Apelo ...
(Dalton Trevisan)
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
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Letra (b)
Objeto Indireto Pleonástico" é semelhante ao do objeto direto, ou seja, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase.
Questão difícil. É o seguinte: No Português às vezes temos que trocar as palavras no texto para chegarmos a resposta. Neste caso eu escrevi a frase assim: Às suas violetas, não poupei água para elas e elas murcharam. O para é preposição que acompanha o pronome elas. Pergunta: Poupei água para quem? Para elas! Objeto indireto pleonástico. Letra B.
Na verdade eu nem li parte alguma do texto. Fui pela ideia que lhe é sempre O.I, enquanto o,a é O.D. Poderia ter errado na lógica?
Um bizu ai que eu sempre guardo para Obj. Direto Preposicionado é lembrar da frase:
"Comi a torta" O.D
"Comi da torta" - - - > o "da" nesse caso se refere à parte da torta, que continua ser O. D.
Salvo outras regras, me lembro dessa.
Contextualizando o termo para a análise sintática, um objeto pleonástico, obviamente, estará expresso na frase duas vezes, sob a forma de um pronome pessoal oblíquo átono. Vejamos:
“A correntinha, guardou-a no bolso da camisa de riscado”. (Mário Palmério).
Observe bem que, quando perguntamos ao verbo: “guardou o quê?”, a resposta que se apresenta é: “a correntinha” (objeto direto). Entretanto, após o verbo existe o pronome pessoal átono “a”, que se remete também à correntinha. Logo, o objeto direto está expresso duas vezes na mesma frase, com o intuito de dar ênfase a esse objeto. Assim, temos um objeto pleonástico, neste caso, um objeto direto pleonástico.
O objeto pleonástico ocorre só em objetos diretos? Não. Ele pode também aparecer em orações cujo objeto seja indireto. Leia a frase a seguir, de Dalton Trevisan:
“Às violetas, na janela, não lhes poupei água”.
O verbo poupar é transitivo direto e indireto, já que fazemos duas perguntas a ele: “não poupei o quê a quem?”. Logo, às violetas respondem a pergunta “a quem?” (objeto indireto). O pronome lhesrefere-se também às violetas. Percebe-se que o escritor teve a intenção de dar ênfase ao objeto indireto. Portanto, tem-se aqui expresso um objeto indireto pleonástico.
Para se identificar facilmente a presença de um objeto pleonástico, lembre-se sempre de verificar primeiro a presença do objeto. Caso haja um pronome átono que se refira a esse mesmo objeto, trata-se de um objeto pleonástico. Agora, se ele é direto ou indireto, você já sabe! É só verificar a presença (ou não) da preposição.
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