Questões de Vestibular
Comentadas sobre uso da vírgula em português
Foram encontradas 11 questões
HIDALGO, Emilio Sanchéz. Barbie e Ken, chacota dos opositores aos antipetistas ricos. Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/23/politica/1540287712_846177.html>
Luiz Carlos Azedo. Nas entrelinhas, “A língua do índio”. Correio
Braziliense, Política, 19/12/2018, p.2 (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
No trecho “Tocantins, Mato Grosso, Maranhão, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Acre e Amazonas” (ℓ. 6 a 8), as vírgulas foram empregadas para separar termos em uma enumeração.
Disponível em: <http://www.survivalbrasil.org/povos/indios-brasileiros>. Acesso em: 28 abr. 2017.
Com base na leitura do texto e nas expressões em destaque, assinale a alternativa INCORRETA.
Leia o excerto do “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira (1608-1697), para responder à questão..
Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?”. Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades, e interpretar as significações, a uns e outros, definiu com o mesmo nome: [...] Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um filósofo estoico se atrevesse a escrever uma tal sentença em Roma, reinando nela Nero; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que os nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes católicos, ou para a emenda, ou para a cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que calam que com o que disserem; porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não toca, e que se não podem ofender; e a cautela com que se cala é argumento de que se ofenderão, porque lhes pode tocar. [...]
Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...]. Não são só ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
(Essencial, 2011.)
No trecho “a partir do surgimento da ópera, na Itália do século XVI” (l.6-7), o emprego da vírgula é obrigatório para se informar que a ópera é oriunda da Itália.
Sem prejudicar o ritmo da narrativa e a precisão e clareza do fato descrito, José Lins do Rêgo poderia ter optado pela colocação da expressão adverbial “na mata” (l.3) após o substantivo “encontro” (l.2), desde que não a isolasse por vírgulas.
Dada a ausência de vírgula após o vocábulo “cidadãos” (l.7), depreende-se que qualquer cidadão poderia ser convocado aleatoriamente para jantar com um imperador romano, estratégia que aliviava a solidão dos monarcas.
Com as devidas alterações de letra inicial minúscula e maiúscula, a expressão “no século XVIII” (l.2), poderia iniciar, desde que seguida de vírgula, o primeiro período do texto, sem que se alterasse o sentido do texto.