Questões Militares de História - Fundamentos da História : Tempo, Memória e Cultura
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A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de ciência americano Thomas Kuhn. Será conveniente descrever esse paradigma tradicional como história rankeana, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886) […]. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumida em seis pontos.
(Peter Burke (org.), A escrita da história: novas perspectivas)
Segundo Burke, a história tradicional
Baseando-me em síntese de minha autoria já antiga, eis aqui o que vejo como pontos básicos quanto à tendência ora em foco:
1. A crença no caráter científico da história, que no entanto é uma ciência em construção: isto conduziu, em especial, à afirmação da necessidade de passar de uma “história-narração” a uma “história-problema” mediante a formulação de hipóteses de trabalho.
(Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia)
A “tendência ora em foco” é a
I. O autor, ao contextualizar temporalmente os personagens evidenciados nas fontes, traça diversas conexões entre os discursos produzidos em cada tempo e as relações de poder travadas na época da conquista. II. A tese central de Todorov sobre a vitória espanhola contra os Astecas, está centrada na incapacidade dos indígenas em entender e comunicar-se individualmente com o outro. III. Todorov utiliza um aparato documental produzido pelos conquistadores e missionários espanhóis, tais como cartas e diários. Sua leitura é a de um semiótico, pois analisa as fontes de formas discursivas. IV. Ao problematizar a questão do outro, Todorov se propôs a comprovar que os espanhóis não conheciam os indígenas. O contato entre os distintos povos não resultou na compreensão, mas na destruição e massacre dos índios pelos conquistadores.
( ) A nova história política permitiu historicizar o que antes era considerada apenas como anedota. ( ) O fenômeno atribuído aos reis franceses e ingleses de curar escrófulas (adenite tuberculosa), com o toque das mãos é característico do medievo, os ritos de cura não poderíam ser difundidos na modernidade, visto que a medicina e outras formas de conhecimento deslegitimariam tais práticas. ( ) O caráter sobrenatural do poder dos reis franceses e ingleses tem elementos de legitimidade anteriores às dinastias Capetingia e Plantageneta, de meados do século XIII. Pepino, o Breve, no século VIII, e os reis posteriores a ele, já haviam legitimado o seu poder a partir de uma cerimônia influenciada no Antigo Testamento: a unção régia constituía-se, portanto em um rito de sacralização do monarca.