Questões Militares de Português - Interpretação de Textos
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Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.
No primeiro período do último parágrafo, o vocábulo “onde”
refere-se a “casa de farinha”.
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.
Em “O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do
barro que depois é pisoteado, amassado e moldado”, a
substituição do trecho “é pisoteado, amassado e moldado”
por se pisoteia, se amassa e se molda preservaria a correção
gramatical do texto.
No que se refere às ideias do texto CB2A1-I, julgue o item a seguir.
O penúltimo parágrafo do texto informa que a senhora que
sofria com dor de cabeça alcançou a graça esperada antes
mesmo de dona Irinéia concluir a escultura de cabeça que
havia sido encomendada.
No que se refere às ideias do texto CB2A1-I, julgue o item a seguir.
As informações veiculadas no texto permitem concluir que
os únicos serviços públicos prestados à comunidade de
Muquém são os de saúde e educação.
No que se refere às ideias do texto CB2A1-I, julgue o item a seguir.
Conforme o texto, quanto mais encomendas dona Irinéia
recebia, mais criativa e imaginativa ela se tornava.
No que se refere às ideias do texto CB2A1-I, julgue o item a seguir.
Depreende-se do texto que as esculturas de mestra Irinéia
apresentam um tipo de narrativa que representa e preserva a
memória de sua comunidade.
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item.
Mantendo-se a correção gramatical e o sentido original do
texto, o trecho “Quanto mais imperfeita é a sociedade, menos
liberdade os indivíduos possuem e maior é a tendência de
convivência impossível.” (quarto parágrafo) poderia ser
reescrito da seguinte forma: Na medida que é mais
imperfeita a sociedade, menos liberdade tem os indivíduos e
maior é a tendência de convivência impossível.
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item.
No terceiro período do segundo parágrafo, a expressão “não
democrática” poderia ser corretamente substituída por
ademocrática, sem prejuízo dos sentidos originais do texto.
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item.
De acordo com o terceiro parágrafo do texto, os problemas
da sociedade real são infinitos.
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item.
Segundo as ideias do texto, a liberdade deve subjazer à ideia
de sociedade.
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
No final do segundo parágrafo, a substituição do termo “os
quais” por onde manteria a correção gramatical e o sentido
do texto.
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
Infere-se do segundo parágrafo que, no trecho “pelo menos
os dos países periféricos”, está elíptica a palavra Estados
após o vocábulo “os”.
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
A locução verbal “tem limitado” (último período do segundo
parágrafo) poderia ser substituída por vem limitando, sem
alteração do sentido do texto.
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
No segundo parágrafo, o segmento “espaços privilegiados de
exercício da cidadania” qualifica o termo “Estados
nacionais”.
Considerando as ideias do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
De acordo com o segundo parágrafo do texto, a globalização
consiste na “expansão do conjunto de transformações
socioculturais, tecnológicas e econômicas”.
Assinale a alternativa correta com relação aos elementos da estrutura dos textos I e II.
Assinale a única opção CORRETA. Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras diferentes:
I. Retificadas as placas, pelo síndico será marcada uma reunião para discussão de outros problemas do prédio. Retificadas as placas pelo síndico, será marcada uma reunião para discussão de outros problemas do prédio.
II. As placas dos elevadores serão trocadas, de imediato, pelo síndico do prédio. As placas dos elevadores serão trocadas de imediato pelo síndico do prédio.
III. É necessário corrigir essas placas de aviso, que estão com emprego inadequado de palavras. É necessário corrigir essas placas de aviso que estão com emprego inadequado de palavras.
Com a pontuação diferente, ocorreu alteração de significado em:
Mesmo?
Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem, nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada com a situação que sempre perdia no quesito argumentação.
Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto esperávamos pelo elevador, eu comentei:
— Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!
— Oi?
— Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. ”
— E daí?
— E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.
— Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos ou não entrar.
— Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração, não uma palavra, Maurício.
— Exemplo?
— Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu? Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.
— Isso é uma indireta, Cíntia?
— Não, é direta mesmo.
— E esse “mesmo” de agora?
— É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador chegou. Vamos.
— Mesmo? Hahaha...
— Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí.
Chegando, eu retirei as minhas roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu um telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:
— Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.
— Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?
— E esse “mesmo”?
— Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.
Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que ele ensaiava nas nossas brigas:
— Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida dos lugares onde digo que estou.
— É mesmo? Fiquei lisonjeada...
— Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.
— Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres são? De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de mulher, por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu senti!
— Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas), com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer saber? Vou embora. Passar bem. E saiu correndo do meu apartamento.
E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha de me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-me de roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na frente do carro dele e disse:
— Daqui você não sai.
Ele, frio como um iceberg, respondeu:
— Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.
— Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.
— Ele, divertindo-se com a situação, disse:
— Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?
— “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto, Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?
— É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.
Deu ré e foi embora.
Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho com quem eu pudesse contar.
E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua?
Mesmo...
CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de
português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.
Adolescer: o luto pelo fim da infância e o medo da vida adulta
Bebel Soares*
Texto 2A2-I
O termo “refugiado ambiental” é utilizado para se referir às pessoas que fogem de onde vivem, em razão de problemas como seca, erosão dos solos, desertificação, inundações, desmatamento, mudanças climáticas, entre outros. A migração causada por eventos climáticos não é nova, mas tende a intensificar-se. O tema é bastante atual, mas, na obra Vidas Secas, o escritor Graciliano Ramos já tratava, embora com outras palavras, dos refugiados do clima do semiárido brasileiro.
Vidas Secas não é um romance de seca, no entanto. A centralidade dessa obra literária está em um “ano bom”, ou seja, um ano de chuvas na caatinga. O sétimo capítulo, localizado bem no centro da obra, composta por 13 capítulos, é intitulado “Inverno”, o que remete ao período de chuvas na região. Essa visão contraria certa leitura superficial da obra.
Graciliano Ramos acreditava em um mundo com mais justiça social e menos desigualdades no Nordeste, para o que era necessário transformar o modelo de sociedade extremamente perverso que caracterizava as relações sociais no meio rural.
Ao mostrar a vida da uma família de sertanejos durante um ano de “inverno”, com relativa segurança e estabilidade, o escritor alagoano questionou as relações sociais excludentes e tensivas, que impediam essa família de viver com mais estabilidade no Nordeste brasileiro.
Na obra, quando a família ocupou uma fazenda abandonada, no fim de uma seca, o vaqueiro parecia satisfeito. Mas suas esperanças esmoreceram, pois as chuvas vieram e, com elas, também o proprietário da fazenda, sob o domínio do qual o vaqueiro passou a viver, sendo humilhado, enganado, animalizado.
Somente com muita insistência, Fabiano conseguiu ficar trabalhando ali como vaqueiro. Moraria com a família pouco “mais de um ano” numa “casa velha” da fazenda.
Para o escritor de Vidas Secas, a opressão à família de Fabiano era causada por questões sociais, não pela seca. Caso tivesse acesso à terra e à água, a família conseguiria obter o sustento, como resultado do seu esforço e trabalho.
A condição climática natural da caatinga era instrumentalizada pelos latifundiários para a exploração de uma população extremamente vulnerável à seca, como era o caso da família de Fabiano e sinhá Vitória.
A concentração fundiária era, e continua sendo, uma das formas mais perversas de impedir a autonomia dos pequenos produtores rurais do semiárido brasileiro. O romance denuncia a realidade social dos sertanejos pobres que viviam no Nordeste da época, cujo cotidiano era marcado pela opressão, humilhação, miséria, espoliação econômica e extremas privações, sobretudo nos períodos de seca.
Internet: <https://www.letrasambientais.org.br>
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto 2A2-I, julgue o item que se segue.
O termo “esmoreceram” (quinto parágrafo) está empregado
no texto com o mesmo sentido de enfraqueceram.