Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
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A tecnologia contra o vírus
Além de confrontar a humanidade, em nível pessoal e civilizacional, um dos efeitos da pandemia é transportar o futuro de um horizonte longínquo para o aqui e agora. Com o confinamento generalizado, a sociedade está sofrendo um choque de digitalização. Mas enquanto o mundo do trabalho e o do lazer têm tempo para se adaptar a esse futuro tornado prematuramente contemporâneo pela força de um vírus, aqueles que combatem este vírus com tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica e big data precisam acelerar dramaticamente seus procedimentos para enfrentar a velocidade da sua disseminação. Afinal, além de permitir a continuidade do trabalho e das relações sociais, essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha.
Segundo a revista especializada em saúde STAT, a IA está sendo experimentada pelas redes hospitalares para pré- -examinar e instruir possíveis infectados; identificar pacientes de alto risco para que os médicos possam se antecipar proativamente; examinar profissionais de saúde na linha de frente; detectar a covid-19 e diferenciá-la de outras doenças respiratórias; prever quais quadros irão se deteriorar; rastrear leitos e equipamentos; acompanhar os pacientes fora do hospital; detectar a distância altas temperaturas e impedir que pessoas doentes entrem em espaços públicos; e avaliar respostas a tratamentos experimentais.
Além disso, a IA pode acelerar a criação de remédios e vacinas, prever a evolução da epidemia, mensurar o impacto de políticas públicas e aprimorá-las para nos defender contra os surtos futuros que com toda probabilidade virão.
Um rastreamento robusto do vírus é decisivo para frear os primeiros estágios de um surto e será decisivo para as estratégias de transição da quarentena para as atividades normais. O procedimento tradicional de rastrear e notificar os contatos de um infectado é lento, mas pode ser feito instantaneamente através da localização e dos dados dos celulares e de aplicativos para notificação de resultados positivos.
Em tempos excepcionais, os processos regulatórios também precisam avançar em condições excepcionais. Como tudo o mais nesta pandemia, a chave está na agilidade. Assim como os tecnólogos estão acelerando seus processos de criação e produção de novas máquinas, as agências reguladoras, autoridades políticas e sociedade civil precisarão acelerar o processo de deliberação sobre o que é ou não aceitável. Como em todo avanço científico e tecnológico, as soluções virão por sucessivas tentativas e erros. A única atitude inaceitável é não tentar.
(Estadão. Opinião. https://opiniao.estadao.com.br, 20.04.2020. Adaptado)
A tecnologia contra o vírus
Além de confrontar a humanidade, em nível pessoal e civilizacional, um dos efeitos da pandemia é transportar o futuro de um horizonte longínquo para o aqui e agora. Com o confinamento generalizado, a sociedade está sofrendo um choque de digitalização. Mas enquanto o mundo do trabalho e o do lazer têm tempo para se adaptar a esse futuro tornado prematuramente contemporâneo pela força de um vírus, aqueles que combatem este vírus com tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica e big data precisam acelerar dramaticamente seus procedimentos para enfrentar a velocidade da sua disseminação. Afinal, além de permitir a continuidade do trabalho e das relações sociais, essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha.
Segundo a revista especializada em saúde STAT, a IA está sendo experimentada pelas redes hospitalares para pré- -examinar e instruir possíveis infectados; identificar pacientes de alto risco para que os médicos possam se antecipar proativamente; examinar profissionais de saúde na linha de frente; detectar a covid-19 e diferenciá-la de outras doenças respiratórias; prever quais quadros irão se deteriorar; rastrear leitos e equipamentos; acompanhar os pacientes fora do hospital; detectar a distância altas temperaturas e impedir que pessoas doentes entrem em espaços públicos; e avaliar respostas a tratamentos experimentais.
Além disso, a IA pode acelerar a criação de remédios e vacinas, prever a evolução da epidemia, mensurar o impacto de políticas públicas e aprimorá-las para nos defender contra os surtos futuros que com toda probabilidade virão.
Um rastreamento robusto do vírus é decisivo para frear os primeiros estágios de um surto e será decisivo para as estratégias de transição da quarentena para as atividades normais. O procedimento tradicional de rastrear e notificar os contatos de um infectado é lento, mas pode ser feito instantaneamente através da localização e dos dados dos celulares e de aplicativos para notificação de resultados positivos.
Em tempos excepcionais, os processos regulatórios também precisam avançar em condições excepcionais. Como tudo o mais nesta pandemia, a chave está na agilidade. Assim como os tecnólogos estão acelerando seus processos de criação e produção de novas máquinas, as agências reguladoras, autoridades políticas e sociedade civil precisarão acelerar o processo de deliberação sobre o que é ou não aceitável. Como em todo avanço científico e tecnológico, as soluções virão por sucessivas tentativas e erros. A única atitude inaceitável é não tentar.
(Estadão. Opinião. https://opiniao.estadao.com.br, 20.04.2020. Adaptado)
A tecnologia contra o vírus
Além de confrontar a humanidade, em nível pessoal e civilizacional, um dos efeitos da pandemia é transportar o futuro de um horizonte longínquo para o aqui e agora. Com o confinamento generalizado, a sociedade está sofrendo um choque de digitalização. Mas enquanto o mundo do trabalho e o do lazer têm tempo para se adaptar a esse futuro tornado prematuramente contemporâneo pela força de um vírus, aqueles que combatem este vírus com tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica e big data precisam acelerar dramaticamente seus procedimentos para enfrentar a velocidade da sua disseminação. Afinal, além de permitir a continuidade do trabalho e das relações sociais, essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha.
Segundo a revista especializada em saúde STAT, a IA está sendo experimentada pelas redes hospitalares para pré- -examinar e instruir possíveis infectados; identificar pacientes de alto risco para que os médicos possam se antecipar proativamente; examinar profissionais de saúde na linha de frente; detectar a covid-19 e diferenciá-la de outras doenças respiratórias; prever quais quadros irão se deteriorar; rastrear leitos e equipamentos; acompanhar os pacientes fora do hospital; detectar a distância altas temperaturas e impedir que pessoas doentes entrem em espaços públicos; e avaliar respostas a tratamentos experimentais.
Além disso, a IA pode acelerar a criação de remédios e vacinas, prever a evolução da epidemia, mensurar o impacto de políticas públicas e aprimorá-las para nos defender contra os surtos futuros que com toda probabilidade virão.
Um rastreamento robusto do vírus é decisivo para frear os primeiros estágios de um surto e será decisivo para as estratégias de transição da quarentena para as atividades normais. O procedimento tradicional de rastrear e notificar os contatos de um infectado é lento, mas pode ser feito instantaneamente através da localização e dos dados dos celulares e de aplicativos para notificação de resultados positivos.
Em tempos excepcionais, os processos regulatórios também precisam avançar em condições excepcionais. Como tudo o mais nesta pandemia, a chave está na agilidade. Assim como os tecnólogos estão acelerando seus processos de criação e produção de novas máquinas, as agências reguladoras, autoridades políticas e sociedade civil precisarão acelerar o processo de deliberação sobre o que é ou não aceitável. Como em todo avanço científico e tecnológico, as soluções virão por sucessivas tentativas e erros. A única atitude inaceitável é não tentar.
(Estadão. Opinião. https://opiniao.estadao.com.br, 20.04.2020. Adaptado)
Leia a tira.
(André Dahmer, “Não há nada acontecendo”. Folha de S.Paulo, 09.07.2020)
No segundo e no terceiro quadrinhos, as falas do personagem fundamentam-se no pressuposto de que
1. A autora não concorda com o político russo, Lênin, acerca da avaliação que ele fez a respeito da violência do século XX.
2. Segundo Arendt, existe um fator relativo à belicosidade e à violência na atualidade que não foi considerado pelo político russo.
3. Há, no jogo de poder das superpotências, um objetivo político cuja racionalidade é a corrida armamentista e a busca da superioridade majoritária.
Assinale a alternativa correta.
1. O sujeito de “forçando o distanciamento compulsório das redes sociais” (linha 2) é “A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver” (linha 1).
2. O “interessante experimento social” (linhas 4-5) refere-se às pessoas que foram levadas a “perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre” (linha 5).
3. “A queda do zap” pode permitir a observação da relação entre a transformação do tempo-livre dos indivíduos em valor de troca e a valorização do capital com desdobramentos financeiros e comercias ligados ao mundo virtual.
Assinale a alternativa correta.
— Bueno, ontem à noite ele sofreu um pequeno acidente, Vossa Excelência sabe como anda o nosso trânsito! Teve que engessar um braço. Só pode chegar amanhã, já providenciei o jatinho — acrescentou o jovem com energia. — Na retaguarda fica toda uma equipe armada para a cobertura. Nosso Assessor vai pingando o noticiário por telefone, criando suspense até o encerramento, quando virão todos num jato especial, fotógrafos, canais de televisão, correspondentes estrangeiros, uma apoteose. Finis coronat opus, o fim coroa a obra!
Tudo então aconteceu muito rápido. Ou foi lento? Vi o Avô dirigir-se para a porta que ficava no fundo da sala, pegar a chave que estava no chão, abrir a porta, deixar a chave no mesmo lugar e sair fechando a porta atrás de si. Foi a vez da Avó, que passou por mim com sua bengala e seu lorgnon, me fez um aceno e deixando a chave no mesmo lugar, seguiu o Avô. Vi Eduarda de longe, ajudando o noivo a vestir a capa, Mas onde foram todos? perguntei e ela não ouviu ou não entendeu.
Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.
Há pouco leite no país, é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro.
A Cidade Nova dança à francesa ou à americana e ao som do piano. Há por lá até o célebre tipo do pianista, tão amaldiçoado, mas tão aproveitado que bem se induz que é ocultamente querido por toda a cidade. É um tipo bem característico, bem função do lugar, o que vem a demonstrar que o ‘cateretê’ não é bem do que a Cidade Nova gosta.
Um persistente cio
É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.
Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.
Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.
Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.
A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.
Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.
CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/
eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]