Questões de Concurso
Sobre cidadania e movimentos sociais em sociologia
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O texto a seguir serve de referência para responder à questão 35.
A ideologia contemporânea está montada sobre o mito da racionalidade do real entendida como razão inscrita nas próprias coisas e expressa através das ideias de organização e de planejamento. Como sabemos, a origem dessa ideologia encontra-se no mundo econômico da produção, isto é, no taylorismo como forma de racionalizar o processo de trabalho. |
(FONTE: CHAUÍ, Marilena. Ideologia e Educação. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 42, n. 1, p. 245-257, jan./mar. 2016.)
Nesse texto, Marilena Chauí apresenta uma descrição do modo como a ideologia opera nas sociedades contemporâneas. Com tal conceito, a filósofa brasileira deseja destacar a seguinte ideia:
A questão 24 deve ser respondida com base no excerto abaixo.
Os refugiados Segundo a Coordenação Nacional de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho, o Brasil deu 311 mil autorizações para estrangeiros trabalharem no país entre 2011 e 2016. Pouco mais de 200 mil carteiras de trabalho foram emitidas nesse período. Por outro lad o, a autorização de vistos de refúgio continua um processo lento – em média, ela demora dois anos. A fila chega a 86 mil pessoas e tende a crescer por causa da massa de venezuelanos que diariamente chega ao Brasil. Quando pousou em São Paulo, o congolês Kanga Heroult, de 38 anos, já tinha o documento que autorizava seu refúgio político no país. Era uma outra época, em 2008, quando o número de pedidos de refúgio era bem menor. Hoje, Heroult trabalha como agente de saúde na região da cracolândia, área de consumo e venda de crack no centro da cidade. Ele auxilia dependentes químicos a entrar no serviço municipal de recuperação, o Redenção. |
(FONTE: MACHADO, Leandro. O agente congolês na cracolândia, a boliviana no SUS, o angolano no 'rapa' e outras histórias de recomeço no Brasil. BBC NEWS Brasil, São Paulo, jun. 2018)
O acontecimento relatado no texto ilustra uma das situações -problema que têm ganhado visibilidade na esfera pública internacional e que diz respeito às dificuldades impostas pela experiência histórica contemporânea de pressão da globalização. Sobre esse assunto, Jürgen Habermas, sociólogo alemão, vai afirmar que o processo de globalização minou os potenciais de integração social do Estado-nação, sendo necessário agora
O excerto a seguir servirá de referência para responder à questão 23.
Iniciada por aqueles autores qualificados como intelectuais da diáspora negra ou migratória – fundamentalmente imigrantes oriundos de países pobres que vivem na Europa Ocidental e na América do Norte –, a perspectiva pós-colonial teve, primeiro na crítica literária, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos, a partir dos anos de 1980, suas áreas pioneiras de difusão. Depois disso, expande-se geograficamente e para outras disciplinas, fazendo dos trabalhos de autores como Homi Bhabha, Edward Said, Gayatri Chakravorty Spivak ou Stuart Hall e Paul Gilroy referências recorrentes em outros países dentro e fora da Europa. |
(FONTE: COSTA, Sérgio. Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós -colonial. Rev. Bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 21, n. 60, p. 117-134, fev. 2006).
Para o conjunto de autores destacados no texto, a questão central na relação entre as sociedades dos Atlânticos Norte e Sul seria a
A estratificação social é uma das formas de apreender as diferenças existentes dentro de uma sociedade. A proposição que melhor traduz o uso corrente do termo na análise sociológica é:
O excerto a seguir servirá de base para responder à questão 15.
“Em 10 anos, o Brasil ganhou 1,1 milhão de famílias compostas por mães solteiras. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005, o país tinha 10,5 milhões de famílias de mulheres sem cônjuge e com filhos, morando ou não com outros parentes. Já os dados de 2015, os mais recentes do instituto, apontam 11,6 milhões de arranjos familiares. Mesmo com esse aumento no número absoluto, a representatividade das mães solteiras caiu de 18,2% para 16,3% no período. Isso porque outros tipos de família, como as de casais sem filhos e as unipessoais, cresceram mais proporcionalmente.” |
Disponível em:<https://g1.globo.com/economia/noticia/em-10-anos-brasil-ganha-mais-de-1-milhao-de-familiasformadas-por-maes-solteiras.ghtml>. Acesso em: 08 jun.2018.
O estudo da família sempre foi uma das principais tarefas da sociologia e se traduziu em abordagens distintas, não raro conflitantes. Uma dessas correntes foi o funcionalismo. Considerando o excerto, analise as afirmações abaixo.
I |
Presenciamos atualmente, não apenas no Brasil, mas também na maioria das sociedades ocidentais, uma mudança substancial no formato da família, impactando negativamente o cumprimento das funções básicas por parte dessa instituição básica. |
II |
As transformações demográficas ocorridas nos últimos anos no Brasil se traduziram na emergência de um contingente significativo de famílias que não contam com a figura de um “provedor”. Essa reconfiguração fragiliza a socialização do papel masculino na instituição familiar. |
III |
Na medida em que a família, como apontam pesquisadoras feministas, não é apenas uma instituição cooperativa, alicerçada em interesses partilhados e mútua cooperação, mas também um espaço de relações de poder, de hierarquia e de opressão, os dados acima apontados expressam não uma crise da família, mas a sua democratização. |
IV |
O que os dados revelam é que a família tradicional, definida como heterossexual e monogâmica, como já apontava a análise marxiana, não encontra referentes na realidade das sociedades capitalistas avançadas. |
Dentre essas proposições, as que não se enquadram na abordagem funcionalista da família são
Karl Marx e Émile Durkheim elaboraram proposições que se tornaram referenciais para a análise da divisão social. Ambos, de perspectivas distintas, incorporaram o conceito de classe em suas análises. Sobre a temática "classe social", analise as proposições abaixo.
I |
Para Marx, as classes sociais expressam, na maior parte da história, posições antagônicas no processo de produção da vida material, traduzindo -se em uma oposição entre classe dominante e classe dominada. Já para Durkheim, embora as classes sociais se originem na divisão social do trabalho, elas tendem à integração (solidariedade orgânica) e não ao conflito. |
II |
A luta de classes é apreendida como a fonte de dinamicidade histórica na abordagem de Karl Marx. Durkheim assume posição distinta e não atribui importância decisiva ao conflito entre as classes sociais. |
III |
Para Marx, embora a luta de classes fosse considerada o “motor da história”, era a integração não conflituosa dos homens no processo de produção que marcaria a vida social até o momento histórico de ascensão do socialismo. |
IV |
Para Durkheim, quando as classes sociais não conseguem apreender corretamente o seu papel na história, temos a emergência da “anomia social”. |
Estão corretas as proposições
Giovanni Alves (2000) afirmou que o chamado “novo sindicalismo”, durante a década de 1980, caracterizou-se por uma nova prática sindical, de organização da base, da construção da intervenção operária nos locais de trabalho, considerada uma das principais debilidades do sindicalismo brasileiro. Sobre o “novo sindicalismo”, analise as afirmativas abaixo:
I. O desenvolvimento das novas organizações de base era, de certo modo, uma necessidade posta pelo complexo de reestruturação produtiva.
II. O surgimento das novas organizações de base vincularam-se a uma prática sindical de novo tipo, classista, de matriz socialista, que predominou na CUT durante a década de 1980.
III. Correntes socialistas, que possuíam expressão política no novo sindicalismo, colocaram a necessidade do controle da produção pela hegemonia capitalista.
Assinale
“É precisamente sobre os possíveis projetos alternativos para a democracia que se trava boa parte da luta política na América Latina de hoje. (...) as políticas neoliberais introduziram um novo tipo de relação entre o Estado e a sociedade civil (...) baseada numa concepção minimalista do Estado e da democracia.(...) Uma concepção alternativa de cidadania (...) vê as lutas democráticas como contendo uma redefinição não só do sistema político, como também das práticas econômicas, sociais e culturais que possam engendrar uma ordem democrática para a sociedade (...) para abranger não só o sistema político, mas também o futuro do “desenvolvimento” e a erradicação de desigualdades sociais tais como as de raça e de gênero, profundamente moldadas por práticas culturais e sociais.”
(ESCOBAR, 2008, 16).
Nesse trecho do livro intitulado Cultura e política nos movimentos sociais latino-americanos: novas leituras, os/as autores/as (e organizadores/as da obra coletiva) conceberam a cidadania e a democracia de modo particular. Segundo os/as autores/as, é correto afirmar que os movimentos sociais
I. A cidadania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. II. A Ciência Política pode ser entendida como a disciplina que se volta para o estudo de qualquer fenômeno ligado às estruturas políticas de maneira sistemática. Marque a alternativa CORRETA:
Com relação à obra de Florestan Fernandes, é correto afirmar que:
I. uma parte significativa de sua obra foi dedicada à análise da situação do negro na sociedade brasileira. II. desenvolveu seus estudos a partir da teoria marxista. III. aliou sua produção intelectual à defesa de causas sociais, como as campanhas em defesa da educação pública, laica e gratuita. IV. dialogou com autores como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.
Assinale a alternativa correta.
Com relação a estas mobilizações, analise as proposições.
I. Apresentam como uma de suas novidades formas criativas de ocupação do espaço público. II. Uma das principais características é que são movimentos marcadamente classistas. III. Em sua composição social verifica-se a presença de um público majoritariamente jovem. IV. Ao contrário de movimentos das décadas anteriores, articulam-se em torno de demandas locais.
Assinale a alternativa correta.
I. O investimento cultural reforça a ideia de desigualdade no mercado cultural e a manutenção do status quo da sociedade. II. O acesso gratuito da população às atividades culturais; a criação e a manutenção de espaços de articulação sociocultural são importantes benefícios. III. Esse tipo de investimento fortalece e valoriza a produção sociocultural voltada somente para especifica camada social, mantendo a elite culturalmente satisfeita, respondendo dessa forma ao fator do mercado, pois o investimento em cultura atinge de maneira positiva somente os patrocinadores. IV. O investimento cultural fomenta a economia local através do consumo de bens e serviços e da geração de empregos temporários. V. Esse tipo de investimento é um estímulo à prática de cidadania e à inserção social de todos, sendo um reforço às políticas públicas municipais nas áreas de educação e cultura.