Questões Militares
Sobre história geral em história
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TONI D’AGOSTINHO Disponível em acaricatura.com.br.
Na charge, dois aspectos que caracterizam o mundo do trabalho na contemporaneidade estão relacionados de forma irônica.
Esses aspectos são:
ÁFRICA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: UM CAPÍTULO ESQUECIDO
A partir de 3 de setembro de 1939, quando a Grã-Bretanha e a França declararam guerra à Alemanha, os Aliados recrutaram na África cerca de meio milhão de soldados e operários. Soldados de toda a África subsaariana e do norte do continente tiveram de lutar contra as tropas alemãs e italianas no norte da África e na Europa durante a guerra. Mais tarde também combateram contra os japoneses na Ásia e no Pacífico.
Nos noticiários na Europa falava-se em “voluntários”. Mas o antigo soldado congolês Albert Kuniuku, de 93 anos, tem outra versão: “Foi um verdadeiro recrutamento forçado. Eu trabalhava numa empresa têxtil quando nos foram buscar. Todos os jovens trabalhadores foram recrutados. Nenhum deles tinha mais de 30 anos.”
Albert Kuniuku é presidente da União dos Veteranos Congoleses (UNACO) em Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo. Até 1960, o país foi governado pela Bélgica. O veterano é um dos últimos sobreviventes de uma unidade expedicionária que lutou contra os japoneses na Índia e no Mianmar (antiga Birmânia), entre 1940 e 1946, sob comando britânico e belga, longe dos campos de batalha da Europa.
Adaptado de dw.com, 08/05/2020.
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) tornou-se um dos acontecimentos mais marcantes da história do século XX. No trecho da reportagem, são apresentados alguns de seus impactos para as sociedades africanas, como demonstra o testemunho de Albert Kuniuku. Naquelas sociedades, o recrutamento forçado de trabalhadores foi promovido em função do seguinte contexto:

Adaptado de amazon.com.br.
A sinopse do livro O último dia do mundo, que aborda o terremoto ocorrido em Lisboa em 1755, menciona questionamentos, suscitados pelo desastre, acerca do lugar que Deus ocupa nas relações humanas. No contexto do terremoto, tais questionamentos fomentaram maior difusão de princípios advindos de:
O caráter de cada ato depende das circunstâncias sob as quais ele é praticado. A proteção mais estrita da liberdade de expressão não protege um homem que falsamente grita fogo num teatro e causa pânico. Ela [a proteção mais estrita da liberdade de expressão] sequer protege um homem de uma injunção contra palavras belicosas que possam ter todo o efeito de força. A questão, em todos os casos, é se as palavras utilizadas são empregadas sob essas circunstâncias e se são de tal natureza para criar um perigo claro e imediato.
LIVER WENDELL HOLMES, JR. (1841-1935) Adaptado de ROTUNDA, R. O direito de dissidência e a dívida dos Estados Unidos com Heródoto e Tucídides. Revista de Estudos Institucionais, v. 1, n. 1, 2015.
Embasado no raciocínio acima, o juiz da Suprema Corte dos E.U.A, Oliver Wendell Holmes, Jr., argumentou, em 1919, que a liberdade de expressão depende das circunstâncias para sua prática. O movimento que inspirou a defesa desse direito no mundo contemporâneo e uma prática que ameaçou esse mesmo direito no Brasil no século XX estão associados, respectivamente, em:
Leia os fragmentos de texto a seguir.
I. Uma parte da mobilização emocional, uma herança do descartado programa nacional-socialista, foi o antissemitismo, a marca de todos os movimentos nacionalistas. Mas logo veio a servir a um propósito mais sinistro. Os judeus tornaram-se os objetos indefesos sobre os quais milhões de alemães exerceram pela primeira vez a brutalidade essencial para que a Alemanha dominasse toda a Europa. Eles eram o campo de prática, a escola de treinamento de batalha, para as virtudes nórdicas, que mais tarde encontrariam sua plena expressão na Polônia, na França e na Rússia ocupada. Se os alemães tinham estômago para isso, eles podiam suportar qualquer coisa. Nenhuma voz de protesto foi levantada, em nenhum caso uma Igreja Cristã, seja Católica Romana ou Protestante, abriu suas portas para os judeus em refúgio, nenhum bispo alemão colocou a estrela de Davi. Os alemães passaram no teste com louvor: eles estavam de fato unidos. (Adaptado de: TAYLOR, A. J. P. The Course of German History: A survey of the development of Germany since 1815. New York: Coward McCann, 1962.)
II. O hitlerismo, por outro lado, trouxe de repente no mercado mundial um novo artigo de exportação que tinha técnicas refinadas e rapidamente adaptáveis a todos os países. A matéria-prima deste artigo consistiu em certo grau de ideologia racial com seu ponto central de ódio contra os judeus. Disto já havia uma certa quantidade em cada país, ou poderia ser estimulado. Mas o refinamento dessa matéria-prima ocorreu na organização hierárquica nazista. Visava conquistar as massas. Quando a ideologia racial e o ódio aos judeus eram um tanto ineficazes como matéria-prima para as necessidades das massas, alguma outra ideologia, engendrada por teóricos ou seitas, poderia substitui-la e ser devidamente estimulada. (Adaptado de: MEINECKE, Friedrich. The German Catastrophe. Boston: Beacon Press, 1969, p. 59.)
Assinale a afirmativa que apresenta corretamente a interpretação dos dois fragmentos sobre o antissemitismo na Alemanha nazista.
Avalie as afirmativas a seguir, que apresentam fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra Mundial e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) O crescente ideal do pan-eslavismo, que buscava a unificação dos territórios eslavos, e o pangermanismo, que buscava a unificação dos povos germânicos.
( ) As disputas imperialistas por territórios coloniais na África e na Ásia contribuíram para a intensificação das rivalidades entre os países europeus.
( ) O sentimento revanchista prussiano, surgido após a derrota da Prússia na Guerra Franco-Prussiana, especialmente pela perda do território da Alsácia-Lorena.
As afirmativas são, respectivamente,
A indefinição foi superada quando, entre 5 e 17 de agosto de 1942, cinco navios mercantes brasileiros foram afundados por submarinos alemães. Sob pressão de grandes manifestações populares, o Brasil entrou na guerra ainda naquele mês. O alinhamento brasileiro ao lado da frente antifascista se completou com o envio de uma força expedicionária – a FEB – para lutar na Europa, a partir de 30 de junho de 1944.
(Boris Fausto. História do Brasil, p. 382)
Segundo o historiador Boris Fausto, o envio da FEB à Europa foi
Em 1980, o triunfo do movimento sindical Solidariedade como, na verdade, um movimento de oposição pública nacional, brandindo a arma da greve geral, demonstrou duas coisas: que o regime do Partido Comunista do país chegara ao fim da corda; mas também que não podia ser derrubado por agitação de massa. Em 1981, Igreja e Estado concordaram discretamente em adiantar-se ao perigo de intervenção militar soviética (que foi seriamente considerada) com alguns anos de lei marcial sob o comandante das Forças Armadas, que podia, de maneira plausível, alegar legitimidade comunista e nacionalista. A ordem foi restabelecida com pouca dificuldade, mais pela polícia que pelo exército, mas, na verdade, o governo, tão desamparado como sempre para enfrentar os problemas econômicos, nada tinha para usar contra a oposição, que continuou existindo como manifestação organizada da opinião pública do país.
(Eric Hobsbawm, Era dos Extremos, p. 461. Adaptado)
O excerto traz referência à
A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso: apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas sobretudo do lado americano, os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial, que equivalia a um equilíbrio de poder desigual, mas não contestado em sua essência.
(Eric Hobsbawm, Era dos extremos)
Nesse sentido, para Eric Hobsbawm, é correto afirmar que
Não se deve julgar o impacto da Grande Depressão apenas, ou mesmo principalmente, por seus efeitos políticos de curto prazo, por mais impressionantes que muitas vezes tenham sido. Trata-se de uma catástrofe que destruiu toda a esperança de restaurar a economia, e a sociedade, do longo século XIX. O período de 1929-33 foi um abismo a partir do qual o retorno a 1913 tornou-se não apenas impossível, como impensável. Três opções competiam agora pela hegemonia intelectual-política.
(Eric Hobsbawm, Era dos Extremos, p. 111. Adaptado)
Segundo Eric Hobsbawm, uma dessas opções era
[…] tentando compreender a importância dessas viagens exploratórias para os países europeus, é útil recordar que elas não só deram continuidade como aceleraram o processo de “roedura” do continente e tornaram acaloradas as discussões sobre a partilha, precipitadas pela forte crise do Império Otomano e pelo final do trato negreiro. O marco foi a Conferência de Berlim, cujas consequências para a África fazem-se presentes até os dias atuais.
Muito pouco se sabe acerca do ocorrido nos bastidores da diplomacia europeia, capaz de informar propósitos e resultados das negociações que culminaram em um dos períodos mais violentos da época contemporânea. O que parece consensual, no entanto, foram os quatro principais motivos que levaram à realização da Conferência.
(Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula:
visita à História Contemporânea, p. 59)
Um desses principais motivos, segundo a obra citada, foram
[…] não havia maiores diferenças entre as tensões internacionais que levaram à Primeira Guerra Mundial e as que são subjacentes ao perigo de uma terceira, que as pessoas, nos anos 1980, ainda esperam evitar. Nunca houve, desde 1945, a mínima dúvida quanto aos principais adversários numa terceira guerra mundial: os EUA e a URSS. Mas, em 1880, as coalizões de 1914 não eram previstas. Naturalmente, alguns aliados e inimigos potenciais eram fáceis de discernir.
(Eric J. Hobsbawm, A Era dos Impérios, p. 431-432)
Hobsbawm assinala como inimigos fáceis de discernir
A revolução francesa consigna-se desta maneira um lugar excepcional da história do mundo contemporâneo. Revolução burguesa clássica, ela constitui, para a abolição do regime senhorial e da feudalidade, o ponto de partida da sociedade capitalista e da democracia liberal na história da França. Revolução camponesa e popular, porque antifeudal sem compromisso, tendeu por duas vezes a ultrapassar seus limites burgueses […]
(Albert Soboul, A Revolução Francesa, p. 122)
Uma dessas vezes, segundo Soboul, refere-se
A reflexão histórica e social e a ciência política nasceram juntas no Renascimento, num encontro que não foi meramente casual. Desse cruzamento de interesses nasceria outra corrente de pensamento tão original quanto ousada: os utopistas. As obras mais notáveis nesse gênero são a Utopia (1516) de Thomas Morus, a Cidade do Sol (1623) de Campanella e a Nova Atlântida (1626) de Francis Bacon.
(Nicolau Sevcenko, O renascimento, p. 22. Adaptado)
Sobre as três obras utopistas, é correto afirmar que elas, segundo Sevcenko,
O que se deve chamar de feudalismo é o conjunto da formação social dominante no Ocidente da Idade Média Central, com suas facetas política, econômica, ideológica, institucional, social, cultural, religiosa. Uma totalidade histórica, da qual o feudo foi apenas um elemento. No entanto – e procurando não perder essa globalidade de vista –, como examinamos cada uma daquelas facetas nos capítulos correspondentes, vamos aqui nos prender apenas à análise das relações sociais do feudalismo. Ou melhor, do feudo-clericalismo. Este rótulo parece-nos mais conveniente.
(Hilário Franco Júnior,
A Idade Média, nascimento do Ocidente, p. 88-89. Adaptado)
Franco Júnior faz a defesa do termo feudo-clericalismo ao
Uma indicação da expansão demográfica do Ocidente cristão, a partir de meados do século X, está no acentuado crescimento da população urbana naquele período. Enquanto por volta do ano 1 000 talvez não existisse na Europa católica nenhuma cidade com uma população de 10 000 habitantes, no século XIII havia 55 cidades com um número de habitantes superior àquele: duas na Inglaterra, seis na Península Ibérica, oito na Alemanha, 18 na França e Países Baixos, 21 na Itália. Esta última era não apenas a região mais urbanizada do Ocidente como também a que possuía as maiores cidades.
(Hilário Franco Júnior,
A Idade Média, nascimento do Ocidente, p. 23. Adaptado)
Para Hilário Franco Júnior, outro indício dessa expansão demográfica
La nouvelle historire é o título de uma coleção de ensaios editada pelo renomado medievalista francês Jacques Le Goff. A expressão “a nova história” é mais bem conhecida na França e representa a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, que seria convenientemente descrito como “história rankeana”.
(Peter Burke, Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro.
Em: Peter Burke (org.), A escrita da História:
novas perspectivas, p. 9-10. Adaptado)
O contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumido em alguns pontos, entre os quais, é correto considerar que, segundo o paradigma tradicional,
Em seu livro mais influente, A economia antiga, publicado em 1973, Moses Finley fez questão de expor seus pressupostos teóricos. Seus textos não eram apenas um relato ingênuo do que “aconteceu” na História, mas interpretações colocadas no contexto de um debate científico e político mais amplo, que ultrapassava em muito as fronteiras especializadas da História Antiga.
Nos textos de Finley, as Histórias de Grécia e Roma aparecem unificadas. Elas formam um mundo antigo, greco-romano, diferente do Antigo Oriente Próximo.
(Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, p. 36. Adaptado)
Para Finley, a unidade do mundo greco-romano efetiva-se pela
Os historiadores estruturais mostraram que a narrativa tradicional passa por cima de aspectos importantes do passado, que ela simplesmente é incapaz de conciliar, desde a estrutura econômica e social até à experiência e os modos de pensar das pessoas comuns.
(Peter Burke, A história dos acontecimentos e o renascimento
da narrativa. Em: Peter Burke (org.), A escrita da História:
novas perspectivas, p. 338. Adaptado)
Nesse debate, segundo Peter Burke, os historiadores defensores da narrativa observam que a análise de estruturas
No ensaio introdutório desta obra, Ciro Flamarion Cardoso apresenta o quadro epistemológico geral em que se inserem os vários territórios do historiador e os campos de investigação contemplados neste livro, suas potencialidades, dilemas e impasses. Ao fazer um balanço geral da historiografia nos últimos 40 ou 50 anos, Cardoso identificou com nitidez dois grandes paradigmas: o iluminista, partidário de uma história científica e racional e, portanto, convencido da existência de uma realidade social global a ser historicamente explicada.
(Ronaldo Vainfas, Caminhos e descaminhos da História.
Em: Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas,
Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Adaptado)
O segundo paradigma, que completa a ideia exposta no excerto, o pós-moderno, mostra-se