Primeiro balão: a expressão “no face” é um adjunto adverbial.
( ) Primeiro balão: a palavra “se” é uma conjunção de condição.
( ) Segundo balão: a locução verbal “vão ter” corresponde ao futuro do presente do indicativo.
( ) Segundo balão: o termo “se” poderia ser substituído, com o mesmo sentido, por “caso”, sem a
necessidade de alteração na conjugação dos verbos.

Com base no fragmento abaixo, leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
“Em entrevista em abril ao BuzzFeed, o dono se vangloria por ser reconhecido ‘como um dos sites mais notórios em boatos e notícias satíricas da internet’. Tecnicamente, portanto, seu site não produziria fake news.” (l. 20-22)
I – No primeiro período do trecho, há a presença de uma oração sem sujeito.
II – No primeiro período do trecho, há a presença de quatro orações.
III – O período sublinhado corresponde a um período simples.
Está (ão) correta (s):

Leia o fragmento abaixo e assinale a alternativa que indica a função sintática do trecho sublinhado.
“Até agora, os esforços não trouxeram grandes resultados.” (l. 2-3)

Com base no fragmento abaixo, leia as afirmações e marque a alternativa correta.
“Fique de olho. Antes de tudo, fique de olho no seu próprio comportamento nas redes sociais. Não basta checar as origens das mensagens, embora isso ajude. Não basta conferir se elas foram produzidas por órgãos de imprensa conhecidos e responsáveis. Mais do que isso, é preciso verificar os impulsos que levam cada um de nós a propagar histórias que não sabemos de onde vêm.” (l. 35-38)
I – O termo sublinhado “embora” é um articulador de causalidade.
II – A palavra sublinhada “isso” faz referência a checar as origens das mensagens.
III – A palavra sublinhada “elas” faz referência a mensagens.
IV – A palavra sublinhada “que” faz referência a histórias.
Estão corretas:

Assinale a alternativa correta quanto ao emprego da vírgula no trecho abaixo.
“Em seguida, vieram os requintes de cinismo.” (l. 9)
Quanto ao restante da frase, o trecho destacado expressa uma
PAES, José Paulo. Prosas seguidas de Odes
mínimas. São Paulo, Cia. das Letras, 1992.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida
moderna. Disponível em:
http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-luis-fernando-verissimo. Acesso: 22.06.2018.