Questões Militares de Português - Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas e Hiatos

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Ano: 2021 Banca: Exército Órgão: EsSA Prova: Exército - 2021 - EsSA - Sargento - Saúde |
Q1879390 Português
Assinale a alternativa em que os vocábulos obedecem às mesmas regras de acentuação gráfica das palavras “temática” e “saúde”, respectivamente:
Alternativas
Q1879012 Português
Nunca imaginei um dia

    Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como "eu jamais vou fazer isso" ou "nem morta eu faço aquilo", limitando minhas possibilidades de descoberta e emoção. Não é fácil libertar-se do manual de instruções que nos autoimpomos. As vezes, leva-se uma vida inteira, e nem assim conseguimos viabilizar esse projeto. Por sorte, minha ficha caiu há tempo.
    Começou quando iniciei um relacionamento com alguém completamente diferente de mim, diferente a um ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro "nunca imaginei um dia". Feitos para ficarem a dois planetas de distância um do outro. Mas o amor não respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão ?onfo~~vel num_ mundo planejado, inaugurei a instab1hdade emocional na minha vida. Prendi a respiração e dei um belo mergulho.
    A partir dai, comecei a fazer coisas que nunca havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos afundei em busca de tartarugas gigantes e peixe~ coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada com cavalos (por causa de um equino que quase me levou ao ch_ão quando eu tinha oito anos), participei da minha primeira cavalgada depois dos 40, em São Francisco de Paula: Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um show: do Zeca Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo Fenô'11eno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico num ,Jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo colorada.
    Meu paladar deixou de ser monótono: comecei a provar alimentos que nunca havia provado antes. E muitas outras coisas vetadas por causa do "medo do ridículo" receberam alvará de soltura. O ridículo deixou de existir na minha vida.
    Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque me permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um caminho sem volta.
    Um mês atrás participei de outro capítulo da série "Nunca im_aginei um dia". Viajei numa excursão, eu que sempre reieIteI essa modalidade turística. Sigo preferindo viajar a dois ou sozinha, mas foi uma experiência fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como destino um pais do circuito Elizabeth Arden (ParisLondr:s-Nova York), mas um pais africano, muçulmano e desértico. Ahás, o deserto de Atacama, no Chile, será meu provável "nunca imaginei um dia" do próximo ano.
     E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de rua.
    Pode colocar a culpa no esplrito natalino: trouxe um bichano de três meses pra casa, surpreendendo minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia de ter uma mãe sem coração. E o que mais me estarrece: estou apaixonada por ele.
    Ainda há muitas experiências a conferir: fazer compras pela internet, andar num balão cozinhar dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle', viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também: deixei de ser tão cética.
    Já que é improvável que o próximo ano seja diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós.


Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível em: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nuncaimaginei-um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev. 2021.
Assinale a opção que apresenta palavras que devem ser acentuadas seguindo, respectivamente, as mesmas regras das palavras em destaque nos trechos: "[ ... ] sempre me senti tão confortável [ ... ]" (2º§); "O ridículo deixou de existir na minha vida." (4º§); e "[ ... ] que a novidade sejamos nós". (10º§) 
Alternativas
Q1872889 Português
Conforme a regra ortográfica apresentada no primeiro quadrinho, deverão ser escritos sem acento gráfico os vocábulos 
Alternativas
Q1872888 Português

No terceiro quadrinho, a personagem menciona duas noções gramaticais: “ditongo” e “paroxítona”.

O vocábulo que exemplifica essas duas noções é 

Alternativas
Ano: 2021 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2021 - EAM - Marinheiro |
Q1870275 Português

Texto 1

Eu sei, mas não devia

        Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

        A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

        A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

        A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

         Agente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando - precisava tanto ser visto.

        A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

        A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. À ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, tançado na infindável catarata dos produtos.

        A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

        A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

        A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Jornal do Brasil, 1972.

Em “A comer sanduíche porque não dá para almoçar.” (3º §), a palavra destacada segue a mesma regra de acentuação da opção:  
Alternativas
Respostas
46: D
47: A
48: C
49: E
50: C