Questões Militares Sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história

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Ano: 2021 Banca: UFPR Órgão: PM-PR Prova: UFPR - 2021 - PM-PR - Aspirante |
Q2097633 História
Leia o excerto a seguir, do historiador Jacques Le Goff, sobre o conceito de memória:
A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje [...]. Mas a memória coletiva é não somente uma conquista, é também um instrumento e um objeto de poder.
(LE GOFF, J. História e Memória. Campinas: Editora da Unicamp, 5. ed., 2003, p. 469-470.)
A partir dos conhecimentos sobre a Idade Moderna e a Idade Contemporânea, considere as seguintes afirmativas:
1. Em 2020, várias estátuas de Cristóvão Colombo foram derrubadas para se protestar contra o genocídio de povos americanos nativos.
2. A obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena objetiva valorizar a atuação de grupos e indivíduos marginalizados na história e na memória do nosso país.
3. Após a morte de Lênin (1924), Stálin coordenou o silenciamento da memória e das representações de Lênin nos países soviéticos.
4. No projeto “Brasil: Nunca Mais”, a memória das torturas dos presos políticos no período do Estado Novo foi recuperada.

Assinale a alternativa correta. 
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Q1986575 História

A história é um discurso mutável e problemático – ostensivamente a respeito de um aspecto do mundo, o passado –, produzido por um grupo de trabalhadores cujas mentes são de nosso tempo (em grande maioria, em nossa cultura, historiadores assalariados) e que fazem seu trabalho em modalidades mutuamente reconhecíveis que são posicionadas epistemológica, ideológica e praticamente; e cujos produtos, uma vez em circulação, estão sujeitos a uma série de usos e abusos logicamente infinitos mas que, na realidade, correspondem a uma variedade de bases de poder existentes em qualquer momento que for considerado, as quais estruturam e distribuem os significados das histórias ao longo de um espectro que vai do dominante ao marginal.

(Keith Jenkins, Re-thinking History. Apud Ciro Flamarion Cardoso, Introdução. Em: Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia)


No excerto, Keith Jenkins

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Q1986574 História

Escolhi meu tema como um tributo a Isaac Deutscher, cuja obra mais permanente é um clássico na história da Revolução Russa, ou seja, sua biografia de Trotsky. Assim, a resposta imediata a essa pergunta do título [Podemos escrever a história da Revolução Russa?] é, obviamente, sim.

Mas isso deixa em aberto a questão mais ampla: podemos algum dia escrever a história definitiva de alguma coisa – não apenas a história conforme vista hoje, ou em 1945 – inclusive, é claro, da Revolução Russa? Nesse caso, em um sentido óbvio, a resposta é não, a despeito do fato de que há uma realidade histórica objetiva, que os historiadores investigam, para estabelecer, entre outras coisas, a diferença entre fato e ficção. Somos livres para crer que Hitler fugiu dos russos e se refugiou no Paraguai, mas não foi assim.

(Eric Hobsbawm, Sobre história)


Para Eric Hobsbawm, não é possível “escrever a história definitiva de alguma coisa”, porque

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Q1986573 História

A nova história é a história escrita como reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso […] Será conveniente descrever este paradigma tradicional como “história rankeana”, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886). Poderíamos também chamar este paradigma de a visão do senso comum da história, não para enaltecê-la, mas para assinalar que ele tem sido com frequência – com muita frequência – considerado a maneira de se fazer história.

(Peter Burke, A escrita da história: novas perspectivas)


Para Peter Burke, a antiga e a nova história se contrastam, entre outros pontos, pois, em termos do paradigma tradicional, a história

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Q1814818 História
   Suponho, portanto, falsas todas as coisas que vejo: creio que nunca existiu nada do que a memória mendaz representa; não tenho nenhum dos sentidos todos; corpo, figura, extensão, movimento e lugar são quimeras. Que será, então, verdadeiro? Talvez isto somente: nada é certo. Descartes. Meditações sobre a filosofia primeira.
Tendo como referência esse fragmento de texto e o pensamento de Descartes, julgue o próximo item. 
Segundo Descartes, o erro está relacionado à imperfeição, de forma que somente Deus, por ser perfeito, pode saber o que é verdadeiro. 
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Q1774119 História
As fontes audiovisuais e musicais ganham crescentemente espaço na pesquisa histórica. Do ponto de vista metodológico, são vistas pelos historiadores como fontes primárias novas, desafiadoras, mas seu estatuto é paradoxal. Por um lado, as fontes audiovisuais (cinema, televisão e registros sonoros em geral) são consideradas por alguns, tradicional e erroneamente, testemunhos quase diretos e objetivos da história, de alto poder ilustrativo, sobretudo quando possuem um caráter estritamente documental, qual seja, o registro direto de eventos e personagens históricos. Por outro lado, as fontes audiovisuais de natureza assumidamente artística (filmes de ficção, teledramaturgia, canções e peças de teatro) são percebidas muitas vezes sob o estigma da subjetividade absoluta, impressões estéticas de fatos sociais objetivos que lhes são exteriores.
(Marcos Napolitano, A História depois do papel. Em: Carla Bassanezi Pinsky (org.), Fontes históricas)
Acerca dessa discussão, Napolitano entende que o historiador deve considerar as fontes audiovisuais e musicais
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Q1774118 História
A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de ciência americano Thomas Kuhn. Será conveniente descrever esse paradigma tradicional como história rankeana, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886) […]. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumida em seis pontos.
(Peter Burke (org.), A escrita da história: novas perspectivas)
Segundo Burke, a história tradicional
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Q1774117 História
Carlos Bacellar, no artigo Uso e mau uso dos arquivos (Em Carla Bassanezi Pinsky (org.), Fontes históricas), traz uma série de sugestões para a pesquisa em arquivos históricos. Entre outras, há a sugestão de
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Q1774116 História
Baseando-me em síntese de minha autoria já antiga, eis aqui o que vejo como pontos básicos quanto à tendência ora em foco:
1. A crença no caráter científico da história, que no entanto é uma ciência em construção: isto conduziu, em especial, à afirmação da necessidade de passar de uma “história-narração” a uma “história-problema” mediante a formulação de hipóteses de trabalho.
(Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia)
A “tendência ora em foco” é a
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Q1613512 História

As fontes audiovisuais e musicais ganham crescentemente espaço na pesquisa histórica. Do ponto de vista metodológico, são vistas pelos historiadores como fontes primárias novas, desafiadoras, mas seu estatuto é paradoxal. Por um lado, as fontes audiovisuais (cinema, televisão e registros sonoros em geral) são consideradas por alguns, tradicional e erroneamente, testemunhos quase diretos e objetivos da história, de alto poder ilustrativo, sobretudo quando possuem um caráter estritamente documental, qual seja, o registro direto de eventos e personagens históricos. Por outro lado, as fontes audiovisuais de natureza assumidamente artística (filmes de ficção, teledramaturgia, canções e peças de teatro) são percebidas muitas vezes sob o estigma da subjetividade absoluta, impressões estéticas de fatos sociais objetivos que lhes são exteriores.

(Marcos Napolitano, A História depois do papel. Em: Carla Bassanezi Pinsky (org.), Fontes históricas)


Acerca dessa discussão, Napolitano entende que o historiador deve considerar as fontes audiovisuais e musicais

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Q1613511 História

A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de ciência americano Thomas Kuhn. Será conveniente descrever esse paradigma tradicional como história rankeana, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886) […]. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumida em seis pontos.

(Peter Burke (org.), A escrita da história: novas perspectivas)


Segundo Burke, a história tradicional

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Q1613509 História

Baseando-me em síntese de minha autoria já antiga, eis aqui o que vejo como pontos básicos quanto à tendência ora em foco:


1. A crença no caráter científico da história, que no entanto é uma ciência em construção: isto conduziu, em especial, à afirmação da necessidade de passar de uma “história-narração” a uma “história-problema” mediante a formulação de hipóteses de trabalho.

(Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia)


A “tendência ora em foco” é a

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Q1006653 História
Uma das grandes discussões da historiografia contemporânea diz respeito ao surgimento das nações, dos nacionalismos e dos sentidos de nacionalidade. A esse respeito, assinale a opção que é condizente com a história do nacionalismo no cenário europeu ocidental.
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Q1006648 História
É com o objetivo de fomentar o diálogo sobre a questão da alteridade que Todorov sustenta a tese sobre o desconhecimento do outro pelos espanhóis ao narrar a descoberta da América e sua conquista. A partir do ponto de vista desse autor sobre a visão do outro no contexto do descobrimento da América, analise as alternativas e assinale a resposta correta.
I. O autor, ao contextualizar temporalmente os personagens evidenciados nas fontes, traça diversas conexões entre os discursos produzidos em cada tempo e as relações de poder travadas na época da conquista. II. A tese central de Todorov sobre a vitória espanhola contra os Astecas, está centrada na incapacidade dos indígenas em entender e comunicar-se individualmente com o outro. III. Todorov utiliza um aparato documental produzido pelos conquistadores e missionários espanhóis, tais como cartas e diários. Sua leitura é a de um semiótico, pois analisa as fontes de formas discursivas. IV. Ao problematizar a questão do outro, Todorov se propôs a comprovar que os espanhóis não conheciam os indígenas. O contato entre os distintos povos não resultou na compreensão, mas na destruição e massacre dos índios pelos conquistadores.
Alternativas
Q1006643 História
Em 1924, o historiador Marc Bloch publicou o livro "Reis Taumaturgos: o caráter sobrenatural do poder régio: França e Inglaterra” e deu um passo importante para o desenvolvimento de uma nova história política, não mais atenta apenas em descrever dinastias, batalhas e reinos, mas pondo em evidência suas relações com o imaginário, com o mágico. A partir do que foi apontado acima, analise as afirmativas abaixo e depois assinale a alternativa que está correta.
( ) A nova história política permitiu historicizar o que antes era considerada apenas como anedota. ( ) O fenômeno atribuído aos reis franceses e ingleses de curar escrófulas (adenite tuberculosa), com o toque das mãos é característico do medievo, os ritos de cura não poderíam ser difundidos na modernidade, visto que a medicina e outras formas de conhecimento deslegitimariam tais práticas. ( ) O caráter sobrenatural do poder dos reis franceses e ingleses tem elementos de legitimidade anteriores às dinastias Capetingia e Plantageneta, de meados do século XIII. Pepino, o Breve, no século VIII, e os reis posteriores a ele, já haviam legitimado o seu poder a partir de uma cerimônia influenciada no Antigo Testamento: a unção régia constituía-se, portanto em um rito de sacralização do monarca.
Alternativas
Q1006640 História
De acordo com o historiador Perry Anderson, apesar de “muitas das técnicas do sistema absolutista terem sido criadas na Itália”, essa região não logrou desenvolver um absolutismo nacional. Assinale a opção que contém a explicação do autor a esse problema histórico. (Percy Anderson, Linhagens do Estado absolutista).
Alternativas
Q1006638 História
Parafraseando Lucien Febvre — para quem o conhecimento histórico deve ter como referência “os homens, nunca o Homem” — toma-se inadequado falar em uma “historia da mulher”. Diversas em sua condição social, étnica, raça, crenças religiosas, enfim, na sua trajetória marcada por inúmeras diferenças, cabe, portanto, abordar a “historia das mulheres”. (SOIHET, Rachel. História das mulheres. In:____VAINFAS, Ronaldo. Domínios da Ilistória: ensaios de leoriae metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p.399).
A história, com raras exceções, até a segunda metade do século XX silenciou e negligenciou diversos indivíduos sociais, entre eles as mulheres. A história das mulheres foi e é uma reação contra esses silêncios. Sobre a história das mulheres observe as afirmativas abaixo, use “V” quando for verdadeiro e “F” quando for falso, depois assinale a sequência correta.
( ) Os novos rumos e as novas abordagens assumidos pela história cultural pluralizaram os objetos da história e, nessa perspectiva, as mulheres assumiram na historiografia a condição de sujeitos históricos. ( ) As lutas sociais estão desassociadas da história das mulheres, constituindo-se apenas uma disciplina acadêmica sem perspectivas práticas. ( ) A história positivista, devido a sua exclusiva atenção pela política, privilegiou as fontes oficiais, militares, diplomáticas, em que as mulheres pouco aparecem, construindo uma história dos homens para os homens.
Alternativas
Q719444 História
A história-problema, preocupada em estudar e compreender as relações entre o presente e o passado e as produções de conhecimento pelos alunos, tem sido constantemente evocada como alternativa para se alcançar o objetivo pedagógico de prover de significado o ensino da História. Com base na proposta curricular do Conteúdo Básico Comum (CBC), assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q719443 História
O desenvolvimento do raciocínio histórico, em oposição a um ensino que visa apenas à memorização, implica várias mudanças nas concepções e práticas do ensino da História. De acordo com a Proposta Curricular do Conteúdo Básico Comum (CBC), assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q637052 História

Analise as afirmativas sobre a Nova História e marque a opção correta.

I. A produção historiográfica ligada à Nova História é uma reação ao paradigma tradicional rankeano.

II. A Nova História passou a se interessar por praticamente toda a ação humana, ou seja, para esse novo campo do saber, tudo possui história.

III. Foi com a Nova História que a disciplina tornou-se profissionalizada, com seus departamentos em universidades e com suas publicações específicas.

Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: C
4: E
5: E
6: C
7: A
8: E
9: E
10: C
11: A
12: E
13: C
14: E
15: A
16: D
17: B
18: C
19: B
20: C