Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2022 - PM-SP - Soldado da Polícia Militar |
Q1963654 Português
Atenção: a questão deve ser respondida a partir do Texto II.


Texto II

   Além de ter palmeiras onde canta o sabiá, minha terra tem um monumento muito visitado. E para chegar até o Cristo Redentor, uma das maneiras mais práticas é pegar o trenzinho que sobe até o topo do Corcovado, através de um trilho que atravessa a floresta.

     Em um dos trechos, o trem segue mata adentro até fazer uma curva, na qual um clarão na mata e o vão das alturas descortinam uma vista deslumbrante. É a Cidade Maravilhosa vista de cima.
   
   O trecho ficou conhecido como “A curva do ohhhh”, em função da representação onomatopeica da interjeição, produzida pelos turistas que seguem no trem rumo à estátua mais famosa do Brasil. Tão certo como encontrar o Redentor de braços abertos é escutar o “ohhhhhh” em uníssono, expressado pelos passageiros rumo ao Cristo.
     
     Em Paris, acontece algo semelhante na linha 6 do metrô. Durante a ligação entre as estações de Bir-Hakeim e Passy, o trem passa por cima do rio Sena, atravessando a ponte Bir-Hakeim na superfície. A Torre Eiffel, exibida que é, aparece toda frondosa e não há passageiro que resista.
     
      Não chega a ser um “ohhhh” tão expressivo quanto acontece sobre os trilhos cariocas, mas já vi mesmo o mais concentrado ou sisudo francês largar um livro, parar de mexer no celular ou simplesmente desviar um pouco os pensamentos e dar uma espiadinha na velha dama de ferro imponente.

(Somos todos turistas – Crônicas de Paris. Disponível em https://cronicasdeparis.com/index.php/2017/07/02/somos-todos-turistas/)
No caso do trem do Corcovado, o termo “ohhhh” indica 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2022 - PM-SP - Soldado da Polícia Militar |
Q1963649 Português
Atenção: a questão deve ser respondida a partir do Texto II.


Texto II

   Além de ter palmeiras onde canta o sabiá, minha terra tem um monumento muito visitado. E para chegar até o Cristo Redentor, uma das maneiras mais práticas é pegar o trenzinho que sobe até o topo do Corcovado, através de um trilho que atravessa a floresta.

     Em um dos trechos, o trem segue mata adentro até fazer uma curva, na qual um clarão na mata e o vão das alturas descortinam uma vista deslumbrante. É a Cidade Maravilhosa vista de cima.
   
   O trecho ficou conhecido como “A curva do ohhhh”, em função da representação onomatopeica da interjeição, produzida pelos turistas que seguem no trem rumo à estátua mais famosa do Brasil. Tão certo como encontrar o Redentor de braços abertos é escutar o “ohhhhhh” em uníssono, expressado pelos passageiros rumo ao Cristo.
     
     Em Paris, acontece algo semelhante na linha 6 do metrô. Durante a ligação entre as estações de Bir-Hakeim e Passy, o trem passa por cima do rio Sena, atravessando a ponte Bir-Hakeim na superfície. A Torre Eiffel, exibida que é, aparece toda frondosa e não há passageiro que resista.
     
      Não chega a ser um “ohhhh” tão expressivo quanto acontece sobre os trilhos cariocas, mas já vi mesmo o mais concentrado ou sisudo francês largar um livro, parar de mexer no celular ou simplesmente desviar um pouco os pensamentos e dar uma espiadinha na velha dama de ferro imponente.

(Somos todos turistas – Crônicas de Paris. Disponível em https://cronicasdeparis.com/index.php/2017/07/02/somos-todos-turistas/)
A estruturação do Texto II se apoia 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2022 - PM-SP - Soldado da Polícia Militar |
Q1963645 Português

Atenção: a questão deve ser respondida a partir do Texto I.



Texto I


“É preciso fazer uma reflexão. O turismo e os turistas que chegam a Florianópolis causam uma agonia. A invasão das praias mostra um retrato do Brasil popular, mas sem nenhuma delicadeza. Me sinto encurralado pelos hábitos de mal gosto de grande parcela dos turistas que acham que som alto à beira mar e lixo jogado em todo canto fazem parte do relax das férias. Não compreendo essa identidade do brasileiro do quanto mais bagunçado melhor. Tudo pode em nome da liberdade individual e do politicamente correto. E não bastasse o comportamento dos que chegam de fora, os locais acabam cooperando, liberando seus instintos, juntando-se à bagunça geral. E os preços então? Uma explosão numérica sem limites. Mas enfim, deve ser essa a tão sonhada identidade brasileira.”

(PRATA, Anselmo. Turismo em Santa Catarina – Vale a pena? Disponível em https://www.ronaud.com/sociedade/turismo-em-santa-catarina/)


O Texto I mostra uma reflexão do seu autor, segundo é dito na frase inicial do texto.
Assinale a opção que apresenta a atitude que marca tal reflexão. 
Alternativas
Q1963090 Português

ILHA VISITÁVEL


Carlos Castelo

7 de abril de 2022



                    Eu sou a crônica, sou natural ali do Rio de Janeiro. Sou eu quem leva o dia a dia para milhões de brasileiros.

                    Esse ano completo 170 primaveras em nossas plagas. Não é pouca coisa. Após tanto tempo, posso afirmar até com certo orgulho: mesmo quem não frequenta jornais e revistas, me conhece. Já viu o Veríssimo, o Otto, a Clarice em minha companhia. Se não reparou, agora vou jogar pesado. Perdoe-me o leitor por abrir um parêntese tão avantajado, mas notem o que Machado de Assis – o próprio, de fardão e pincenê – declarou a meu respeito: 

                   Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma dizia que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopada do que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica.

                    Era só o começo. Andei na pena e no tinteiro de um sem-número de coroados das letras nacionais. Bandeira disse que sou um conjunto de quase nadas. Drummond foi mais longe, defendeu a minha inutilidade:

                    O inútil tem sua forma particular de utilidade. É a pausa, o descanso, o refrigério do desmedido afã de racionalizar todos os atos de nossa vida (e a do próximo) sob o critério exclusivo de eficiência, produtividade, rentabilidade e tal e coisa. Tão compensatória é essa pausa que o inútil acaba por se tornar da maior utilidade, exagero que não hesito em combater, como nocivo ao equilíbrio moral.

                    E não são apenas poetas apontando a minha conveniência. Eis aí o crítico Antonio Candido, que não me deixa mentir (apesar de que, como sou cruza de ficção com jornalismo, até poderia). 

                    A crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas.

                    Era para ficar inflada de contentamento. Acontece que, apesar de tanta fortuna crítica, desafortunadamente os anos 20 de hoje não são os 50 do século passado. [...] 

                    De lá para cá, muita coisa mudou. Jornais e revistas estão longe de ser o que foram sob Samuel Wainer ou Assis Chateaubriand. Minha presença era massiva, terminou sendo substituída por fotos de pratos de comida, gatinhos fofos, cãezinhos hilários, frases de autoajuda e dancinhas nas redes sociais.

                    Os candidatos a me representar foram minguando. Refiro-me aos ótimos, os regulares fervilham por aí. Entretanto, como os talentosos ainda existem e não desistem, vou ocupando espaços como este. 

                    Afinal, eu sou a crônica. Nunca pretendi ser monumental, nem ciência exata. Sempre fui, e serei, como dizia o poeta, uma ilha visitável, sem acomodações de residência. 


Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/ilha-visitavel/. Acesso em: 18 de abr. 2022.
A partir da leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA. 
Alternativas
Q1961075 Português

O copo de café quente do McDonald's.



      (I) ____ (Por que, Por quê, Porque, Porquê) um processo é considerado frívolo? Um exemplo é o caso ocorrido, por conta de um acidente entre a rede McDonald's e Stella Liebeck, o qual originou um processo. Quase todos parecem saber disso. E (II) ___ (a, à, á, há) uma boa chance de tudo o que se acredita estar errado.

      Em 1992, Stella Liebeck, de 79 anos, comprou uma xícara de café para viagem em um drive-thru do McDonald's, em Albuquerque, e o derramou em seu colo. Conjecturou-se: O café não deveria estar quente? O McDonald's não derramou o café nela? Ela derramou o café em si (III) ____________ (mesmo, mesma)? Ela estava dirigindo o carro? Ela não prestou atenção no café?

      Fatos: Stella Liebeck não estava dirigindo quando derramou o café, nem o carro estava em movimento. Ela era a passageira de um veículo que estava parado no estacionamento do McDonald's, no qual, ela havia comprado o café. Ela estava com o copo entre os joelhos, enquanto removia a tampa para adicionar o creme e o açúcar, quando o copo tombou e derramou todo o conteúdo em seu colo.  

      A mensagem do júri: o café não estava apenas quente, mas perigosamente quente. A política corporativa do McDonald's era servi-lo a uma temperatura que pudesse causar queimaduras graves em segundos. Os ferimentos de Liebeck estavam longe de ser frívolos. Ela estava vestindo uma calça de moletom que absorveu o café e o manteve contra a pele. Ela sofreu queimaduras de terceiro grau (o tipo mais sensível) e precisou de enxertos de pele na parte interna das coxas e em outros lugares.

      O júri teve acesso a processos similares durante o julgamento: o caso de Liebeck estava longe de ser um evento isolado. O McDonald's recebeu mais de 700 relatórios prévios de danos causados por seu café, incluindo relatos de queimaduras de terceiro grau, e pagou indenizações em alguns casos. Liebeck propôs receber US$ 20.000 para cobrir suas despesas médicas e perda de renda, mas o McDonald's nunca ofereceu mais de US$ 800, então o caso foi a julgamento.

      O júri considerou Liebeck parcialmente culpada por seus ferimentos, reduzindo a compensação no acordo. Mas o prêmio de indenização punitiva do júri ganhou as manchetes. Apesar de centenas de pessoas terem sofrido ferimentos similares. Ciente da procrastinação do McDonald's, o júri concedeu à Liebeck o equivalente a dois dias de receita de vendas de café.

      Isso não foi, no entanto, o fim de tudo. A indenização original por danos punitivos foi finalmente reduzida em mais de 80% pelo juiz e, para evitar o que provavelmente seriam anos e anos de apelações, Liebeck e o McDonald’s chegaram a um acordo sigiloso.

Com foco na compreensão do texto, Bechara (2019, p. 616) explica que a compreensão de texto consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. E interpretação consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. Assim sendo, leia as alternativas e selecione a única proposição correta.
Alternativas
Q1944843 Português





(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)



(GOELLNER, Silvana Vilodre. “A produção cultural do corpo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). Corpo, gênero e sexualidade; um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 28-29.)
Imagem associada para resolução da questão


Considerando o Texto IV e os trechos dele extraídos, assinale a alternativa em que o termo referente do pronome grifado é o substantivo “corpo”. 
Alternativas
Q1944842 Português





(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)



(GOELLNER, Silvana Vilodre. “A produção cultural do corpo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). Corpo, gênero e sexualidade; um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 28-29.)
Sobre as relações propostas entre argumentos do Texto IV e os demais textos desta prova, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q1944841 Português





(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)



(GOELLNER, Silvana Vilodre. “A produção cultural do corpo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). Corpo, gênero e sexualidade; um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 28-29.)
O objetivo principal do Texto IV é
Alternativas
Q1944840 Português

(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)
Alguns recursos linguísticos empregados na construção do Texto III têm a função de demonstrar um posicionamento contrário em relação à visão científica sobre o crime e o criminoso exposta nos Textos I e II. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um desses recursos.
Alternativas
Q1944839 Português

(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)
Na leitura que Machado de Assis faz do julgamento de Manuel de Souza e Silva, o seu olhar se concentra
Alternativas
Q1944837 Português

(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)
No Texto III, o narrador posiciona-se sobre os seguintes aspectos: as notícias policiais dos jornais e o embasamento científico da investigação dos médicos legistas no caso do assassinato em análise. A opinião do narrador sobre esses aspectos é, respectivamente, de  
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Q1944836 Português

(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)
O Texto III é construído a partir da visão do narrador a respeito de uma notícia da semana anterior. Sobre a posição desse narrador em relação à notícia da morte de João Ferreira da Silva, é correto afirmar que
Alternativas
Q1944834 Português


(LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente. Tradução, atualização, notas e comentários de Maristela Tomasini e Oscar Antonio Corbo Garcia. Porto alegre: Ricardo Lenz Editor, 2001, p. 247-248)
A forma de escrita do Texto II reúne recursos de linguagem que têm por objetivo transmitir confiança ao leitor, demonstrando o caráter científico das constatações apresentadas. Assinale a única alternativa que NÃO comprova esse aspecto.  
Alternativas
Q1944832 Português


(LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente. Tradução, atualização, notas e comentários de Maristela Tomasini e Oscar Antonio Corbo Garcia. Porto alegre: Ricardo Lenz Editor, 2001, p. 247-248)
Assinale a alternativa INCORRETA sobre o Texto II.
Alternativas
Q1944829 Português


(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)
No Texto I, na conclusão do inquérito, que atribuiu a autoria do crime a Manuel de Souza e Silva, teve papel decisivo a
Alternativas
Q1944828 Português


(ASSIS, Machado de. A Semana – 165. Edição, apresentação e notas por John Gledson. In: Machadiana Eletrônica, Vitória, v. 4, n.9, p. s-s, jul.-dez. 2021.- com adaptações.)
Considerando a sequência de notícias apresentada ao longo dos dias (Texto I), julgue as afirmativas a seguir, considerando o processo de investigação do crime.

I - As notícias dos dias 23 a 25 são dispensáveis para se compreender a motivação do crime e a identificação do criminoso, pois tais informações já podem ser compreendidas na notícia do dia 22.
II - O papel das testemunhas tem relevância para o desfecho da investigação, mas não é o único elemento levado em consideração pelas autoridades policiais.
III - As notícias dos dias 23 e 24 revelam que a investigação do crime procura basear-se em dados tidos como científicos naquela época.
IV - A notícia do dia 25 revela uma mudança no rumo das investigações, ao divulgar a descoberta de que o suspeito era um homem procurado pela polícia por já ter cometido outro homicídio no passado.

A partir da análise das afirmativas, conclui-se que
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Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Aluno - Oficial PM |
Q1940695 Português

Leia o poema “Adeus, meus sonhos!”, do poeta Álvares de Azevedo, para responder à questão.


        Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! 

        Não levo da existência uma saudade!         

        E tanta vida que meu peito enchia              

         Morreu na minha triste mocidade!                


           Misérrimo! votei meus pobres dias                

            À sina doida de um amor sem fruto…            

           E minh’alma na treva agora dorme                

            Como um olhar que a morte envolve em luto.


          Que me resta, meu Deus?!… morra comigo

          A estrela de meus cândidos amores,           

           Já que não levo no meu peito morto             

          Um punhado sequer de murchas flores!      

(Lira dos vinte anos, 1996.)

O tom predominante no poema é de
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Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Aluno - Oficial PM |
Q1940687 Português

Leia o trecho inicial do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.


        Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

        — Continue, disse eu acordando.

        — Já acabei, murmurou ele.

        — São muito bonitos.

        Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” — “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” — “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”

    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

(Dom Casmurro, 2016.)

Os termos sublinhados no último parágrafo do texto referem-se, respectivamente, a
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Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Aluno - Oficial PM |
Q1940686 Português

Leia o trecho inicial do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.


        Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

        — Continue, disse eu acordando.

        — Já acabei, murmurou ele.

        — São muito bonitos.

        Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” — “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” — “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”

    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

(Dom Casmurro, 2016.)

No trecho, o narrador dirige-se diretamente a seu leitor, conforme se observa em:
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Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Aluno - Oficial PM |
Q1940685 Português

Leia o trecho inicial do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.


        Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

        — Continue, disse eu acordando.

        — Já acabei, murmurou ele.

        — São muito bonitos.

        Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” — “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” — “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”

    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

(Dom Casmurro, 2016.)

No último parágrafo, o estilo adotado pelo narrador pode ser caracterizado como
Alternativas
Respostas
401: E
402: B
403: A
404: E
405: E
406: C
407: B
408: B
409: D
410: D
411: A
412: C
413: B
414: A
415: B
416: C
417: A
418: D
419: E
420: A