Questões Militares Sobre regência em português

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Q1023953 Português

Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta


      Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, eia iniciou a mensagem com um "bom dia, amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-la pra festa.

      Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para mim, em quem confia 100%. Como não chamá-la para a próxima ceia de Natal aqui em casa? Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando condolências pela morte do avô de alguém que mal cumprimento quando encontro num bar. Acompanho a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas.

      Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim, mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das distâncias suprimidas: nunca fomos tão íntimos de todos.

      Pena que esse mundo fofo é de faz de conta, intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o que, infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas amam você, mesmo sem conhecê-la de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou".

      Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. Ele não está nem aí para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que você o adote.

      A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se íntimo a seu modo. Já alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum.

Martha Medeiros <https://www, revistaversar.com. br/redes-sociais-inttmÍdade/> - (com adaptações)

Analise as setenças abaixo.


I- A maior parte das pessoas ama você, mesmo sem qualquer intimidade.

II- Nas redes sociais, 60 por cento das pessoas se consideram íntimas de seus contatos virtuais.

III- Algumas pessoas seguem outras pessoas sem conhecê-las.

IV- Boa parte das fotos de recém-nascidos é envida através da internet.


A forma verba! pode ser flexionada indiferentemente no singular ou plural apenas em

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Q1017022 Português

               Empresas de tecnologia querem lei federal de privacidade nos EUA


      As leis de privacidade pelo mundo afetaram em cheio as empresas de tecnologia desde o início do ano. Só no primeiro semestre, a União Europeia e o Estado da Califórnia, nos EUA, criaram leis para proteger os dados pessoais de seus cidadãos. Agora, na tentativa de driblar as novas regras, companhias de tecnologia estão estudando formas de criar uma lei federal americana que atenda a seus interesses.

      O movimento teve início em maio, quando a Europa começou a aplicar sua nova lei (GDPR, na sigla em inglês) que permite que as pessoas solicitem seus dados e restringe a forma como as empresas obtêm e lidam com informações.

      Em junho, foi a vez da Califórnia fazer o mesmo, estabelecendo um parâmetro de privacidade para os EUA. Agora, as principais empresas de tecnologia estão indo para a ofensiva. Nos últimos meses, o Facebook, o Google, a IBM, a Microsoft e outros pressionaram agressivamente as autoridades na administração Trump para começar a delinear uma lei federal de privacidade. A lei teria um duplo objetivo: ela iria se sobrepor à lei da Califórnia e, ao mesmo tempo, daria às empresas ampla margem de manobra sobre como as informações digitais pessoais eram tratadas.

            (Cecília Kang, do The New York Times. Estado de S.Paulo, 29.08.2018)

Com a substituição do termo destacado na frase “Agora, na tentativa de driblar as novas regras...”, a redação está correta quanto à regência verbal, em conformidade com a norma-padrão da língua, em:
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Q1013628 Português

                                Mais ócio, por favor


      Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o conceito de “ócio criativo”, em seu livro homônimo de 2000, foi alçado à condição de pensador revolucionário e à lista dos mais vendidos.

      O sucesso se deveu à explicação do espírito daquele tempo, ao apontar que tão essencial ao crescimento profissional quanto o estudo e o trabalho eram os momentos de desconexão com a labuta que abririam as portas para a criatividade e para “pensar fora da caixinha”. A intenção era alcançar uma fusão entre estudo, trabalho e lazer para aprimorar o conhecimento, vivenciar diferentes experiências e instigar a criatividade.

      Com o lançamento de “Uma Simples Revolução”, um best-seller, o sociólogo prega uma nova guinada no pensamento empresarial.

      Ao analisar as taxas de desemprego e de desocupação, para De Masi, a única saída é reduzir a carga de trabalho individual e abrir novas vagas. “Se as regras do jogo não mudarem, o desemprego – aberto ou oculto – está destinado a crescer em dimensão patológica”, escreve.

      O Brasil é um dos países que vivem essa realidade, com um desemprego de mais de 13 milhões de pessoas, segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mais de 5 milhões de pessoas procuram trabalho no país há um ano ou mais, o que representa quase 40% desse total.

      A lógica do mercado não ajuda a melhorar esses números. As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, mesmo que isso signifique mais horas extras.

      Só que, de acordo com o sociólogo, quanto mais horas um indivíduo trabalha, mais ele contribui para a taxa de desocupação. “Na Alemanha, onde todos trabalham, em média, 1400 horas, o desemprego está em 3,8% e o emprego está em 79%. Já na Itália, onde um italiano trabalha em média 1800 horas, o desemprego está em 11% e o emprego está em 58%”, detalha.

      “Para eliminar o desemprego, o único remédio válido é reduzir as horas de trabalho, mantendo o salário e aumentando o número de vagas”, diz, em entrevista ao UOL.


(Lúcia Valentim Rodrigues, “Mais ócio, por favor”. https://noticias.uol.com.br. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as passagens “os momentos de desconexão com a labuta que abririam as portas para a criatividade” (2° parágrafo), “para De Masi, a única saída é reduzir a carga de trabalho individual” (3° parágrafo) e “A lógica do mercado não ajuda a melhorar esses números.” (6° parágrafo) estão corretamente reescritas em:
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Q1005945 Português

(CAPPARELLI, Sérgio. 33 ciberpoemas e uma fábula digital. Porto Alegre: L&PM, 2001.)

Analisando a forma como o poema “Quando” foi construído e a linguagem nele empregada, é correto afirmar que
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Q998165 Português

            Sinha Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de propósito, dissera ao marido umas inconveniências a respeito da cama de varas. Fabiano, que não esperava semelhante desatino, apenas grunhira: – “Hum! hum!” E amunhecara, porque realmente mulher é bicho difícil de entender, deitarase na rede e pegara no sono. Sinha Vitória andara para cima e para baixo, procurando em que desabafar. Como achasse tudo em ordem, queixara-se da vida. E agora vingava-se em Baleia, dando-lhe um pontapé.

            Avizinhou-se da janela baixa da cozinha, viu os meninos, entretidos no barreiro, sujos de lama, fabricando bois de barro, que secavam ao sol, sob o pé de turco, e não encontrou motivo para repreendê-los. Pensou de novo na cama de varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinham-se acostumado, mas seria mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro, como outras pessoas.

            Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido. Fabiano a princípio concordara com ela, mastigara cálculos, tudo errado. Tanto para o couro, tanto para a armação. Bem. Poderiam adquirir o móvel necessário economizando na roupa e no querosene. Sinha Vitória respondera que isso era impossível, porque eles vestiam mal, as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao anoitecer. Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na casa. Tinham discutido, procurando cortar outras despesas. [...]

            Um mormaço levantava-se da terra queimada. Estremeceu lembrando-se da seca, o rosto moreno desbotou, os olhos pretos arregalaram-se. Diligenciou afastar a recordação, temendo que ela virasse realidade. Rezou baixinho uma avemaria, já tranquila, a atenção desviada para um buraco que havia na cerca do chiqueiro das cabras. Esfarelou a pele de fumo entre as palmas das mãos grossas, encheu o cachimbo de barro, foi consertar a cerca.

(Graciliano Ramos. Vidas Secas. Adaptado) 

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de regência.
Alternativas
Q997215 Português
Conforme as recomendações da norma-padrão, em qual alternativa o termo entre parênteses completa corretamente a frase?
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Q990856 Português

Leia o texto a seguir.

Ao estudar a forma e a função das palavras, não se pode desvincular o estudo de uma do estudo da outra, pois forma e função coexistem e seus papéis só se definem solidariamente. De acordo com a forma que apresentam, as palavras classificam-se em substantivos, adjetivos, numerais, artigos, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções e interjeições.

(CEREJA, William Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva: Texto, semântica e interação. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 114.)

A esse respeito, leia o texto a seguir.

                                                                Economia de água

    “Os dados estatísticos nos ajudam a compreender melhor o quanto a sociedade está ciente de seu consumo de água, do meio em que vive e das necessidades do mundo contemporâneo com relação aos recursos naturais. Em novembro de 2011, o Ibope conduziu 2002 entrevistas pessoais em todo o território nacional, investigando a consciência dos brasileiros ao lidar com os recursos hídricos.”

(Disponível em: ˂http://www.alago.org.br/imagens/image/dicasuteis/economiadeagua.pdf˃ Acesso em: 11 fev. 2019. Adaptado.) 

A propósito dos termos destacados no texto, avalie as seguintes afirmações.
I. Melhor é advérbio.
II. 2011 é um numeral ordinal.
III. Sociedade é substantivo coletivo.
IV. Lidar é um verbo regular e transitivo.
Está correto apenas o que se afirma em
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Q986257 Português
Em qual alternativa o emprego da regência verbal está incorreto?
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Ano: 2019 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2019 - EAM - Marinheiro |
Q982662 Português
Analise as afirmativas abaixo.
I- Há um desvio na concordância da seguinte passagem do texto 1: "Precisa-se de pessoas com perfil artlstico[...].’’ II- A fim de respeitar a norma-padrão, o anúncio do texto 2 deveria ser escrito da seguinte forma: Contratam-se pessoas com perfil empreendedor. III- No que se refere à regência, a substituição de "Comparecer no centro Colors Plus" (Texto 1) por “Comparecer ao centro Colors Plus" acarretaria um desvio, segundo a modalidade padrão da língua.
Assinale a opção correta.
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Ano: 2018 Banca: Marinha Órgão: CFN Prova: Marinha - 2018 - CFN - Soldado |
Q968116 Português
No texto 2, os verbos destacados no trecho “Não vive Olívia na vila, na vila nem na viola. O vilão levou-lhe a vida, levando o violão dela.”- linhas 12, 13, 14 e 15 – são, respectivamente:
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Ano: 2018 Banca: Marinha Órgão: CFN Prova: Marinha - 2018 - CFN - Soldado |
Q968103 Português
No texto 1, na frase “ O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força(…)” - linhas 36, 37 e 38 - o pronome oblíquo foi utilizado como complemento do verbo em função da regência verbal. Assinale abaixo a sentença que apresenta ERRO na regência verbal.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: Marinha Órgão: CFN Prova: Marinha - 2018 - CFN - Soldado |
Q968101 Português
No texto 1, na frase ”Havia brasileiros, portugueses...“ - linhas 3, 4 e 5 - o verbo HAVER é invariável. Se substituirmos, nessa frase, o verbo HAVER por EXISTIR teremos:
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Q951924 Português

                                       A grama do vizinho


      Ao amadurecermos, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.

      Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.

      As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecermos, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos para dançar pela sala e também motivos para nos refugiarmos no escuro, alternadamente. Só que os motivos para nos refugiarmos no escuro raramente são divulgados.

      Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.

      As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.

(Martha Medeiros,www.refletirpararefletir.com.br/cronicas -de-martha-medeiros/ Adaptado. Acessado em 09.08.2018)

Alterando-se o trecho em destaque na passagem – As mulheres trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda... – obtém-se versão correta, de acordo com a norma-padrão, em:
Alternativas
Q951270 Português
O elemento sublinhado deve sua flexão ao termo destacado em:
Alternativas
Q950682 Português
Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está correta quanto à concordância.
Alternativas
Q937049 Português

                                      Do Diário do Imperador


      Acabo de ler o Diário do Imperador D. Pedro II, escrito exatamente há um sécuio. Por essas pequenas anotações, pode-se acompanhar um ano da sua vida, amostra suficiente das dificuldades com que o Brasil tem lutado sempre para entrar no bom caminho, para melancolia e desânimo de seus mais devotados servidores.

      Assim mesmo se exprimiu o Imperador: "Muitas coisas me desgostam; mas não posso logo remediá-las e isso me aflige profundamente. Se ao menos eu pudesse fazer constar geralmente como penso! Mas pra quê - se tão poucos acreditariam nos embaraços que encontro para que eu faça o que julgo acertado! Há muita falta de zelo, e o amor da pátria só é uma palavra - para a maior parte!"

      A respeito de certo boato que se espalhara, comenta, com desgosto: "Tudo inventam; e triste política é a que vive de semelhantes embustes quando tantos meios honestos havia de fazer oposição; mas para isso é necessário estudar as necessidades da Nação - e onde está o zelo?"

      (A palavra ZELO ocorre numerosas vezes neste diário: é essa "dedicação ardente", essa "diligência", que o Imperador não encontra na maior parte dos que, no entanto, por função, estão encarregados dos problemas nacionais. E isso lhe causa sofrimento.)

      Os moços de hoje deviam ler estas palavras, e entendê-las: "Na educação da mocidade é que sobretudo confio para regeneração da pátria. Gritam que se não pode chegar ao poder senão fazendo oposição como a fazem; mas, quando no poder, não sofrem do mal que fomentaram? A imprensa é inteiramente livre, como julgo deva ser, e na Câmara e no Senado a oposição tem representantes; mas que fazem estes pela maior parte?"

      Os homens públicos também deveríam meditar sobre esta passagem: "...Mas tudo custa a fazer em nossa terra e a instabilidade de ministério não dá tempo aos ministros para iniciarem, depois do necessário estudo, as medidas mais urgentes. É preciso trabalhar, e vejo que não se fala quase senão em política, que é, as mais das vezes, guerra entre interesses individuais."

      Há neste pequeno diário, de um ano e cinco dias, variadas observações sobre agricultura, teatro, ciência, educação; impressões de visitas a diferentes estabelecimentos educacionais e industriais; breves apontamentos sobre ministros e personalidades do tempo. Terminada a leitura, parece-nos que estamos na mesma, que o século não passou; apenas as pessoas mudaram de nome. E o Imperador, há cem anos, escrevendo: "A falta de zelo; a falta de sentimento do dever é nosso primeiro defeito moral. Força é contudo aceitar suas consequências, procurando, aliás, destruir esse mal que nos vai tornando tão fracos.”

      D. Pedro II deixou fama de sabedoria, e comparandose as modestas (mas importantíssimas) observações de seu diário com a verborragia demagógica de que ainda somos vítimas, e dos males que a acompanham, compreende-se que muita gente desesperada até pense em tornar-se monarquista.

      Mas convém não esquecer estas palavras do próprio Imperador: “Nasci para consagrar-me às letras e às ciências; e, a ocupar posição política, preferiría a de presidente da República ou ministro à de Imperador".

      Sejamos, pois, republicanos, democratas, estudiosos, honestos, justiceiros, e cultivemos o ZELO de bem servir à pátria, aos homens, às instituições. Neste particular, estamos com um século de atraso.

MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Global, 2016 (Texto adaptado)

Para pessoas de opinião

Você me dirá que uma das coisas que mais preza é
sua opinião. Prezá-la é considerado virtude. Fulano? É
uma pessoa de opinião”. É preciso força e decisão para
“ter opinião". Não é fácil.
Você me dirá, ainda, do que é capaz de fazer para
defender a própria opinião. Ter opinião é tão importante
que há até um direito dos mais sagrados, o direito à
opinião, ultimamente, aliás, bastante afetado, pois vivemos
tempos de ampliação do delito de opinião. Ter opinião, em
vez de ser considerado um estágio preliminar da
convicção, passa a ser ameaçador.
Mas sem contrariar a força com que você defende as
próprias opiniões e, sobretudo, defendendo o seu
inalienável direito de tê-las, eu lhe proporei pensar sobre
se a opinião é uma instância realmente profunda ou se é,
tão-somente, uma das primeiras reações que se tem
diante dos acontecimentos.
Será a opinião uma reação profunda ou superficial?
Ouso afirmar que, quase sempre, é das mais superficiais.
Opinião é reação, e expressa um sentimento ou
julgamento. Ao reagir, o sentimento realiza uma síntese do
que e como somos. Esta síntese aparece na forma pela
qual reagimos. A primeira reação é reveiadora do
sentimento com que julgamos a vida, o mundo, as
pessoas. Quase sempre a opinião surge nessa etapa
inicial, patamar superficial do nosso ser. Somos um
repositório de primeiras impressões!
Pode-se, efetivamente, garantir que nossas opiniões
são fruto de meditação? Ou de conhecimento
sedimentado? Positivamente, não. Quem responder
sinceramente, vai concluir que tem muito mais opiniões do
que coisas que sabe ou conhece. Qualquer conhecimento
profundo não leva à opinião; leva à análise, à convicção, à
dúvida ou à evidência, e nenhuma dessas quatro
instâncias tem a ver com a opinião.
Quem (se) reparar com cuidado, verificará o quanto é
levado a opinar, vale dizer, reagir, sentir, julgar, diante dos
variados temas. Somos um aluvião de opiniões.
Defendemo-nos de analisar, tendo opinião; preservamonos
do perigoso e trabalhoso mister de pensar, tendo logo
uma opinião.
É mais fácil ter opinião do que dúvida. Opinião traz
adeptos e dividendos pessoais de prestígio,
respeitabilidade, aura de coragem ou heroísmo.
As opiniões são uma espécie de fabricação em série
de idéias sempre iguais, saídas do modelo pelo qual
vemos o mundo, e nos faz enfocar a realidade segundo
um eterno subjetivismo. Por isso a opinião quase nunca é
o reflexo das variadas componentes do real. É eco a
repetir a experiência anterior, diante de cada caso novo. A
opinião nos defende da complexidade do real, logo, é
maneira de impedir a criatividade do homem.
Na origem latina, opinar tem um sentido ambíguo. É
muito mais conjecturar do que afirmar. A palavra chega a
ter, nos seus vários sentidos, o de disfarçar. A origem do
termo é mais fiel ao seu significado do que a tradução que
hoje se ihe dá.
Opinar não significa saber nem conhecer. Opinar
significa ter uma opinião a respeito de algo, isto é, uma
impressão sujeita a retificações, a correções, a mudanças
permanentes. O sentido essencial de opinar é conjecturar,
ou seja, supor uma realidade para poder discuti-la e,
assim, melhor conhecê-la.
No entanto, nos ofendemos se contrariam a nossa
opinião; vivemos em busca do respeito à “nossa opinião".
E, mais grave e frequente, vivemos a sofrer por causa da
opinião ou de opiniões dos outros sem saber que a opinião
de alguém é o resultado das manifestações (reações)
mais superficiais e fáceis do seu espírito.
A opinião é instância superficial, exercício de dúvida e
de conhecimento disfarçado em certeza ou afirmação,
uma conjetura em forma de assertiva. É mais a expressão
de um sentimento do que a conciliação deste com o
conhecimento e a verdade. A partir do momento em que
sabemos de tudo isso, temos obrigatoriamente que deixar
de dar tanta importância à opinião alheia e à própria. É
preciso, sempre, submetê-las ao crivo da permanência, do
tempo, da análise, do conhecimento, da vivência, da
experimentação em situações diferentes, em estados de
espírito diversos, para, só então, considerá-la significativa,
válida, profunda.
Qual de nós está disposto a aceitar que a própria
opinião, embora válida e respeitável, é uma forma
superficial de manifestação? Quem está disposto a se dar
ao trabalho de atribuir à opinião sua verdadeira função,
que é nobiiíssima: a de ser trânsito, passagem, via, para a
Convicção, para a Análise, para Dúvida e para a Evidência
- os quatro elementos que compõem a verdade?
Esta é a minha opinião...
TÁVOLA, Artur da. Alguém que já não fui. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1985.

Leia o período a seguir:


Acabo de ler o Diário do Imperador D. Pedro II, escrito exatamente há um século." (1°§)


Marque a opção em que o comentário sobre a transitividade do verbo destacado está correto.

Alternativas
Q935485 Português
Assinale a alternativa que apresenta o fenômeno gramatical mais empregado como exercício do preconceito lingüístico. (BAGNO, 2015)
Alternativas
Q924079 Português

TEXTO III


O celular que escraviza


Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e podem até causar acidentes de trânsito. Quando é a hora de desligar?





Reportagem de Rafael Barifouse e Isabella Ayub, Revista Época,15/06/2012. Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. Último acesso em 03 de outubro de 2017.

Sobre o texto III, responda à questão.
Sobre o trecho “Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos correndo.” (l. 2-4), pode-se afirmar que
Alternativas
Q924071 Português

TEXTO I


Só o homem entediado terá chance de salvação num futuro de smartphones

                                                    João Pereira Coutinho





Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2017/06/1897093-so-ohomem-entediado-tera-chance-de-salvacao-num-futuro-de-smartphones.shtml>. Último acesso em 06 de julho de 2017. (Adaptado).

VOCABULÁRIO:
1. Toga – traje preto e comprido, usado por advogados e por professores catedráticos e doutorados em ocasiões especiais.
2. Nefasto – nocivo, prejudicial, perverso, trágico, mau.
3. Espreitar – espiar, olhar demorada e fixamente.
4. Torpor – indiferença ou apatia moral; indolência, prostração.
5. Ópio – narcótico, droga que provoca adormecimento.

Sobre o texto I, responda à questão.
O autor do texto I escreve sua crônica praticamente toda de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa. Um exemplo claro é a regência do verbo assistir, adequadamente aplicada na frase transcrita abaixo:
Assisto a conferências e a moda não engana”. (l. 1)
Marque a única opção que obedece à norma padrão quanto à regência verbal ou nominal nas frases que seguem.
Alternativas
Q922526 Português

TEXTO 2


                                Hino de Pernambuco


                          Coração do Brasil em teu seio

                          Corre o sangue de heróis – rubro veio

                          Que há de sempre o valor traduzir

                          És a fonte da vida e da história

                          Desse povo coberto de glória

                          O primeiro, talvez, no porvir


                           Salve, ó terra dos altos coqueiros!

                           De belezas soberbo estendal!

                           Nova Roma de bravos guerreiros

                           Pernambuco, imortal! Imortal!


                           Esses montes e vales e rios

                           Proclamando o valor de teus brios

                           Reproduzem batalhas cruéis

                           No presente és a guarda avançada

                           Sentinela indormida e sagrada

                           Que defende da Pátria os lauréis


                           Salve, ó terra dos altos coqueiros!

                           De belezas soberbo estendal!

                           Nova Roma de bravos guerreiros

                           Pernambuco, imortal! Imortal!

Trecho do Hino de Pernambuco. Letra de Oscar Brandão da Rocha e música de Nicolino Milano. Disponível em: https://www.letras.mus.br/hinos-de-estados/1655087/. Acesso em: 10/07/2018.

Releia o seguinte trecho: “Sentinela indormida e sagrada / Que defende da Pátria os lauréis”.


No segundo verso, observe o cumprimento das normas de regência, apesar da ordem não canônica dos elementos. Se esse verso fosse alterado, em qual alternativa estaria preservada a coerência e seriam cumpridas as normas da regência verbal?

Alternativas
Respostas
121: D
122: B
123: B
124: C
125: E
126: C
127: A
128: B
129: E
130: C
131: E
132: C
133: E
134: D
135: A
136: B
137: D
138: C
139: E
140: A