Questões Militares
Sobre acentuação gráfica: proparoxítonas, paroxítonas, oxítonas e hiatos em português
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Texto II
Polícia Militar Ambiental faz um intenso trabalho de controle e combate aos grupos de criminosos adeptos da prática em todo o Estado de São Paulo
O trabalho da Polícia Militar Ambiental em combater os grupos criminosos que soltam balões é incessante em todo o Estado de São Paulo. A árdua missão tem trazido números expressivos de prisões, apreensões e multas em 2017.
De acordo com os números levantados pela Polícia Militar Ambiental, apenas nos primeiros cinco meses de 2017 foram realizadas 41 prisões em flagrante, enquanto em todo o ano de 2016, esse número de detenções por soltura de balões foi de apenas 5. Ainda segundo a PM, 39 balões foram apreendidos até junho deste ano, enquanto, em todo o ano de 2016, esse número ficou em 26. A multa por balão apreendido é de R$ 5 mil.
A polícia acredita que muitos criminosos saem da capital do estado para praticar esse tipo de crime na região de Campinas e Circuito das Águas. “A gente já teve denúncias e realizou operações em locais que as pessoas alugam sítios na região e lá eles realizam eventos com balões no final de semana. Nesse meio tempo, eles soltam balão e fazem confraternizações com churrascos e festas. É uma situação que tem se repetido, pois as chácaras são fechadas e eles acham que ninguém vai atrapalhar. São locais que ficam escondidos por árvores, que cabem bastante pessoas. Um balão grande demanda muita gente para soltura. Eles acham que isso vai viabilizar o crime, mas estamos na cola das pessoas que praticam esse tipo de ação”, afirmou o Tenente Nóbrega. [...]
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/ brasil/2017-06-07/baloes-campinas-policia-militar-ambiental.html. Acesso em 07/06/17)
Texto I
Diálogos
Ele telefonou aflitíssimo.
- Preciso marcar um horário, não é para mim, é para minha filha.
- Que idade tem sua filha?
- Quinze anos.
- Ela quer vir?
- Quer, quer...
Chegam na consulta antes da hora. Agitado, ele fala muito, essa é minha filha, desejo que fale com ela, que a convença a não viajar.
A garota, adolescente, mal-humorada, queixo projetado pra cima, boca cerrada com determinação.
- Vamos entrar? Ana convida os dois.
- Não, não, ela entra sozinha.
A menina levanta-se e dirige-se para a sala de consulta.
- O que trouxe vocês aqui?
- Nada, não tenho o que falar, não tenho o que discutir, não queria vir, não preciso vir aqui. Já falei para o meu pai.
- Mas já que veio, não poderia contar do que se trata?
- Quero viajar, encontrar minha mãe que mora fora, quero ir morar com ela. Meus pais são separados, ele não quer me deixar, mas vou assim mesmo.
- Você tentou falar com ele?
- Não adianta, ele não quer ouvir, e por isso que minha mãe foi embora e eu não quero mais falar disso.
(Estaria repetindo o gesto da mãe, indo embora sem conversa, sem explicação?)
- Parece que o diálogo não é bem-vindo em sua casa.
- Não, levanta-se para sair, não é isso.
- Talvez quisesse que seu pai conversasse com você, em vez de lhe trazer para falar com uma psicóloga que não conhece nem pediu pra conhecer.
Esse é o único momento em que Maria olha de fato para Ana.
- É isso mesmo, diz e dirige-se à porta. Na sala de espera, Ana diz ao pai:
- Sua filha quer que você fale com ela, quer ser ouvida por você, não por mim. Ela não tem o que falar para mim, mas tem muito a dizer a você.
- Não, não, não sei falar com ela, não entendo o que ela diz, é igual à mãe, por isso a trouxe aqui, para que você fale com ela.
- Vamos então falar juntos?
- Não, não posso. Levantam-se e saem para nunca mais voltar.
(LOEB, Sylvia. Diálogos. In: ____. Contos do divã. Cotia: Ateliê Editorial, 2007. P. 73)
Em português, a acentuação gráfica é regida por certas convenções, que podem sofrer alterações de tempos em tempos. Assinale a alternativa na qual todas as palavras devem ser acentuadas, de acordo com as normas vigentes na atualidade.
Aldous Huxley é conhecido mundialmente pela sua novela Admirável mundo novo, publicada em 1932. Nela, ele descreve uma sociedade utópica na qual tudo é planejado e organizado. O Estado controla a vida de seus cidadãos com pleno consentimento. Nessa sociedade nada acontece, pois, a história acabou. Tudo é previsível na vida de seus habitantes, desde seu nascimento até sua morte, que deveria ocorrer aos 60 anos. Há castas intransponíveis, mas todos são felizes. Não há inquietação social. A vida insípida e seus eventuais momentos de angústia ou de depressão são suprimidos com a ingestão do soma, um psicofármaco livremente distribuído para assegurar a euforia na medida necessária.
A novela de Huxley ficou conhecida por retratar o paradoxo de uma utopia que se converte no seu oposto. Mas essa não é a única razão de sua fama internacional. O futuro distópico de Huxley foi profético e muitas das características dessa sociedade imaginária acabaram se concretizando nas últimas décadas.
O mundo foi globalizado, padronizado e dividido entre dois ou três governos transnacionais que controlam as decisões planetárias. A individualidade e a vida privada foram devassadas pela internet. O controle químico da angústia, da ansiedade e do pânico é, atualmente, uma das prioridades das sociedades contemporâneas, pois, uma premissa fundamental das sociedades pós-modernas é que todos têm o dever de sempre estar bem. A governança triunfou sobre a política e as palavras “direita” ou “esquerda” designam apenas a opção entre a dessubjetivização deliberada ou recoberta pela pseudoliberdade das democracias. Todos se tornam normais em relação a uma sociedade imensamente anormal.
(João de Fernandes Teixeira. Adaptado do texto “Regresso ao admirável mundo novo”. Revista Filosofia Ciência & Vida Ed. 122.)
Leia:
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho mais que desejar,
Pois tenho em mim a parte desejada. (Luís de Camões)
Quanto à sílaba tônica, as palavras em destaque são
Assinale a alternativa cujos nomes apresentam acentuação gráfica incorreta.
(Obs.: a sílaba tônica está em destaque.)
O trabalho dignifica o homem. O lazer dignifica a vida.
“Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida.” A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam descanso em prol da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status, dinheiro.
Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não porque são dignas e, sobretudo, necessárias, a vontade de não ser medíocre naquilo que se faz e a recusa à estagnação. Sim, quando ambas comprometem momentos de entretenimento minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Recentemente, um construtor com o qual eu conversava me disse que estava havia nove anos sem férias e lamentou o pouco tempo passado com os netos. O patrimônio milionário veio de dedicação e empenho. Mas custou caro também. Admirei a trajetória, a abdicação. Entretanto, senti um pesar por aquele homem com conta bancária polpuda e rosto abatido. Na hora me perguntei se era realmente preciso escolher entre sucesso e diversão. Evidentemente, não. É simples e absolutamente viável conciliar o suor da batalha com mergulhos no mar, planilhas Excel com caipirinhas em fins de tarde.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e viagens de barco.
Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão. Pessoas que, por meio de suas atribuições, transformam o mundo, sentem-se úteis, reforçam talentos. Mas até essas se esgotam. É o famoso caso do jogador de futebol que, estressado com as cobranças do time, vai jogar uma “pelada” para relaxar.
Desculpe a petulância ao discordar, Confúcio, mas ainda que trabalhemos com o que amamos, será sempre trabalho. Muitas vezes prazeroso, outras tantas edificante..., mas nunca capaz, sozinho, de suprir toda uma vida. Arregacemos as mangas conscientes de que os pés na areia da praia e as rodas de amigos em bares são combustíveis importantes para o bom andamento da labuta diária.
Larissa Bittar (Adaptado).
htlp://www.revÍstabula.com/7523-o-trabalho-dignifica-o-homem-o-lazer-dignifica-a-vida/
Selfies
Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso indiscriminado dos celulares. Fossem só para falar, já seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias, e com isso somos invadidos no Facebook com imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo, brownie e feijoada. Se depender do que vejo com meus filhos - dez e 12 anos -, o tempo dos “selfies” está de todo modo chegando ao fim. Eles já começam a achar ridícula a mania de tirar retratos de si mesmos em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas.
“'Fulaninha? Tira foto na frente do espelho.” Hábito que pode ser compreensível, contudo. Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma física, registrando seus progressos semanais. Ou apenas entregue, no início da adolescência, à descoberta de si mesmo.
A bobeira se revela em outras situações: é o caso de quem tira um “selfie” tendo ao fundo a torre Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou Cauã Reymond.
Seria apenas o registro de algo importante que nos acontece - e tudo bem. O problema fica mais complicado se pensarmos no caso das fotos de comida. Em primeiro lugar, vejo em tudo isso uma espécie de degradação da experiência.
Ou seja, é como se aquilo que vivemos de fato - uma estada em Paris, o jantar num restaurante - não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.
Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na viagem, em vez de simplesmente viajar, posso estar fugindo das minhas próprias sensações. [...]
Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo não precisa viajar para lugar nenhum. A complicação não surge do sujeito, surge do objeto. O que me incomoda é a torre Eiffel: o que fazer com ela? O que fazer de minha relação com a torre Eiffel?
Poderia unir-me a paisagem, sentir como respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro rendilhado que fosforesce ao sol, fazer-me diminuir entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem clero e sem paredes.
Perco tempo no centro imóvel desse mecanismo, que é como o ponteiro único de um relógio que tem seu mostrador na circunferência do horizonte. Grupos de turistas se fazem e desfazem, há ruídos e crianças.
Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo se fechou no visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo uma careta idiota: dou de costas para o monumento, mas estou na verdade dando as costas para a vida.
[...]
Talvez as coisas não sejam tão desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos, depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe climática que destruam o mundo civilizado, um pesquisador recupere os “selfies” e as fotos de batata frita.
“Como as pessoas eram felizes naquela época!” A alternativa seria dizer: “Como eram tontas! Dependerá, por certo, dos humores do pesquisador. COELHO, Marcelo. Disponível em: <http://www1 .folha. uol.com.br/fsp/ilustrad a/162525- selfies.shtml>. Acesso em 19 mar. 2017
Vidas curtas
O Brasil tem assistido a um aumento crescente de mortes violentas entre os jovens. Enquanto a população em geral teve queda de mortalidade de 1980 a 2004, passando de 633 mortes em cada 100 mil habitantes para 568, a mortalidade na faixa de 15 a 24 anos aumentou de 128 a cada 100 mil jovens para 133, nesse período, de acordo com dados do Ministério da Justiça (MJ). Essa situação preocupante divide a opinião de especialistas que veem diferentes causas e soluções para o problema.
De acordo com o último Mapa da Violência do Ministério da Justiça, elaborado anualmente em parceria com o Instituto Sangari – organização não governamental presente em 17 países – a maioria dessas mortes é violenta e causada por fatores externos, como homicídio, suicídio e acidente de trânsito. Em 2008, último ano analisado pelo estudo, essas três causas foram responsáveis por 62,9% das mortes dos jovens brasileiros. Na população adulta, apenas 10% se deram por essas razões. (...)
O sociólogo Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa, vê na cultura, mais especificamente na educação, uma forte aliada. “O Brasil é um país continental que exige uma estratégia de mesmas proporções. São necessárias medidas de grande impacto. A melhor ferramenta é a educação”, afirma. “A escola tem um papel fundamental porque, além de ser ela mesma um foco de violência, o que precisa ser mudado, ela tem o poder da transformação pelos estudos.”
(Revista Ciência Hoje. nº. 282, volume 47, junho 2011, pág. 50-52 / fragmento com adaptações)
Preencha os parênteses com o número correspondente à regra de acentuação gráfica das palavras grifadas. Em seguida, assinale a alternativa que contém a sequência correta. (Alguns números poderão ser utilizados mais de uma vez e outros poderão não ser usados.)
(1) As proparoxítonas são todas acentuadas.
(2) Quando a segunda vogal do hiato for i ou u tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento.
(3) São acentuadas as oxítonas que terminam em a,as, e, es, o, os, em, ens.
(4) São acentuados os monossílabos tônicos terminados em a,as, e, es, os,os.
“O sociólogo ( ) Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa, vê ( ) na cultura, mais especificamente na educação, uma forte aliada. “O Brasil é ( ) um país ( ) continental...”
TEXTO 1