Questões de Concurso Militar ITA 2009 para Aluno - Português e Inglês
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Na obra Quaderna (1960), João Cabral de Melo Neto incluiu um conjunto de textos, intitulado “Poemas da cabra”, cujo tema é o papel desse animal no universo social e cultural nordestino. Um desses poemas é reproduzido ao lado:
Um núcleo de cabra é visível
por debaixo de muitas coisas.
Com a natureza da cabra
Outras aprendem sua crosta.
Um núcleo de cabra é visível
em certos atributos roucos
que têm as coisas obrigadas
a fazer de seu corpo couro.
A fazer de seu couro sola.
a armar-se em couraças, escamas:
como se dá com certas coisas
e muitas condições humanas.
Os jumentos são animais
que muito aprenderam da cabra.
O nordestino, convivendo-a,
fez-se de sua mesma casta.
Acerca desse poema, NÃO se pode afirmar que:
No romance A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector, o narrador faz muitas observações acerca de Macabéa, tais como:
I. Há os que têm. E há os que não têm. É muito simples: a moça não tinha. Não tinha o quê? É apenas isso mesmo: não tinha.
II. Ela não pensava em Deus. Deus não pensava nela.
III. Vejo a nordestina se olhando no espelho e – um ruflar de tambor – no espelho aparece o meu rosto cansado e barbudo. Tanto nós nos intertrocamos.
IV. [...] ela era um acaso. [...] Pensando bem: quem não é um acaso na vida?
Tais frases nos permitem dizer que Macabéa provoca no narrador
O poema ao lado faz parte da obra Livro sobre nada (1996), de Manoel de Barros:
A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá
mas não pode medir seus encantos.
A ciência não pode calcular quantos cavalos de força
existem
nos encantos de um sabiá.
Quem acumula muita informação perde o condão de
adivinhar: divinare.
Os sabiás divinam.
É certo dizer que estamos diante de um poema
No último livro que publicou em vida, Teia (1996), a escritora Orides Fontela escreveu o poema ao lado.
Podemos afirmar que:
I. nem a parte I nem a II indicam que o pássaro “joão-de-barro” pode ser visto como metáfora de um determinado tipo social.
II. apenas a parte III sugere que o trabalho feito pelo joão-de-barro aproxima-se daquele feito por um operário.
III. o poema, em seu todo, aproxima metaforicamente o “joão-de-barro” de um trabalhador brasileiro (um “João”, como o título indica).
IV. como no caso do pássaro, também para o operário vale a idéia de que o homem faz o trabalho e o trabalho faz o homem.
Estão corretas apenas as afirmações: