Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Q1916094 Português

A tecnologia contra o vírus


        Além de confrontar a humanidade, em nível pessoal e civilizacional, um dos efeitos da pandemia é transportar o futuro de um horizonte longínquo para o aqui e agora. Com o confinamento generalizado, a sociedade está sofrendo um choque de digitalização. Mas enquanto o mundo do trabalho e o do lazer têm tempo para se adaptar a esse futuro tornado prematuramente contemporâneo pela força de um vírus, aqueles que combatem este vírus com tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica e big data precisam acelerar dramaticamente seus procedimentos para enfrentar a velocidade da sua disseminação. Afinal, além de permitir a continuidade do trabalho e das relações sociais, essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha.

    Segundo a revista especializada em saúde STAT, a IA está sendo experimentada pelas redes hospitalares para pré- -examinar e instruir possíveis infectados; identificar pacientes de alto risco para que os médicos possam se antecipar proativamente; examinar profissionais de saúde na linha de frente; detectar a covid-19 e diferenciá-la de outras doenças respiratórias; prever quais quadros irão se deteriorar; rastrear leitos e equipamentos; acompanhar os pacientes fora do hospital; detectar a distância altas temperaturas e impedir que pessoas doentes entrem em espaços públicos; e avaliar respostas a tratamentos experimentais.

    Além disso, a IA pode acelerar a criação de remédios e vacinas, prever a evolução da epidemia, mensurar o impacto de políticas públicas e aprimorá-las para nos defender contra os surtos futuros que com toda probabilidade virão.

    Um rastreamento robusto do vírus é decisivo para frear os primeiros estágios de um surto e será decisivo para as estratégias de transição da quarentena para as atividades normais. O procedimento tradicional de rastrear e notificar os contatos de um infectado é lento, mas pode ser feito instantaneamente através da localização e dos dados dos celulares e de aplicativos para notificação de resultados positivos.

    Em tempos excepcionais, os processos regulatórios também precisam avançar em condições excepcionais. Como tudo o mais nesta pandemia, a chave está na agilidade. Assim como os tecnólogos estão acelerando seus processos de criação e produção de novas máquinas, as agências reguladoras, autoridades políticas e sociedade civil precisarão acelerar o processo de deliberação sobre o que é ou não aceitável. Como em todo avanço científico e tecnológico, as soluções virão por sucessivas tentativas e erros. A única atitude inaceitável é não tentar.

(Estadão. Opinião. https://opiniao.estadao.com.br, 20.04.2020. Adaptado)

As informações do último parágrafo permitem concluir que
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Q1916093 Português

A tecnologia contra o vírus


        Além de confrontar a humanidade, em nível pessoal e civilizacional, um dos efeitos da pandemia é transportar o futuro de um horizonte longínquo para o aqui e agora. Com o confinamento generalizado, a sociedade está sofrendo um choque de digitalização. Mas enquanto o mundo do trabalho e o do lazer têm tempo para se adaptar a esse futuro tornado prematuramente contemporâneo pela força de um vírus, aqueles que combatem este vírus com tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica e big data precisam acelerar dramaticamente seus procedimentos para enfrentar a velocidade da sua disseminação. Afinal, além de permitir a continuidade do trabalho e das relações sociais, essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha.

    Segundo a revista especializada em saúde STAT, a IA está sendo experimentada pelas redes hospitalares para pré- -examinar e instruir possíveis infectados; identificar pacientes de alto risco para que os médicos possam se antecipar proativamente; examinar profissionais de saúde na linha de frente; detectar a covid-19 e diferenciá-la de outras doenças respiratórias; prever quais quadros irão se deteriorar; rastrear leitos e equipamentos; acompanhar os pacientes fora do hospital; detectar a distância altas temperaturas e impedir que pessoas doentes entrem em espaços públicos; e avaliar respostas a tratamentos experimentais.

    Além disso, a IA pode acelerar a criação de remédios e vacinas, prever a evolução da epidemia, mensurar o impacto de políticas públicas e aprimorá-las para nos defender contra os surtos futuros que com toda probabilidade virão.

    Um rastreamento robusto do vírus é decisivo para frear os primeiros estágios de um surto e será decisivo para as estratégias de transição da quarentena para as atividades normais. O procedimento tradicional de rastrear e notificar os contatos de um infectado é lento, mas pode ser feito instantaneamente através da localização e dos dados dos celulares e de aplicativos para notificação de resultados positivos.

    Em tempos excepcionais, os processos regulatórios também precisam avançar em condições excepcionais. Como tudo o mais nesta pandemia, a chave está na agilidade. Assim como os tecnólogos estão acelerando seus processos de criação e produção de novas máquinas, as agências reguladoras, autoridades políticas e sociedade civil precisarão acelerar o processo de deliberação sobre o que é ou não aceitável. Como em todo avanço científico e tecnológico, as soluções virão por sucessivas tentativas e erros. A única atitude inaceitável é não tentar.

(Estadão. Opinião. https://opiniao.estadao.com.br, 20.04.2020. Adaptado)

Na sequenciação textual, a expressão “Além disso”, que inicia o 3º parágrafo, tem a função de 
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Q1916092 Português

A tecnologia contra o vírus


        Além de confrontar a humanidade, em nível pessoal e civilizacional, um dos efeitos da pandemia é transportar o futuro de um horizonte longínquo para o aqui e agora. Com o confinamento generalizado, a sociedade está sofrendo um choque de digitalização. Mas enquanto o mundo do trabalho e o do lazer têm tempo para se adaptar a esse futuro tornado prematuramente contemporâneo pela força de um vírus, aqueles que combatem este vírus com tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica e big data precisam acelerar dramaticamente seus procedimentos para enfrentar a velocidade da sua disseminação. Afinal, além de permitir a continuidade do trabalho e das relações sociais, essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha.

    Segundo a revista especializada em saúde STAT, a IA está sendo experimentada pelas redes hospitalares para pré- -examinar e instruir possíveis infectados; identificar pacientes de alto risco para que os médicos possam se antecipar proativamente; examinar profissionais de saúde na linha de frente; detectar a covid-19 e diferenciá-la de outras doenças respiratórias; prever quais quadros irão se deteriorar; rastrear leitos e equipamentos; acompanhar os pacientes fora do hospital; detectar a distância altas temperaturas e impedir que pessoas doentes entrem em espaços públicos; e avaliar respostas a tratamentos experimentais.

    Além disso, a IA pode acelerar a criação de remédios e vacinas, prever a evolução da epidemia, mensurar o impacto de políticas públicas e aprimorá-las para nos defender contra os surtos futuros que com toda probabilidade virão.

    Um rastreamento robusto do vírus é decisivo para frear os primeiros estágios de um surto e será decisivo para as estratégias de transição da quarentena para as atividades normais. O procedimento tradicional de rastrear e notificar os contatos de um infectado é lento, mas pode ser feito instantaneamente através da localização e dos dados dos celulares e de aplicativos para notificação de resultados positivos.

    Em tempos excepcionais, os processos regulatórios também precisam avançar em condições excepcionais. Como tudo o mais nesta pandemia, a chave está na agilidade. Assim como os tecnólogos estão acelerando seus processos de criação e produção de novas máquinas, as agências reguladoras, autoridades políticas e sociedade civil precisarão acelerar o processo de deliberação sobre o que é ou não aceitável. Como em todo avanço científico e tecnológico, as soluções virão por sucessivas tentativas e erros. A única atitude inaceitável é não tentar.

(Estadão. Opinião. https://opiniao.estadao.com.br, 20.04.2020. Adaptado)

Em relação às informações apresentadas no primeiro parágrafo, a frase que o conclui – ... essas tecnologias podem fazer a diferença entre a vida e a morte no front de batalha. – permite entender que as tecnologias
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Q1916090 Português

Leia a tira.


Imagem associada para resolução da questão

(André Dahmer, “Não há nada acontecendo”. Folha de S.Paulo, 09.07.2020)


No segundo e no terceiro quadrinhos, as falas do personagem fundamentam-se no pressuposto de que

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Ano: 2022 Banca: NC-UFPR Órgão: PM-PR Prova: NC-UFPR - 2022 - PM-PR - Cadete |
Q1901531 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

Da Violência

Hannah Arendt

Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se 2 tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita 3 comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não 4 previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal 5 ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num 6 conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu 7 muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que 8 manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; 9 é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não 10 vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto 11 mais intimidação houver maior é a garantia de paz.

(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Observe as seguintes afirmativas, relacionadas ao texto:

1. A autora não concorda com o político russo, Lênin, acerca da avaliação que ele fez a respeito da violência do século XX.
2. Segundo Arendt, existe um fator relativo à belicosidade e à violência na atualidade que não foi considerado pelo político russo.
3. Há, no jogo de poder das superpotências, um objetivo político cuja racionalidade é a corrida armamentista e a busca da superioridade majoritária.

Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: NC-UFPR Órgão: PM-PR Prova: NC-UFPR - 2022 - PM-PR - Cadete |
Q1901530 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

Da Violência

Hannah Arendt

Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se 2 tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita 3 comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não 4 previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal 5 ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num 6 conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu 7 muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que 8 manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; 9 é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não 10 vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto 11 mais intimidação houver maior é a garantia de paz.

(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Assinale a alternativa que recupera a tese central do texto de H. Arendt. 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: NC-UFPR Órgão: PM-PR Prova: NC-UFPR - 2022 - PM-PR - Cadete |
Q1901528 Português
O texto a seguir é referência para a questão.


(Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/o-tempo-livre-e-o-novo-feitico-do-capital/. Acesso em: 18/10/2021. Adaptado.) 
Segundo o texto, é correto afirmar: 
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Ano: 2022 Banca: NC-UFPR Órgão: PM-PR Prova: NC-UFPR - 2022 - PM-PR - Cadete |
Q1901527 Português
O texto a seguir é referência para a questão.


(Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/o-tempo-livre-e-o-novo-feitico-do-capital/. Acesso em: 18/10/2021. Adaptado.) 
Considere as seguintes afirmativas, com relação ao texto de Caixeta:

1. O sujeito de “forçando o distanciamento compulsório das redes sociais” (linha 2) é “A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver” (linha 1).
2. O “interessante experimento social” (linhas 4-5) refere-se às pessoas que foram levadas a “perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre” (linha 5).
3. “A queda do zap” pode permitir a observação da relação entre a transformação do tempo-livre dos indivíduos em valor de troca e a valorização do capital com desdobramentos financeiros e comercias ligados ao mundo virtual.

Assinale a alternativa correta.
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Q1901457 Português
Leia atentamente o trecho destacado do conto “Seminário dos ratos”, no qual o Chefe das Relações Públicas dirige-se ao Secretário do Bem-Estar Público e Privado. Em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
Bueno, ontem à noite ele sofreu um pequeno acidente, Vossa Excelência sabe como anda o nosso trânsito! Teve que engessar um braço. Só pode chegar amanhã, já providenciei o jatinho — acrescentou o jovem com energia. — Na retaguarda fica toda uma equipe armada para a cobertura. Nosso Assessor vai pingando o noticiário por telefone, criando suspense até o encerramento, quando virão todos num jato especial, fotógrafos, canais de televisão, correspondentes estrangeiros, uma apoteose. Finis coronat opus, o fim coroa a obra! 
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Q1901456 Português
Assinale a alternativa CORRETA acerca do conto “Herbarium”. 
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Q1901455 Português
Leia atentamente, à esquerda, o trecho destacado do conto “Noturno amarelo” e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA, à direita.
Tudo então aconteceu muito rápido. Ou foi lento? Vi o Avô dirigir-se para a porta que ficava no fundo da sala, pegar a chave que estava no chão, abrir a porta, deixar a chave no mesmo lugar e sair fechando a porta atrás de si. Foi a vez da Avó, que passou por mim com sua bengala e seu lorgnon, me fez um aceno e deixando a chave no mesmo lugar, seguiu o Avô. Vi Eduarda de longe, ajudando o noivo a vestir a capa, Mas onde foram todos? perguntei e ela não ouviu ou não entendeu.
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Q1901454 Português
Relações amorosas desgastadas são uma constante nos contos de Lygia Fagundes Telles. Assinale a alternativa que não ilustra essa afirmação.  
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Q1901452 Português
Leia atentamente, à esquerda, os versos destacados de “Amar”, da seção “AMAR-AMARO”. Em seguida, assinale, à direita, a alternativa CORRETA.
Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. 
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Q1901450 Português
Para apresentar a sua Antologia poética, Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Algumas poesias caberiam talvez em outra seção que não a escolhida, ou em mais de uma. A razão da escolha está na tônica da composição, ou no engano do autor.” (“Informação – NOTA DA PRIMEIRA EDIÇÃO”). Diante do trecho citado, é possível afirmar que 
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Q1901449 Português
Assinale a alternativa que confirma a seguinte afirmação: a poética de Drummond mantém uma relação ambígua com a memória, com traços de esperança, embora sem saudosismo ou idealização.  
Alternativas
Q1901448 Português
Leia atentamente, à esquerda, a primeira estrofe de “Morte do leiteiro”, da seção “NA PRAÇA DE CONVITES”. Em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
 Há pouco leite no país, é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro. 
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Q1901447 Português
Leia atentamente, à esquerda, o trecho destacado de Numa e a ninfa e assinale, à direita, a alternativa que a caracteriza INCORRETAMENTE. 
A Cidade Nova dança à francesa ou à americana e ao som do piano. Há por lá até o célebre tipo do pianista, tão amaldiçoado, mas tão aproveitado que bem se induz que é ocultamente querido por toda a cidade. É um tipo bem característico, bem função do lugar, o que vem a demonstrar que o ‘cateretê’ não é bem do que a Cidade Nova gosta. 
Alternativas
Q1901444 Português
Acerca das personagens Numa e Lucrécio Barba de Bode, de Numa e a ninfa, é possível afirmar CORRETAMENTE que
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Q1901443 Português
Em Numa e a ninfa, o episódio (cap. 10) das contínuas interrupções do deputado Júlio Barroso no parlamento ilustra  
Alternativas
Q1893065 Português

Um persistente cio


É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.

Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.

Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.

Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.

A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.

Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.


CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/ eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]

Na construção desse texto, o autor defende que
Alternativas
Respostas
441: A
442: E
443: C
444: E
445: B
446: E
447: D
448: C
449: E
450: C
451: D
452: D
453: C
454: B
455: B
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459: C
460: B