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Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045385 Português
O Tempo e o Amor

    Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.

(VIEIRA, Pe. António. Sermão do Mandato, parte III, In: Sermões. Porto: Lello & Irmão, 1959. p. 94.)
O vocábulo “menino” classifica-se morfologicamente como substantivo. Entretanto, em “Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino” (l. 5), a mesma palavra assume valor de adjetivo. O trecho do Texto IV em que uma palavra também assume valor diferente do morfologicamente previsto é
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Alternativa Correta: D - “O mesmo amar é causa de não amar” (l. 11)

O tema central da questão é a flexibilidade das palavras dentro de diferentes contextos e a capacidade de uma palavra assumir diferentes funções morfológicas. Para resolver essa questão, é necessário compreender como uma palavra que normalmente pertence a uma classe gramatical pode, em determinados contextos, adotar o papel de outra classe. Esse conhecimento é crucial para interpretar corretamente o uso das palavras no texto.

Na alternativa D, a palavra "amar" é um verbo, mas, no contexto da frase, assume o papel de um substantivo. Isso ocorre porque o verbo é transformado em substantivo ao ser usado como sujeito ("O mesmo amar") ou como complemento ("causa de não amar") da oração. Essa transformação é chamada de substantivação.

Vamos agora analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

A - “Gasta-se o ferro com o uso” (l. 11)
Nessa frase, todas as palavras mantêm seu valor morfológico convencional. Não há alteração de função.

B - “São as afeições como as vidas” (l. 2)
Assim como na alternativa anterior, as palavras "afeições" e "vidas" são substantivos e mantêm essa função na frase.

C - “porque não há amor tão robusto” (l. 5)
"Amor" é um substantivo e "robusto" é um adjetivo, e ambos conservam suas funções morfológicas habituais.

E - “Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira” (l. 7)
"Arco" é um substantivo, e "tira" é um verbo, cada qual desempenhando sua função esperada na oração.

Compreender como as palavras podem mudar de função dependendo do contexto é essencial para interpretar textos de forma precisa, principalmente em provas de concursos. Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

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A banca trazer um exemplo, uma explicação e posteriormente uma questão sobre o assunto fica mais fácil né?

Alternativa C "amar" é verbo, sendo usado como substantivo.

Na questão acima, o verbo "amar" é um vocábulo que está sendo substantivado pelo artigo "o". Logo, assume valor diferente do morfologicamente previsto.

Nas demais alternativas, as palavras são primitivamente substantivos e seu valor não é alterado.

Rapaziada, uma palavra "assumir valor diferente do morfologicamente previsto" nada mais é do que DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA. "Amar", que é um verbo, não está atuando como verbo

Essa vocês sabiam, só não conseguiram assimilar.

#SouPMMG

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