Paciente JCA, sexo masculino, 36 anos, chegou ao hospital co...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2022
Banca:
FGV
Órgão:
PM-AM
Prova:
FGV - 2022 - PM-AM - Oficial de Saúde - Farmacêutico - Bioquímico |
Q1883452
Farmácia
Paciente JCA, sexo masculino, 36 anos, chegou ao hospital com
suspeita de meningite. Lá foi realizada a coleta de líquido
cefalorraquidiano (LCR). A coleta foi enviada ao laboratório
clinico, onde foram achados os seguintes resultados:
Aspecto – opaco, discretamente amarelo, coágulo delicado.
Proteínas(mg/dL) – 150.
Glicose (mg/dL) < 45.
Leucócitos (µL) 60, com predominância de Linfócitos e 100% de especificidade ao teste de PCR.
Esses resultados são compatíveis com
Aspecto – opaco, discretamente amarelo, coágulo delicado.
Proteínas(mg/dL) – 150.
Glicose (mg/dL) < 45.
Leucócitos (µL) 60, com predominância de Linfócitos e 100% de especificidade ao teste de PCR.
Esses resultados são compatíveis com
Gabarito comentado
Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores
Questão bem específica sobre a diferenciação dos tipos de meningite, termo indica a ocorrência de um processo inflamatório membranas que envolvem o cérebro, conhecidas como meninges.
A questão solicita conhecimento sobre as alterações observadas tendo como amostra o líquido cefalorraquidiano (LCR). As características analisadas e seus resutados foram os seguintes:
A questão solicita conhecimento sobre as alterações observadas tendo como amostra o líquido cefalorraquidiano (LCR). As características analisadas e seus resutados foram os seguintes:
- Aspecto: opaco, discretamente amarelo, coágulo delicado.
- Proteínas (mg/dL): 150.
- Glicose (mg/dL): < 45.
- Leucócitos (µL): 60, com predominância de Linfócitos e 100% de especificidade ao teste de PCR.
Vamos comentar um pouco sobre cada tipo de meningite trazidas nas alternativas.
A) meningite tuberculosa.
A meningite tuberculosa é uma doença infecciosa do sistema nervoso central (SNC) causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Apresenta-se como uma complicação precoce da tuberculose primária (primoinfecção), ocorrendo mais freqüentemente nos primeiros seis meses após a infecção. [1]
O Quadro 1, abaixo, reproduz a diferenciação entre a meningite tuberculosa e a meningite causada por outras bactérias [2].
O Quadro 1, abaixo, reproduz a diferenciação entre a meningite tuberculosa e a meningite causada por outras bactérias [2].
Fonte: Guia de Vigilância em Saúde - 3ª edição (2019) [2].
Observe que as características evidenciadas na questão compactuam com os resultados obtidos no LCR da amostra em análise como sendo de meningite tuberculosa. Isto é: aspecto opalescente; proteínas totais aumentadas; glicose diminuída; e leucócitos (predominantemente linfócitos) na faixa entre 25 a 500/mm3 (observação: 1 mm3 = 1 µL). De posse dessas informações, já chegamos à conclusão de que a meningite em questão se trata da meningite tuberculosa.
B) meningite piogênica aguda.
Meningite piogênica remete às “meningites por outras bactérias" (como visto no quadro acima), tais como: Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae [3]. Como visto no Quadro 1, acima, são várias as características que diferenciam a meningite por outras bactérias da meningite tuberculosa. Como analisado, os resultados obtidos pelo LCR informados na questão se enquadram como meningite tuberculosa, e não por meningite por outras bactérias.
C) meningite asséptica.
Meningite asséptica se estabelece após inflamação das meninges, sendo que a etiologia mais comum é a viral, principalmente por enterovírus. Dentre outros agentes etiológicos virais envolvidos neste tipo de meningite, citam-se: Arbovírus (West Nile virus, Vírus da Encefalite Japonesa e Vírus da Encefalite de Saint Louis), vírus da caxumba, herpersvírus e adenovírus [4].
D) meningite viral.
Meningites virais têm como principais representantes os enterovírus, onde estão incluídas cepas de poliovírus, echovírus e coxsackie [2]. O Quadro 2, abaixo, traz informações úteis sobre as alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR), diferenciando os achados das meningites de etiologia bacteriana, tuberculosa e viral; e também comparando os achados em casos de de encefalites, neurocisticercose e meningoencefalite por fungos [3].
B) meningite piogênica aguda.
Meningite piogênica remete às “meningites por outras bactérias" (como visto no quadro acima), tais como: Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae [3]. Como visto no Quadro 1, acima, são várias as características que diferenciam a meningite por outras bactérias da meningite tuberculosa. Como analisado, os resultados obtidos pelo LCR informados na questão se enquadram como meningite tuberculosa, e não por meningite por outras bactérias.
C) meningite asséptica.
Meningite asséptica se estabelece após inflamação das meninges, sendo que a etiologia mais comum é a viral, principalmente por enterovírus. Dentre outros agentes etiológicos virais envolvidos neste tipo de meningite, citam-se: Arbovírus (West Nile virus, Vírus da Encefalite Japonesa e Vírus da Encefalite de Saint Louis), vírus da caxumba, herpersvírus e adenovírus [4].
D) meningite viral.
Meningites virais têm como principais representantes os enterovírus, onde estão incluídas cepas de poliovírus, echovírus e coxsackie [2]. O Quadro 2, abaixo, traz informações úteis sobre as alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR), diferenciando os achados das meningites de etiologia bacteriana, tuberculosa e viral; e também comparando os achados em casos de de encefalites, neurocisticercose e meningoencefalite por fungos [3].
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica - 7ª edição (2019) [3].
E) meningite amebiana.
Mais precisamente chamada de meningoencefalite amebiana primária, esta é uma infecção aguda rara e geralmente fatal do SNC, que tem como agente a ameba Naegleria fowleri. No exame do LCR, podem ser revelados os trofozoítos amebianos móveis. [5]
Mais precisamente chamada de meningoencefalite amebiana primária, esta é uma infecção aguda rara e geralmente fatal do SNC, que tem como agente a ameba Naegleria fowleri. No exame do LCR, podem ser revelados os trofozoítos amebianos móveis. [5]
Portanto, o gabarito é a letra A.
REFERÊNCIAS
[1] HERINGER et al. Localização da lesão e achados do líquido cefalorraqueano na meningite tuberculosa: diferenças nos compartimentos lombar, cisternal e ventricular. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0004-282X2005000300035>. Acesso em: 08/03/23.
[2] BRASIL. Guia de Vigilância em Saúde - 3ª edição (2019). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vi...>. Acesso em: 08/03/23.
[3] BRASIL. Guia de Vigilância Epidemiológica - 7ª edição (2019). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vi...>. Acesso em: 08/03/23.
[4] SANTOS, GPL. Meningites e meningoencefalites assépticas: estudos de detecção e variabilidade genética de agentes etiológicos virais. 2012. 126 f. Tese (Doutorado em Vigilância Sanitária) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Rio de Janeiro, 2012.
[5] MANUAL MSD. Meningoencefalite amebiana primária. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen...>. Acesso em: 08/03/23.
[2] BRASIL. Guia de Vigilância em Saúde - 3ª edição (2019). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vi...>. Acesso em: 08/03/23.
[3] BRASIL. Guia de Vigilância Epidemiológica - 7ª edição (2019). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vi...>. Acesso em: 08/03/23.
[4] SANTOS, GPL. Meningites e meningoencefalites assépticas: estudos de detecção e variabilidade genética de agentes etiológicos virais. 2012. 126 f. Tese (Doutorado em Vigilância Sanitária) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Rio de Janeiro, 2012.
[5] MANUAL MSD. Meningoencefalite amebiana primária. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen...>. Acesso em: 08/03/23.
GABARITO DA BANCA: A.
GABARITO DO PROFESSOR: A.
GABARITO DO PROFESSOR: A.
Clique para visualizar este gabarito
Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo