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Q1274859 História
A ausência quase completa de fantasmas na Bíblia deve ter favorecido também a vontade de rejeição dos fantasmas pela cultura cristã. Várias passagens dos Evangelhos manifestam mesmo uma grande reticência com relação a um culto dos mortos: “Deixa os mortos sepultar os mortos”, diz Jesus (Mt 8:21), ou ainda: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mt 22:32). Por certo, numerosos mortos são ressuscitados por Jesus (e, mais tarde, por alguns de seus discípulos), mas tal milagre — o mais notório possível segundo as classificações posteriores dos hagiógrafos medievais — não é assimilável ao retorno de um fantasma. Ele prefigura a própria ressurreição do Cristo três dias depois de sua Paixão. Antecipa também a ressurreição universal dos mortos no fim dos tempos. SCHMITT, J.-C. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.
De acordo com o texto, a representação da morte ganhou novos significados nessa religião para
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O texto de apoio aborda a construção histórica do texto da bíblia e demonstra como um tema recorrente de povos anteriores ao cristianismo, o culto aos antepassados mortos, foi deixado de fora dos textos escolhidos para sua confecção. O enunciado questiona a motivação por trás da ressignificação da morte no cristianismo. 

A) O ritualismo funerário continuou existindo só que nos moldes cristãos substituindo ritos anteriores.

B) Muitas das tradições cristãs são readaptações de culturas anteriores com novo significado adaptado de forma a evitar a manutenção de crenças antigas. A reverência a espíritos de antepassados é fenômeno amplamente estudado pela antropologia em povos tradicionais até os dias de hoje. Alternativa correta.

C) Rituais de exorcismo não têm relação alguma com o culto a antepassados mortos e sua ressignificação pelo cristianismo em seus primórdios.
D) A própria Igreja admitiu a existência de demônios em diversos momentos históricos. 

E) Tais práticas que remetem a um cristianismo místico estiveram presentes em correntes primordiais e foram sistematicamente combatidas até seu desaparecimento formal pela religião institucionalizada. 




 
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Gab. B

De acordo com o texto, a representação da morte ganhou novos significados nessa religião para

evitar a expressão de antigas crenças politeístas.

O porquê: o cristianismo (ou toda a bíblia, como o próprio enunciado discorre) é incompatível com a crença em adoração aos mortos/fantasmas/deuses. O próprio decálogo (dez mandamentos) é expresso: adorar somente a Deus; Jesus, também: - Ninguém vem ao Pai senão por mim.

Obs: a questão é um tanto tendenciosa. Na verdade, não se extrai no texto que a representação da morte ganhou novos significados PARA (COM O OBJETIVO DE) evitar a expressão de antigas crenças politeístas. Se o elaborador não concorda com a iluminação divina da Bíblia é muito simples: - não elabore questões sobre sua origem em um país de maioria cristã e que acredita que a bíblia não foi escrita PARA EVITAR isto ou aquilo, senão que justamente o fato de tantas páginas não mencionarem fantasmas ou outros deuses demonstram o objetivo dela: discorrer sobre fatos sem preocupação propagandística, logo, sem preocupação com PARA ISTO/PARA AQUILO.

O texto de apoio aborda a construção histórica do texto da bíblia e demonstra como um tema recorrente de povos anteriores ao cristianismo, o culto aos antepassados mortos, foi deixado de fora dos textos escolhidos para sua confecção. O enunciado questiona a motivação por trás da ressignificação da morte no cristianismo. 

A) O ritualismo funerário continuou existindo só que nos moldes cristãos substituindo ritos anteriores.

B) Muitas das tradições cristãs são readaptações de culturas anteriores com novo significado adaptado de forma a evitar a manutenção de crenças antigas. A reverência a espíritos de antepassados é fenômeno amplamente estudado pela antropologia em povos tradicionais até os dias de hoje. Alternativa correta.

C) Rituais de exorcismo não têm relação alguma com o culto a antepassados mortos e sua ressignificação pelo cristianismo em seus primórdios.

D) A própria Igreja admitiu a existência de demônios em diversos momentos históricos. 

E) Tais práticas que remetem a um cristianismo místico estiveram presentes em correntes primordiais e foram sistematicamente combatidas até seu desaparecimento formal pela religião institucionalizada. 

 

Gabarito do professor: B

Revisão enem, cronograma,citações, termos que mais caem no enem: https://drive.google.com/drive/folders/1dDkZSZfpEOspIbZypBC0cwnEGuSqPC-v?usp=sharing

Dá para responder por eliminação com base apenas no assunto que o texto trata.

Letra A : extinguir as formas de ritualismo funerário. ( em momento algum no texto se fala em rituais funerários)

Letra B: evitar a expressão de antigas crenças politeístas. Por exclusão é a correta. (por mais que não se fale de outras religiões no texto, dá para inferir que a questão faz um paralelo com outras religiões que acreditam em "fantasmas")

Letra C: sacramentar a execução do exorcismo de infiéis. Em nenhum momento se fala de infiéis ou sobre execução destes.

Letra D: enfraquecer a convicção na existência de demônios. Essa foi a que exclui de início, pois nada se fala de bem ou mal apenas da crença sobre a vida após a morte.

Letra E: Consagrar as práticas de contato mediúnico transcendental. É exatamente o contrário do que o texto trata, pois para ele fantasmas não existe, , portanto , não haveria nenhuma experiêrncia mediúnica.

Letra B

Para os cristãos, se eles acreditassem que existe forma de se comunicar com os mortos procurariam a respeito e encontrariam outras religiões que podem ou não serem politeístas e, como meio de prevenção, para não perder os convertidos, dizem que não existe isso de fantasma e essa forma de comunicação.

À época — e ainda hoje — o cristianismo buscava sobrepor-se às crenças pagãs. Muitas dessas crenças acreditavam no contato com os mortos, coisa rejeitada pelo cristianismo, que prega a despreocupação em relação aos mortos, já que estes serão ressuscitados no fim dos tempos. Assim, o gabarito mais lógico é o da letra B.

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