Questões de Vestibular ESPM 2019 para Vestibular 2020/1 - RJ

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Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795017 Português

Texto para a questão:



Lei de Abuso de Autoridade não ameaça qualquer prática jurisdicional


    Em corpos diferenciados do funcionalismo público emerge, naturalmente, um corporativismo construído pelo elitismo do seu “espírito de corpo”. Trata-se, de fato, de um anel protetor do bom e do mau uso que seus membros podem fazer de suas prerrogativas. Um exemplo disso é a que o País assiste agora, perplexo: a reação à lei que combate os possíveis abusos de autoridade nos Três Poderes da República.

      (...)

    Eventuais dúvidas sobre julgamentos são analisadas com recurso a instâncias jurídicas superiores (colegiadas), porque só outros juízes podem avaliar a razoabilidade de outro juiz. O preparo da ação e o julgamento são influenciados por muitos fatores (inclusive a “visão de mundo” de cada um deles). O importante, entretanto, é que, se o paciente não se conformar com o resultado, há a possibilidade de recorrer a instâncias superiores que, eventualmente, terão a oportunidade de corrigi-lo. Esses parcos conhecimentos me levaram nos últimos 70 anos a aceitar tal mecanismo como satisfatório para minimizar os riscos do sistema.

    É por isso que estou surpreso com a reação corporativista contra a Lei de Abuso de Autoridade, que, obviamente, não ameaça qualquer prática jurisdicional que obedeça ao espírito e à letra da Lei. Sobre o poder do Congresso de produzi-la e aprová-la, e o poder do presidente de sancioná-la ou vetá-la parcialmente, não há dúvidas. Entretanto, a palavra final sobre ela (pela rejeição de eventuais vetos) pertence ao Congresso. Mas há um problema lógico muito interessante, apontado pelo competente Elio Gaspari. No caso de eventual denúncia de abuso de autoridade, quem vai julgá-lo? O próprio Judiciário! Logo, se um funcionário da Receita, do Coaf, um promotor ou um juiz se julga ameaçado, porque será “controlado” pelo próprio Judiciário, é porque ele não acredita em nada do que foi dito acima! (...)


(Delfim Netto, revista Carta Capital, adaptado, 28 de agosto de 2019)

Segundo o texto:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795018 Português

Texto para a questão:



Lei de Abuso de Autoridade não ameaça qualquer prática jurisdicional


    Em corpos diferenciados do funcionalismo público emerge, naturalmente, um corporativismo construído pelo elitismo do seu “espírito de corpo”. Trata-se, de fato, de um anel protetor do bom e do mau uso que seus membros podem fazer de suas prerrogativas. Um exemplo disso é a que o País assiste agora, perplexo: a reação à lei que combate os possíveis abusos de autoridade nos Três Poderes da República.

      (...)

    Eventuais dúvidas sobre julgamentos são analisadas com recurso a instâncias jurídicas superiores (colegiadas), porque só outros juízes podem avaliar a razoabilidade de outro juiz. O preparo da ação e o julgamento são influenciados por muitos fatores (inclusive a “visão de mundo” de cada um deles). O importante, entretanto, é que, se o paciente não se conformar com o resultado, há a possibilidade de recorrer a instâncias superiores que, eventualmente, terão a oportunidade de corrigi-lo. Esses parcos conhecimentos me levaram nos últimos 70 anos a aceitar tal mecanismo como satisfatório para minimizar os riscos do sistema.

    É por isso que estou surpreso com a reação corporativista contra a Lei de Abuso de Autoridade, que, obviamente, não ameaça qualquer prática jurisdicional que obedeça ao espírito e à letra da Lei. Sobre o poder do Congresso de produzi-la e aprová-la, e o poder do presidente de sancioná-la ou vetá-la parcialmente, não há dúvidas. Entretanto, a palavra final sobre ela (pela rejeição de eventuais vetos) pertence ao Congresso. Mas há um problema lógico muito interessante, apontado pelo competente Elio Gaspari. No caso de eventual denúncia de abuso de autoridade, quem vai julgá-lo? O próprio Judiciário! Logo, se um funcionário da Receita, do Coaf, um promotor ou um juiz se julga ameaçado, porque será “controlado” pelo próprio Judiciário, é porque ele não acredita em nada do que foi dito acima! (...)


(Delfim Netto, revista Carta Capital, adaptado, 28 de agosto de 2019)

Um dos questionamentos levantados pelo autor (que o faz concordar com Elio Gaspari) é:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795019 Português

Texto para a questão:



Lei de Abuso de Autoridade não ameaça qualquer prática jurisdicional


    Em corpos diferenciados do funcionalismo público emerge, naturalmente, um corporativismo construído pelo elitismo do seu “espírito de corpo”. Trata-se, de fato, de um anel protetor do bom e do mau uso que seus membros podem fazer de suas prerrogativas. Um exemplo disso é a que o País assiste agora, perplexo: a reação à lei que combate os possíveis abusos de autoridade nos Três Poderes da República.

      (...)

    Eventuais dúvidas sobre julgamentos são analisadas com recurso a instâncias jurídicas superiores (colegiadas), porque só outros juízes podem avaliar a razoabilidade de outro juiz. O preparo da ação e o julgamento são influenciados por muitos fatores (inclusive a “visão de mundo” de cada um deles). O importante, entretanto, é que, se o paciente não se conformar com o resultado, há a possibilidade de recorrer a instâncias superiores que, eventualmente, terão a oportunidade de corrigi-lo. Esses parcos conhecimentos me levaram nos últimos 70 anos a aceitar tal mecanismo como satisfatório para minimizar os riscos do sistema.

    É por isso que estou surpreso com a reação corporativista contra a Lei de Abuso de Autoridade, que, obviamente, não ameaça qualquer prática jurisdicional que obedeça ao espírito e à letra da Lei. Sobre o poder do Congresso de produzi-la e aprová-la, e o poder do presidente de sancioná-la ou vetá-la parcialmente, não há dúvidas. Entretanto, a palavra final sobre ela (pela rejeição de eventuais vetos) pertence ao Congresso. Mas há um problema lógico muito interessante, apontado pelo competente Elio Gaspari. No caso de eventual denúncia de abuso de autoridade, quem vai julgá-lo? O próprio Judiciário! Logo, se um funcionário da Receita, do Coaf, um promotor ou um juiz se julga ameaçado, porque será “controlado” pelo próprio Judiciário, é porque ele não acredita em nada do que foi dito acima! (...)


(Delfim Netto, revista Carta Capital, adaptado, 28 de agosto de 2019)

Os vocábulos abaixo, extraídos do texto, possuem um processo de formação de palavras denominado derivação sufixal. O sufixo que traduz ideia de qualidade é:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795020 Português

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



Conforme o autor:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795021 Português

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



Conforme o texto, para a ciência da linguagem, as expressões de realce passaram a ser:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795022 Português

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



Segundo o texto:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795023 Português

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



Segundo o autor, não seria um contrassenso:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795024 Português

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



Segundo Celso Cunha, a partícula expletiva ou de realce não possui função sintática, serve para dar destaque ou ênfase e pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido.
Em todas as passagens abaixo, está presente essa partícula, exceto em uma. Assinale-a:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795025 Português

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



No segundo parágrafo, no segmento: ...nem ainda atribuir-lhes papel decorativo..., o pronome pessoal oblíquo “lhes” tem como referência no texto:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795026 Português

f8b6711576d2610d6e47.png (303×317)


Observando o aviso acima, é possível constatar duas ocorrências linguísticas (uma ligada à transgressão gramatical e outra ligada à semântica). Essas ocorrências são respectivamente de:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795027 Português
Segundo Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários, a figura de linguagem denominada hipálage “designa um expediente retórico mediante o qual uma palavra troca o lugar que logicamente ocuparia na sequência frásica por outro, junto de um termo ao qual se vincula gramaticalmente.” Esse procedimento acima descrito só não ocorre na passagem:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795028 Português

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)

Nesse trecho, o narrador, em idade madura, resolve construir uma casa semelhante à da adolescência:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795029 Português

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
Considere os fragmentos seguintes e assinale aquele que revela certa dificuldade de identificação do narrador consigo mesmo.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795030 Português

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
No trecho: Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela..., o termo em destaque pode ser substituído sem prejuízo semântico por:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795031 Português

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)

Considere o trecho: “No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim” e assinale a afirmação incorreta:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795032 Literatura

Imagem associada para resolução da questão

Abaporu, Tarsila do Amaral

O herói deu um espirro e botou corpo. Foi desempenando crescendo fortificando e ficou do tamanho dum home taludo. Porém a cabeça não molhada ficou pra sempre rombuda e com carinha enjoativa de piá.

(Mário de Andrade, Macunaíma, capítulo II)

As lágrimas escorregando pelas faces infantis, do herói iam lhe batizar a peitaria cabeluda. Então ele suspirava sacudindo a cabecinha:

— Qual, manos! Amor primeiro não tem companheiro, não!...

(Mário de Andrade, Macunaíma, capítulo IV)


A partir da imagem e dos excertos, verifique as afirmações abaixo:


I. O quadro de Tarsila do Amaral usa uma figura nua que pode ser interpretada como mal desenvolvida intelectualmente (cabeça pequena), com destaque para o trabalho braçal (mãos grandes) e para ligação à terra (pés enormes).

II. Os textos de Macunaíma estabelecem um paralelo com a tela de Tarsila do Amaral, uma vez que o herói é apresentado com corpo adulto e com cabeça de criança.

III. Tanto o quadro de Tarsila do Amaral quanto os fragmentos de Mário de Andrade confirmam a proposta da 1.ª geração modernista brasileira de resgatar certos fundamentos do Movimento Antropofágico, como a idealização do índio.


É correto o que se afirma em:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795033 Literatura
Para desvirginar o labirinto Do velho e metafísico Mistério, Comi meus olhos crus no cemitério, Numa antropofagia de faminto!
A digestão desse manjar funéreo Tornado sangue transformou-me o instinto De humanas impressões visuais que eu sinto, Nas divinas visões do íncola¹ etéreo²! 
Vestido de hidrogênio incandescente, Vaguei um século, improficuamente³, Pelas monotonias siderais...
Subi talvez às máximas alturas, Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras, É necessário que ainda eu suba mais!
(“Solilóquio de um Visionário”, de Augusto dos Anjos, Eu e Outras Poesias)

¹íncola: habitante
²etéreo: referente ao céu
³improficuamente: inutilmente
Augusto dos Anjos é um poeta contextualizado no Pré-Modernismo, época literária em que houve um entrecruzamento de várias posturas artísticas. Assinale a opção que traz um aspecto de estilo não incorporado no poema acima.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795034 Português

Considere o que segue:


8ce2767bdd707be17b73.png (556×417)


Imagem associada para resolução da questão

Diante de coisa tão doída

conservemo-nos serenos.


Cada minuto de vida

nunca é mais, é sempre menos.


(...)

Desde o instante em que se nasce

já se começa a morrer.


(“Relógio”, de Cassiano Ricardo)


Que havemos de esperar, Marília bela?

Que vão passando os florescentes dias?

As glórias que vêm tarde já vêm frias,

E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.

Ah! não, minha Marília,

Aproveite-se o tempo, antes que faça

O estrago de roubar ao corpo as forças

E ao semblante a graça!


(Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga, Primeira Parte, Lira XIV)


A partir dos excertos e da imagem, verifique as afirmações:
I. Os dois fragmentos de poemas tratam da passagem do tempo e em ambos existe o convite do eu lírico, reportando-se ao tema clássico do “carpe diem”. II. O tom pessimista do poema de Cassiano Ricardo também aparece no de Tomás Antônio Gonzaga, já que este afirma que a estrela (“sorte”) pode mudar, e as glórias tardias chegam sem graça (“vêm frias”). III. A marcação cronológica das horas se esvaindo, observável no quadro de Salvador Dali, encontra ideia análoga no poema de Cassiano Ricardo quanto à inexorabilidade do tempo na existência humana.
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795035 Literatura

Considere os dois excertos que seguem.


I

E disse: “Ó gente ousada, mais que quantas

No mundo cometeram grandes cousas,

Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,

E por trabalhos vãos nunca repousas (...)”


(Os Lusíadas, Luís de Camões, canto V)
II Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!
(Mensagem, de Fernando Pessoa, 2.ª parte)

Em I, o Gigante Adamastor fala aos navegantes portugueses que queriam, pioneiramente, atravessar o Cabo das Tormentas a caminho das Índias; em II, o timoneiro fala ao mostrengo o porquê de a embarcação lusitana estar enfrentando os perigos do mar. A partir dos excertos e dos comentários, assinale a afirmação que esteja incorreta.

Alternativas
Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795036 Literatura
A visão depreciativa da existência humana pode ser constatada no seguinte fragmento de Gregório de Matos:

Que és terra Homem, e em terra hás de tornar-te, Te lembra hoje Deus por sua Igreja,

Identifique em um dos trechos abaixo aquele que possua a mesma temática.
Alternativas
Respostas
1: E
2: D
3: E
4: D
5: B
6: D
7: C
8: B
9: A
10: A
11: E
12: B
13: D
14: C
15: C
16: D
17: A
18: B
19: C
20: E