Questões Militares
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TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.
- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para... para... para vc? É assim que se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_
_ Maria Eugênia?
_
_ Desligou. [...]‟‟
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007
Leia, atentamente, o texto abaixo, tirinha de Grump – Orlandeli.
Analise as frases da fala do tio, transcritas do primeiro quadrinho da tirinha de Grump. Em seguida, responda à questão proposta.
“Pra essa molecada é moleza. Estão aprendendo agora. Não tem os vícios da gente, que já usa as antigas regras faz tempo.”
Considerando o contexto de comunicação, os interlocutores e o sujeito simples
“molecada”, explícito na primeira oração, a adequação das frases, obedecendo às
normas de concordância verbal, seria:
TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.
- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para... para... para vc? É assim que se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_
_ Maria Eugênia?
_
_ Desligou. [...]‟‟
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007
TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.
- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para... para... para vc? É assim que se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_
_ Maria Eugênia?
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_ Desligou. [...]‟‟
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007
TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.
- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para... para... para vc? É assim que se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_
_ Maria Eugênia?
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_ Desligou. [...]‟‟
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007
Em relação ao texto I, crônica “A regreção da redassão”, analise as assertivas abaixo:
I- O cronista-narrador aponta, a princípio, o ensino como provável causa da deficiência dos alunos com relação à escrita.
II- O narrador observador não se impressiona com o fato de várias pessoas afirmarem que o estudante brasileiro não sabe escrever.
III- O autor-narrador é levado a refletir sobre os fatos determinantes da dificuldade de representação do pensamento por meio da escrita por parte dos jovens.
IV- O narrador personagem revela, ludicamente, o temor de que, em nome da sobrevivência, tenha ele mesmo, como escritor, de comercializar o seu produto.
Está CORRETO o que se afirma em:
TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.
- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para... para... para vc? É assim que se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_
_ Maria Eugênia?
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_ Desligou. [...]‟‟
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007
TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.
- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para... para... para vc? É assim que se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_
_ Maria Eugênia?
_
_ Desligou. [...]‟‟
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007
From Nail bars to car washes: how big
is the UK’s slavery problem?
by Annie Kelly
Does slavery exist in the UK?
More than 250 years since the end of the
transatlantic slave trade, there are close to 41
million people still trapped in some form of slavery
across the world today. Yet nobody really knows
the scale and how many victims or perpetrators of
this crime there are in Britain.
The data that has been released is inconsistent. The government believes there are about 13,000 victims of slavery in the UK, while earlier this year the Global Slavery Index released a much higher estimate of 136,000.
Statistics on slavery from the National Crime Agency note the number of people passed on to the government’s national referral mechanism (NRM), the process by which victims of slavery are identified and granted statutory support. While this data gives a good snapshot of what kinds of slavery are most prevalent and who is falling victim to exploiters, it doesn’t paint the whole picture. For every victim identified by the police, there will be many others who are not found and remain under the control of traffickers, pimps and gangmasters.
There are also many potential victims who don’t agree to go through the mechanism because they don’t trust the authorities, or are too scared to report their traffickers. Between 1 November 2015 and 30 June 2018, the government received notifications of 3,306 potential victims of modern slavery in England and Wales who were not referred to the NRM.
[…]
The police recorded 3,773 modern slavery offences between June 2017 and June 2018.
[…]
(Source: https://www.theguardian.com/global-development/2018/ oct/18/nail-bars-car-washes-uk-slavery-problem-anti-slavery-day. Access: 20/10/2018)
From Nail bars to car washes: how big
is the UK’s slavery problem?
by Annie Kelly
Does slavery exist in the UK?
More than 250 years since the end of the
transatlantic slave trade, there are close to 41
million people still trapped in some form of slavery
across the world today. Yet nobody really knows
the scale and how many victims or perpetrators of
this crime there are in Britain.
The data that has been released is inconsistent. The government believes there are about 13,000 victims of slavery in the UK, while earlier this year the Global Slavery Index released a much higher estimate of 136,000.
Statistics on slavery from the National Crime Agency note the number of people passed on to the government’s national referral mechanism (NRM), the process by which victims of slavery are identified and granted statutory support. While this data gives a good snapshot of what kinds of slavery are most prevalent and who is falling victim to exploiters, it doesn’t paint the whole picture. For every victim identified by the police, there will be many others who are not found and remain under the control of traffickers, pimps and gangmasters.
There are also many potential victims who don’t agree to go through the mechanism because they don’t trust the authorities, or are too scared to report their traffickers. Between 1 November 2015 and 30 June 2018, the government received notifications of 3,306 potential victims of modern slavery in England and Wales who were not referred to the NRM.
[…]
The police recorded 3,773 modern slavery offences between June 2017 and June 2018.
[…]
(Source: https://www.theguardian.com/global-development/2018/ oct/18/nail-bars-car-washes-uk-slavery-problem-anti-slavery-day. Access: 20/10/2018)
From Nail bars to car washes: how big
is the UK’s slavery problem?
by Annie Kelly
Does slavery exist in the UK?
More than 250 years since the end of the
transatlantic slave trade, there are close to 41
million people still trapped in some form of slavery
across the world today. Yet nobody really knows
the scale and how many victims or perpetrators of
this crime there are in Britain.
The data that has been released is inconsistent. The government believes there are about 13,000 victims of slavery in the UK, while earlier this year the Global Slavery Index released a much higher estimate of 136,000.
Statistics on slavery from the National Crime Agency note the number of people passed on to the government’s national referral mechanism (NRM), the process by which victims of slavery are identified and granted statutory support. While this data gives a good snapshot of what kinds of slavery are most prevalent and who is falling victim to exploiters, it doesn’t paint the whole picture. For every victim identified by the police, there will be many others who are not found and remain under the control of traffickers, pimps and gangmasters.
There are also many potential victims who don’t agree to go through the mechanism because they don’t trust the authorities, or are too scared to report their traffickers. Between 1 November 2015 and 30 June 2018, the government received notifications of 3,306 potential victims of modern slavery in England and Wales who were not referred to the NRM.
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The police recorded 3,773 modern slavery offences between June 2017 and June 2018.
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(Source: https://www.theguardian.com/global-development/2018/ oct/18/nail-bars-car-washes-uk-slavery-problem-anti-slavery-day. Access: 20/10/2018)
From Nail bars to car washes: how big
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by Annie Kelly
Does slavery exist in the UK?
More than 250 years since the end of the
transatlantic slave trade, there are close to 41
million people still trapped in some form of slavery
across the world today. Yet nobody really knows
the scale and how many victims or perpetrators of
this crime there are in Britain.
The data that has been released is inconsistent. The government believes there are about 13,000 victims of slavery in the UK, while earlier this year the Global Slavery Index released a much higher estimate of 136,000.
Statistics on slavery from the National Crime Agency note the number of people passed on to the government’s national referral mechanism (NRM), the process by which victims of slavery are identified and granted statutory support. While this data gives a good snapshot of what kinds of slavery are most prevalent and who is falling victim to exploiters, it doesn’t paint the whole picture. For every victim identified by the police, there will be many others who are not found and remain under the control of traffickers, pimps and gangmasters.
There are also many potential victims who don’t agree to go through the mechanism because they don’t trust the authorities, or are too scared to report their traffickers. Between 1 November 2015 and 30 June 2018, the government received notifications of 3,306 potential victims of modern slavery in England and Wales who were not referred to the NRM.
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The police recorded 3,773 modern slavery offences between June 2017 and June 2018.
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(Source: https://www.theguardian.com/global-development/2018/ oct/18/nail-bars-car-washes-uk-slavery-problem-anti-slavery-day. Access: 20/10/2018)
From Nail bars to car washes: how big
is the UK’s slavery problem?
by Annie Kelly
Does slavery exist in the UK?
More than 250 years since the end of the
transatlantic slave trade, there are close to 41
million people still trapped in some form of slavery
across the world today. Yet nobody really knows
the scale and how many victims or perpetrators of
this crime there are in Britain.
The data that has been released is inconsistent. The government believes there are about 13,000 victims of slavery in the UK, while earlier this year the Global Slavery Index released a much higher estimate of 136,000.
Statistics on slavery from the National Crime Agency note the number of people passed on to the government’s national referral mechanism (NRM), the process by which victims of slavery are identified and granted statutory support. While this data gives a good snapshot of what kinds of slavery are most prevalent and who is falling victim to exploiters, it doesn’t paint the whole picture. For every victim identified by the police, there will be many others who are not found and remain under the control of traffickers, pimps and gangmasters.
There are also many potential victims who don’t agree to go through the mechanism because they don’t trust the authorities, or are too scared to report their traffickers. Between 1 November 2015 and 30 June 2018, the government received notifications of 3,306 potential victims of modern slavery in England and Wales who were not referred to the NRM.
[…]
The police recorded 3,773 modern slavery offences between June 2017 and June 2018.
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(Source: https://www.theguardian.com/global-development/2018/ oct/18/nail-bars-car-washes-uk-slavery-problem-anti-slavery-day. Access: 20/10/2018)
Texto I
Atlas da Violência mostra relação entre crimes e
baixo desenvolvimento
Por Fernando Molica
Os dados do ‘Atlas da Violência 2018: políticas públicas e retratos dos municípios brasileiros’ revelam que a violência é menor em cidades de maior desenvolvimento humano. A análise dos 309 municípios com mais de 100 mil habitantes mostrou que as taxas de homicídios são superiores naqueles que concentram populações mais pobres, baixos índices de atendimento a crianças e adolescentes e mais casos de desocupação e de gravidez na adolescência.
Os números reforçam os contrastes entre as cidades que ficam nos extremos da tabela: Brusque (SC) e Queimados (RJ). Na primeira, a taxa de homicídios e mortes violentas ficou em 4,8 casos por 100 mil habitantes; na outra, o índice chegou a 134,9. Os municípios mais violentos se concentram nas regiões Norte e Nordeste. Os números analisados são do ano de 2016.
Os dados do Atlas mostram o tamanho da desigualdade: em Brusque, a taxa de atendimento escolar na faixa de zero a três anos era de 31,3%, em Queimados, de 14,5%; a renda média por pessoa dos 20% mais pobres chegou a R$ 505,50 na cidade catarinense e a R$ 180 na do Estado do Rio.
Os índices de desocupação entre os 18 e 24 anos nos dois municípios foram de, respectivamente, 3,8% e 22%; os de gravidez na adolescência, de 1,3% e 2,9%. Outro dado relevante é o percentual de jovens entre 15 a 24 que não estudavam nem trabalhavam, os “nem-nem”: em Brusque, eram 1,2% do total; em Queimados, 13%. [...]
Os dados foram analisados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No estudo, os pesquisadores frisam a necessidade de olhar a segurança pública de maneira mais ampla, não restrita apenas à atuação policial. Para eles, “a confusão sobre a produção do trabalho policial com a produção de segurança pública gera uma injustiça para as próprias organizações policiais, pois coloca toda a carga do problema sobre as mesmas.
Desse modo, quando a situação se deteriora, a responsabilidade recai sobre os ombros das polícias.” Esse processo, frisam, faz com que sejam diminuídas as responsabilidades de governos que não desenvolveram “um planejamento adequado e um plano de prevenção que componham uma política de Estado”.
Adaptado de: <https://veja.abril.com.br/brasil/atlas-da-violencia-mostra-relacao-entre-crimes-e-baixo-desenvolvimento/>
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas seja utilizada com a mesma função da presente no seguinte trecho em destaque no excerto:
“[...] em Brusque, a taxa de atendimento escolar na faixa de zero a três anos era de 31,3%, em Queimados, de 14,5% [...]”