O ensino de Eutíquio, de que o corpo de Jesus não ...

Para resolver esta questão, é essencial entender que ela se refere à história dos concílios ecumênicos, que são reuniões realizadas pela Igreja para discutir e resolver questões teológicas. Neste caso, o foco está em qual concílio analisou a doutrina de Eutíquio, que afirmava que o corpo de Jesus não era idêntico ao nosso.

A alternativa correta é a Alternativa B - Calcedônia. O Concílio de Calcedônia, realizado em 451 d.C., foi convocado para lidar com várias questões cristológicas, incluindo a doutrina de Eutíquio. Este concílio é particularmente conhecido por sua definição da natureza de Cristo, afirmando que Ele possui duas naturezas, uma divina e outra humana, em uma única pessoa.

Vamos agora analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

Alternativa A - Éfeso: O Concílio de Éfeso ocorreu em 431 d.C. e abordou a questão do nestorianismo, que dizia respeito a como as naturezas divina e humana de Cristo coexistem, mas não tratou da doutrina de Eutíquio.

Alternativa C - Nicéia: O Primeiro Concílio de Nicéia, realizado em 325 d.C., concentrou-se principalmente na controvérsia ariana, que discutia a divindade de Cristo, e não sobre a natureza do seu corpo físico como abordado por Eutíquio.

Alternativa D - Constantinopla: O Primeiro Concílio de Constantinopla, em 381 d.C., também não abordou a doutrina de Eutíquio. Ele se focou em ampliar o Credo de Nicéia e reafirmar a doutrina da Santíssima Trindade.

Alternativa E - Jerusalém: Não houve um concílio ecumênico conhecido como Concílio de Jerusalém que tratasse especificamente das heresias cristológicas como a proposta por Eutíquio.

Quando enfrentar questões desse tipo, é importante relacionar o evento histórico ou teológico com o contexto correto. Conhecimento sobre a cronologia dos concílios e suas principais decisões pode ser extremamente útil.

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Os ensinos de Eutíquio eram populares em alguns regiões, na primeira metade do século V. O eutiquianismo começou com a asseveração de que o corpo de Jesus não era idêntico ao nosso, fora especialmente criado para a missão que veio cumprir. Essa teoria criou a possibilidade (segundo Eutíquio) de combinar os aspectos humano e divino entre si, para criar uma só natureza ao invés de duas. Por isso, na encarnação, Jesus era uma só Pessoa com uma só natureza, uma humanidade deificada, diferente de qualquer outra humanidade.

Esse ensino foi examinado pelo Concílio de Calcedônia (451 d.C). Sem demora, reconheceram que a natureza humana de Cristo era a questão principal em jogo. O concílio utilizou-se da terminologia criada em Nicéia de que Cristo era homoousia com o Pai, para refutar o ensino de Eutíquio. O concílio asseverou que Jesus é homoousia hêmin, que significa ter tido Ele, na sua humanidade, a mesma existência ou essência que nós. Talvez pareça uma conclusão radical, mas é necessária à luz de vários textos bíblicos, dos quais Hebreus 2.14,17 é um dos mais importantes. Essa nítida defesa da humanidade de Cristo, ao lado de uma afirmação igualmente clara sobre a sua divindade, indica que os membros do concílio estavam dispostos a manter as tensões e o paradoxo da revelação bíblica. E, realmente, a cristologia de Calcedônia tem-se mantido no Cristianismo como o baluarte da ortodoxia nestes últimos 15 séculos.