Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Aluno - Oficial PM |
Q1940684 Português

Leia o trecho inicial do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.


        Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

        — Continue, disse eu acordando.

        — Já acabei, murmurou ele.

        — São muito bonitos.

        Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” — “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” — “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”

    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

(Dom Casmurro, 2016.)

No trecho, o rapaz do trem mostra-se
Alternativas
Q1940390 Português

O texto a seguir refere-se à questão.


PRATOS QUEBRADOS

Vladimir Safatle


    “Um homem não se recupera desses solavancos, ele se torna uma pessoa diferente e eventualmente a nova pessoa encontra novas preocupações.” Foi isso o que Scott Fitzgerald tinha a dizer depois de seu colapso nervoso. Ele se via como um prato quebrado, “o tipo que nos perguntamos se vale a pena conservar”. Prato que nunca mais será usado para visitas, mas que servirá para guardar biscoitos tarde da noite.

    De fato, há certos momentos no interior da vida de um sujeito nos quais algo quebra, que não será mais colado. Olhando para trás, é estranho ter a sensação de que andávamos em direção a esse ponto de ruptura, como se fosse impossível evitá-lo caso quiséssemos continuar avançando. Como se houvesse passagens que só poderiam ser vivenciadas como quebra. Talvez isso ocorra porque somos feitos de forma tal que precisamos nos afastar de certas experiências, de certos modos de gozo, para podermos funcionar. Dessa forma, conseguiremos fabricar um prato com nossas vidas, um prato pequeno. A mulher que precisa se afastar da maternidade, o homem que precisa se afastar de uma paixão na qual se misturam coisas que deveriam estar separadas: todos esses são casos de pratos fabricados para não passarem de certo tamanho.

   No entanto, somos às vezes pegos por situações nas quais acabamos por nos confrontar com aquilo que nos horroriza e fascina. Se quisermos continuar, sabemos que, em dado momento, o prato se quebrará, que ele nunca será recuperado, que talvez não funcionará “melhor”, até porque ele viverá com a consciência clara de que há vários pontos da superfície nos quais sua vulnerabilidade ficará visível. Como disse Fitzgerald, um homem não se recupera desses solavancos. Algo desse sofrimento fica inscrito para sempre.

    Mas ele também poderá descobrir que, mesmo depois da quebra, ainda é capaz de se colar, de continuar funcionando, um pouco como esses pratos que pintamos de outra forma para disfarçar as rachaduras. Se bem elaborada, tal experiência poderá levar à diminuição do medo daquilo que, um dia, fomos obrigados a excluir. Talvez aprendamos a compor com doses do excluído, já que a necessidade da exclusão não era simplesmente arbitrária, embora ela não precise ser radicalmente hipostasiada. Algo do excluído poderá ser trabalhado e integrado; algo deverá ser irremediavelmente perdido.

   Um dia, descobriremos que todos os pratos da sala de jantar estão quebrados em algum ponto e que é com pratos quebrados que sempre se ofereceram jantares. Os pratos que não passam por alguma quebra são pequenos e, por isso, só servem para a sobremesa. No entanto, ninguém vai ao banquete por causa da sobremesa.

Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/pratos-quebrados/. Acesso em: 18 abr. 2022.

A partir da leitura do excerto “[...] a necessidade da exclusão não era simplesmente arbitrária, embora ela não precise ser radicalmente hipostasiada.”, é correto afirmar que
Alternativas
Q1938418 Português

O pastor e a princesa 

Carlos Heitor Cony  

Um jovem pastor, de cabelos louros e cacheados (façamos uma homenagem ao lugar-comum), andava pela floresta quando, de repente, ao atravessar uma clareira, viu enorme e formoso castelo. 

E, na torre mais alta, uma linda princesa de tranças também louras e olhar sonhador. Os dois se olharam e, a partir daquele momento, todas as tardes, o pastor ia à clareira e ficava olhando a princesa, que também olhava pra ele.  

Ele suspirava, sabendo que jamais poderia entrar no castelo e ver de perto a princesa. Eis que, um dia, encontrou uma velha na floresta carregando pesado feixe de lenha. O jovem pastor a ajudou, e a velha logo se transformou numa fada e disse que realizaria qualquer pedido dele.

“Quero ser um príncipe para entrar naquele castelo!”, pediu o pastor. A fada advertiu-o de que realizaria o seu desejo, mas que ele jamais poderia voltar a ser o que era. O jovem foi em frente. Seria um absurdo voltar a ser pastor. 

Logo as fanfarras do castelo soaram para o príncipe que se aproximava. A corte recebeu o visitante com banquetes, desfiles, torneios e todas as homenagens. O rei gostou tanto do príncipe que lhe ofereceu a mão de sua filha.  

Louco de alegria, o jovem aceitou e quis beijar a princesa. Ela recusou o beijo. Disse que não poderia casar com o príncipe porque estava apaixonada por um pastor louro de cabelos cacheados que, todas as tardes, costumava aparecer na clareira na floresta. A ele, dera seu coração e somente a ele amaria. 

Não sei se inventei ou se li em algum canto essa história cheia de lugares-comuns. Não importa. Não sou jovem nem pastor, não tenho cabelos louros e cacheados. Mas, todas as tardes, continuo indo à floresta para ver se me acontece alguma coisa. 

O harém das bananeiras – Editora Objetiva - 1999



A questão refere-se ao texto acima.

Assinale a alternativa que justifica o fato de a princesa ter se recusado a beijar o jovem príncipe.  
Alternativas
Q1938417 Português

O pastor e a princesa 

Carlos Heitor Cony  

Um jovem pastor, de cabelos louros e cacheados (façamos uma homenagem ao lugar-comum), andava pela floresta quando, de repente, ao atravessar uma clareira, viu enorme e formoso castelo. 

E, na torre mais alta, uma linda princesa de tranças também louras e olhar sonhador. Os dois se olharam e, a partir daquele momento, todas as tardes, o pastor ia à clareira e ficava olhando a princesa, que também olhava pra ele.  

Ele suspirava, sabendo que jamais poderia entrar no castelo e ver de perto a princesa. Eis que, um dia, encontrou uma velha na floresta carregando pesado feixe de lenha. O jovem pastor a ajudou, e a velha logo se transformou numa fada e disse que realizaria qualquer pedido dele.

“Quero ser um príncipe para entrar naquele castelo!”, pediu o pastor. A fada advertiu-o de que realizaria o seu desejo, mas que ele jamais poderia voltar a ser o que era. O jovem foi em frente. Seria um absurdo voltar a ser pastor. 

Logo as fanfarras do castelo soaram para o príncipe que se aproximava. A corte recebeu o visitante com banquetes, desfiles, torneios e todas as homenagens. O rei gostou tanto do príncipe que lhe ofereceu a mão de sua filha.  

Louco de alegria, o jovem aceitou e quis beijar a princesa. Ela recusou o beijo. Disse que não poderia casar com o príncipe porque estava apaixonada por um pastor louro de cabelos cacheados que, todas as tardes, costumava aparecer na clareira na floresta. A ele, dera seu coração e somente a ele amaria. 

Não sei se inventei ou se li em algum canto essa história cheia de lugares-comuns. Não importa. Não sou jovem nem pastor, não tenho cabelos louros e cacheados. Mas, todas as tardes, continuo indo à floresta para ver se me acontece alguma coisa. 

O harém das bananeiras – Editora Objetiva - 1999



A questão refere-se ao texto acima.

O pastor pediu para a fada transformá-lo em um príncipe para ele poder entrar no castelo porque  

Alternativas
Q1938416 Português

O pastor e a princesa 

Carlos Heitor Cony  

Um jovem pastor, de cabelos louros e cacheados (façamos uma homenagem ao lugar-comum), andava pela floresta quando, de repente, ao atravessar uma clareira, viu enorme e formoso castelo. 

E, na torre mais alta, uma linda princesa de tranças também louras e olhar sonhador. Os dois se olharam e, a partir daquele momento, todas as tardes, o pastor ia à clareira e ficava olhando a princesa, que também olhava pra ele.  

Ele suspirava, sabendo que jamais poderia entrar no castelo e ver de perto a princesa. Eis que, um dia, encontrou uma velha na floresta carregando pesado feixe de lenha. O jovem pastor a ajudou, e a velha logo se transformou numa fada e disse que realizaria qualquer pedido dele.

“Quero ser um príncipe para entrar naquele castelo!”, pediu o pastor. A fada advertiu-o de que realizaria o seu desejo, mas que ele jamais poderia voltar a ser o que era. O jovem foi em frente. Seria um absurdo voltar a ser pastor. 

Logo as fanfarras do castelo soaram para o príncipe que se aproximava. A corte recebeu o visitante com banquetes, desfiles, torneios e todas as homenagens. O rei gostou tanto do príncipe que lhe ofereceu a mão de sua filha.  

Louco de alegria, o jovem aceitou e quis beijar a princesa. Ela recusou o beijo. Disse que não poderia casar com o príncipe porque estava apaixonada por um pastor louro de cabelos cacheados que, todas as tardes, costumava aparecer na clareira na floresta. A ele, dera seu coração e somente a ele amaria. 

Não sei se inventei ou se li em algum canto essa história cheia de lugares-comuns. Não importa. Não sou jovem nem pastor, não tenho cabelos louros e cacheados. Mas, todas as tardes, continuo indo à floresta para ver se me acontece alguma coisa. 

O harém das bananeiras – Editora Objetiva - 1999



A questão refere-se ao texto acima.

Por que as expressões “lugar-comum” e “lugares- -comuns” aparecem, respectivamente, no primeiro e no último parágrafos do texto? 

Alternativas
Q1937095 Português

TEXTO VI

O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade


(DaMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-13)

O “Brasil com B maiúsculo”, no Texto VI, é definido como “pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada.” (L. 13 a 16). Essa concepção de Brasil está presente na mensagem dos seguintes textos presentes nesta prova, EXCETO na(o)
Alternativas
Q1937094 Português

TEXTO VI

O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade


(DaMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-13)

As oposições entre brasil e Brasil presentes no texto VI podem ser expressas, respectivamente, pelos seguintes pares de termos/expressões, EXCETO:
Alternativas
Q1937092 Português
Considere que um dos elementos de construção de sentido do Texto V concentra-se na oposição entre os personagens. Assinale a alternativa INCORRETA quanto à oposição entre Olga e Felizardo, respectivamente: 
Alternativas
Q1937090 Português
Num trecho do texto V, Felizardo faz a seguinte afirmação: “– Sá dona tá pensando uma coisa e a coisa é outra”. (L. 30) Considerando o trecho e todo o texto de Lima Barreto, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q1937089 Português

TEXTO IV

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)



Imagem associada para resolução da questão Imagem associada para resolução da questão
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Analise a definição do substantivo “exílio”, extraída do dicionário Novo Aurélio Século XXI:
exílio (z). [Do lat. exiliu.] S. m. 1. Expatriação, forçada ou voluntária; degredo, desterro. 2. O lugar onde reside o exilado. 3. Fig. Lugar afastado, solitário, ou desagradável de habitar.
Sobre a possibilidade de interpretação desses sentidos nos textos I, II, III e IV desta prova, assinale a alternativa INCORRETA. 
Alternativas
Q1937088 Português

TEXTO IV

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)



A primeira estrofe da “Canção do exílio” estabelece um diálogo mais específico com a seguinte estrofe da “Canção do expedicionário”:
Alternativas
Q1937087 Português

TEXTO IV

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)



A descrição do espaço geográfico na “Canção do expedicionário” é mais abrangente em relação à “Canção do exílio”. É o que se comprova na estrofe:
Alternativas
Q1937086 Português
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A partir da análise das afirmativas, é correto concluir que  
Alternativas
Q1937085 Português

TEXTO III

A Pátria


Assinale a alternativa correta referente ao poema “A Pátria”, de Olavo Bilac:
Alternativas
Q1937084 Português

TEXTO III

A Pátria


O poema “A Pátria”, de Olavo Bilac, está inserido no livro Poesias infantis, publicado em 1904. No prefácio daquela publicação, consta o seguinte trecho:
   O autor deste livro destinado às escolas primárias do Brasil não quis fazer uma obra de arte: quis dar às crianças alguns versos simples e naturais, sem dificuldade de linguagem e métrica, mas, ao mesmo tempo, sem a exagerada futilidade com que costumam ser feitos os livros do mesmo gênero /.../
   O que o autor deseja é que se reconheça neste pequeno volume, não o trabalho de um artista, mas a boa vontade com que um brasileiro quis contribuir para a educação moral das crianças do seu país.
Considerando esse trecho do prefácio e o poema “A Pátria”, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q1937083 Português

TEXTO II

Canção do exílio

(Gonçalves Dias)

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

Gonçalves Dias é um profundo conhecedor da língua brasileira, sabendo usá-la com grande proveito poético. Considerando esse fato, assinale a alternativa correta quanto à composição da primeira estrofe da “Canção do exílio”.
Alternativas
Q1937080 Português

TEXTO I

Carta

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

Quanto às percepções de Caminha e do destinatário da carta, sobre a terra, é correto afirmar que
Alternativas
Q1916108 Português

Leia o trecho da canção de Gilberto Gil para responder à questão.


Se eu quiser falar com Deus


Se eu quiser falar com Deus

Tenho que ficar a sós           

 Tenho que apagar a luz        

 Tenho que calar a voz          

  Tenho que encontrar a paz   

 Tenho que folgar os nós      

 Dos sapatos, da gravata     

 Dos desejos, dos receios   

 Tenho que esquecer a data

 Tenho que perder a conta  

 Tenho que ter mãos vazias

  Ter a alma e o corpo nus    

(www.google.com.br, acesso em 10.07.2020)

Lendo-se a letra da canção, conclui-se que o eu lírico, para falar com Deus, pretende
Alternativas
Q1916101 Português

Ser solidário é bom, mas não basta


    As doações de empresas e indivíduos para financiar o esforço no combate à pandemia de covid-19 já superaram R$ 3 bilhões. É uma cifra formidável. Dessa forma, a elite nacional exibe notável senso de solidariedade em relação aos milhões de brasileiros que dependem de ajuda para sobreviver, não só ao coronavírus, mas à miséria.

    O problema é que, passada a pandemia, a elite, hoje solidária, retomará seus afazeres privados, mas nada da duríssima realidade de seus miseráveis compatriotas terá mudado. Assim, a solidariedade ante o padecimento dos desafortunados, embora louvável e necessária, não é suficiente. É preciso que a sociedade, em especial a elite política e econômica, considere inaceitável que a maioria de seus conterrâneos viva apartada daquilo a que chamamos de civilização.

    Adentramos o século 21, quando as maravilhas das tecnologias digitais multiplicam o conforto e a sofisticação das sociedades, mas há uma parte significativa dos brasileiros que vive como se ainda estivéssemos no século 19 – sem acesso a equipamentos públicos que a esta altura já deveriam ser universais.

   Não se pode considerar aceitável que 100 milhões de brasileiros não tenham acesso a esgoto tratado, como se todas essas pessoas fossem cidadãs de segunda classe. Do mesmo modo, devemos considerar vergonhoso viver em um dos países mais desiguais do mundo, em múltiplos sentidos, não só em renda, como em outros indicadores.

    Assim, não se trata mais de uma crise social e sanitária. É uma crise vital. Para enfrentá-la, não basta ser solidário. Está na hora de lutar, para que a sociedade se transforme, de tal maneira que todos os que aqui vivem, sem exceção, sejam afinal tratados com um mínimo de dignidade.

(O Estado de S.Paulo, 31.05.2020. Adaptado)

Assinale a afirmação correta sobre o terceiro parágrafo, em destaque, no texto.
Alternativas
Q1916100 Português

Ser solidário é bom, mas não basta


    As doações de empresas e indivíduos para financiar o esforço no combate à pandemia de covid-19 já superaram R$ 3 bilhões. É uma cifra formidável. Dessa forma, a elite nacional exibe notável senso de solidariedade em relação aos milhões de brasileiros que dependem de ajuda para sobreviver, não só ao coronavírus, mas à miséria.

    O problema é que, passada a pandemia, a elite, hoje solidária, retomará seus afazeres privados, mas nada da duríssima realidade de seus miseráveis compatriotas terá mudado. Assim, a solidariedade ante o padecimento dos desafortunados, embora louvável e necessária, não é suficiente. É preciso que a sociedade, em especial a elite política e econômica, considere inaceitável que a maioria de seus conterrâneos viva apartada daquilo a que chamamos de civilização.

    Adentramos o século 21, quando as maravilhas das tecnologias digitais multiplicam o conforto e a sofisticação das sociedades, mas há uma parte significativa dos brasileiros que vive como se ainda estivéssemos no século 19 – sem acesso a equipamentos públicos que a esta altura já deveriam ser universais.

   Não se pode considerar aceitável que 100 milhões de brasileiros não tenham acesso a esgoto tratado, como se todas essas pessoas fossem cidadãs de segunda classe. Do mesmo modo, devemos considerar vergonhoso viver em um dos países mais desiguais do mundo, em múltiplos sentidos, não só em renda, como em outros indicadores.

    Assim, não se trata mais de uma crise social e sanitária. É uma crise vital. Para enfrentá-la, não basta ser solidário. Está na hora de lutar, para que a sociedade se transforme, de tal maneira que todos os que aqui vivem, sem exceção, sejam afinal tratados com um mínimo de dignidade.

(O Estado de S.Paulo, 31.05.2020. Adaptado)

De acordo com a leitura do texto, conclui-se que
Alternativas
Respostas
421: D
422: B
423: A
424: C
425: B
426: D
427: B
428: C
429: D
430: A
431: C
432: B
433: C
434: A
435: B
436: C
437: A
438: E
439: C
440: E